Projeto Sectumsempra de Amor Não Dói

Dotado de um nome com enorme carga poética, esse projeto foi criado pelo pessoal da seção Harry e Draco da antiga versão do fórum Aliança 3 Vassouras e tem o importantíssimo objetivo de balançar a poeira da vertente Harry/Draco, incitar os iniciados a voltarem a ler o ship e catequizar tantas pessoas quanto possível com a doutrina do pinhão.

O Projeto consiste na escrita de fics, ficlets ou drabbles baseadas em 'tables' que estão disponíveis na seção H/D do fórum, e aqui serão postadas as minhas criações.


Título: Perfeita simetria
Autora: Dana Norram
Gênero: Slash / Nc-17
Casal: Harry Potter e Draco Malfoy
Sumário: Série de oneshots e ficlets Harry/Draco. Tema da n° 01: Encontros furtivos e desesperados. "Nem parecia que eles faziam aquilo há quase doze anos. Sempre parecia que era a primeira vez. Sempre parecia que ia ser a última."
Spoilers: Deathly Hallows


AVISO: Esta fanfic contém SLASH (malexmale) e NC-17 (sexo /o/). Em outras palavras não é recomendada a menores de 18 anos e nem para pessoinhas de mente pequena.

DISCLAIMER: Se Harry Potter fosse meu, aquele epílogo seria o que ele realmente parece: uma fanfic ruim.


Projeto Sectumsempra de Amor Não Dói
(Tema: 13. Encontros furtivos e desesperados.)

Perfeita simetria
por Dana Norram

Draco fora contra aquela idéia desde o princípio. Não apenas pelo fato de ter todos os pés atrás na amizade entre Scorpius e Albus Potter ou pela cruel perspectiva de encontrar três dúzias de Weasleys reunidos num só lugar. Nem mesmo a idéia de que teria de ser polido e educado com pessoas daquele nível parecia ser o maior dos seus problemas.

Não. O ponto era a idéia de encontrar Potter. Encontrar Potter ali. Ali, bem no meio do rebanho sardento. Ali, com a mulher pendurada no braço e a ninhada correndo de um lado para o outro. Ali, com meia centena de pessoas querendo trocar uma ou duas palavras com o tão estimado chefe dos Aurores...

"Querido, por favor." Era até engraçado pensar que fora Astoria quem o convencera, para começo de conversa. "O menino Potter convidou todos os colegas da Sonserina. Todas as mães só falaram nessa festa nos últimos dias e elas sabem que Potter é o melhor amigo de Scorpius. Seria extremamente grosseiro de nossa parte não comparecermos."

Draco tentara de tudo, até fingir que estava doente, mas não teve jeito. E lá estava ele, as maçãs do rosto doendo de tantos sorrisos forçados que fora obrigado a dar em tão pouco tempo. Especialmente graças às nada gentis cotoveladas da esposa, que parecia ter tomado como missão pessoal eles serem vistos e cumprimentados por cada um dos trasgos presentes.

Não havia outra maneira de descrever aquele lugar. Era um perfeito inferno. Muito mais gente que o espaço podia comportar e todos atacando as bandejas e mesinhas dispostas com doces e salgados como se fosse sua última refeição. Mais ou menos como Draco imaginava ser a casa dos Weasley na hora do jantar.

Scorpius desaparecera no mesmo minuto em que eles chegaram, depois de localizar os amigos numa sala repleta de cabeças-vermelhas. Draco invejou as habilidades do filho. Se talvez pudesse distrair Astoria, ele conseguiria sumir dali sem ser notado também.

"Ah, veja, querido. A senhora Potter." Astoria cochichou, puxando-o pelo braço. Draco rodou os olhos, um lado seu ainda querendo aparatar dali, outro agradecendo aos céus por Potter não estar ao lado da esposa. "Eu tive poções com ela, já lhe disse isso?" Comentou sua esposa, distraidamente, enquanto avançavam na direção da Weasley-fêmea, que conversava animadamente com um grupo de velhas bruxas. "Era um desastre. Uma vez quase destruiu a sala."

"Não sei como ela não se casou com o Longbottom," Disse Draco com amargura pelo canto dos lábios, suas primeiras palavras na festa que não fossem monossílabos. "Praticamente almas gêmeas."

Astoria lhe deu outra cotovelada de leve, mas sorriu em indulgência para o esposo. No momento seguinte eles alcançaram a figura de Ginevra Potter. Draco imediatamente mordeu a língua, sentindo-se quase incapaz de não vocalizar mais nenhum comentário.

