Gaghiel Capítulo 1: Fazendo mudanças

4 meses depois de terminar Hogwarts, Gina chegou em frente a um prédio velho, escuro e com uma fachada de abandonado. Quando ela olhou aquilo quase desistiu, mas pensou consigo mesma: "Se não for agora, não será nunca. A vida é difícil, você vai entrar aí e vivê-la!". Ela tomou coragem, pegou uma mala em cada mão e entrou. Por dentro o prédio não era muito diferente, havia apenas uma lâmpada no teto. Gina só tinha visto isso antes em meio às coisas do seu pai.

Ela parou na recepção, colocou as malas no chão e apertou um sininho que havia no balcão. Alguns minutos depois, um homem de aparência sinistra apareceu por detrás de uma porta que ela nem havia notado que existia.

- Sim, Senhora?

- É, bem, eu gostaria de alugar um apartamento. – Ela sorriu pouco confiante. O moço não pareceu notar.

- Temos um apartamento livre de três cômodos e um de cinco. Quarto, cozinha e banheiro; e quarto, cozinha, banheiro, sala e área.

- Quais os preços? – Ela perguntou com medo da resposta.

- Bem, o de três cômodos, 70 libras semanais; o de cinco, 150 libras semanais.

- Bem, tudo bem! Ficarei com o de cinco cômodos. Onde tenho que assinar?

- Somente aqui. Seu contrato é semanal. Cada vez que a Senhora vier pagar, decide se quer ficar mais uma semana. As pessoas não costumam ficar aqui muito tempo.

- Obrigada. – Gina pegou o papel e assinou : Paris Leigh.

Ela olhou novamente para a sua assinatura, agora era verdadeiramente a bruxa francesa que ela mesma inventara. Sem sotaque, pois veio para a Inglaterra com 4 anos. Filha de Paris Cook Leigh e Ephran Leigh, bruxos que viviam como trouxas, pois tinham ido tão mal nos N.I.E.M's que não puderam seguir nenhuma carreira no mundo da magia. Não que eles desejassem isso.

Paris, apesar de morar na Inglaterra, estudou em Beauxbatons. Ela também não foi bem, como seus pais. Mas, assim como eles, queria ter outra profissão, pretendia estudar medicina trouxa e cuidar de crianças.

Gina, na verdade estava fugindo, queria entrar pra Ordem, mas seus pais a impediram. Ela disse que se não era útil perto deles, que fosse inútil longe. Mal sabia que seria muito mais útil do que jamais imaginara.

Um dia, passeando, decidindo o que faria da vida, pegou a vassoura do seu irmão e começou a voar sem rumo. Depois de muitas horas sem saber o que fazer, diminuiu a altura um pouco e, ao avistar uma linda casa - apesar de abandonada - decidiu descer. Quando ela chegou perto, ouviu muitos barulhos e gritos. Resolveu ficar escondida pra descobrir o que era. Depois de algum tempo, ela viu Lúcio Malfoy saindo de dentro daquela casa. E quando estava se levantando pra sair, viu Belatrix Lestrange, a mulher que matou Sirius Black. Teve certeza que Voldemort e seus Comensais estavam reunindo-se lá.

Decidiu aguardar um pouco mais. Depois que todo mundo saiu, esperou um tempo pra levantar-se e seguiu um comensal que, deduziu ela, não sabia aparatar - ou não podia. Depois de caminhar por quase um quilômetro, ela o viu entrar em um lugar grande cercado. Um tempo depois, chegando mais perto, ela notou ser um cemitério.

Gina havia descoberto onde Voldemort reunia-se com seus Comensais, sem querer. Escreveu na sua carta de despedida onde ele estava.E, escreveu ainda, que continuaria acompanhando todas as notícias por fora. Não podia continuar vivendo com eles (seus pais), apesar de ama-los incondicionalmente, pois não concordava com sua superproteção.

Gina subiu para seu apartamento. Depois de lembrar de tudo que havia acontecido até ali, sentiu-se exausta e todas as sensações voltaram. Ela chegou ao quarto e nem acreditou em toda a bagunça, sujeira, cheiro de mofo e barulho de ratos do quarto. Colocou a mala no chão, sentou sobre ela e começou a chorar. Depois de um tempo, levantou-se, pegou as malas e começou a voltar pelo corredor mofado, com a tinta marrom da parede descascando.

Chegando à escada, que estava, se não igual, em pior estado que o resto do prédio, lembrou-se da sua casa. Pensando, vendo que ela tinha que tomar conta de sua própria vida. Pela primeira vez sentiu raiva de seus pais por a terem superprotegido tanto. Chorou novamente, por lembrar de seus pais e sentir raiva deles.

