Título: Kiss Me

Autora: Minininha Bunitinha

Sinopse: Remo e Tonks vão morar juntos em Frankfurt, na Alemanha, a trabalho pela Ordem. Ela não pretendia ver-se envolvida com ele, mas nada parecia ajudá-la, porque inclusive seu sorriso era cativante. E ainda havia o ciúme.

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Capítulo Um: Acima do Enforcamento Importuno:

Ela ainda não estava totalmente acordada, mas Remo parecia não importar-se com o fato de Tonks estar de camisola e sonolenta o suficiente para não entendê-lo completamente. Há muito já havia passado a época em que sentiam- se meio constrangidos por serem parcialmente estranhos um com o outro. Agora, no entanto, eram quase completamente íntimos, mesmo que fosse uma intimidade estranha, pensava Tonks.

— Você ainda não está de pé? Vamos embora, vamos embora, já são nove horas!

— Ham! Mas só na hora do almoço... — ela disse numa voz arrastada, mas foi interrompida por Remo que abria as cortinas. — Oh, feche isso!

— Levante-se, vamos embora, temos que encontrar Jaudy daqui a meia hora. Ela ainda não sabe de nada! — Tonks não se moveu e Lupin pareceu impaciente. — Vamos embora, Nymphadora!

— Tonks, Tonks, por favor. Sim, já estou levantando. Saia daqui para eu me — ela resmungou mal humorada. — Anda, anda!

Lentamente, Nymphadora arrumou sua cama, lavou seu rosto e arrumou-se. Aqueles cabelos provisoriamente permanentes eram estranhos, compridos e embaraçavam a toa. Deveria tê-los deixado curtos e com uma cor mais viva, mas Remo havia dito que achava bonitos os cabelos grandes e castanhos claro, com os olhos grandes e da mesma cor. Ela ficara exatamente como ele tinha proposto, apenas para agradá-lo e agora estava sinceramente arrependida. Para quê agradá-lo?

Porque gostava de vê-lo sorrir.

Gostava, aliás, de vê-lo de muitas formas, mas principalmente quando ele parecia sinceramente satisfeito e sorria seu sorriso tímido, que raramente atingia os olhos, mas quando o fazia, seu olhar assumia um brilho sincero, e Tonks gostava de olhá-lo daquela forma. Na verdade, ela própria tentava se convencer de que não estava afim de Remo, que ele tinha o dobro da sua idade, portanto, idade para ser seu pai, na verdade. Mas ele era lindo e não possuía tantos cabelos brancos. Não, não estava apaixonada por ele. Abanou sua cabeça com raiva, e trocou sua roupa rapidamente.

Remo já estava impaciente quando ela chegou na sala do estar. Seus pés batiam rítmica e velozmente no chão, apenas salientando seu nervosismo. Sem falar nada, Remo limitou-se a lançar-lhe um olhar convidando-a a sair também. Rapidamente, aparataram na porta do apartamento bruxo de Jaudy, a agente norueguesa que trabalhava com eles. Não havia ninguém na pequena rua, e não houve qualquer problema. Logo, no entanto, Jaudy apareceu à porta, sorrindo largamente como sempre fazia quando avistava Remo. Tonks torceu o nariz.

Tonks decidira há muito que não gostava de Jaudy. Ela deveria ter quase trinta anos e era realmente bem cuidada, porque qualquer um poderia dizer que não possuía mais de vinte e cinco. Era bonita, mas Nymphadora sabia que usava meio quilo de maquiagem mágica, que fazia parecer ser natural, tinha o cabelo chanel e muito liso, e os olhos verdes. E Tonks também a achava meio estranha porque era branca demais e tinha o nariz meio torto, além de arrebitado. Era bastante antipática, menos com Remo, e isso era outra coisa que a deixava raivosa. O pior de tudo era que Jaudy dava em cima de Lupin, era ridiculamente descarado! Certa vez, no entanto, Tonks comentara isso com Remo, mas ele não tinha gostado do comentário.

— Jaudy?! Jaudy é bonita demais para perder seu tempo dando em cima de mim! — dissera ele com um ar levemente aborrecido. — E por que você está dizendo isso?

— Por nenhuma razão especial — respondera Tonks emburrada. — Foi só um comentário.

— Você não gosta dela.

— Quem disse?

— Eu estou dizendo. Eu sei que você não gosta de Jaudy — Nymphadora não respondera. — Você vai ter que esquecer isso; vamos trabalhar com ela durante essa missão inteira. O que ela tem?

