Ail estava soprando sua bela melodia aos pés da gigante makaiju, quando a extraterrestre que era sua contraparte feminina se juntou à ele. Sem ousar interrompê-lo em sua admirável performance, ela aguardou até o findar da última nota para abordá-lo.
Suas mãos delicadas cativaram-no pelos dois lados do corpo, e ele a mirou por cima de um ombro, com paixão, reverência, nos olhos. Reverência à belíssima criatura que, sem titubear, havia oferecido a vida em sacrifício, a fim de poupar a sua. "Diga, Ann. " Uma de suas mãos a alcançou e deslizou levemente pelo contorno de sua face, em um gesto de incentivo.
Comovida pelo tratamento sempre tão atencioso de seu gêmeo, Ann corava e seu olhar se enchia de brilho, o seu coração palpitava com genuína devoção.
"Ail... " Ele girou completamente o corpo, em um movimento fluido, e a abraçou de volta, depositando um beijo demorado no topo de sua cabeça. "Eu estou tão feliz... " Ela revelou, com o rosto afundado em seu peito.
Os dois sorriam, compartilhando a mesma calorosa sensação, que haviam finalmente aprendido a sentir, depois de tantos anos vagando no espaço, errantes, vazios. Haviam estado juntos, desde o início, mas, ao mesmo tempo, tão solitários. Haviam tido um ao outro, sem, no entanto, sentirem-se completos. A escuridão sempre fora maior, mais aterradora. Ela os intimidara tanto, que não poderiam ter sentido outra coisa; que não poderiam ter percebido outro sentimento, mesmo que, lá, bem no fundo, existisse. Não, eles jamais o teriam descoberto sozinhos.
Ail se lembrou de Serena, e os pensamentos de Ann foram até Darien; mas, no fim, ambos ergueram seus olhares para a grande árvore. Ela jamais os abandonara.
Antes, eles eram miseráveis, pois não conheciam o amor, e, temendo a fome – temendo a morte – sobreviviam da energia dos outros. Agora, amar um ao outro bastava, para que vivessem plenos. Seu amor alimentava a árvore, e a árvore os saciava, de volta. Enquanto houvesse amor, ela permaneceria firme e frondosa. Enquanto houvesse amor, haveria beleza e ela floresceria. E, algum dia, esse amor geraria frutos. Como o amor de outros os haviam semeado, no ventre, entre as raízes.
N/A: Eu estava pensando nos detalhes para essa drabble e a música "Everything", do Lifehouse, veio imediatamente na minha cabeça. Coincidência? Não sei, mas tanto a história desses dois personagens quanto a música me remetem a uma mesma coisa. Eu espero que eu tenha conseguido expressar isso. Pretendo escrever mais sobre esse arco futuramente, porque eu me apaixonei pelo Ail S2 A culpa é toda da CrystalTsukino xD me viciou em Sailor Moon~ Beijinhos amados!
