disclaimer –Harry Potter não me pertence. As estrelas também não.
3148 255 520
"3148 255 520"
Começa com três respirações perfeitamente compassadas. Há um abraço antes que ela comece a respirar de forma irregular e quatrobeijos percorrendo a mandíbula em direção à curva do pescoço antes que ela não consiga formar nenhum pensamento coerente. São oito dedos gelados, mas tão certos do que estão fazendo, que tocam você na nuca. (Ou em qualquer outro lugar, porque é assim que você sente: como se eles estivessem em todo o lugar, o tempo todo.) Mais rápido, depressa (é o que ela quer dizer, mas é o que Filch diz para dois corvinais enquanto eles vão para alguma detenção e passam desavisadamente em frente à porta do armário de vassouras no qual vocês estão agora). São dois arrepios no escuro; o seu e o dela. São cinco dedos que puxam seu cabelo cincosegundos depois. Beijo, mordida e borboletas no estômago.
"Eu amo você."
"Quem não ama?" Você não resiste, nunca resiste.
Cinco marcas de dedos de um rosado debochado impregnando o branco do seu ombro. Você não pode deixar de rir.
"Eu te amo também."
Ela bufa, e então sorri e você sabe que está tudo bem. São duas mechas de cabelo ruivo fugindo de um coque mal feito, sustentado pelas pontas dos pés para te beijar e para estalar os dedos naquela felicidade contagiante dela. Você não conta os seus gemidos e nem mesmo os dela, mas você gosta do som.
E do zero você não vai se esquecer porque, de alguma forma, é a partir do zero que começa tudo novamente.
"Alô?"
"Oi. Quem fala?"
"James Potter."
"James?" E você não ouve a respiração dela durante alguns pares de segundos.
"Sai comigo, Lily?"
"É pra isso que você queria o meu telefone, James?" Mas, dessa vez, não há sinal de raiva na voz dela, só riso incontido.
"Por favor, Lily. Eu fui um bom menino e não liguei durante metade das férias, além de ter heroicamente lembrado do seu número de telefone."
Ela suspira.
"Se você continuar sendo um bom menino, nós podemos marcar o bendito encontro."
"E se eu não for um bom menino?"
"Então, você pode me pegar hoje mesmo às oito e meia." Tem riso se escondendo de novo, você sabe que tem.
Dessa vez você anota o endereço, apesar de achar que, logo, Lily vai fazer a magia dela que transforma a sua memória desleixada em memória fotográfica e você vai se lembrar de todo o endereço de qualquer forma.
"Casa comigo?"
A primeira estrela da noite nasce no céu, brilhando tanto quanto uma galáxia e ela estala os dedos dos pés que pisam na grama molhada.
"Sim."
O número de telefone dela termina com zero de começar tudo de novo.