Era a primeira vez em anos que ele a via de tão perto e por um instante Draco deu graças a Salazar por não ter continuado a treinar Quadribol. A mulher tinha a pior pele que já vira em sua vida, cheia de buracos causados pela exposição prolongada ao sol, a chuva e ao vento. Isso sem mencionar as sardas, que já era um defeito de fábrica. O que Potter vira nela estava além de sua compreensão, Draco pensou, devolvendo o cumprimento que a senhora Potter lhes oferecera, desta vez sem sorrir, pois duvidava da sua capacidade de não começar a gargalhar na frente dela. E era irônico que Draco tenha sido salvo justamente por quem ele pretendia evitar o restante da noite.

"Malfoy."

Draco precisava admitir que Potter ficava muito bem em trajes de gala. O moreno havia se aproximado deles com duas taças de champanhe nas mãos e depois de entregar uma delas para a esposa, ofereceu a outra à mulher de Draco, que aceitou com um meneio educado.

"É uma bela festa." Comentou Astoria com um sorriso discreto, e Potter e a esposa trocaram um olhar antes de agradecerem. Draco segurou-se para não rodar os olhos, começando a se sentir mais desconfortável ainda com tudo aquilo. O fato de Potter estar com um dos braços ao redor dos ombros da ruiva não estava ajudando.

"Albus não pára de falar do seu filho." Disse a Weasley-fêmea, e Draco pensou ter sentido um leve tom de irritação em sua voz que quase lhe fez sorrir. Potter pareceu sentir o mesmo, e ele evitou encarar os olhos verdes. "Os dois ficaram muito amigos."

Astoria respondeu dizendo que Scorpius também falava muito sobre o menino Potter, e ela e a Weasley-fêmea começaram a falar das crianças, as taças de champanhe rapidamente esvaziando em suas mãos. Potter tirou o braço do ombro da esposa e, piscando discretamente por trás dos óculos redondos para Draco, se ofereceu para pegar as taças de volta.

"Malfoy, me parece que as bebidas estão acabando, se importaria de me dar uma mão lá embaixo?" Potter perguntou e, sem esperar por resposta, deu um sorriso para a esposa e começou a caminhar para fora do salão. Draco arregalou os olhos cinzas, abismado com a audácia do Cicatriz e talvez até tivesse ficado plantado ali, parado, se Astoria não lhe desse outra discreta cotovelada seguida de um sorriso que dizia claramente 'Seja sociável' ou qualquer outra das coisas que ela passara a última meia hora repetindo para ele.

Draco deixou as duas mulheres conversando e, procurando com os olhos, localizou Potter de costas, que caminhava agilmente no meio da multidão, se desviando de grupos de bruxos e garçons. As vestes de festa do moreno eram azuis escuras e o caimento do tecido delineava os ombros e braços de Potter de tal maneira que Draco sentiu um arrepio de antecipação subir por sua coluna.

Ele já estava quase alcançando Potter quando o outro entrou por uma porta que aparentemente dava para o porão da casa. Draco olhou por cima do ombro, para ter certeza de que ninguém estava olhando para eles, e chegou até a localizar o Weasel próximo dali, fazendo gracinhas para sua esposa de sangue-ruim e suas duas crias de sangue pior ainda. Rodando os olhos com vontade agora, Draco fechou a porta atrás de si, passando o trinco quase que inconscientemente, e desceu as escadas a sua frente com rapidez.

Mal tinha chegado ao fim dos degraus quando sentiu ser segurado pela nuca e prensado contra uma parede úmida e gelada — um contraste abissal com relação aos lábios que apertaram os seus, também sem qualquer aviso. Embora úmida, a boca de Potter estava quente e Draco imediatamente fechou os olhos, cedendo ao sentir a pressão da língua dele forçando espaço. Suas mãos subiram pelo peito coberto pelas vestes azuis até alcançarem o pescoço e em seguida os cabelos negros que Draco segurou fazendo força, puxando Potter para mais e mais perto. Os dois separaram os lábios apenas o suficiente para tomarem uma rápida tragada de ar, antes de voltarem a se beijar como houvesse um exército inimigo em cima deles. O que era mais ou menos o caso.

Draco escutou o barulho de vidro quebrando quando as duas taças que o moreno havia levado consigo foram largadas no chão sem paciência. Tão logo Potter viu-se com os braços livres, ele envolveu Draco pela cintura, uma das mãos subindo pelas suas costas e a outra descendo pela curva de suas nádegas, que o moreno apertou com vontade. Draco ofegou em meio ao beijo, dando um puxão de leve nos cabelos de Potter que tinha entre seus dedos.

