Ele não sabia, mas ela via a diferença nos seus olhos, conhecia a sua dor.

Ele não percebia, mas Pansy gostava dele mais do que devia.

Ele, simplesmente, não compreendia.

Mas Pansy não se importava.

Porque sabia que quando os seus olhos se encontravam, ele descobria uma nova esperança; quando se beijavam, os lábios dele perdiam a frieza e o cinzento do seu olhar, brilhava; quando ele passava os dedos pela sua pele branca e gelada, ela sabia que Draco acreditava em dias melhores.

Pansy não se importava que ele não percebesse, porque sabia que era o seu porto seguro. Pansy não se importava, porque sabia que cada olhar tinha um significado mais importante do que qualquer pessoa poderia imaginar. Ela sabia que ser o porto seguro de Draco era ser responsável por eliminar qualquer réstia do gelo que lhe encobria a alma e não se importava que ele a achasse inconsciente do que estava ao seu redor.

Ela só queria que cada olhar lhe transmitisse segurança e afecto. Ela só queria que Draco soubesse que ela estaria sempre lá para ele a qualquer instante e que seria capaz de aguentar qualquer coisa.

Draco não sabia, mas ela era o seu porto seguro.