Má Interpretação

Beta: Amanda Poirot

Disclaimer: Harry Potter não é meu e isso não é novidade...

Summary: Não tinha como imaginar, não era sua culpa ser inocente.

Aviso: Yaoi... Pobre Ginny... ah... eu não vou com a cara dela mesmo.

Shipper: Harry e Draco

N/A: Bem, Darkness está andando a passo de lesma, porque recentemente teve semana de prova na escola e no momento eu estou dividida entre a semana de recuperação, apresentação de trabalhos e organizar os capítulos que minha beta me passou para poder postar. Então fiz essa very very very shortfic. Só uma mini distração... Estou avisando minhas atualizações no meu flog, url no perfil... Não me matem, eu juro que Darkness tá andando...

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Ginny passeava calmamente por Grimmauld Place, pensava sobre a guerra finda, a estranha volta de Sirius e o seu namoro improvável com Snape, o casamento de Remus do qual também seria dama de honra, como no de Fleur e, claro, pensava em seu noivado com o mais requisitado moreno de todo mundo bruxo, Harry Potter. Às vezes passava por sua cabeça a súbita transformação do Malfoy mau no Malfoy bom, mas era muito pouco, ainda não suportava o moleque. Garoto insolente, sempre mexendo com Harry, o empurrando, tocando, ficando próximo demais. Tudo para deixar ele constrangido. Porém, para sua infelicidade, ele realmente não era um traidor da causa da Fênix e também seria padrinho no seu casamento.

Chegando a sala todos estavam reunidos conversando amenamente, todos os senhores e senhoras Weasley, Remus, Sirius, Severus, os dois últimos estavam à parte da conversa amena sobre o casamento de Harry, a senhora Nymphadora Tonks Lupin, a pequena Ahnastassia Lupin, Harry e Draco, esses dois estavam sentados na ponta do sofá com Sirius e Severus. Harry estava bastante constrangido, Malfoy acariciava-lhe as costas, provavelmente por isso seu herói estava daquele jeito, Malfoy sempre tentava deixá-lo assim. Caminhou decidida até ele e sentou em seu colo. Por um instante jurou ver decepção no rosto de Harry, mas provavelmente era porque Draco não o havia soltado.

-Olá, Weasel Fêmea, falávamos de você. De como não tem peito para caber no vestido que a sua mãe adoraria que você usasse. Pobre senhora Weasley, não tem culpa de a Weasel Fêmea não ter nascido com bons dotes – sorriu encantadoramente falso para ela. Sua boca caiu em indignação e estava prestes a bater nele se não fosse a risada límpida de Harry.

-Draco, isso foi baixo e vil.

-Como você, meu docinho de côco – e ambos gargalharam.

Ginny nem se importava com os apelidos de Draco, só não entendia o fato de ser a única Weasley a recebê-los, nem Ron era apelidado. Ficava mais confusa quando Harry parecia concordar com esse loiro aguado com cara de furão.

-Harry, por que deixa ele falar assim de mim?

-Ah, meu anjinho, ele só tá brincando, é para não perder o costume, né Dray? – e a beijou suavemente nos lábios, num selinho rápido. Rápido demais.

-Lógico Ginny, você acreditaria que eu faria isso com você? Seria perseguição pessoal – sentada no colo de Harry ela notou quando a mão de Malfoy se prendeu na cintura de seu noivo, pois as pontas dos dedos roçaram nela. Potter pareceu sorrir mais com esse gesto claramente possessivo.

-Ginny querida, venha ver a foto deste vestido que a Angie trouxe, sabia que Fred escolheria uma esposa com tanto bom gosto – disse feliz, e Ginny caminhou até Molly e Angelina.

Ficaram um bom tempo vendo as fotos dos vestidos, às vezes pediam para a modelo fazer uma pose diferente, ou então pegar um véu com outra imagem. Quando terminou de olhar virou imediatamente para o sofá e constatou que ele estava vazio. Os quatro homens que antes se encontravam ali haviam evaporado.

-Eles subiram. Primeiro o nosso casalsinho dos sonhos e depois os outros rapazes, eles subiram com um ar conspiratório tão grande que estou imaginando quem será a vítima.

-Provavelmente o Seboso – gritou George de mãos dada a Luna, que mantinha o ar etéreo dizendo que ficaria melhor se o vestido fosse roxo berrante em vez de pérola. – Eles aprenderam com os melhores.

-Exato! Bill, passa aquela revista ali, acho que tem umas matérias de lingerie para a lua-de-mel – tanto a senhora Weasley quanto a Angelina bateram nele com a revista que tinham em mãos. – Esquece Bill, ou eu morro espancado.