"Você veio." Sussurrou Potter, ou melhor, Harry, quando soltou os lábios de Draco e começou a beijar o pescoço exposto do loiro. Draco cerrou os olhos, mordendo o lábio inferior com força.

"E já vi que não deveria ter vindo. Estamos numa festa, Potter, seu idiota. Na festa de aniversário do seu filho, diga-se de passagem." Acrescentou Draco, desta vez puxando os cabelos de Harry com um pouco mais de vigor para que ele parasse com o que estava fazendo. O moreno soltou seu pescoço para encará-lo com um brilho frenético nos olhos verdes e uma expressão impaciente na face. "Minha esposa e a sua estão lá em cima e você pretende o quê? Sumir por uns dez minutos e depois aparecer como se nada tivesse acontecido?"

Harry soltou um resmungou de 'É, é essa a idéia a geral' e deu outro apertão em Draco. O loiro, pego de surpresa, não conseguiu segurar um gemido, e Harry sorriu satisfeito, fazendo menção de voltar a beijá-lo. Draco lhe segurou pelos cabelos novamente e o moreno estancou no lugar, resmungando consigo mesmo.

"Se é essa a sua idéia, Potter, então trate de ficar longe do meu pescoço, porque nem os melhores feitiços do mundo vão fazer esses chupões desaparecerem tão rápido assim, e eu não pretendo voltar para aquela festa parecendo que fui atacado por um explosivim no cio."

Desta vez foi Harry quem mordeu o lábio inferior, como se tentasse se controlar para não atacar cada pouco pedaço de pele exposta do outro. Draco podia sentir a pulsação do moreno, cujas mãos sobre si tremiam de ansiedade. Nem parecia que eles tinham se visto no dia anterior, no Ministério. Nem parecia que eles faziam aquilo há quase doze anos. Sempre parecia que era a primeira vez. Sempre parecia que ia ser a última.

"Okay," assentiu Harry com um tragar de ar desesperado, os lábios se aproximando novamente de Draco, que se afastou um pouco, mais uma vez sentindo a parede úmida atrás de si. "Nada de pescoço hoje, então. Vou guardar para quando você aparecer segunda-feira no trabalho com aquelas suas vestes de gola alta. Nunca achei que você usasse aquilo por razões tão escusas assim, sabia disso?" Sorriu o moreno e sem dar tempo ou chance para que Draco dissesse ou fizesse qualquer coisa, Harry começou a abrir os botões de suas vestes desastrosamente, expondo o peito pálido do loiro, que sentiu seus pêlos claros se arrepiarem em contato com o ar frio do porão — logo esquecido quando os lábios quentes do outro começaram a traçar o caminho do pomo de adão até seus mamilos, que foram envolvidos um a um, a carne sensível sendo mordiscada sem pressa.

Draco deixou a cabeça pender para trás, os olhos fixos no teto escuro, os dentes rangendo para segurar os gemidos que queriam escapar de seus lábios. Usando as mãos para se manter no lugar, o loiro procurou aproveitar cada segundo ao máximo, tentando se concentrar apenas nos ruídos quase obscenos que o moreno fazia ao passar a língua pelo seu peito, nas sensações que os toques de Harry lhe proporcionavam.

Não havia uma única parte dele que não entrasse em conflito sempre que se via em situações como àquela — que não apenas tinham se tornado freqüentes e comuns com o passar dos anos, mas também tão essenciais quanto simples atos como comer ou respirar. Ele nunca se esquecera de como começara, mas nunca deixara de se perguntar por que acontecera, dúvida que só conseguia ser aliviada quando sentia Potter assim, junto a si, suas mãos e lábios percorrendo cada centímetro de pele que pudesse alcançar.

Draco percebeu as mãos do moreno se atrapalharem com os botões de sua calça e sorriu consigo mesmo por ter deixado Harry naquele estado. Então ouviu o som de tecido sendo puxado e arregalou os olhos para o nada ao sentir Harry envolvê-lo com a boca, o presunçoso sorriso desaparecendo de sua face pálida no mesmo instante. Draco firmou as mãos com mais força na parede, não sentindo a menor segurança em suas pernas agora trêmulas.

Logo já tinha desistido de segurar os gemidos. Somente uma ínfima, quase insignificante parte sua parecendo minimamente preocupada com o fato de que alguém poderia escutá-los ali. Harry, obviamente, não estava, pois além de se ocupar com Draco, o moreno abrira sua própria calça e agora se tocava usando a outra mão, os ruídos de ambos se fundindo num único e dissoluto som.