— Nada! Eu não falei nada!

— Só porque ela dá em cima de mim?

— Então você admite — Nymphadora falou sorridente.

— Não admito, estou supondo que você esteja certa. — Ficaram em silêncio.— Mas deixe Jaudy para lá, sim? Sem implicâncias.

— Mas eu não disse nada...

Tonks abanou a cabeça, afastando aquelas lembranças tão antigas, logo da primeira semana em que estavam na Alemanha, em Frankfurt. Tão logo voltou a prestar atenção na conversa, notou que conversa dos dois divagava para um lado um tanto pessoal. Não gostou disso, e preferiu ignorá-los novamente a sentir-se tentada a interferir, o que faria Jaudy pensar que estava com ciúme. Não estava. Por ela, Remo poderia agarrar a norueguesa na sua frente e ela não sentiria nada. Lentamente, recostou sua cabeça na poltrona, e permitiu-se fechar os olhos lembrando-se da noite anterior.

Remo estava sentado na cozinha do pequeno apartamento que dividiam, e ela havia aproximado-se dele, pensando que já fazia bastante tempo que estavam em Frankfurt. Um mês, ou um pouco mais, quando ela própria tinha a impressão de que não havia mais de uma semana. Os dias passavam rápido ali, porque nunca se tinha nada para fazer e Remo era uma pessoa suficientemente interessante para não trazer monotonia. Naquela noite, entretanto, Nymphadora sentia-se entediada. O assobio de uma música chata e repetitiva de Remo não ajudava muito também, e Tonks não tinha noção sobre o que poderia puxar de assunto para que ele pudesse parar.

— Que música é? — ela disse por fim.

— Uma melodia que veio na minha cabeça. Eu não sei que música, mas é meio repetitiva, eu acho — eles ficaram em silêncio até que Remo voltou a assobiar.

— Eu preferia que você não assobiasse. É muito chato — ela reclamou olhando fixamente para os lábios dele, que se abriram num sorriso.

— Tudo bem, já parei — Tonks achou o silêncio novamente enfadonho, mas logo, no entanto, Remo assobiou um pedaço da música chata, dando um sorriso irritante em seguida.

— Acho que sei que música é essa — ela disse subitamente após alguns instantes.

— Qual?

— Bom, eu ouvi na casa de Jaudy, naquele dia em que fomos buscá-la para encontrar o tal trouxa, lembra? É bastante brega, Remo, e me admiro que tenha gostado dela!

— Eu não disse nada — ele se defendeu. — Eu não disse que gostei, veja bem, apenas que estava na minha cabeça.

— Agora pare, então.

— Se não fosse uma música de Jaudy, você teria gostado — Remo alfinetou, escondendo um sorriso irritante.

— Oh, céus! Por que você acha que eu não gosto de Jaudy? O que ela fez para mim?

— Nada, mas você a olha com tanta raiva, que ela chega a recuar.

— Ela sabe que eu não gosto dela?

— Então você admite? — ele riu, lembrando-se da noite em que Tonks lhe dissera que Jaudy estava dando em cima dele.

— Não! Eu quero saber se ela acha isso também... — Tonks consertou, sem graça.

— Não, ela não acha nada. Jaudy é bastante superficial para pensar no que os outros pensam — ele riu.

— Não sabia que você a achava superficial. E, além do mais, mulheres superficiais pesam demasiadamente na opinião alheia.

— Desculpe, então eu acho que me expressei mal — Remo observou, pensativo, enquanto comia uma maçã. — Ela é prática, embora eu também acredito que seja superficial, afinal, costuma falar muito sobre beleza, coisas da moda, e essas são coisas superficiais.

— Ah, e você gosta de ouvi-la falando essas coisas? — alfinetou Tonks, sorrindo. — Muito me admira!

— Não que eu goste, pelo amor dos Deuses, mas eu ouço. Não vou deixá-la falando sozinha, não é? — Nymphadora soltou uma gargalhada enquanto abria a geladeira e pegava uma cerveja amanteigada.

— Se fosse eu, você me deixaria falando sozinha. Mas como é Jaudy...

— Oh, por favor, fique quieta. Eu não quero nada com Jaudy, se é isso que você insinua.

— Eu?! Eu não estou insinuando nada, Remo! Você que disse alguma coisa! — ela rebateu, dando um grande gole na cerveja.

— Me arrume uma dessas — ele pediu, referindo-se à cerveja.

