Essa história pertence a Lynne Grahan!

Faz oito anos desde o casamento por conveniência de Bella e Edward Cullen. A relação deles nunca foi consumada, sempre viveram separados. Mas agora, Bella deseja ter um bebê e quer o divórcio. No entanto, Edward está decidido: ele é o marido dela e será o pai dessa criança.

PRÓLOGO

Edward Cullen fitava o pai completamente des crente.

- Não está falando sério. Não pode estar falando sério. Temos uma das maiores empresas da Grécia!

Carlisle, um homem lindo, com cabelos grisalhos, não estava entusiasmado.

- Arrisquei e não deu certo. Na realidade, foi um desastre. A empresa ultrapassou todos os prazos, o banco está impaciente. Eles me fizeram penhorar tudo o que temos. Se pressionarem agora, perdemos tudo!

Edward não falou nada. Tudo? Até, mesmo a casa da família? Estava tão irritado que não podia falar. Seu avô, Orestes, ensinou que um homem deve prio rizar a honra e a segurança da família. Enquanto ele viveu, a fortuna da família esteve preservada. Mas Carlisle Cullen não agia assim. Apesar de ter cerca de 50 anos, ainda estava desesperado para provar que podia gerenciar de forma tão bem-sucedida quanto seu velho pai.

Edward cerrou os dentes. Não conseguia encarar o pai. Tinha vergonha do forte desprezo que sentia. Carlisle era um bom homem, um bom pai e um bom ma rido. Era bem-quisto e respeitado por todos, mas não era lá muito inteligente, nem bom investidor. Edward, por outro lado, dedicou seu tempo quando adolescente a lucrativos investimentos na bolsa de valo res, ficando milionário antes de terminar a escola. O fato de estar impotente diante do menos inteligente pai representava uma grande punição.

- Serei honesto com você. Esse pode ser nosso pior momento, mas existe escapatória - confessou o velho homem à meia-voz. - Veio de uma fonte sur preendente. Fiquei atônito... entretanto, falei que não poderíamos concordar. Não seria certo...

- O que não seria certo?

O pai dele parecia relutante em encarar seu interrogatório.

- Não posso pedir que se sacrifique dessa forma na sua idade... Tem apenas 22 anos...

- O que isso tem a ver com todo o resto?

- Phill Swan me procurou e se ofereceu para nos ajudar.

Edward riu, incrédulo.

- Phill Swan? Está querendo me animar? Desde quando mantemos essas relações?

- Me parece que podemos investir nessa relação, se quisermos - murmurou Carlisle, escolhendo as palavras com extremo cuidado.

- Swan é frio como um cadáver.

- Em outras circunstâncias, eu também agiria assim. Mas Phill está oferecendo uma conexão fami liar, em vez de uma transação meramente comercial.

Edward ficou imóvel.

- Não pode estar querendo dizer o que penso... Carlisle corou.

- O único filho de Phill morreu há dez anos, ele está no terceiro casamento e ainda não teve outro fi lho. Ele tem apenas a neta inglesa. Quer que Bella se case com um rapaz grego que tenha uma boa linhagem, o que não é surpreendente, pois ela é meio inglesa e ilegítima para o acordo. Swan é um ho mem antigo e está oferecendo um acordo à moda an tiga.

Edward ficou em silêncio, pois não acreditava no que ouvia.

- Se vocês se casassem e tivessem um filho, o mundo seria seu - Carlisle respirou ofegante. Sim, nos salvaria também, mas você é ambicioso, e ela seria o equivalente a uma galinha dos ovos de ouro. Falar de um acordo como este em termos finan ceiros é frio e vulgar, mas me sinto na obrigação de mostrar-lhe as vantagens.

Edward fechou os olhos; suas longas pálpebras ne gras tocaram momentaneamente as bochechas pro nunciadas. Repugnava o fato de o pai ter considerado tal acordo. Bella, a quem os amigos dele chama vam de Bel, seria sua esposa? Estava chocado e ultrajado pela sugestão. Mal a conhecia, apesar de ter interferido várias vezes, quando a via ser ignorada e insultada em eventos sociais. Como não era total mente grega e tinha um jeito ingênuo, tornava-se um belo alvo, sorrindo sempre diante de tudo que fala vam a ela.

Sua inabilidade em - se defender enfurecia Edward.

