Aesha, apesar do que ela afirma em seus sonhos, não possui o tão delicioso Li Syaoran. Infelizmente, ele pertence ao CCS, que pertence á CLAMP. Na nota ao lado, Aesha dedica esta história para sua amiga, Tasa—há! Eu concluí seu desafio estúpido.

(Nota) Essa estória é uma sátira.

Isso é tudo! Divirta-se...

(Eu não me incomodei em reler os capítulos ou verificar os erros, (n/t: certamente eu o fiz ao traduzir! ;D) desde que eu sou péssima em revisar o meu próprio trabalho, então, a gramática está meio incompleta. Desculpem por isso... hehe.)


Apaixonada Por Um Encanador

Regra Número Um:

Encanadores profissionais fazem anúncios em jornais ou na TV,

NÃO na porta do banheiro feminino.

oOo

- Você já chegou? O motorista do táxi está dirigindo com segurança? O bairro parece ser decente?

- Sim, sim e sim! – a jovem de cabelos castanho-avermelhado gritou exasperadamente pelo telefone. – Onii-chan, eu estou apenas me mudando. Pára de me tratar como uma garotinha indefesa!

- Eu não estou te tratando como uma garotinha indefesa. – a pessoa do outro lado da linha respondeu curtamente. – Eu estou te tratando como uma garotinha ingênua.

Ela bufou baixinho, não apreciando o comentário de jeito nenhum. Ela era tudo, menos ingênua. Ela não era ingênua!

- Eu não sou ingênua! – ela gritou no telefone. – Eu já tenho 21 anos e você querendo ou não, agora eu sou adulta.

- Tanto faz. Me liga quando você chegar lá.

- Só por isso... - ela mostrou a língua pro telefone, fingindo ser o rosto de seu irmão. -... Eu não vou te ligar.

O cara de pau tem coragem de chamá-la de infantil.

- Moço, você acha que eu sou ingênua e infantil? – ela se virou para perguntar ao motorista do táxi.

O homem tirou os olhos da estrada por um momento para lançar-lhe um olhar estranho.

- Perdão?

Ela suspirou e disse:

- Deixa pra lá.

Com 21 anos, eu sou a pessoa mais infeliz da face da Terra. Minha Okaa-chan morreu quando eu tinha três anos, então eu cresci em um ambiente apenas com um pai e um irmão. Meu pai tentava passar o máximo de tempo que ele conseguia com a gente enquanto crescíamos, mas seu trabalho exigia uma boa parte do seu tempo. Meu irmão e eu ficávamos com a nossa tia nas vezes em que meu pai não estava em casa. Touya se tornou super protetor e controlador quando eu tinha idade o suficiente para compreender o quê fazia os caras diferentes das garotas.

Eu nunca tive um namorado (e eu me pergunto de quem é a culpa). Eu não sei como é um primeiro beijo, ou qualquer outro tipo de beijo. Eu não sei nada sobre namoros, porque eu nunca namorei antes. Eu vi minhas amigas se jogarem por aqui e por ali pra cima dos caras, e francamente, eu não quero acabar secando as lágrimas com uma caixa de lencinhos após o outro.

Eu nunca pensei em meu futuro. Meu plano de longa vida sempre foi: conseguir um diploma escolar, entrar para uma faculdade, arranjar uma carreira decente após a formatura, começar minha própria família e então desfrutar da aposentadoria. De alguma forma, acabei desistindo da faculdade após três anos e me mudei de volta pra casa sob o sustento da minha família.

Mas isso irá mudar em breve. Começando por hoje, eu—Kinomoto Sakura — começarei á fazer algo da minha vida.

Por que eu estou tão motivada de repente?

Bem, sabe quando dizem, 'Você nunca sabe o que está faltando em sua juventude até você perceber que você só tem uma pequena quantidade de tempo restando'? Não, eu não descobri que tenho câncer ou algo do tipo. Eu descobri algo muito pior; pior do que a própria morte.

- Chegamos.

Sakura saiu de seus devaneios e rapidamente virou-se para olhar pela janela. Ela abriu a porta do carro e permaneceu de pé encarando o prédio á sua frente, respirando fundo.

- Bom, Sakura... – ela sussurrou para si mesma. – È isso aí! Esta é a sua nova casa.