— Acabe de comer a maçã pelo menos.

— Tudo bem. Mas agora me diga uma coisa: por que você não gosta de Jaudy?

— Oh, Deus, dai-me paciência! Eu não...

— Admita, você não gosta dela. Eu sei que não — ele respondeu agora mais seriamente, Tonks deu um sorriso derrotado.

— Ah, Remo, não sei. Mas eu acredito que não tenha havido um motivo certo, eu apenas não fui com a cara dela.

— Mas ela não deixa de ser uma pessoa agradável.

— Qualquer mulher bonita se torna agradável aos olhos de um homem — ela disse, por fim.

— Você é uma mulher bonita, e não deixa de ser intragável — ele respondeu sorrindo. Tonks olhou vagamente para Remo e não disse nada. — Isso foi apenas uma brincadeira.

— Tudo bem. Acho que vou dormir...

— Ah, Nymphadora, semana que vem é lua cheia... — ele começou lançando-lhe um olhar confidente.

— E eu vou ficar sozinha? — ela sorriu. — Uma pena que terei de suportar Jaudy sozinha.

— Eu estou falando sério... — Remo disse com um sorriso divertido.

— Oh, eu também!

— Tudo bem, mas tente se comportar bem perto dela, sim? Agora, se quiser, pode ir dormir.

— Só uma coisa... — ela disse, já na porta da cozinha — eu também te acho bonito com esse visual de surfista coroa, tá?

Com um sorriso satisfeito nos lábios, Tonks deixou a cozinha, imaginando o que passaria pela cabeça de Lupin naquele instante. Fora quase irresistível não dizer aquilo, porque ela já vinha a muito torturando-se com a vontade de dizer-lhe. Talvez não fosse tão mal, ao passo que era apenas uma transfiguração física pessoal para o trabalho. Agora, com aqueles enormes olhos azuis, a pele falsamente queimada pelo sol, e os cabelos loiros, Remo estava realmente parecendo um surfista velho. E ainda assim, era bonito.

— Mesmo com os cabelos brancos despontando? — ela ouviu a voz dele um pouco atrás. Sorrindo, Nymphadora virou-se para encará-lo.

— Mesmo assim.

— Agora você me deixou satisfeito. Eu estava realmente me achando ridículo assim.

— Oh, não se preocupe — Tonks sorriu e foi para seu quarto.

Lentamente, as lembranças da noite anterior foram sumindo de sua mente até que as vozes de Remo e Jaudy soaram novamente mais próximas. Abriu os olhos e olhou-os com ceticismo. Não gostava de vê-los juntos, até porque sequer formavam um casal bonito. E Lupin dizia vê-la como superficial e prática em demasia, embora gastasse tempo demais conversando banalidades com ela. E uma coisa que Tonks não podia ignorar era o sorriso constante no rosto dele durante tais conversas. Se ele a quisesse, a teria. Então, pensando novamente nos dois como um casal, Tonks torceu o nariz.

— Desculpe interromper — ela sorriu, enfim, dando margens à sua vontade de interrompê-los —, mas já são quase meio dia e devemos ir, não é?

— Sim, Nymph... Tonks, vamos? — respondeu Remo com um olhar suficientemente compreendedor para deixá-la encabulada.

— Só um momento que vou pegar minha bolsa — disse Jaudy.

Quando se viram novamente sozinhos, Tonks aproximou-se de Remo e deu-lhe um cutucão significativo, segurando-se para não expressar-se verbalmente. Lupin revirou os olhos e contorceu a boca, segurando uma gargalhada.

N/A: Essa fic é especialmente dedicada a Madame Mim (Lisa), porque eu havia prometido a ela que, quando eu escrevesse uma Remo/Tonks, seria pra ela. =) Mas eu vou agradecer a minha amiga linda que me ajudou, Lyra Black, e a minha beta maravilhosa Ameria Asakura Black. Vcs são muito phodas! Amo vcs!!

Essa fic é inspirada numa música (?). Especialmente, porque eu escutei a música e quis fazer uma song com ela, mas foi bastante difícil. Hihihi. E eu comecei a escrever, e a história foi ficando maior e maior... Cada capítulo tem como título um trecho da música. Ohh, e q música é, né? Kiss Me (éé, o nome da Fic!) do Sixpence None The Richer (é, eu axo que é isso msm).

Eu espero que gostem, tá? E espero REVIEWS tbm!! Pleaseeeeeeee!!

Tow indo!!

Bjokssssssss!

Lara Lora