Ele detestava provocações, e teria feito o mesmo por qualquer criatura indefesa. Mas será que esses atos triviais de boas maneiras levaram à horripilante idéia de oferecer a mão de Bella em casamento? Ele fechou a cara diante dessa suspeita desanimadora. Quando ele entrava em uma sala, ela ficava toda ani mada. Será que Bella contou ao milionário avô o quanto fantasiava com Edward Cullen?

- Papai... - A voz agitada da irmã de Edward, Rosalie, cortou o silêncio. - Sei que não deveria es tar ouvindo, mas não pode pedir a Edward para casar-se com a neta de Phill Swan. Ela é uma vaca gorda!

- Como ousa ouvir uma conversa particular? Constrangido, Carlisle Cullen respondeu de uma forma colérica que raramente utilizava.

- Mas é verdade. Edward teria que colocar um saco de papel sobre a cabeça dela. Ela é feia, e ele é tão lindo...

- Saia daqui - Edward esbravejou com a irmã, interrompendo-a friamente.

O homem mais velho observou a filha retrair-se amedrontada diante da ordem do irmão e soltou um suspiro de arrependimento.

-Eu nunca vi a moça. Se ela for horrível assim, faz sentido o que Rosálie diz.

Edward riu ironicamente. Essa era a única objeção do pai com relação a uma proposta tão mercenária quanto aquela. Isso dizia muito sobre a forma como ele pensava. Mas Edward perguntava a si mesmo como poderia se esquivar e permitir que algo aconte cesse com seus pais e quatro irmãos.

Apesar de ter apenas 22 anos, sentia que sua vida estava apenas começando. Mas não era inocente.

Embora ainda estivesse na universidade, ganhou uma reputação de mulherengo. Era verdade que estava sempre em busca de prazer. Trabalhava muito e aproveitava muito a vida, dificilmente ia dormir sozinho não se comprometia a longo prazo e não era fiel. Mas ainda não podia contemplar a possibilidade de tor nar-se um marido, ou pior, um pai. Na realidade, a idéia de ter que prender-se a um compromisso desses para salvara família o enraivecia profundamente.

Ele também sabia que seu avô, Anthony, daria a própria vida para proteger seus entes mais queridos...

- Você me faz lembrar do meu filho e da mãe dele. – Phill Swan analisou a neta com escárnio. - Tem o mesmo olhar de cachorro arrependido, o mesmo sorriso amedrontado. Você não tem fibra, a fraqueza me irrita.

- Se eu fosse fraca, teria ido para casa no dia em cheguei. - Bella levantou o queixo, manten do os olhos azuis suaves imóveis e sentindo o coração pulsar acelerado. O medo era tanto que sentia-se mal.

O descontentamento dele ainda a estarrecia. Fazia semanas desde que viera ficar com o avô, e cada dia havia sido uma experiência penosa. Ela viajou à Grécia para conhecer o avô que jamais vira e tinha a ingênua esperança de amá-lo. Em vez disso, foi forçad a aceitar que ele era um homem frio e malévolo, sem nenhuma afeição por ela.

Phill Swan ria diante da tentativa da neta de manter-se altiva.

- Acha que sou bobo? Por que pensa que a convi dei para vir me visitar? Você aceitou tudo o que eu disse sobre você, porque sua mãe está se embebedan do novamente!

Desfazendo-se da postura que lutava para manter, Bella não podia enfrentar o olhar debochado dele. Ao abaixar a cabeça constrangida, ela realmen te aparentou os 19 anos que tinha.

- Estou certo? - perguntou o velho homem.

- Sim...

A admissão quase sufocou Bella, pois adoraria dizer que ele estava errado e que sua mãe, Rennê, dera a volta por cima. Infelizmente, isso não era possível, e a satisfação de seu avô acentuou a humilhação.

- Que vencedora, Charlie pegou como mãe da minha única neta! Ele poderia ter trazido uma princesa para casa, se quisesse. - resmungou Phill Swan em desgosto. - Mas meu filho não era o mais esper to, era? Escolheu uma mulher que era pura luxúria, perdulária e uma prostituta...

Com o rosto em chamas, Bella ergueu-se.

- Não vou ficar ouvindo o senhor falar de minha mãe dessa forma!

O velho homem a analisou com um irônico prazer.

- Que alternativa tem? Precisa do meu dinheiro para resolver seus problemas.

Diante dessa declaração, Bella empalideceu.