Ela encarou o prédio novamente, então virou-se para o motorista com uma expressão de suplica, esperando que esse fosse algum tipo de engano.

- Tem certeza que este é o lugar certo? – ela perguntou.

O homem de meia idade começou a tirar a bagagem dela do porta-malas.

- Não é nada do que você esperava, hein?

Sakura sorriu nervosamente e olhou para o prédio de novo.

- Esperava muito mais algo como um apartamento na cobertura. – ela grunhiu. – Esse é o preço que eu tenho que pagar por tentar sair de casa sem um centavo no bolso.

O prédio ficava entre uma padaria do lado direito e uma drogaria do lado esquerdo. O edifício parecia ser bastante antigo. Não era exatamente o que ela poderia chamar de 'luxuoso', mas pelo menos era melhor do que os outros lugares que ela tinha visto pessoas morando. O bairro era até quase agradável. Ela diria que isso seria uma aventura emocionante, sem dúvida.

Respirando fundo, então pegou sua bagagem.

- Bom, eu acho que é isso! È melhor eu fazer o melhor com o que tenho, certo? A vida não vai ficar melhor se eu ficar aqui me queixando.

O homem riu:

- Boa sorte, criança.

Sakura franziu o cenho.

Por que as pessoas não entendiam?

Ela não era uma criança.

Ela estava mais do que determinada em passar pelo teste que Deus havia lhe dado. De jeito nenhum voltaria para casa e admitiria a derrota.

Um palácio de cristal ou não, ela estava determinada a começar uma vida pra si mesma, por si mesma, usando suas próprias mãos.

- Você sabe o que o primeiro homem na lua disse, - ela disse. – Não há dinheiro na lua, mas também não há dinheiro no meu bolso.

- Quem disse isso?

Sakura pulou quando uma voz surgiu de repente. Quando ela virou-se, um par de olhos de tom âmbar á encarava intensamente, hipnotizando-a mais á cada segundo. Seus olhos eram como um turbilhão de mistérios—enigmático e sedutor, tudo ao mesmo tempo. Nesses meros segundos, Sakura sentia-se como se estivesse em um labirinto sem fim, procurando por uma saída, mas não havia nenhuma.

Esse sentimento mágico era tão estranho e novo para ela. Talvez, porque essa fosse a primeira vez que ela havia visto alguém assim tão bonito.

- Ótimo. – ele gemeu em aborrecimento. – Você vai ficar aí o dia todo me encarando ou vai dar licença?

Ela finalmente recuperou sua compostura:

- H-hoe?

- Você está bloqueando o caminho, – ele disse irritado e apontou para a entrada que, na verdade, ela estava realmente bloqueando.

Sakura corou, envergonhada.

- G-gomen.

Ela abriu caminho para ele. Ele grunhiu brevemente antes de passar, murmurando algumas coisas para si mesmo sobre como ele não conseguia entender as mulheres.

Bom trabalho, Sakura! Ótimo jeito de pagar mico.

- Hoje não é o meu dia. – Sakura largou suas coisas no chão e virou-se para procurar por um táxi.

Ela não podia suportar a idéia de mudar-se para o apartamento hoje. Talvez ela pudesse ficar na casa da Tomoyo.

Tomoyo e seu namorado, provavelmente não se importariam se alguém passasse algum tempo com deles. Eles poderiam deixar de ter relações sexuais por alguns dias e isso não iria matá-los nem um pouco. Entretanto, isso provavelmente mataria Sakura, sem sombra de dúvida, se ela se mudasse para o apartamento hoje.

- A propósito... – ela pulou quando a voz do sujeito surgiu do nada de novo. Bem, surgiu detrás delas, mas... Que seja. – O primeiro homem na lua disse, 'Este é um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade'. Você não deve fazer citações por aí, se você não sabe citá-las corretamente.

E com isso, ele voltou pra dentro do prédio. Sakura ficou olhando para a entrada; pasma. Então se viu irrompendo em risadas.

- Interessante... – ela agarrou sua bagagem e dirigiu-se em direção á entrada do prédio.

Sakura entrou no prédio e deu uma breve olhada no saguão de entrada; não parecia tão ruim assim. Ela tinha encontrado o lugar no jornal por acaso e ligou de imediato, porque era barato. Ela não esperava receber uma ligação do proprietário cinco minutos depois, dizendo que ela podia ficar com o apartamento. A pessoa sequer perguntou pelo seu nome ou algo parecido. Ele só disse, 'Pode ficar com o apartamento. Mude-se a qualquer hora' e desligou. Há! Um péssimo senhorio.

