Disclaimer: Blá blá blá blá nada é meu blá blá blá J. K. Rowling. Considerem-se avisados.
Avisos: Pós-Hogwarts, Universo Alternativo – porquê? Porque, nesta fic, Draco e Ginny não se conhecem.
Nota da autora: Bom, eu, com certeza, bati com a cabeça numa parede, porque eu pirei. Eu ainda não sei porque estou a fazer uma fic de um casal que não gosto, mas pronto… É um desafio porque eu devo ter lido, no máximo 4 fics D/G (todas elas songs ou oneshots). Mas quando eu tive esta ideia pensei logo no Draco e na Ginny. Tinha de ser com eles! xD
I
Beijo de Boa Noite
Anyone who can touch you
Can hurt you or heal you
Anyone who can reach you
Can love you or leave you
(I Bruise Easily, Natasha Bedingfield)
Mais um… Quando irá isto parar?
Ontem, no dia 12 de Janeiro, por volta das 21 horas, Londres foi, mais uma vez, palco de um assalto. A família prejudicada não quis prestar declarações, mas encontravam-se bastante assustados. Ainda não sabemos ao certo o que foi roubado, mas parece que não foi muita coisa. Parece que os Comensais da Morte não vão parar tão cedo. Por isso, caros leitores, já sabem, muito cuidado!
Por, Gregory Williams
- Oh Merlim, mas será que isto vai ter fim?
- Talvez os Comensais da Morte tirem umas férias.
- Fred! A situação não é para brincadeiras! – repreendeu a mãe.
Na cidade de Londres, numa pequena casa, encontrava-se uma família que lia o Profeta Diário com grande preocupação. Preocupação porque, nos dias de hoje, todos estavam preocupados e ansiosos. Lord Voldemort fora finalmente derrotado, mas as pessoas não estavam livres do terror. Os Comensais da Morte, revoltados com a queda do seu mestre, espalhavam agora o terror pela Inglaterra, assaltando e, às vezes, matando pessoas inocentes.
Os Weasley eram uma família grande e afectiva. Muito boas pessoas, estavam sempre prontos a ajudar os outros. Infelizmente, nem todos estavam ali, naquela noite. Os filhos mais velhos - Charlie estava fora, a resolver os seus próprios problemas, enquanto que Bill tentava ajudar a parar os Comensais – estavam fora.
A pessoa mais preocupada da família, a mãe Molly, choramingava, mais uma vez, da desgraça. Entretanto, os gémeos Fred e George utilizavam o seu conhecido bom humor para quebrar a tensão e, em tentativas falhadas, consolar a mãe.
- Tanto trabalho para derrotá-Lo… e, afinal, estamos na mesma – disse a Sra. Weasley.
- Não digas isso, Molly! Nada se compara ao terror daqueles dias em que Ele era vivo. Podemos não estar a cem por cento, mas estamos melhor – disse o Sr. Wealsey que acabava de entrar na sala.
- Tens razão, Arthur. Eu é que sou uma parva – admitiu.
- Bom, com isso eu e o Fred concordamos, né? – brincou George.
Todos, incluindo a mãe, riram. Era tão bom vê-los rir! Não era uma coisa que se visse muito, nos últimos tempos.
Todos estavam ali, apoiando-se. Tentando divertir-se. Mas faltava um membro daquela família que não estava a rir ou com um sorriso no rosto. Ela destoava de todos. Não foi sempre assim; ela também já consolou a mãe, já concordou com as respostas sábias do pai, já entrou nas brincadeiras dos gémeos… Agora, limitava-se a ficar a um canto, de preferência, no escuro para ninguém ver o seu rosto triste e pensativo. A sua mente vagueava. Ela esperava. Porque era a única coisa que ela sabia fazer. Esperar…
- Agora lembrei-me… Lembram-se daquela vez em que o Fred pensava que aquele instrumento trouxa, a televisão, era uma arma e que nos ia matar a todos? – George estava determinado a não deixar morrer a pouca felicidade existente naquela casa.