Ao sentir Harry soltá-lo para poder mordiscar a pele sensível de sua virilha, Draco se apoiou melhor contra a parede, afastando as pernas e dando acesso aos dedos úmidos de saliva do moreno, que começaram a prepará-lo apressadamente. O loiro sentia a respiração rápida e descompassada de Harry contra sua pele nua, a pulsação acelerada do outro, cada súbito toque um ligeiro sobressalto.

Harry então voltou a tomá-lo com os lábios, sem diminuir o ritmo de seus dedos dentro dele, e Draco arriscou tirar uma das mãos da parede para segurar nos cabelos de Harry, impedindo-o de continuar antes que tudo terminasse rápido demais. O moreno emitiu um ruído irritado com a interrupção e, quando Draco percebeu, Harry já estava de pé outra vez.

Houve tempo apenas para seus olhos se encontrarem rapidamente e, sem dizer nada, sem pedir nada, sem qualquer aviso, Harry o segurou pela cintura, fazendo com que Draco virasse o corpo até ficar de costas para ele, o rosto voltado para a parede. O loiro encostou a testa contra o cimento frio do porão e lambeu os próprios lábios, então secos, sentindo as mãos de Harry ocupadas em tirar vestes e capas do caminho.

O moreno o envolveu num abraço quente. Ou ao menos foi o que Draco pensou até o instante em que Harry enfiou uma das mãos no bolso de suas vestes, que ainda pendiam abertas sobre seu corpo. O moreno agarrou então a varinha de Draco por alguns segundos apenas, usando-a para conjurar um feitiço em voz baixa, antes de soltá-la para poder segurar Draco pela cintura com a mão, procurando mantê-lo firme no lugar, enquanto com a outra se guiava para dentro dele.

Com os olhos apertados e os lábios entreabertos numa exclamação muda, Draco afastou mais as pernas, seu braço esquerdo apoiado contra a parede fria, o direito estendido para trás, tomando um pouco de controle da situação, segurando Harry e tentando fazê-lo se mexer logo de uma vez. O loiro virou o rosto de lado, olhando de soslaio para Harry, que lhe deu um pequeno sorriso conforme começava a se movimentar devagar, a boca se aproximando do ouvido de Draco.

"Tá bom assim?" A pergunta saiu rouca, quase apreensiva, e Draco fez um aceno firme e positivo com a cabeça, não confiando no som da própria voz.

Sem soltar a cintura de Draco, Harry pouco a pouco aumentou o ritmo, entrando e saindo, intercalando com movimentos curtos e então mais profundos, fazendo o loiro arquejar, quase subindo nas pontas dos dedos do pé, arrancando resmungos indecifráveis a cada nova investida. Draco até tentou ditar o compasso no começo, mas desistiu segundos depois, preferindo usar a mão livre para se tocar enquanto sentia cada centímetro do corpo de Harry em perfeita simetria com o seu.

Ele não sabia dizer qual era o melhor momento de encontros como aqueles. Quando o medo de serem apanhados somado ao quase já superado sentimento de culpa, e então acrescido pela alegria de estarem juntos, se transformava em uma coisa só. Algo que, embora ao mesmo tempo o assustasse, também lhe dava uma sensação de plenitude que ele jamais alcançara antes. Não era apenas saber que era mútuo, mas especialmente ter certeza de que aquilo não seria possível com nenhuma outra pessoa. Cada momento único. Singular. Extraordinário. E ainda assim tão perfeito quanto todos os outros.

Draco abriu os olhos, sem perceber que os havia fechado, perdido em meio a todas aquelas sensações que o assaltavam, ao notar uma das mãos de Harry tocando seu peito de leve. O loiro engoliu em seco ao sentir o outro traçar os dedos ágeis pelas cicatrizes pálidas em sua pele — as mesmas das quais o moreno já decorara tamanho e forma. Harry continuou a carícia, subindo os dedos devagarzinho até alcançar o braço que Draco mantinha apoiado contra a parede, dobrado um pouco acima de sua cabeça, e por fim pousou sua mão sobre a dele.