- Olááá? – ela chamou. O saguão estava praticamente vazio.

Será que alguém sequer vive nesse prédio?

- Já vai! – alguém finalmente respondeu após vinte segundos.

Ela suspirou e começou á andar pela pequena sala olhando coisas aleatórias, espantada pela quantidade de telhas de aranha localizadas em todos os cantos possíveis. Que tipo de lugar endemoninhado era aquele?

- Como posso ajudá-la?

Ela encarou a pessoa a sua frente, completamente boquiaberta, enquanto tentava formar frases concretas. Mas tudo o que saiu foi:

- Eu... Err... Você... Hubba hubba.

- Perdão? – ele arqueou a sobrancelha ligeiramente. Obviamente, 'hubba hubba' não estava em seu dicionário.

Oh, Deus. Se pelo menos a Tomoyo estivesse aqui para ver esse cara—esse deslumbrante pedaço de carne.

Sakura socou-se mentalmente. Ela tem saído com as garotas um pouco demais ultimamente.

De qualquer jeito, não era como se ela fosse capaz de se conter. Ela não tinha culpa de seu comportamento, porque era ele quem estava lá parado com uma pequena toalha em volta da cintura. Sem mencionar o quanto ele era alguém para se prestar atenção, com gotas de água escorrendo pelo seu cabelo e correndo pelo seu corpo... Bronzeado.

Ela definitivamente tem assistido á muito filmes de romance com cenas de chuveiro.

- Yue, coloque alguma maldita roupa. – sua mente saiu da terra dos sonhos quando uma terceira pessoa disse agitadamente. Era o cara de antes. – Só porque você é o proprietário do edifício, não quer dizer que você pode andar por aí cegando as pessoas.

O homem de cabelos prateado— será que pelo menos era uma cor de cabelo verdadeira?—grunhiu e murmurou algo baixinho antes de desaparecer por uma porta do lado esquerdo.

- Se você quiser processá-lo por quaisquer futuros traumas emocionais, os formulários estão sobre a mesa, - o cara de olhos tom de âmbar disse.

- Espera... Ele é o proprietário? – Sakura perguntou.

- Pelo que eu saiba, - ele respondeu antes de ir embora.

Qual é a desses caras que simplesmente saem? Será que iria matar se pelo menos eles dissessem algo antes de partir? O que será que aconteceu com o bom e velho, 'tenha um bom dia' ou 'bem-vinda á vizinhança' ou sequer um 'até mais' estava bom.

O tal Yue finalmente voltou após cinco minutos. Desta vez, ele estava vestido. Com roupas normais.

- Desculpe. Eu estava tomando banho quando você apareceu, - ele começou. – Você deve ser a garota com quem eu falei pelo telefone hoje cedo.

- Pois é.

Ele caminhou até a mesa do saguão e puxou uma chave de dentro de uma das gavetas.

- Aqui está sua chave. Eu irei te mostrar seu apartamento e explicar algumas coisas. – ele atirou-a as chaves e mostrou o caminho através de uma porta que conduzia ás escadas. – Meu nome é Yue.

- Yue-san, por que nós estamos indo pelas escadas? – Sakura perguntou.

- O elevador está quebrado faz uma semana.

- Você tentou ligar pra manutenção?

O homem deu de ombros:

- Ele disse que estava com muita preguiça pra consertar.

Com preguiça.

Quê tipo de manutencionista diz estar com muita preguiça pra trabalhar?

- E eu estou com muita preguiça pra bater nele.

Não me diga que eu vou ter que usar as escadas todos os dias até certas pessoas resolverem trabalhar...

- A propósito, em que andar é o apartamento? – Sakura indagou.

- Nono. Há um total de doze andares com quatro apartamentos por andar.

Você só pode estar de zoação!

- E os idosos, não vão ficar cansados em subir as escadas todos os dias?

- Há cerca de quarenta e tantos inquilinos nesse prédio, variando de 18 á 30 anos de idade. São todas do sexo feminino, com exceção de um.

Ela ficou com uma gota na cabeça.