Ela abaixou a cabeça e engoliu em seco a raiva que sentia. Como aprendeu cedo na vida, penúria e dignidade raramente passavam de mão em mão. De qual quer forma, Phill Swan estava certo, e a verdade não era agradável ela precisava do dinheiro. Sua mãe estava completamente falida, bebendo muito e sendo processada por não ter honrado os compromissos fi nanceiros. Mas Bella estava convenci da de que se os problemas de dinheiro fossem resolvidos, Rennê poderia entrar em uma clínica de reabilitação no vamente. Apesar de ser doloroso reconhecer, o di nheiro de Swan poderia fazer uma grande diferen ça entre a vida e a morte de sua mãe. Anos de alcoo lismo debilitaram muito a saúde de Rennê.

O velho homem lidou com impaciência com o silêncio da neta.

- Só trouxe você para a Grécia, pois acredito que possa ser útil para mim. Será interessante ver se tem neurônios para reconhecer a sorte grande diante de seus olhos.

Bella ficou desnorteada diante dessa declaração.

- O que acha de Edward Cullen? - perguntou Theo.

O som desconcertante desse nome específico ar ruinou a postura de Bella. Corada diante da con fusão, ela desviou a atenção do avô.

- Ele... é gentil - ela finalmente respondeu. Como poderia falar de Edward sem revelar a pro fundidade dos sentimentos que nutria por ele? Estava apaixonada pela primeira vez na vida, mas esse era seu segredo e não tinha qualquer intenção de compar tilhá-lo com ninguém. Afinal de contas, Edward ti nha a beleza de um anjo, e ela era feia e estava acima do peso. Era uma paixão sem esperanças, sabia disso.

- Como acha que Edward lidará com a pobreza? Nesse momento, a família Angelis está enfrentando a ruína financeira. Depois de mais de um século de ri queza e vida fácil, os pais dele acharão muito difícil enfrentar as perdas que estão por vir. - Phill obser vou a surpresa e a imediata preocupação nos olhos da neta. Mas você tem o poder de salvá-los deste tris te destino.

- Como posso ajudá-los? - indagou Bella, tocada com a situação.

- Me ajudando. Se concordar em casar-se como filho de Cullen, salvarei a família dele e a ajudarei a cuidar dos pequenos problemas de sua mãe. Serei ge neroso com todas as partes envolvidas.

Bella olhou para ele estarrecida.

- Eu... concordar em casar-me com Edward Cullen? Como isso poderia ser feito? Parece uma gran de loucura... eu não entendo como isso ajudaria o se nhor.

- Quero um herdeiro do sexo masculino, mas, com exceção de seu pai, meus próprios esforços nes sa direção foram mal-sucedidos. Entretanto, você é jovem e saudável, assim como o filho de Cullen. Se pelo menos a metade dos boatos sobre a virilidade dele for verdadeira, ele não demorará muito a atingir esse objetivo.

- Não acredito que esteja falando comigo assim - ela protestou. - Edward não gostaria de se casar comigo... ele não iria me desejar...

- Não é uma questão de desejar, o que não é ne nhum problema, certo? Você não é nenhuma beleza - ressaltou o avô por simples crueldade. - Mas, acredite em mim, diante da alternativa de casar-se com você ou ver a família perder tudo, Edward Cullen a tomará como noiva...

- Não... - ela murmurou atordoada, diante de tanta humilhação.

- Ele o fará. Não é tolo como o pai. É forte e mui to leal à família. E quanto a você, tem o sangue dos Swan nas veias, e estou dando aos dois uma exce lente oportunidade.

- Não concordo... você está falando em chantagear Edward para que se case comigo!

- Não gosto de acusações diretas. Não há chanta gens. Estou oferecendo ajuda em troca de um favor. Recuse minha generosidade, se for seu desejo.

- Não se trata disso. Apenas ajude minha mãe ela implorou.

- Aceite o fato de que não me interessa que sua mãe vá presa ou beba até morrer - declarou Phill Swan friamente. - Por que iria me importar?

- Rennê talvez não estivesse com as dificuldades de agora se não tivesse lutado tanto para sobreviver quando eu era criança!

Phill Swan olhou para o relógio...

- Olhe pela janela...

Depois de um momento de hesitação, Bella olhou para o jardim. Depois de um tempo, ela notou um táxi esperando...

- O táxi está aguardando para levá-la ao aeroporto.

Bella ficou totalmente chocada diante de tal declaração..

- Agora? Quer que eu parta?

- Se responder não à proposta de casar-se com o filho de Cullen, vou mandá-la para a Inglaterra imediatamente e você nunca mais me verá. Decida-se, e rápido.

