Nota: essa fic contém Slash e se passa em um Universo Alternativo. Se não curte esse tipo de história, peço que não leia. Só espero que os fãs mais xiitas de Star Wars não queiram me matar! XD
Alguns dados pessoais de certos atores foi alterada. Jude Law, Ewan McGregor, Hayden Christensen e as outras pessoas que aparecem na fic não me pertencem.
Eu não faço a mínima idéia de como é a vida privada deles e nem estou dizendo que isso é real. É tudo fictício, feito com o intuito de divertir as pessoas, e só.
Boa leitura! E não esqueçam das reviews :3
Capítulo 01 – Inesperado
A vida sempre nos surpreende e nos pega desprevenidos. Quando achamos que temos tudo sobre controle, acontece uma mudança tão brusca, que no momento em que percebemos, é tarde demais.
Com esses pensamentos, Ewan tragou o cigarro rapidamente, deixando que a fumaça saísse e tomasse conta do ar a sua volta. Desviou o olhar do teto e pousou sobre os papéis espalhados pela mesa à sua frente.
Realmente estar naquela profissão não era algo fácil de ser encarado. Sua mulher, Eve, já havia reclamado milhões de vezes. Mas era o que gostava de fazer, mesmo não tendo noites de sono consideráveis ou então um salário que compensasse todas as limitações que tinha.
Ser um fotógrafo investigativo era o que nasceu para fazer. Foi o meio que achou para conciliar sua paixão pelas artes, com a procura pela adrenalina. Muitas vezes, tinha que colocar o pescoço em perigo para conseguir a foto que tanto queria.
Estava sempre ligado as noticias e tinha contatos em diversas áreas, principalmente na polícia e no jornal local. Era o modo de recolher informações importantes para então correr atrás da foto.
Com seu trabalho, ajudou em várias investigações e alguns importantes traficantes de drogas foram presos. Entretanto, nunca ficava nos holofotes, pelo contrário. Discreto e preciso, fazia o que era necessário e depois sumia, deixando apenas as fotos.
Tinha medo que sua mulher e as duas filhas pequenas acabassem envolvidas. Se isso acontecesse, não conseguiria perdoar a si mesmo. Acima de tudo, Ewan valorizava sua família e fazia de tudo para mantê-la afastada do mundo podre que lidava.
As fotos lhe chamaram a atenção e ele resolveu se ajeitar na poltrona de couro. Manteve o cigarro preso entre os lábios, enquanto as mãos folheavam as imagens. Em todas elas, sempre aparecia uma mulher, que parecia ser estrangeira, conversando com homem.
O primeiro grande detalhe era que, em suas mãos havia um pacote, que parecia ser droga. Ewan conhecia muito bem aquele tipo de embalagem, já estava cansado de ver transações do tipo.
O segundo detalhe era que essa mesma mulher era casada com ninguém menos que Jude Law, o secretário do governador da Califórnia.
Isso tudo tinha cheiro de escândalo ao longe, com certeza. Sem sombra de dúvida, o esquema parecia ser grande, porque envolvia pessoas poderosas e que tinham grande influência sobre o povo.
Ewan guardou as fotos dentro de uma pasta, cuidadosamente. Abriu a gaveta do seu lado direito e guardou o arquivo lá dentro, não se esquecendo de trancar. Levantou, apagou a luz e saiu do escritório, ainda fumando.
Foi até o banheiro e encarou seu reflexo no espelho. Os cabelos loiros precisavam de um corte, pois os fios já alçavam os cílios, fazendo com que piscasse mais vezes do que o necessário.
Seus olhos claros pareciam cansados e isso se refletia nas olheiras que se formavam. Amassou o cigarro no cinzeiro, jogou uma água no rosto e subiu as escadas. Já era de madrugada e Eve dormia profundamente.
Ele deitou-se na cama e fechou as pálpebras, tentando dormir. Com muito custo, o sono veio, tomando-o por completo. Acordou na manhã seguinte com suas filhas pulando na cama.
-Acorda papai! –Clara disse, entusiasmada, enquanto pulava.
-Hoje é sábado e você prometeu que nos levaria ao parque! –Esther comentou, sentando-se ao lado do pai.
-Hhhhmm... –ele gemeu, revirando-se e abrindo os olhos. –Que horas são?
-Dez horas. –a mais velha parou de pular e saiu da cama. –Vamos pai, levanta logo!
-Calma, meninas... –Ewan bocejou, espreguiçando-se. –Vão tomando o café da manhã de vocês que eu vou me arrumar.
-Eba! –elas comemoraram juntas e saíram correndo do quarto.
Eve deu passagem para as filhas e ficou parada na porta, observando o marido. Já fazia cerca de um ano que ele não parava de trabalhar, estava sempre atarefado. Às vezes o pegava dormindo sobre os arquivos que tinha de estudar, ou então acordado até o sol raiar, procurando pistas.
Não tinha do que reclamar, era um ótimo marido e um pai excelente, na medida do possível. O problema era que a relação de casal entre eles não estava muito boa, fazia meses que não tinham algo mais intimo.