- Então você e o cara de hoje cedo são os únicos do sexo masculino aqui?

- Exatamente.

Cara. Eu to com um mau pressentimento sobre este lugar...

Vivendo num edifício com quarenta e tentas outras mulheres e babando pelos mesmos caras—vai ser terrível.

Após um lance de escadas atrás do outro, Sakura já não conseguia sentir mais suas pernas. Elas estavam tão doloridas e dormentes que não conseguia dar nem mais um passo. Sakura dificilmente estava conseguindo respirar com toda aquela caminhada. Sabia que não deveria ter parado de correr na esteira.

- Você está bem? – ela tinha certeza que ele estava tentando segurar o riso.

- Tô, - ela disse entre fôlegos. – Quanto falta?

- Nós já chegamos ao nono andar. – Sakura não poderia estar mais feliz ao ouvir isso. – Seu apartamento fica no fim do corredor. – Yue continuou á liderar o caminho. – O apartamento 203 fica ao lado do apartamento 4.

- Espera... Você disse que o 203 fica ao lado do 4?

- Eu sou apenas o proprietário. Vocês esperam que eu saiba de tudo por aqui? – ele começou á gritar. – Talvez o 4 queira ficar ao lado do 203. Será que tudo têm que fazer sentido pra vocês pessoas? Não se pode nunca ficar satisfeito com o que você sabe? Têm sempre que ter lógica. Por que isso, por que aquilo—O quê há de errado com as pessoas da sociedade atual?

- Tá bom, credo! Eu só estava perguntando.

Eu desisto.

Ele pode até ser gostoso, mas é maluco.

- Eu só lhe proporciono um lugar pra ficar. Se você precisar consertar algo ou comprar alguma coisa, então isso é problema seu, - ele continuou. – O aluguel mensal inclui tanto a eletricidade quanto a água. Eu cobro o aluguel no final de cada mês—você vem até mim, eu não te procuro. Se eu não tiver um cheque ou dinheiro na minha mesa no dia do pagamento do aluguel, você vai pro olho da rua. Entendeu?

Sakura concordou com a cabeça.

- Você precisa de alguma ajuda com isso? – Yue perguntou, olhando para a bagagem nas mãos dela.

Sakura riu com desdém mentalmente.

Maravilha. Me deixa carregar a bagagem nove lances de escadas e, em seguida, me pergunta se eu preciso de ajuda.

- Eu posso muito bem dar mais seis passos. – ela disse pausadamente, enquanto colocava uma mala no chão e girava a chave na fechadura com a mão livre.

Ela abriu a porta e entrou. Colocou sua bagagem no chão e observou seu tão-denominado apartamento. Sakura não pôde esconder a expressão de desgosto em seu rosto. Não era a toa que o apartamento era tão barato quanto sujo. O teto estava praticamente rachado, havia tinta lascada por todo lugar, ácaros e só Deus sabe que outras criaturas viviam naquele lugar, e os móveis pareciam pertencer á Era Mesozóica. Sem mencionar o cheiro de mofo impregnado no ar.

- Lugar bem legal, né? – Sakura não sabia dizer se ele estava sendo engraçado ou sarcástico, porque ele não poderia estar falando sério.

Ela caminhou até a pia e passou o dedo indicador pelo topo do balcão, espantada ao ver quantas camadas de sujeira havia coletado em apenas um segundo. Sentiu-se horrorizada quando tentou mover-se, mas seu sapato estava preso á algum tipo de goma ou substância no chão.

Só pode ser brincadeira!

- Não há mais ninguém nesse andar, então se você precisar de ajuda é só pedir ao cara do apartamento 205, - Yue disse.

Sakura quase se engasgou com a própria saliva.

- Espera— Cara?

- O cara que você conheceu hoje cedo. – Yue tentou esconder a irritação em sua voz.

- Ele mora nesse andar? – Sakura perguntou novamente.

- Se você tentar violentar ele e se machucar na tentativa, eu não serei responsável por quaisquer acusações de sua família.

Sakura revirou os olhos.

- Por que eu iria tentar violentá-lo? Pelo que eu saiba, ele poderia tentar me violentar.

O homem de cabelos prateado riu histericamente. Limpando as lágrimas dos olhos, ele saiu após murmurar 'vai sonhando' na cara dela.