- Não pode ser razoável? É tão injusto jogar isso em cima de mim e me pressionar...

O velho gargalhou cruelmente.

- Acho injusto você não demonstrar nenhum agradecimento pelo fabuloso futuro que estou prestes a comprar para você. Você escolhe. Volte para sua mãe e veja como ela ficará grata ao saber que você poderia ter proporcionado a ela segurança financeira pelo resto da vida!

Bella vacilou diante desse golpe, pois sabia que Rennê consideraria essa proposta uma recompen sa, devido aos sacrifícios feitos para ser mãe solteira. Na realidade, Bella via claramente o que o avô fazia e reconhecia a pressão que estava sobre si. Con siderava-se forte, mas a certeza da malícia fria e im perdoável do avô a assustava.

- Isso é loucura - ela repetia. - Edward jamais concordaria em casar-se comigo! Por Deus, ele na mora Tanya Denali...

- Então ele está dormindo com a filha de Denali? O que isso tem a ver com o resto?

Bella piscou os olhos.

- Pensei que... Se ele a ama...

- E se amar? Não tem nada a ver com você. Ele decidirá as próprias opções. É completamente grego. Acredite, a honra da família e as considerações mate riais serão mais importantes.

A frieza dele diante do que ouviu e seu desdém pela vida sexual de Edward chocavam Bella.

- Você pretende pegar esse táxi para o aeroporto? Phill perguntou, impaciente.

Bella ficou rígida, sentindo-se pressionada estressada. Edward Cullen nunca concordaria em casar-se com ela, pensou. A idéia de formar um casal com os dois era ridícula. Tanya Denali era uma moça linda. Mas por que estava se preocupando tanto com algo que jamais aconteceria? Por que se importava em alimentar a ira do avô com objeções? Tinha que manter as necessidades da mãe como prioridade em seus pensamentos. Rennê contava com sua preocupação e sua lealdade. Certamente, poderia contar que Edward rejeitaria a proposta de casamento pelos dois. Seu avô não poderia culpá-la pela rejeição do noivo!

- Responda – Phill Swan tinha pressa.

- Certo... eu fico.

- Nunca duvidei. Quase me toquei pelo ar romântico que vi em seu rosto quando mencionei o nome do rapaz. Sinto-me como Eros, o deus do amor. Minha riqueza será seu dote e pelo menos a salvará da humi lhação de ficar encalhada.

Naquela noite, Bella não conseguiu dormito Desde que chegara à Grécia, em um mundo de rique za e opulência totalmente distinto do seu, sentia-se como se vivesse o sonho de outra pessoa. Até o com portamento das pessoas era diferente. Ela fazia o má ximo para agradar ao avô. Isso significava lutar con tra sua timidez natural e aceitar convites para eventos sociais. Alice, a filha de um dos amigos de Phill, era sua companheira em todas essas dolorosas incursões na alta sociedade.

Bella sentia-se isolada nesses eventos. Alice pertencia a uma elite de jovens ricos e bem-vestidos que se comportava como se o mundo fosse um tédio. Bella os achava tolos e superficiais. Várias vezes ela sentiu-se constrangida por trás de seu sorriso fixo, jamais pensou em retaliar, sabendo que não poderia arriscar ofender alguém que pudesse reclamar com seu avô. Ela não podia nem por um momento esque cer que a prioridade era o problema de sua mãe.

Rennê Hill era uma modelo de renome quando co nheceu Charlie Swan e se apaixonou por ele. O jo vem playboy grego a encheu de presentes e pediu sua mão em casamento. Confiante de que seu amado logo iria se tomar seu marido, Rennê colocou a carreira de lado. Mas quando ela engravidou, Charlie Swan so freu as pressões do pai e renegou suas promessas. Rennê se recusou a fazer um aborto, e ele livrou-se dela. Rennê

O pai que Bella nunca conheceu foi um hipó crita. Rennê teve que processá-lo para provar a pater nidade do bebê e, depois de longa batalha judicial, ganhou o direito a uma pífia pensão para a criança, que freqüentemente deixava de ser paga. Não foi por acaso que sua mãe começou a beber tanto. Um jornal publicou uma reportagem sobre a decadência de Rennê e Charlie Swan ficou constrangido, tendo que tomar medidas para evitar que a ex-namorada e a fi lha passassem necessidade. As duas foram morar em uma velha casa de campo na Inglaterra. Rennê detes tava a vida rural, mas Bella a adorava.