Quando Ewan a procurava, Eve estava cansada e não tinha vontade nenhuma e vice-versa. Não eram mais sincronizados como costumavam e isso aos poucos ia criando uma sensação estranha entre o casal.
-Bom-dia, amor. –ela disse suavemente. –Quer comer o que no café?
-Oi querida... –levantou, passando a mão nos cabelos. –Quero café preto e ovos mexidos com torrada.
-Tudo bem. –a mulher virou-se antes de sair. –Vou passar o dia fora com a Candice, será que poderia ficar com as meninas?
-Sem problemas. –ele sorriu sem mostrar os dentes.
Minutos depois, Ewan desceu para tomar café. De barba feita e banho tomado, vestia uma camisa branca com gola V, calça de tactel preta e tênis de corrida. Suas filhas comiam cereal, enquanto Eve colocava os ovos mexidos com torradas na mesa.
Ficaram conversando por alguns minutos, enquanto comiam. Logo após o café, ele colocou as meninas no banco traseiro do carro, com o cinto de segurança e dirigiu para o parque, enquanto sua mulher ia ao shopping com a amiga.
Esther e Clara saíram correndo pelo extenso gramado, com o pai atrás. Usaram todos os brinquedos do playground, depois tomaram sorvete e agora Ewan estava sentado em um banco respirando ofegante.
Cuidar de crianças não era fácil. Suas filhas possuíam uma energia de dar inveja em muitas pessoas. A diferença era de cinco anos, mas se davam tão bem que pareciam ter a mesma idade.
Clara ensinava como jogar frescobol para Esther, enquanto o pai observava por trás dos óculos escuros. Estava tão preocupado com as meninas, acenando para elas, que não percebeu a aproximação furtiva de homem ao seu lado. Só se deu conta, quando o estranho sentou no banco e ficou encarando-o.
-Por acaso não vai falar comigo?
Ewan reconheceu-o imediatamente. Era seu melhor amigo, Hayden. Haviam ficado cerca de dois anos conversando apenas pelo telefone. Ele havia sido transferido para o outro lado do país, por causa do último caso em que trabalhou.
Apesar de ser novo, Hayden era um experiente detetive e era o principal informante de Ewan dentro da policia local. Foi uma grande surpresa vê-lo ali, em pleno sábado.
-Hay? –não acreditava no que via.
-Achou que fosse um fantasma? –ele brincou, dando um sorriso sarcástico.
-Não... É que... –o loiro deixou o queixo cair. –Realmente não esperava ver você aqui!
-Eu voltei para São Francisco. –comentou, apoiando os braços no encosto do banco. –Larguei minha promoção.
-Por quê? –ele olhou rapidamente procurando suas filhas e ao ver que estavam bem, voltou sua atenção para o amigo. –Você ganhava o dobro!
-Aahh... –fez uma careta de desgosto. –Não estava me sentindo bem lá. Fora que eu estava trabalhando na parte burocrática.
-Que merda hein? –Ewan deu um tapinha nas costas do outro.
-Nem me fale... Um tédio mortal aquilo. –Hayden parecia animado. –Então, as meninas cresceram né?
-É mesmo. –fez um sinal para que elas se aproximassem. –Clara agora tem dez e Esther cinco.
As garotas correram para a companhia do pai e não parava de gritar de felicidade ao verem que o tio Hay tinha voltado. Ele era realmente muito querido pelas meninas, afinal havia acompanhando-as desde o nascimento.
Hayden decidiu aceitar o convite para ver o jogo entre Yankees e Red Sox na casa de Ewan. Aproveitariam para conversar com calma, porque o telefone nunca era o bastante.
Como escocês que era, o loiro resolveu beber uma dose de whisky puro, enquanto o amigo preferiu ficar com a cerveja. As meninas brincavam de boneca perto da televisão e não faziam a mínima idéia do que eles falavam.
-Então, algum caso novo? –o mais novo perguntou, depois de tomar um gole.
-A polícia está investigando um grande esquema de drogas na cidade... –Ewan levantou-se. –E provavelmente Rachel Weiz está envolvida.
-A mulher do Jude Law, o secretário do governador? –Hayden não acreditava.
-Ela mesma. –bebericou mais um pouco do whisky. –Mudando de assunto, você fica para o jantar?
-Claro, estou morrendo de saudades da sua comida! –ele sorriu, levantando também. –Quer ajuda?
(...)
Era de madrugada e a casa estava silenciosa. Apenas Ewan estava acordado, com sua mente trabalhando a mil por hora. O reencontro com o amigo foi ótimo, mas acabou trazendo antigas memórias à tona.
E era exatamente isso o que ele não queria. Sentia-se mal quando lembrava o que aconteceu quando sua filha mais nova nasceu...
Os dois entraram em um bar qualquer, o ambiente estava lotado e parecia animado. A música do karaokê se misturava com o som das várias conversas. Escolheram uma mesa no canto, um pouco mais afastada do tumulto e beberam.