Aumentando o ritmo das investidas, os movimentos cada vez mais curtos e erráticos, quase descontrolados, Harry colou seu peito contra as costas de Draco, que ofegou ao sentir os botões das vestes do moreno marcarem sua pele por debaixo do tecido. Ele já quase podia antecipar aquela sensação que misturava calor e frio, que o deixava com a boca seca e os dedos dormentes. E Draco sabia que Harry estava começando a sentir o mesmo e que nenhum deles agüentaria por mais muito tempo, mas ele queria poder prolongar aquele instante um pouco mais. Só um pouco mais. Só um pouco para que eles não tivessem que voltar logo lá para cima, fingindo que nada demais acontecera entre os dois.

Mas era inevitável. O paradoxo de sensações atingiu-os com um estremecer violento. Encontrou Harry beijando a nuca de Draco, que, ao mesmo tempo em que tentava memorizar cada minúscula impressão daquele momento, também sentia seu peito repentinamente inundado por algo que ele não conseguia decifrar, mas que devia ter algo a ver com a força como Harry entrelaçava os dedos de sua mão, apoiada contra a parede que, afinal, já não parecia mais tão fria assim.

Em um silêncio que só foi quebrado pelo som de botões voltando para suas casas, de tecidos sendo desamassados, feitiços murmurados a fim de colocar um pouco de ordem e últimos e atrapalhados beijos sendo trocados na penumbra, os dois subiram as escadas de volta para a festa.

Encontraram tudo exatamente como tinham deixado. Crianças correndo, adultos conversando, garçons passando com suas bandejas. Ninguém parecia ter reparado no sumiço deles, nem mesmo as duas mulheres que tinham se juntado a um pequeno grupo numa mesa logo adiante.

Draco só reparou que Potter havia apanhado uma caixa de bebidas antes de sair do porão quando o moreno mostrou o fardo para a esposa com um sorriso cansado no rosto. A Weasley-fêmea ergueu as sobrancelhas ruivas, parecendo levemente curiosa.

"Não sei o que aconteceu com aquele lugar." Potter disse. "Acho que James deve ter aprontado por lá. Está uma bagunça. Levei eras para encontrar essa caixa aqui. Ainda bem que Malfoy estava junto e me lembrou de usar um feitiço convocatório, do contrário acho que estaria perdido lá embaixo até agora."

O rosto de Astoria corou de orgulho, e Draco mordeu o interior de suas bochechas para não começar a sorrir. A esposa de Potter balançou a cabeça em compreensão e lançou um olhar de soslaio para o filho mais velho, um pouco afastado deles, que aparentemente contava piadas a uma jovem acompanhada por um rapaz de cabelos turquesa.

"Falo com ele amanhã." Disse a ruiva se levantando e estendendo os braços para pegar a caixa das mãos do marido, antes de tomar a direção da cozinha. "Aposto que deve ter algumas coisas da loja do George lá embaixo também. Por via das dúvidas acho melhor ninguém descer sozinho naquele porão por hoje."

E, quando a mulher já havia se afastado o suficiente e as demais pessoas ao redor deles voltaram a conversar, Potter se aproximou e falou em voz baixa apenas para Draco ouvir. "Aposto que aquela caixa lá não dura nem mais meia hora."

Desta vez Draco não conseguiu segurar o sorriso. Ele até seria capaz de dar um beijo em sua esposa naquele exato instante. Vir àquela festa talvez não tivesse sido uma má idéia, afinal de contas.

Fim


Sobre a fic: Essa fanfic foi originalmente escrita em 12/04/08 como resposta ao Tema n° 13 ('Encontros furtivos e desesperados') da primeira fase do Projeto Sectumsempra de Amor Não Dói, promovido pela seção HD do fórum Aliança 3 Vassouras. O projeto continua na ativa, mas agora em novo endereço: www. 6vparavoce. com. br (para acessar, tire os espaços).

Nota da Autora: Quem acompanha o efê-efê-ponto-nete há algum tempo, já deve ter esbarrado com as outras fanfics do Projeto espalhadas por aí. Eu demorei para postar as minhas porque a intenção original desta que vos fala era escrever várias fics (todas com spoilers de DH) e daí postá-las em uma ordem 'cronológica". Bem, como não rolou de fazer isso, vamos postando assim mesmo como está. xD Espero que gostem dessa 'rapidinha' pinhônica e me digam o que acharam. :)

Aviso: Ah, desta fase do Projeto eu tenho mais duas fanfics prontas para postar, mas ainda não sei quando vai ser. o.o

Agradecimentos: A Calíope Amphora pela betagem amor, as meninas da seção HD pelo apoio incondicional e surtos pinhônicos aleatórios e a todos que leram deixaram comentários na minha última fanfic postada, "Estilhaços". Kinsgley também ama vocês. \o\