O quê que ele quis dizer com 'vai sonhando'?

zZz

- Seu senhorio disso o quê? – a garota berrou do outro lado da linha antes de cair na risada.

- Eu sei, que atrevimento! – Sakura disse de volta, indignada pelo comentário de mais cedo. – Dá pra acreditar que ele realmente diria isso para um cliente?

A outra garota pausou brevemente:

- Hm... Ele é gostoso?

- Qual deles?

- Ambos são gostosos?

- Por que você acha que dois homens atraem tantas mulheres pra este edifício?

Sua amiga riu:

- Isso vai ser muito interessante, né?

Sakura revirou os olhos.

- Deixa isso pra lá. O quê o Eriol disse sobre arranjar um emprego como secretária dele?

- Não vai rolar.

- Por que não?

- Ele disse que eu não devo te mandar pra espionar ele.

Sakura gemeu:

- Mas eu preciso de um emprego!

- Ele disse que irá ajudá-la olhar por aí. – Sakura relaxou um pouco. – Então, você está mesmo noiva?

- Por que você foi me lembrar disso?

Só a Tomoyo mesmo pra lembrá-la de um assunto que ela vem querendo esquecer faz um mês.

Já era ruim o suficiente ela não ter tido uma festa de aniversário nos seus 21 anos, mas ainda seu pai tinha que dar-lhe a notícia bombástica no dia de seu aniversário. O quê poderia ser pior do que descobrir que não iria ter um carro mesmo após anos implorando por um? Descobrir que ela estava noiva de um cara que ela nunca conheceu ou sequer ouvirá falar.

Isso sim era pior do que a morte.

- Você sabe alguma coisa sobre seu secreto futuro-marido?

Sakura suspirou no telefone:

- Sei que meu pai e o pai dele eram bons amigos e que nós ficamos noivos desde o nascimento. Sei também que ele morou nos Estados Unidos a maior parte da vida. Ele se formou numa Ivy League. Nós supostamente éramos para termos nos conhecido quando eu fiz 18 anos, mas o outro lado pediu para esperar até que ele tivesse estabelecido uma carreira estável.

- Portanto, sem descrições físicas?

- Nakuru o descreveu como uma pessoa de cabelo preto e CDF. – Sakura torceu o nariz só de ter que repetir essas palavras.

Tomoyo começou a rir:

- Eu te avisei, Sakura. Você deveria ter namorado quando teve a chance e agora, você está amarrada ao Sr. Rato de Biblioteca.

- Para de ficar se aproveitando da minha dor. – Sakura amuou-se, percebendo seus erros também.

Era isso o que as pessoas queriam dizer com 'viva a vida ao máximo pra depois não ficar se lamentando'?

- Embora, eu ouvi o Touya e a Nakuru falando sobre um tal de Koji quando eu estava passando pelo quarto deles uma vez, - Sakura disse. – Então eu cheguei á conclusão de que o nome dele é Koji.

- Koji...?

Sakura suspirou pesadamente.

- Eu vou me casar com um Americano metido.

- Americano metido?

- Você já viu os caras no seu trabalho! – Sakura exclamou. – Bando de metidos, to dizendo.

- Sakura! – Tomoyo conseguiu dizer antes de cair na risada. – Os caras no meu trabalho são franceses, querida!

Sakura revirou os olhos.

- E você quer dizer...?

- Ei eu tenho que ir. Eriol acabou de chegar. – Sakura suspirou. Quem foi que disse que o vínculo entre namorados era mais forte do que tudo? Aparentemente, não era mais forte do que as tentações sexuais.

- Ótimo. Ótimo. – ela gemeu em aborrecimento. – Vá fazer sexo selvagem com o cara.

- Sakura! – a outra garota riu alto. – Eriol e eu não praticamos sexo selvagem!

- Você tem certeza disso, querida?

Sakura ouviu uma voz baixa ao fundo, seguido por um gritinho da sua amiga e a próxima coisa que ela ouviu foi... Bom, nada.

Ela fechou seu celular e o jogou no sofá.

Sakura tentava imaginar como seria se Tomoyo não tivesse conhecido o Eriol. Não a leve á mau—ela estava feliz por Tomoyo, mas ao mesmo tempo, ela sentia-se deixada de lado pela amiga.