Ainda rindo ela começou a subir as escadas em direção aos quartos. Passou primeiro na frente da porta do quarto de Severus Snape e Sirius Black. Um "NÃO ENTRE" bem grande havia sido posto na porta com algum feitiço, estava bem florescente e parecia piscar, na maçaneta tinha um papel pendurado no qual, escrito com a letra caprichosa do professor Snape, estava "Qualquer um que incomodar saberá que as chances de Gryffindor ganhar a taça este ano serão nulas, seu rebanho de gryffindor insensíveis!". Uma ótima ameaça, apesar de ninguém mais estudar, eles ainda queriam que a honra rubro dourada perdurasse. Ela correu dali assim que ouviu um grito que com certeza não era de dor.

Chegou à porta de Harry e bateu.

Nada.

Novamente e silêncio em resposta. Entrou no quarto e comprovou que estava vazio. Caminhou, relutante, até o de Malfoy. Ergueu a mão para bater mas parou no meio do caminho.

-Ah não, Dragão, eu gosto dessa camisa – um lamento divertido de Harry.

-Bom, e eu também, não mandei colocar, agora passa pra mim – retorquiu. Ginny sentiu o alívio preencher seu peito.

O que ela estava pensando? Alívio? Como ela pode ter duvidado de Harry, logo com Malfoy! Não, ela não estava normal. Ergueu novamente a mão.

-Tira sua mão daí seu Gryffindor tarado e insensível – Malfoy gritou. Seus olhos arregalaram e ela deixou o queixo pender.

-Isso, grita mais alto, e eu não ia bagunçar seu cabelo, seu furão, eu ia arrumar.

-Igual ao seu? – sarcasmo.

Bateu-se mentalmente. Novamente pensando idiotice, provavelmente só estavam implicando um com o outro, como nos velhos tempos. Passou a mão erguida no cabelo e a ergueu novamente.

-Pára, testa rachada. Eu não gosto dessa posição, sempre dói e sou eu quem sente. – choque total.

-Idiota, você sente porque se joga no chão, nunca vi pior seeker que você – alívio.

-Você é perfeito?

-Lógico, Dragão. Agora venha aqui e refaça a posição – silêncio profundo. Mais silêncio profundo. Muito mais silêncio profundo.

Quando Ginny estava a ponto de gritar, ou bater na porta um som abafado de alguém, ou duas pessoas, caindo num colchão se fez ouvir. Alguém gemeu, e depois gritou.

-SEU TESTA PARTIDA INSENSÍVEL, SEU CEGO! VOCÊ QUEBROU, AGORA VAI ME PAGAR OUTRA!

-Dray, Dragão, vem cá...

-Não! Não! E não! – passos.

Ela correu e se escondeu atrás da porta. Malfoy saiu correndo para o banheiro e se trancou lá, Harry voltou cabisbaixo pro próprio quarto.

Saiu de seu esconderijo e caminhou lentamente para dentro do quarto. O quarto de Malfoy era o que se esperava dele, metodicamente organizado. Haviam prateleiras divididas em cores para os assuntos dos livros, nem Hermione fazia isso. Olhou em volta, a camisa de Harry estava caída sobre uma cadeira, botões pertencentes à camisa estavam espalhados pelo chão, ela não notara que o noivo estava descamisado. Havia uma revista aberta, provavelmente de Quidditch, e sobre a cama havia um colar com um pingente de dragão, porém o pingente estava quebrado, parecia ser feito de cristal. Ela se aproximou para olhar melhor. Era simplesmente lindo. Caminhou em volta e viu na mesinha de cabeceira uma carta com a letra de Harry, apesar de ser errado ela leu.

"Não vou casar, Dragão. Não há sentido em nada longe de você. Minha vida inteira, desde os onze anos, se passou ao seu lado, não seria agora que ficaria diferente. Vamos embora, não tenho coragem de falar isso para Ginny, não a humilharia assim. Tantos sonhos e esperanças nesse casamento fadado a fracassar, porque desde o começo quem eu queria era você. Vamos embora, juntos eternamente.

Apesar de você odiar, com amor

Somente seu, Testa Partida"

Ela manchou o pergaminho com suas lágrimas. O largou de volta no lugar e saiu do quarto. Passou pelo de Harry e o viu saindo com uma camisa nova e uma mancha roxa no pescoço, não havia sido ela a provocar a mancha. O empurrou de volta ao quarto e o trancou lá dentro com um feitiço, ouviu Draco ainda no banheiro e o trancou lá também. Arrombou a porta de Sirius e Snape, sem nem olhar para dentro. Continuou descendo. Estava sendo infantil? Imagina.

-Não vai haver casamento.

Ateou fogo em todas as fotos dos vestidos arrancando protestos das mulheres e também queimou as fotos dos lingeries, fazendo os rapazes reclamarem. Aparatou para o Caldeirão Furado e ficou lá até o dia seguinte. Quando voltou, Harry recebia uma bronca enorme das senhoras Weasley, Draco ria a um canto sentado majestosamente na poltrona, Severus sorria para o afilhado e Sirius imitava o gesto para o seu. Negando com a cabeça ela voltou para a Toca, escreveria imediatamente para Neville, por que não tomar um chá com um amigo solteiro?