O resultado foi imediato: recomeçou a risada.
- Isso foi realmente patético! – comentou o Sr. Weasley que tinha uma grande paixão por tudo o que fosse do mundo trouxa.
- Hei! Eu nunca tinha visto uma coisa daquelas na vida! – defendeu-se Fred. – E, além disso, tu também não ficaste muito contente quando olhaste para aquilo.
Estava na hora. A rapariga escondida nas sombras levantou-se lentamente e saiu da sala.
- Bons tempos… - murmurou Molly, nostálgica. – Pena que já não tenhamos mais desses. Malditos Comensais!
A rapariga com longos cabelos ruivos e olhos azuis estacou à porta da sala. Ninguém reparou porque logo eles trataram de consolar a pobre Sra. Weasley. Também ninguém reparou no esforço que a mais nova dos Weasley fez para segurar as lágrimas e seguir em frente.
Subiu as escadas e fechou-se no seu quarto. Murmurou um feitiço para trancar a porta e outro para iluminar o pequeno quarto. Depois, abriu a janela. Estava uma noite bonita, mas ela não queria saber da noite.
Sentou-se na beira da cama com os joelhos ao peito e os braços à volta das pernas. Aí, ela esperou. Estava na hora.
Ginny Weasley costumava ser uma rapariga alegre, sorridente. Mas tornou-se numa pessoa triste e calada. A doce voz da menina já não era ouvida muitas vezes pela casa. Facto que preocupava a família, é claro. Mas Ginny não se importava muito com isso. Ninguém sabia mas, todos os dias à noite, ela sorria. O único sorriso que dava durante o dia. E, nessas noites, ela sentia-se rejuvenescida, uma nova pessoa. Esquecia-se de todos os problemas. Durante o dia ela não fazia nada, mas ela não se importava. Porque sabia que à noite ia ter o seu momento e isso bastava-lhe para esperar avidamente.
Ela sabia que deveria apagar a luz. Lembrava-se das suas palavras: Nada de luz, eu gosto da escuridão. Mas não custava nada tentar.
O seu relógio deu as onze e meia. Ela havia estado com a cabeça baixa e, quando ouviu o som quase inaudível que o relógio fez, levantou-a. O que viu à sua frente fê-la sorrir. O tal sorriso que só dava à noite… e só para ele. Como prometido, ali estava ele, com as suas habituais vestes escuras e um chapéu que, combinado com a sua posição, não a deixava ser o seu rosto. Ali estava, à sua frente, um poço de charme e mistério. Era isso que a incentivava e, por mais que quisesse parar, Ginny não conseguia.
Ele retribuiu o sorriso e, antes que ela pudesse dizer ou fazer algo, ele apagou a luz. Ele nunca se esquece, pensou Ginny.
- Pronta para o teu beijo de boa noite? – perguntou ele, divertido.
- Sempre – respondeu Ginny, ansiosa por aquele momento.
Lentamente, ele segurou o seu rosto. O toque das suas mãos fez Ginny suspirar longamente e fechar os olhos. Por segundos, ficaram assim, no escuro. Parecia que ele se divertia com a situação. Depois, ele passou o seu pulgar pelos lábios dela que se rasgaram num sorriso. E então, ele inclinou a cabeça aproximando-se e colou os seus lábios aos dela.
Aquilo provocou as já usuais, mas, ao mesmo tempo, fantásticas sensações em Ginny. Sentiu um formigueiro por todo o corpo. O seu coração e alma pedindo por mais e, como se tivesse lido os seus pensamentos, ele aprofundou o beijo. No entanto, aquele momento, na opinião de Ginny, demorou muito pouco tempo. Logo ele a soltou. Ginny viu a silhueta dele afastar-se através da escassa luz do luar. Sabia que ele se ia embora.