Foi apenas há alguns anos atrás que a vida de Daidouji Tomoyo girava em torno da de Sakura. As garotas gastavam cada segundo juntas e faziam tudo juntas. Mas desde que o Sr. Hiiragizawa Eriol apareceu, Tomoyo tornou-se tão absorta em seu romance, que elas começaram a sair menos. Claro, elas se falavam pelo telefone todos os dias por cerca de cinco a seis horas, mas isso não era o suficiente para Sakura. Sakura precisava de sua melhor amiga disponível 24/7; não nas horas que Tomoyo não estava transando com o namorado.

Ela sentia falta da sua melhor amiga/prima.

Mas de certa forma, Sakura invejava sua amiga.

Ela gostaria de saber como era estar em um relacionamento, se tornar uma mulher de verdade. Não apenas crescer como uma mulher na aparência, mas se tornar uma verdadeira mulher— passar pelo processo todo, bom, você entendeu. Embora ela não quisesse ter essa experiência com qualquer um.

Ela queria fazer isso com aquela pessoa especial—o homem de seus sonhos, sua alma gêmea, seu príncipe encantado, seu cavaleiro de armadura reluzente, etc...

Hellôw, Sakura, pare de sonhar e tire a cabeça das nuvens.

Ela suspirou pesadamente.

zZz

Sakura bateu com violência em seu despertador e o jogou na parede em frustração.

- Eu odeio esse lugar! – ela berrou.

Sequer havia conseguido pregar os olhos na noite passada. Ela pensou que teria uma boa noite de sono na primeira noite em seu apartamento, mas estava redondamente enganada.

Toda vez que fechava os olhos, ouvia barulho de goteiras. No começo, ela pensou ser sua imaginação, até que continuou indo, á cada segundo ficando mais e mais alto. Finalmente, ela havia se levantado e ido procurar pela fonte de sua frustração. Levara cerca de uma hora para descobrir que o constante barulho de goteiras vinha da pia da cozinha. A água estava vazando por um cano.

Como diabos ela sequer conseguiu ouvir as goteiras do quarto dela? Sabe-se Deus como, mas ela ouviu. Cada mínima gotinha.

Ela calculou que o vazamento era uma gota por segundo, então eram 60 gotas de água desperdiçadas por minuto, equivalente á 3600 gotas por hora—ela perdeu 21, 600 gotas de água a noite inteira!

- Espera... – Sakura sentou-se abruptamente. – Eu não preciso pagar pela conta de água! – ela exclamou animadamente, voltando a deitar-se na cama confortavelmente, puxando o cobertor sobre a cabeça e disposta á voltar a dormir, ignorando toda a questão da água. Deixa o bonitão, mas maluco, senhorio preocupar-se com o problema da água.

- E se o mundo acabar ficando sem água por minha causa? – Sakura se perguntou.

Pouco provável, mas isso poderia acontecer—o mundo sofrer de escassez de água por causa de um vazamento. Era uma possibilidade, não importa o quão mínima as chances fossem (provavelmente uma em um mega-zilhão-trilhão-milhão).

Sakura decidiu levantar-se. Indo até o armário e pegando algumas roupas, ela entrou no chuveiro com esperança de que isso seria um bom jeito de começar seu dia, apesar de ter certeza de que não poderia esperar grande coisa enquanto estivesse morando nesse estúpido prédio. Sem mencionar que ela teria que sair e procurar por um emprego já que um certo alguém, se recusou a dar-lhe um emprego como sua secretária.

Droga. Como ela detestava Eriol.

Depois que terminou de tomar banho, Sakura desceu até o saguão de entrada pra falar com Yue sobre o problema do vazamento. Claro que ela teve que descer nove lances de escadas. Assim que chegou até a mesa, teve que apoiar-se á ela para não cair.

- Não é muito sensato usar salto alto quando você vai ficar subindo e descendo as escadas, - o homem comentou com uma risada irônica. – Como posso ajudá-la?

- A pia da minha cozinha está com um vazamento. – Sakura disse.

Yue arqueou uma sobrancelha como que se dizendo: 'e o quê você espera que eu faça?'.

- Chame um encanador. – ele disse, tentando conter-se pra não dizer 'Dãrrr!' na cara dela. – Olhe nos jornais, assista TV ou ande por aí e olhe nos outdoors.

- Deixe-me adivinhar... – Sakura disse. – Isso é por minha conta?

