Uma princesa fora do comum.
Capitulo 1: Um grande herói.
Acordei de manha e olhei ao lado, o nada, apenas o nada reinava até onde a vista podia alcançar. Alguma marca, ou será apenas um devaneio? Não, me recusara a acreditar que era apenas um sonho...
Levantei procurando pistas que me pudessem revelar os fatos, infelizmente se ocorreu algum crime ele foi perfeito. Nada fora do lugar. Apenas eu e o silêncio podíamos ser ouvidos...
Não sabia se ria ou se chorava, devo estar ficando louco, pensei...
Ops... tenho que ir, apesar de a cama estar bem convidativa, tenho que deixá-la.
Olho para o relógio e fico feliz, ainda posso dormir mais alguns minutos.
Deito, mas não consigo pegar no sono, antes disto prefiro investigar na memória algo a me prender, mas pouco me resta na memória... Apenas um sorriso inocente, olhos verdes, olhos sedutores aquele misto de menina mas em um corpo de mulher, cabelos cacheados e pele alva como se fosse feita de areia fina...
Recuso-me a acreditar que ela é apenas o fruto de um sonho, mas nada me mostra o contrário.
Já procurei em outros cálices o que nesta procurei achar... como combinar em um mesmo olhar a inocência e a avidez da juventude? Nos lábios um néctar inexplorado, mas profundamente cobiçado... não sei quem é, nem onde ou quando te achar. Sei apenas que um dia a linha do acaso irá unir nossos caminhos...
Passei anos a procurá-la, mas até lá pude provar de outros cálices, nem sempre vinhos tão bons, contudo a cada nova prova, pude além de conhecer e me enriquecer de cada experiência, comprovar com ainda maior clareza o que eu realmente queria.
Durante este tempo me indagava se adiantava esperar por uma ilusão. Afinal de contas, o que me garantia que não haveria de ser mais um delírio de uma mente cansada?
Braços, colos, mimos e fadigas, curiosidade, inocência, experiência, corpos nus exaustos em camas e situações anônimas, em um mesmo invólucro inocência e luxúria, de dia um soldado que não olha para traz, um guerreiro guiado pelas suas próprias regras, o bem, a bondade, a humildade, dignidade, respeito,... o tipo de herói que está sempre prestativo a ajudar, que guarda em si segredos e fraquezas que poucos poderiam suportar, como um soldado que manter sob o peso da armadura um corpo retalhado de dor, com uma flecha ainda a lhe ferir o íntimo, que como homem sangra, mas os demais longe ou perto jamais poderiam desconfiar a existir. Pois os heróis como ele mantêm a pose e a postura mesmo que já tenham perdido todas as forças, que oferecem ajuda, mas não ousam a pedir ajuda, quer por orgulho, quer por ter sido acostumado a ser assim, sempre cuidando de si mesmo.
Voltando ao lado afetivo, seja realmente o seu grande problema não que fosse amargurado ou fraco, mas como todo herói aguarda por sua bela donzela, e achá-la tem se tornado cada vez mais difícil neste mundo perturbador.
Será difícil para nosso bravo guerreiro localizar os atributos que ele realmente acha conveniente? Será que você conhece alguém inteligente, carinhosa, meiga, ponderada, delicada, bem humorada, e que esta goste dos atributos de nosso cavalheiro por ai? Se conhecer, favor nos transcrever, pois até o momento não tem sido uma procura fácil, mas quem disse que seria fácil a vida de um cavalheiro com valores antigos sobrevivendo nos tempos modernos?
Porém, como não haveria de ser diferente, todos, alguns mais outros menos, temos nossas fraquezas, de dia o herói a noite o vilão, sorrateiro como uma sombra na noite de luar, uma alma derradeira, um monstro sedento. O típico exemplo de que as verdadeiras feras primitivas ainda sobrevivem, e com elas um desejo primitivo, ardente, elas só não podem ser libertas afinal de contas o queria dos demais? Se fosse só assim seria fácil demais, mas para complicar ainda mais a vida discreta de nosso amigo, não se trata de apenas uma fera, mas duas, uma profundamente instintiva como os lycans e outra nobre, mas cruel como um descendente de Alucard. Habitar entre os extremos e controlá-los, sim este é um grande desafio.
Desta forma apenas o equilíbrio, o literalmente "respirar fundo" mantêm nosso bravo guerreiro em uma posição privilegiada, a de dominador de si mesmo, podendo com cautela usar da melhor forma possível de seus próprios medos e "inimigos" íntimos.
Por isto talvez ele se mantenha até certo ponto longe dos demais, por cautela, discrição e autocontrole, o que poderia ocorrer se fosse perturbado de seu processo intimo equilíbrio? Não creio que gostaria de ver...
É como caminhar no escuro, sem saber ao certo por aonde ir, ou onde pisar. O que se teme não é como ou onde é lá, mas sim quem o estará esperando.
Como em um campo minado, cuidado é pouco. Mas, para o nosso herói, é o mínimo a se fazer para ir atrás de sua amada.
Como ele queria que fosse mais fácil. Encontrá-la nestas festas de ricos, sentada, com seu longo e lindo vestido, com seu cabelo preso em um coque, dando-lhe mais charme.
Nada na vida dele fora normal. Aprendeu a lidar com as diferenças, sendo-lhes útil de vez em quando, ou quando ele quisesse.
Naquele fim de mundo, o que se espera é somente permanecer vivo, para continuar sua procura.
Quem diria que sua princesa encantada estaria disfarçada em uma mulher grossa, egoísta, arrogante e cheia de segredos.
Nem ele pôde acreditar que seria deste modo. Cadê os olhos de menina? Será que se enganara? Estava furioso consigo mesmo. Como isso pode ser possível?
Ela não é nenhuma princesa, mas isso não impediu que o nosso herói desacreditasse no amor.
Tão acostumado com conflitos, mas tão inexperiente em lidar com uma donzela. Será que viveu muito tempo em campos de batalhas que se esqueceu como é?
Ele que dizia ser tão esperto tão corajoso. Não podia acreditar que algum dia se sentiria rendido por alguém de cabelos grandes, vestindo saias.
A maior batalha do nosso herói ainda está por vir, e o coração é o seu pior inimigo.
Fim do 1º capitulo.