Beberam até não agüentarem mais, estavam felizes... Ewan então estava radiante, Esther era um presente de Deus. Não conseguia tirar aquele sorriso bobo dos lábios desde que saíram do hospital.
Quando perceberam que haviam atingido sua cota máxima, saíram do bar aos tropeços e foram andando até a casa de Hayden, que ficava mais perto. As palavras não tinham muito sentido e qualquer coisa era motivo de riso.
Um estava apoiado no outro, andando no mesmo ritmo, cantando músicas aos berros ou pelo menos tentando, porque viviam esquecendo a letra. Seguiram nessa animação até chegarem ao apartamento.
-Eu vou dormir... –Ewan disse, jogando-se na cama king size que existia no quarto. –Aqui!
-Essa cama é minha, porra! –o mais novo puxou o amigo pelo pé, tentando derrubá-lo.
-Ah, deixa eu dormir aqui, vai? –o loiro sorriu, esparramando-se na cama.
-Não vai não! –ele protestou, deitando ao lado de Ewan. –Vou ficar do seu lado só pra não deixar você pegar no sono...
Hayden começou a cutucar o outro, queria tirá-lo da cama a qualquer custo. Ewan começou a se irritar e resolveu imobilizar o amigo, uma vez que sabia artes marciais. Foi então que começou uma briga por quem dormiria na cama.
Conforme rolavam de um lado para outro, distribuindo socos leves, a coberta e o lençol foram parar no chão. Não ligava para o fato de estarem fazendo uma enorme bagunça.
Eles caíram da cama, Hayden bateu com as costas no carpete, mas nem reparou nisso, porque Ewan lhe fazia cosquinhas e não conseguia parar de rir. O loiro tinha o amigo entre as suas pernas e estava em cima dele, distribuindo cosquinhas no pescoço.
Mas de repente, o que era só diversão ficou sério. Eles pararam de se mexer e trocaram olhares curiosos. O álcool havia desinibido qualquer pensamento racional de suas mentes.
Era interessante ver como o outro tinha as bochechas rosadas e os lábios avermelhados, os olhos semicerrados. De alguma maneira, aquilo era atrativo e envolvente. Não sabiam porque pensavam dessa forma, porém a idéia de encostar os lábios parecia extremamente interessante.
E foi o que fizeram e como aquilo era bom! As línguas quentes e mornas quando se tocaram, provocaram intensos arrepios de prazer, que se espalharam por seus corpos. O calor ia aumentando, conforme o beijo se intensificava.
Parecia que suas vidas dependiam daquele beijo, pois exploravam cada milímetro do outro, para tentar saciar aquele desejo fora do comum. Só decidiram parar quando já não tinham mais fôlego algum.
-Ewan, eu... –Hayden começou a falar, mas foi interrompido.
-Estamos bêbados, isso fica entre a gente, ok? –o loiro disse, levantando-se. –Eu vou dormir na sala.
Depois daquela noite, nunca mais tocaram no assunto. Decidiram que aquilo foi causado pelo excesso abusivo de álcool e que nunca comentariam com outros, era um assunto pessoal demais. Poucos meses depois, Hayden foi transferido para o outro lado do país, para ganhar o dobro de salário.
Por que estava lembrando-se de tudo aquilo, como um filme rodando em sua cabeça? Já tinha superado essa questão fazia muito tempo. Ewan era hetero e casado, com duas filhas lindas. Tinha uma vida ótima...
Então por que seu membro enrijecia-se dentro da cueca? Precisava fazer alguma coisa, pensar em outra coisa. Olhou para o lado e viu sua mulher dormindo suavemente. Ela estava linda naquela camisola preta de seda.
O loiro passou a mão pelo rosto dela e se aproximou, espalhando selinhos pelo pescoço dela. Eve acordou lentamente, sentindo que o marido lhe fazia carinhos mais maliciosos. Sabia que ele gostava de fazer sexo à noite...
Respondeu aos estímulos e em pouco tempo, ambos estavam despidos. Os quadris da mulher batiam fortemente contra os dele. Ewan prendeu as mãos dela contra o travesseiro, formando uma moldura para o rosto vermelho e entorpecido de prazer.
Ele era muito bom no que estava fazendo. Não sabia explicar o motivo, mas sentia-se revolto por dentro, os pensamentos voltados para aquela fatídica noite. A raiva caiu sobre o loiro sem aviso. Estocou a mulher, fazendo-a delirar.
A fúria o fez aumentar a velocidade das estocadas, assim como a intensidade do movimento. Não demorou muito para que os dois gemessem mais alto e tudo ficasse fora de foco.
Ewan saiu de dentro da esposa e desabou ao seu lado na cama. As respirações demoraram a voltar ao normal. Eve se enroscou no pescoço dele e foi sussurrar em seu ouvido.
-Eu te amo.
-Também te amo, querida.
Era revoltante o modo como sua boca respondia automaticamente, enquanto sua mente estava a milhares de quilômetros de distância.