- Mas é claro!

Sakura gemeu.

Eu poderia simplesmente deixar a pia continuar vazando e ele teria que consertar ele mesmo se a conta de água viesse muito alta. - Sakura pensou maliciosamente. - Sim, eu vou fazer isso mesmo!

- Vou te botar no olho da rua se você não consertar aquele vazamento. – Yue disse com um sorriso bonzinho no rosto.

Sakura gostava mais quando ele não sorria; ele parecia muito mais agradável com uma carranca do que sorrindo.

- Se você quer alguém que cobre barato, há um anúncio pregado na porta do banheiro feminino. – Yue apontou para o banheiro feminino no piso térreo.

- Quem é que coloca um anúncio na porta do banheiro feminino? – Sakura indagou.

- Aparentemente, esse cara. – Yue retrucou. – Não se preocupe. Ele conserta tudo que estraga ao redor deste bairro.

- O importante aqui é: o quão barato ele cobra? – Sakura quis saber. – Isso é tudo que eu preciso saber.

- Ele é o mais barato dos mais baratos.

- Obrigada. – Sakura caminhou na direção que ele havia apontado antes.

Ela passou por uma porta e encontrou-se encarando outras duas portas, uma dizendo 'Homens' e a outra 'ulheres'. Ela nem queria saber o que havia acontecido com o 'M'.

Ulheres? Oh, Kami-sama...

Ela encarou o folheto e nele lia-se:

Desde canalização á ar condicionado e tudo mais—

Garanto-lhe um ótimo serviço á um preço barato!

Pegue o telefone AGORA MESMO e ligue 555-4636!

Não se esqueça—Li Syaoran é o cara.

Sakura ficou com uma gota na cabeça. Pegou seu celular e discou o número que indicava no papel. Ela segurou o telefone contra a orelha e encostou-se na parede com uma expressão entediada, esperando o telefone ser atendido.

- Alô? – a pessoa do outro lado da linha atendeu meio grogue após o quinto toque.

- Você é o... Hmm... – Sakura olhou novamente o anúncio. – Li Syaoran?

- Sim, - ele respondeu. – Do quê você precisa?

Sakura presumiu que ele tinha acabado de acordar. Tinha que admitir; a voz dele era muito atraente.

- Um pequeno problema de vazamento. – ela disse.

- Quão pequeno?

- Bem pequeno, mas também bem irritante.

Sakura escutou alguns ruídos do outra linha e, em seguida, um longo período de silêncio. Ela perguntava-se se ele havia caído no sono ou algo assim.

- Endereço? – a voz dele retornou alguns segundos depois.

- Av. Park, 23.

- Número do apartamento?

- 203.

- Nome?

- Kinomoto Sakura. – houve um baque forte do outro lado. – Alô? Você ainda ta aí? Alô? Você está bem?

Ninguém respondeu e a linha caiu.

Era oficial—ele havia caído no sono com ela na linha. Sakura voltou pro saguão.

- Yue, o cara que você me indicou desligou na minha cara.

- Ele sempre desliga na cara das pessoas. – Yue riu-se. – Ele virá e consertará o vazamento.

- Quando?

- E eu tenho cara de quem sabe?

Sakura suspirou.

- Então parece que hoje eu não irei á lugar algum, - ela disse.

Curvando-se para tirar seus sapatos de salto, ela dirigiu-se ás escadas.

zZz

Oh, meu Kami-sama... Onde está esse encanador!

Sakura gritou em frustração. Ela esteve aguardando a manhã inteira pelo encanador aparecer, mas ele não apareceu. Ela tinha ligado pra ele ás sete horas naquela manhã e agora era três da tarde, mas o cara ainda não tinha aparecido. Quão cheio o horário dele poderia estar?

Pegando seu celular em cima da mesa, ela rapidamente discou o número dele enquanto praguejava baixinho.

- Alô.

Sakura explodiu imediatamente:

- Onde diabos você está? Eu te deixei 50 recados nas últimas... – ela pausou para olhar o relógio. -... Duas... Cinco... Sete horas! Eu te liguei á sete horas! Onde você está?

- Em frente ao seu apartamento.

A campainha tocou.

Sakura foi abrir a porta e quase deixou o telefone cair quando ela viu quem é que estava em pé no corredor.