Voltou ao quarto, pôs as malas no chão e lembrou-se que era uma bruxa. Apesar de ter começado a viver em meio aos trouxas, não precisava viver como eles entre quatro paredes. Recordou um feitiço que aprendera em Hogwarts para limpar um local. Depois de ver o quarto limpo e sem animais, achou-o menos pior. Usou um outro feitiço para lustrar os móveis, que tinha aprendido também em Hogwarts - para uma detenção do seu irmão.

Olhando novamente para o cômodo, gostou da lâmpada no teto, que ela julgava iluminar melhor que os archotes. O lugar transformou-se em uma sala quando ela conjurou um sofá branco de dois lugares e colocou debaixo de uma janela pequena. Conjurou também uma cortina branca, para combinar com o sofá e clarear o local, que tinha as paredes pintadas também de um marrom escuro, porém mais desbotado que o do corredor, e um piso escuro que ela não conseguiu definir a cor. Conjurou, ainda, um tapete branco, felpudo, lindo. Colocou uma cristaleira, que já havia no local, ao canto, na parede de frente para a porta. Num outro armário, que ela não fazia idéia pra que servia, na mesma parede da porta, ela colocou algumas coisas que havia trazido d'A Toca : umas fotos de toda sua família e um porta-retrato grande, de anos atrás, contendo um recorte de jornal com a foto de toda sua família no Egito. Até Perebas estava lá.

Ela sentiu uma saudade imensa, mas não tinha nem 24 horas que estava longe de casa. Novamente sentiu raiva dos pais, novamente chorou, novamente levantou, secou as lágrimas e disse pra si mesma: "É minha vida, vou vivê-la daqui para frente, não quero mais ser filhinha de mamãe, nem de papai e nem ficar chorando ou sentindo raiva deles. Eles foram maravilhosos. Se não tivesse sido superprotegida, estaria sentindo raiva deles por não terem me dado carinho. Eles são assim, e me amam muito. Vida, aqui estou eu para enfrentá-la". Gina sentiu uma leveza muito grande. Começou a cantar e arrumar o apartamento. Conjurou mais dois sofás de um lugar pra pôr de frente com o da janela. E um abajur de pé pra por do lado da cristaleira. Foi até a porta e olhou para sala : achou que já estava ficando com cara de apartamento.

Os outros três cômodos foram fáceis de arrumar. Ela conjurou uma mesa pra cozinha pequena e apertada e o fogão ela compraria depois. Para o banheiro ela só teve que conjurar uma cortina para o box e um tapete; pôs um espelho sobre a pia e um guarda tudo pendurado ao lado (pra escova de dente, creme dental, fio dental, essas coisas). A área ela só precisou limpar, e colocou as malas lá.

Dirigiu-se para o quarto, queria fazer um lugar bem legal, aconchegante. Estava muito sujo, tinha uma cama de casal com um colchão velho e mofado, uma cômoda suja e um guarda-roupa caindo aos pedaços. Ela primeiro usou o mesmo feitiço de sempre para limpar o local. Depois restaurou os móveis e conjurou uma linda cortina branca para pôr na janela grande de frente pra uma rua, onde tinha um parque. A cama de casal ela pôs sob a janela à frente da porta. A cômoda, ao lado direito, também encostada à parede. O guarda-roupa do lado esquerdo, dando espaço de duas pessoas entre ele e a cama. Ao lado da cômoda, à esquerda dela, ela conjurou um sofá de dois lugares, branco também, serviria pra ela jogar as roupas quando chegasse da rua. Um abajur atrás, para que, se ela quisesse ler, tivesse claridade; e conjurou uma penteadeira com um grande espelho acima, de frente para a cama.

Ela já estava exausta, esse poder de conjurar móveis exigia muito das pessoas. Mas estava se sentindo bem. E em um lugar limpo, bonito e aconchegante. Na restauração dos móveis, ela colocou uma cor de mogno bem avermelhada, lembrava a ela a marca de sua família. O apartamento era assim, basicamente branco e mogno avermelhado. Simples. Ela ainda precisava trabalhar para comprar as coisas. O apartamento estava mobiliado, e só. Não tinha equipamentos eletrônicos, que ela sabia que teria que ter por ser uma morada trouxa, e nem eletrodomésticos, mundialmente necessários. Tomaria um banho e iria ver se o dono do lugar tinha algum classificado para o dia seguinte. Ela já iria buscar emprego. Ouvira sua amiga Medaline, uma bruxa filha de trouxas, comentar sobre os classificados onde se achavam oferta de empregos.