Os arquivos estão todos ali em cima, empilhados. Tem aqueles dentro dos armários. Anos e anos de delinquentes registrados minuciosamente; cada má-criação, cada violação de regra, cada desrespeito — tudo ali, guardado, sob a sua proteção.

Filch não sabia para que, mas guardava tudo, tudo. Se se esquecia de algo, algum rancor, os seus papéis o lembravam.

Passa os dedos — sempre passa os dedos, sentindo o pergaminho, a textura, a poeira, muita, muita poeira — e absorve toda aquela mágoa. Suas narinas se contraem e seus cabelos ficam mais e mais brancos e as bochechas caem e a sua testa carrega três grandes linhas — o franzir de cenho está, agora, implícito. O tempo passava.

O tempo passava e a poeira se juntava nos arquivos, e havia alunos já mortos com nomes ali e Filch continuava resmungando, resmungando, tinha raiva, ainda. Ele não se incomodava com a poeira, não espirrava, não tossia, passava os dedos, cada vez mais enrugados e trêmulos.

O tempo passava e Filch guardava todas as coisas ruins no coração (e que lembranças boas havia de guardar?) e o tempo passava de novo e elas eram cada vez mais antigas. Filch fazia da sua memória uma estante de registros. Colocava os problemas ali e o tempo passava, passava.

O tempo corria e talvez houvesse poeira acumulada até mesmo em seu coração.

(Mas não há ninguém para passar os dedos nele, não é, Argus?)

X

Fic para o 47º Challenge Relâmpago do 6v, feita nas últimas horas XD A coisa do Filch veio super from hell, mas enfim. Eu até gostei...

Tem um monte de erro porque eu não consigo entrar no msn (então, Morg, se você vir algum erro, diga-me 8D~) e contatar minha beta do coração. Quer dizer, tomara que não tenha erro não. Mas enfim [2].

Bgs.

Mr. Montagh's