CAPÍTULO 1

CAPÍTULO 1

A escolha de Ronald

Sim, a guerra havia finalmente acabado. Após a derrota de Voldemort, muitos comensais estavam presos. Ainda existia, é claro, bruxos que defendiam a Arte das Trevas, mas estavam em menor número. Ainda estavam enfraquecidos. Poucos se arriscavam a cometer atentados contra trouxas. A atuação dos aurores era precisa.

Hogwarts teve um ano sem problemas. Pela primeira vez dentre muito tempo os estudantes não precisavam se preocupar com invasões ao castelo, câmaras secretas, mistérios sombrios ou o perigo iminente da guerra. Cursaram um ano calmo onde a única preocupação era passar nos exames finais.

Harry e Gina reataram o namoro. Já falavam em casamento, mas queriam curtir o namoro fora dos terrenos de Hogwarts. Gina decidiu continuar morando na Toca e Harry comprou um sobrado. Ambos decidiram trabalhar no Ministério e prestar o curso para aurores.

Hermione e Rony também namoraram neste último ano de Hogwarts. Após o beijo que eles trocaram no meio da batalha declararam o amor que sentiam e começaram a namorar poucos dias depois. Rony também decidiu ser auror, mas Hermione preferiu trabalhar no Departamento de Cooperação Internacional de Magia. Um ponto fundamental para restabelecer a paz era a união com outros países.

A idéia da grifinória não era deixar o país. Adorava a Inglaterra e a cada dia estava mais e mais apaixonada por Rony. Poderia contribuir na produção de novos livros, leis e acordos que estreitassem esses laços. Com a ajuda de seus pais pôde dar entrada a um aconchegante apartamento não muito longe da casa de Harry.

Rony mudara muito naquele último ano. Estava mais confiante. Todos notavam isso. Ele havia crescido ainda mais e os jogos de quadribol o ajudaram a ganhar um belo corpo. Ele ficaria na Toca enquanto juntava dinheiro.

Todos haviam acabado de se formar. Tinham começado em seus empregos há algumas semanas, quando a senhora Weasley propôs um almoço de comemoração. Os pais de Hermione, que haviam se estabelecido definitivamente na Austrália, também foram convidados, porém não puderam comparecer devido à uma confraternização dos dentistas.

Após o almoço, Hermione estava andando de mãos dadas pelo terreno da Toca. Ela parou quando Rony parou e a encarou:

- Precisamos conversar, Hermione. – disse soltando a mão da morena.

- Aconteceu alguma coisa?

- É que... Acho que devemos dar um tempo... – Ele desviou seu olhar para o horizonte. Hermione mexeu sua cabeça como se seu cérebro estivesse pregando alguma peça.

- Como? Acho que não entendi.

- Devemos dar um tempo. Terminar.

- Terminar? Como toma essa decisão assim? Do nada?

- Não é do nada. Você sabe. – e voltou a encará-la. Não era do nada. Todos os sinais estavam ali. Ela não queria enxergar. Sempre inventava desculpas a si mesma: i é nervosismo por causa dos testes de auror, é saudade de Hogwarts, é saudade de Fred,... /i. Todas estas desculpas justificavam a ausência do ruivo.

- Mas... Por quê? Não gosta mais de mim?

- Na verdade não sei mais! Somos muito novos! Não sei mais o que sinto!

- Temos a mesma idade de Harry, somos mais velhos que Gina e eles sabem muito bem o que querem!

- Somos novos para casar, Hermione.

- E quem falou em casamento?

- Você! Comparando-nos com Harry e Gina...

- Era apenas um exemplo... Agora que teremos tempo pra gente, fazer amos sem se preocupar em ser pego, degustar um vinho, sair!

- Por isso mesmo. Não quero me prender em um amor adolescente.

- É isso que pensa que sinto? Um amor adolescente? Aliás, é isso que sente? Um amor adolescente? – Ela o encarou e ele desviou o olhar. Ele não respondeu e isso era mais do que suficiente para ela. As lágrimas insistiam em cair e ela não tentava mais segura-las. – Tem certeza de que essa é sua escolha?

- Sim. – ele olhou para baixo – Desculpe, eu não quero te magoar. – Segurou a mão dela, seu coração apertado. Será que ele tinha certeza?

- Tarde de mais, Rony. Já me magoou de uma forma que nunca achei possível. – soltou-se da mão dele e voltou correndo para a Toca. Ela passaria o final de semana lá, mas naquele momento só pensava em ir para casa.

Todos viram quando Hermione passou correndo e chorando. A senhora Weasley tentou falar alguma coisa, mas era impossível para a garota raciocinar naquele momento.

- Que será houve? – perguntou Harry.

- Sem dúvida, o idiota do meu irmão.

- Não fale assim, Ginevra! – ralhou Molly.

- Vai me desculpar, mãe, mas seu filho sabe ser um idiota quando quer. Harry, vá falar com ele. Verei o que aconteceu. – E, assim, tomaram caminhos opostos.

Gina subiu rapidamente os degraus e encontrou Hermione em prantos jogando suas roupas na pequena mala que havia trazido.

- Mione... Fale comigo. – ela colocou sua mão no ombro da amiga que virou-se e abraçou a ruiva. – O que meu irmão aprontou? Fala que vou lá azara-lo e ele volta rapidinho pedindo desculpas!

- Não há mais volta Gina. – e entre choro e soluços relatou a conversa que teve com Rony.

hr

Harry sentou-se no gramado e ouviu.

- Você entende, né Harry? Só fiquei com Lilá e Hermione! Tenho apenas 19 anos.

- Na verdade não entendo. Se te entendesse não teria começado um relacionamento com Gina. Gostaria que tratasse sua irmã como tratou Hermione?

- É diferente! – disse Ron, corando na hora.

- Pra mim não é, cara. Mione é como uma irmã para mim e você pisou na bola. Amor adolescente? Depois de tudo que passamos juntos na caça às horcruxes?

- Não venha com chantagem sentimental! Tenho certeza da minha escolha! Sou muito novo para me amarrar e nunca prometi nada a ela.

- Certo. Se é essa é sua escolha, mas conheço você desde os 11 anos e digo: você fez cagada. – Levantou-se e foi em direção à casa. Precisava conversar com sua amiga. Quando chegou ao quarto, viu Gina sentada na cama afagando os cabelos de Hermione, cuja cabeça repousava nas pernas da amiga. As lágrimas ainda caiam embora com mais calma.

- Mione, fica calma – disse Harry ajoelhando-se. – Ele vai logo perceber a besteira que fez.

- Não, Harry. Não ficarei calma. Foi escolha dele terminar o namoro. Ele deixou bem claro para mim que está 100 certo. – Ela sentou-se enxugando as lágrimas – Cansei das besteiras dele. Preciso ir para minha casa e ficar um pouco sozinha.

- Eu aparato com você... – disse Gina.

- Não precisa, querida. Peça desculpas a todos por minha partida repentina, mas não quero olhar seu irmão agora.

Hermione terminou de arrumar suas coisas. Abraçou cada um de seus amigos e partiu. Poucos minutos depois Rony bateu na porta e entrou.

- Só vim para ver como Hermione está...

- Como você acha, seu idiota! E ela partiu... – dizendo isso saiu do quarto empurrando seu irmão. – Dá licença, preciso avisar a mamãe.

Ron olhou para Harry.

- Estou certo da minha decisão, Harry.

- Então para de ficar se justificando. Sou amigo dos dois, só que estou muito puto com você no momento para conversarmos com calma – Dizendo isso, Harry saiu do quarto seguindo a mesma direção de Gina.