- Você é o encanador?

- Eu estava... Er... Ocupado com umas coisas de manhã. – o cara de cabelos castanhos disse, esfregando a parte detrás da cabeça, constrangido. – O quê é que tinha que concertar mesmo?

- O vazamento.

- Ah... A pia, certo?

Sakura deu passagem para ele entrar.

- A pia da cozinha. Não consegui pregar os olhos na noite passada por causa dessa goteira irritante.

O cara—Li Syaoran—riu-se. – Você deve ter mesmo um ouvido e tanto pra ter conseguido escutar a goteira.

Sakura franziu o cenho com o comentário dele, não tinha certeza se devia considerar isso um elogio ou insulto. Afinal, ela nunca tinha escutado alguém elogiar outra pessoa por ter 'um ouvindo e tanto'...

O quê quer dizer com 'um ouvindo e tanto'? Ter bons ouvidos ou orelhas como o Dumbo?

Ela decidiu encerrar o assunto e prestar atenção no cara.

- Você tinha razão... È só um pequeno vazamento. – ele disse curvando-se no chão para dar uma olhada no cano.

A primeira coisa que Sakura reparou foi seu belo traseiro.

Okay, Sakura... Respira. Controle-se! Ele está aqui pra consertar o vazamento, então você vai conseguir dormir. Espera—ele não mora do outro lado do corredor?

Oh, céus.

- Eu consigo consertar isso em cinco segundos. – ele anunciou impressionantemente.

- Sério?

Nossa, ele deve mesmo ser um excelente encanador.

Repentinamente ele tirou de sua bolsa de equipamentos um rolo de fita adesiva e enrolou em torno do local onde estava o vazamento. Então ele pegou uma vasilha de salada que estava em cima do balcão e a colocou onde a água costumava pingar.

- Prontinho! – ele exclamou, ficando de pé para bater as mãos uma nas outras, como que se tivesse terminado de fazer algo árduo e cansativo.

Sakura piscou.

- Você já terminou?

- Já. Eu disse que isso só levaria cinco segundos. – ele começou a caminhar em direção á porta.

- Caramba... – Sakura estava desconcertada.

- A propósito, bem-vinda ao prédio. – ele virou-se para dizer-lhe á porta, com um inexplicável sorriso no rosto. – Tenho certeza que vai ser legal sermos vizinhos. Se você precisar consertar algo, é só me ligar ou atravessar o corredor. Pelo serviço de hoje, eu só vou cobrar metade do preço. Eu colocarei a conta na sua caixa de correio depois. Agora você vai me desculpar, mas eu tenho que consertar o elevador, antes que o Yue me bata.

Sakura engoliu em seco, ainda sem fala diante das habilidades de 'encanador' dele.

Anotação mental: Não usar o elevador.


Nota da Beta: Olá galera! To tãoooo feliz em voltar a betar. Ainda mais pra minha tri-amiga do coração! Amei o personagem "Koji", só porque é o nome do meu irmãozinho! S2

Amei o primeiro capítulo, essa vai ser uma fic daquelas! Então, vamos comentar, pessoas! Dizer o que achou, do que gostou, etc.

Beijão! Até a próxima!

N/T: Ei pessoal, tudo bem? =) Para os fãs de SCC, fic nova na área! *tosse* err... Mais um menos isso! :P Na verdade, essa é uma tradução que estou fazendo de umas das fics da Aesha! :D Depois de começar á lê-la, achei tão kawaii e hilária que resolvi traduzir pra vocês! *-* Aiiin, a Aesha foi tão legal e gentil comigo, me permitindo traduzir essa fic, que eu me sinto honrada! *-* Então pretty please, deixem reviews. Afinal, não custa nada! :D

Diz aê, quem gostaria de contratar os serviços do Syaoran como encanador? ^_^'

Eu que não, claro! O_O (tossementiratosse)

Vai saber o que ele é capaz de fazer onde ele põe a mão? O_O¹²³

(Antes de mais nada; Calma aí, mentes poluídas! u.u')

A Sakura deve estar certa em evitar o elevador! ¬¬'

Mas calma girls, o que Syaoran têm de encanador suspeito, ele tem de gostoso! :D Haushausahsuahsa

xDDD

Bom, vou indo nessa.

REVIEWS! *-*

xoxo. – L