Até a eternidade
Cap I
Fogo. Para quaisquer cantos que se olhassem, era esse elemento ardente que os preenchia. O chamado "céu" era adornado com chamas, lugar onde haveria de ter nuvens. O cheiro de enxofre, antes, tão letal, passava despercebido pelos que já se acostumaram com aquilo. Aqueles pobres diabos, para qual cada minuto era um pesadelo eterno e a existência era uma jaula na qual muitos almejavam as chaves, agonizavam todo o tempo, e tempo, lá não havia. Agonia eterna. Ou Inferno.
'Para cada pecador, o castigo pelo seu pecado'.
Ela vagava silenciosa, pelas areias daquele deserto vermelho. Seus pulsos jorravam um líquido viscoso e vermelho, através de um fino corte. Naquele deserto, havia milhares de outras pessoas, mas ninguém via ninguém. Aquela era a punição para os egoístas: Aqueles que, em vida, pensaram apenas em si mesmos e esqueceram dos outros, passariam toda a eternidade tendo apenas a si mesmos. Era por isso que ela estava lá. Sozinha.
Naquele mesmo céu, onde bailavam flamas, ela assistia a vida que deixara para trás. Assistia seu passado com o namorado, quando passara no vestibular e fora recebida nos braços do mesmo, seu aniversário surpresa de dezoito anos, quando fora morar numa república com as amigas... Mas, se seu passado fosse composto apenas por lembranças boas, ela não estaria onde estava por ter feito o que vez.
Em sua mente, ecoava o choro das amigas. A imagem de quando uma desmaiou. Quando uma parou de comer devido à tristeza. Quando as crianças da creche onde trabalhava choraram baixinho, pela saudade e pela ingenuidade, de não entenderem as razões para uma pessoa matar a si mesma. Mas, por mais dolorosas que fossem essas lembranças, não eram elas que a consumiam. Acima de tudo, ela via 'ele', seu namorado.
'Sesshoumaru...'
Ela via claramente diante de seus olhos quando fora encontrada morta no banheiro da casa do namorado. Este entrava no pequeno cômodo de azulejos brancos, onde, encostada em um dos cantos, ela sangrava pelos pulsos, pálida, e com os olhos entreabertos. Ela via a cada instante seu corpo ser abraçado por ele, que, em soluços desesperados, dizia o quanto a amava, e perguntava à carcaça vazia o por quê.
Era ele a razão dela estar lá, e era ele a razão da culpa que ela carregaria até o último de seus dias. Ela, ao se matar, não pensara nele, por mais que dissesse o contrário. Durante o período em que ela viu a sua vida desmoronar diante dos seus olhos, ele era o seu refúgio, seu porto seguro, o bálsamo de sua vida. Ele se tornara sua única razão de viver.
Esse era o problema. Talvez ela não tivesse conseguido viver apenas com aquele bálsamo, que agora, tanto lhe fazia falta. Ela fraquejou perante os infortúnios da vida e perdeu o maior e único bem que tivera algum dia.
Suas lágrimas já haviam secado. A fome e a sede já a haviam consumido. E mesmo assim, ela permanecia "viva". A vontade de voltar no tempo, já demais usada, já havia desistido. Não se poderia dizer que ela vivia na tristeza. 'Cada segundo no inferno é uma eternidade', lhe disseram uma vez, e agora, ela concordava plenamente. O tempo que passara na Terra desde sua morte fora o suficiente para Sesshoumaru e os outros aprenderem a conviver com a dor de sua morte. E para ela, fora o suficiente para aprender a viver com a dor causada pela sua morte.
- Tedioso. – disse uma voz masculina, atrás dela – Não concorda?
Ela estacou, e virou-se para quem a chamava. Não que a sensação de ver alguém depois de tanto tempo lhe despertasse alguma emoção, isso ela não era mais capaz de sentir. Ela viu, há alguns metros de distância dela, um homem de olhos e cabelos negros, trajando um sobre tudo escuro.
- E você não perde tempo sequer se cansando de "viver" assim. – O homem sorriu-lhe, com veneno – Não é mesmo, Kikyou?
Kikyou estreitou os olhos. Não era do tipo que perdia tempo com o que não a interessava.
- Quem é você? – Ela perguntou
- Na posição em que estou você deveria me chamar de Deus, mas soaria falso. – Ele riu – Apesar de eu ser o 'seu' Deus, tendo em vista a 'sua' posição de alma pagante no Inferno. – Ele sorriu com veneno – Me chame de Lúcifer.
--Continua--
Notaram como o primeiro capítulo saiu misteriosamente... pequeno XD? Não se acostumem, é excepcional e não acontecerá novamente o.o (non, non chorem XD)
Ok, minha explicação
por ter optado por esse assunto... Eu fui misteriosamente perseguida pelo Céu e
o Inferno esse mês. "Angel Santuary" foi lançado, eu assisti "Constantine", eu
assisti novamente "O Advogado do Diabo"... Convenhamos, um exorcista se fez
necessário -
Entan o.o... Non eh
gozado como eu amo fazer a Kikyou e o Sesshoumaru sofrerem em alternados fics 8.8?
(olhar radiante) Depois de "Olhos de nunca mais" eu decidi
realmente nunca mais fazer um fic Kikky/Inu (huhuhuh, q trocadilho infame ;-;)
e, como eu sinceramente não tava muito afim de fazer um fic Kagura/Sess (Bom
saber, quando estou com um fic deles pendente 9.9), eu decidi juntar eles dois 8D (tchans)
(silêncio)
Ta bom, eu sei que ngm perguntou nada, mas non venham me dizer q eu non expliquei nada ò.Ó. Essa nota ficou enorme o-o'
Bai bai o/
Obs: Tah bom, "nunca" é uma palavra muito forte. Quem sabe eu talvez volte a escrever alguma coisa Kikky/Inuh o.o
