I've been roaming around

(eu tenho andado por aí)

Draco Malfoy, assim como muitos que participaram diretamente na guerra, ainda tinha fantasmas que estavam impregnados em sua alma. O sonserino nunca gostaria e, nunca iria gostar, de ter sido um Comensal da Morte. Ele só havia participado do lado negro da guerra apenas com o intuito de se proteger e principalmente, proteger Narcisa, sua mãe.

Depois da queda do Lorde das Trevas, Lucius Malfoy, o "querido" pai de Draco, foi julgado e por todos os crimes cometidos, começando por ter se aliado ao Lord Voldemort, e foi condenado a passar quase toda sua vida em Azkaban. Mas o Malfoy mais velho ainda teve sorte, já que a prisão bruxa não tinha mais Dementadores guardando o lugar, e sim guardas, no caso aurores, vigiando o lugar. Ainda assim era um lugar deprimente.

Narcisa e Draco também foram a julgamento, mas não foram condenados devido a defesa do Menino-que-Sobreviveu, Harry Potter.

Ele alegou que Narcisa ao verificar se ele estava morto ou não, sob as ordens de Voldemort, mentiu, dizendo que Harry Potter estava morto e, assim ela não mediu os riscos que ela corria caso o garoto acordasse no meio dos Comensais.

Quanto a Draco, ele disse apenas que ele não era o garoto que fez as escolhas erradas, e sim o garoto que não teve escolhas.

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Astoria Greengrass havia acabado de descer do Expresso Hogwarts, e também havia acabado de vir de seu penúltimo ano em Hogwarts. A garota de cabelos negros e olhos azuis, ainda tinha um pingo de esperança em seu peito de que ao menos um familiar viria ve-la.

Mas depois de passar mais de meia hora em pé, a garota viu que ninguém viria.

Arrastou seu malão, com a sua coruja dentro da gaiola em cima, até chegar perto da parede que se atravessava para o mundo trouxa. O malão estava muito leve, comparado com a dor que sufocava seu peito.

Já havia passado pouco mais de um ano desde a queda de Voldemort e, podia-se ver, tanto no mundo mágico, como no mundo trouxa, a sensação de paz, de alívio que o fim da guerra trouxe.

Era palpável a tranquilidade em todas as pessoas, ou pelo menos quase todas.

A família Greengrass não havia participado da guerra, mesmo os Greengrass tendo sangue puro, eles não aceitavam muito bem as idéias de ambos os lados.

Exceto Astoria.

Eles acharam um absurdo a ideologia de Voldemort, que se igualava a de Salazar Slytherin, o extermínio dos nascidos trouxas afim de evitar uma mistura de sangues. Mas eles também não aceitavam muito bem a idéia de proliferação dos nascidos trouxas no mundo bruxo.

Afinal, eles ainda eram de uma família tradicional, uma família puro-sangue.

E Astoria sempre fora diferente de sua família, na verdade ela pensava diferente.

Ela achava muito interessante como os trouxas podiam ser bruxos mesmo sem sangue mágico correndo nas veias. A garota também não achava ruim a mistura de sangues, ela achava muito bom, já que algumas doenças bruxas não afetavam os nascidos trouxas e vice-versa.

Astoria também abominava a idéia de extinção dos nascidos trouxas. E isso só aumentou a vontade da garota de participar do lado da luz na batalha.

Isso foi a gota d'agua para seu pai.

Ele a expulsou de casa, não somente pelo fato dela participar ativamente da guerra, mas também por ter recusado mais de três propostas de casamento que ajudariam a reerguer o status de sua família.

A Greengrass se sentiu estranhamente aliviada. Como se tivessem tirado um elefante de suas costas.

No mesmo dia, ela vendeu algumas de suas jóias e, com esse dinheiro, comprou um pequeno apartamento na Londres trouxa, onde seria seu novo lar.

A garota já ia pegar um táxi, quando ouviu uma voz irritante gritar:

_Me espere Asty!