Finally, humpf!

Bem, esse é só o Prólogo, rapidinho, para que vocês percebam que a minha narrativa mudou, só para irem se acostumando com o novo formato da estória e todas as mudanças que eu fiz...

Enjoy it!


TO HELL – A GINEVRA´S TALE

Prologue

-NÃO!

Meu grito ecoou por todo o salão, por cima do vozerio desesperado e estridente.

Já não importava. O corpo do meu pai jazia imóvel no chão antes que o eco da minha angústia reverberasse pelas paredes de pedra do prédio mais antigo de Londres.

Continuei combatendo, ciente de que não havia mais nada que eu pudesse fazer e que me sentir insensível e malévola por não poder me ajoelhar e chorar minha família morta nesse momento não manteria nem a mim nem ao meu irmão vivos. E éramos os únicos que restavam.

Eu não via quem estava a minha frente; sinceramente me importava muito pouco com quem eu mataria ou quem iria me extinguir. Meus olhos guiavam-se instintivamente para dois lugares opostos, assim como meus sentimentos: eu queria proteger meu irmão tanto quanto queria matar meu namorado. Agora ex.

Isso, como tudo mais, era culpa dele. Era tudo sempre culpa dele.

Minha visão periférica notou dois vultos aproximando-se rápido demais de mim. Ia me preparar para reagir- mesmo sem ter idéia do que poderia fazer – quando vi um deles caindo. Os acontecimentos eram tão rápidos que eu não sei como conseguia captar tudo de forma clara e chegar às conclusões certas. Meu inimigo imediato caiu, o vulto que vinha a frente se virou; e notei ao mesmo tempo meu irmão sendo derrotado pela varinha em quem ele tinha depositado todas as suas esperanças.

-NÃO!

Não foi um grito solo desta vez. Junto à minha, havia ainda outra voz tão sanguinolenta quanto.

Notei o corpo estendido do homem louro mas não o encarei; assim como não encarei o corpo do meu irmão. Eu poderia me odiar pelo resto da eternidade se vivesse um segundo sequer a mais, mas tive que reconhecer que todos os escritores bruxos estavam certos e que a única coisa que eu tinha a fazer era ser egoísta. Me salvar; se houvesse salvação.

Sem pensar, me atirei em frente e acelerei o máximo possível pelo corredor estreito. O corredor era longo e possuía várias portas, mas eu sabia que todas elas dariam em salas minúsculas e sem possibilidade de fuga. Muito perto, quase colado a mim, eu podia ouvir distintamente passos fortes e a respiração ofegante de alguém. Nem mesmo cogitei a hipótese de me virar; continuei em disparada corredor adentro e quem quisesse me pegar que viesse atrás - ou atirasse um feitiço. Eu via com toda clareza do mundo que a única possibilidade que eu tinha era atravessar a imensa janela em direção ao céu sempre cinzento de Londres e não me preocupava com isso. Era morrer assim ou nas mãos de Voldemort – e essa obviamente não era uma escolha difícil. O que era realmente difícil era ter de incluir, com ou sem direito, outra pessoa na minha decisão final.

Quem quer que vinha me perseguindo estava muito perto, mas eu continuei. Estava a dez passos da janela quando algo se prendeu aos meus pés e me fez tropeçar. Eu não queria falhar agora. Eu não podia ser presa. Eu não seria isca para a Ordem da Fênix nem bibelô para os Comensais da Morte.

Mas eu não podia mais, eu ia desfalecer. Sinceramente não tinha a menor idéia de como havia conseguido chegar até aqui; de forma que me desequilibrei e, arrastando tudo o que estivesse num raio de três passos comigo até uma das salas laterais, rezei pela primeira vez em cinco meses.

Não foi uma oração; era uma súplica interrompida pelo barulho da porta sendo batida com força.

Eu não estava enxergando direito, minha visão turvava e desaparecia em alguns momentos, e eu não sentia meus movimentos apesar de saber que estava me locomovendo. Sabia que eu estava desmaiando e que havia algo que não se encaixava ali, mas eu estava muito cansada e havia aquele barulho infernal de gritos e coisas quebrando que eu não entendia bem. Eu sabia que mesmo com o que quer que fosse me atrapalhando eu atingiria a janela com força suficiente para não ser impedida. Era isso. Eu morreria aos dezesseis anos.

Eu morreria aos dezesseis anos com mais segredos e mais sombras que qualquer outra pessoa.

Fechei os olhos e, apesar de tudo, apesar do que eu carregava, desejei a imensidão da queda. Desejei o fim absoluto. Desejei o fim do terror em que minha vida se transformara à anos.

Eu senti. Senti algo inusitado, na verdade. Me atirei contra a janela com muito mais força do que teria imaginado e senti o alívio de não ter mais escolhas a fazer. Senti a liberdade da queda livre e vertiginosa, e na minha imaginação a última coisa que eu vi era o céu de Londres. Algo me tocou, entretanto, algo diferente que não pude ver ou compreender e me choquei com força contra uma coisa dura, logo em seguida, e então o terror foi tirado de mim.

Era a única coisa que me restava.


N/A: Então, posso continuar ou seria melhor me inscrever num curso de crochê à distância?

Eu aceito reviews anônimas... mas se quiserem que eu responda, deixem um nome, ok?

Kisses,

Angelique