- Espera – sussurrou. Queria ter falado mais alto, mas ainda estava extasiada pelo beijo. – Não vás.
- Tenho de ir. É esse o acordo – retorquiu com a voz ligeiramente rouca.
Ginny sabia disso. E sabia também que não deveria fazer perguntas, mas, ultimamente, estava-se a tornar um pouco complicado esconder a vontade de querer saber mais sobre ele. Eles nunca falavam muito e, por um tempo, isso bastou-lhe, mas agora algo havia mudado.
- Não me podes, pelo menos, dizer o teu nome? – O que, na verdade, Ginny queria era ver o seu rosto, mas sabia que isso ele nunca lhe ia permitir.
- Para que queres saber o meu nome?
- Para saber como te chamar.
- Não precisas de saber o meu nome. Só precisarias de sabê-lo se falasses de mim a alguém, mas como isso não acontece… Ninguém pode saber da minha existência.
- Eu sei… Eu não contei a ninguém sobre ti – disse Ginny como que para assegurá-lo de que nunca iria dar com a língua nos dentes. Nem ela queria isso.
- Porque não me baptizas tu?
- De quê?
- Não sei. O que tiver mais a ver comigo.
Ginny pensou um pouco antes de responder.
- Homem Mistério.
Ele riu com gosto.
- Isso não é um pouco foleiro?
- Eu gosto – retorquiu Ginny, simplesmente.
Ele sorriu com a sua ingenuidade. Mais uma vez, o Homem Mistério fez menção de se ir embora, mas Ginny interrompeu-o numa tentativa frustrada de o fazer ficar.
- Nunca me irás dizer o teu nome?
Ele ficou calado e Ginny pensou que não fosse responder.
- Talvez um dia – falou, por fim. E saiu pela janela. Ginny correu para ver se o via, mas foi inútil. Tal como das outras vezes, a ruiva nunca conseguia ver para onde ele ia.
De repente, ouviu um barulho de alguém que tentava abrir a porta. Fechou rapidamente a janela e virou-se para encarar a sua mãe de varinha na mão.
- O que se passa, Ginny? Para que trancaste a porta? – perguntou com um quê de irritação.
- Ia agora dormir. Não queria que me acordassem – desculpou-se Ginny sem dar a mínima para a Sra. Weasley.
Molly suspirou. Não gostava nada que os seus filhos se trancassem no quarto. Podiam estar a precisar de ajuda. Com os Comensais por aí à solta, ela tinha muito medo.
- Está bem, mas não faças isso de novo – disse, mais aliviada.
- Ok. Boa noite, mãe – disse Ginny, dando-lhe um beijo rápido na face.
- Boa noite, querida. Dorme bem.
Assim que a mãe saiu do quarto, Ginny vestiu o pijama, lavou os dentes e meteu-se dentro da cama. Não demorou para cair num sono profundo repleto de sonhos com o seu Homem Mistério.
Sabia que aquilo que fazia era errado, mas a pequena Weasley não conseguia evitar. Era mais forte do que ela. Se a sua família sequer sonhasse… Ela podia não saber nada sobre ele, mas três coisas eram certas: ele era misterioso, viciante e, a julgar pelas vestes escuras e o gosto pela escuridão, um Comensal da Morte. Mas, por mais incrível que parecesse, a ruiva não tinha medo dele; não acreditava que ele fosse uma má pessoa.
Teve uma boa noite de sono. Como não podia ela ter? Pessoas eram constantemente assaltadas, os pais andavam preocupadíssimos, Londres tornara-se uma cidade perigosa, mas, mesmo assim, Ginny Weasley não se importava.
Porquê?
Porque ela teve o seu beijo de boa noite.
E nada mais importava…
Continua…
N/A 2: Se acharam um pouco confuso, é normal. Ao longo da fic, as perguntas vão sendo respondidas. Por favor, mandem reviews! Bjux!