O fato de haver presenciado os problemas amoro sos da mãe fez com que Bella não se iludisse a respeito dos homens. Se tivesse devaneios amorosos por causa de Edward Cullen, eles não passavam de tolices. Afinal de contas, sabia bem que contos de fada não aconteciam na vida real.

Edward era de parar o trânsito. As moças faziam fila atrás dele, adoravam conversar com aquele ho mem, flertavam como loucas, lutavam por ele. Em resumo, agiam como prostitutas ávidas por sexo. Ele mal podia evitar seu grande poder de atração. É claro, era mimado pela admiração, atenção e reverência que comandava. Era altamente inteligente, incrivelmente arrogante e extremamente orgulhoso. Não menos atraída do que qualquer outra moça, Bella ficou muito impressionada com ele. Mas o que a fascinou foi o inacreditável traço de galanteio que Edward re velou.

Em mais de uma ocasião, Edward salvou Bella quando seus amigos decidiam fazer dela alvo de suas gozações. Bella ficou atordoada quando Edward Cullen a ajudou com sua sagacidade e criou uma forma de distrair a atenção de todos. Afinal de contas, na maioria das vezes, ele agia como se ela fosse invisível. Mas aquele senso masculino de pro teção tocou Bella profundamente. Edward podia ser detestavelmente arrogante e superior, mas tam bém era a essência viva de masculinidade. Ela não acreditava que ele fosse aceitar a prisão matrimonial que Phill Swan planejava.

Depois de 48 horas, quando estava trancada no es critório do avô, Bella percebeu que estava muito enganada.

- Venha comigo. - Os traços do velho eram de vitória. - Edward Cullen espera por você na sala. Encontrei o pai dele e os advogados hoje cedo. Todos os termos foram acordados. As dívidas de sua mãe serão sanadas. Você e Edward se casam em um mês.

- Se... casam? - Bella estava chocada. Seu avô estava certo. Edward iria se casar com ela para salvar os negócios. Será que sentia-se tão pressiona do quanto ela? Bella sabia que não poderia dar as costas à mãe, deixando Rennê se afundar sem tratamento... Finalmente, ela percebeu que tanto ela quanto Edward estavam presos por lealdade e boas inten ções com a família. Seu coração encolheu quando ela teve certeza de que ele não queria casar-se com ela. Bella também não queria ser a esposa indesejada.

- Que jovem de sorte você é! Não deixe seu noivo esperando. - sorrindo ironicamente, Theo Dema kis conduziu a neta pelo corredor. - Agora que o fisgamos, não deixe sua presa escapar!

No momento em que Bella entrou na sala, de parou-se com os olhos arregalados de Edward, certi ficando-se de que ele ouvira as palavras do avô dela. Mesmo tentando desviar o olhar, um outro lado me nos sensível queria aproveitar cada pedaço da apa rência dele. O terno bem-cortado que ele vestia com uma camisa branca dava a ele um ar intimidador. Ela nunca o vira com trajes tão formais, parecia vestido para um enterro, pensou, analisando a impassividade de Edward. O nervosismo fez com que ela esbarrasse em uma mesa.

- Oh, Deus... desculpe. - murmurou, ajeitando a mesa.

Edward já tinha percebido isso, ela pedia desculpas mesmo quando não fazia nada de errado. Ele a analisou dos pés à cabeça com rigor. No verdadeiro estilo Swan, ela era baixa, batendo na altura de seu peito.

Era baixa e atarracada. Vestia-se em camadas, como uma velha senhora: uma saia marrom que quase chega va aos tornozelos, uma camiseta branca larga e com prida, um cardigã preto na altura dos joelhos. Era im possível descrever qual era a camada inferior de teci do. Ele pensou em pedir para que Bella tirasse tudo, de forma que pudesse ver o. que estava levando. O avô dela não seria contra. Swan era um canalha. O velho falou que sua neta estava apaixonada e ávida para casar-se com o objeto de sua paixão..

- Precisa me olhar assim? - Bella estava ofegante.

- Nunca olhei você antes.

Edward continuou a analisá-la intensamente. Ela seria sua esposa. Devia entender que agora as coisas seriam como ele quisesse. Ela não era gorda, ele dizia a si mesmo, apenas um pouco arredondada. Ele con tinuava a dar-lhe atributos mentalmente. Fartos cabelos longos e castanhos, a cor do outono inglês. Um ponto positivo. A pele era perfeita, como pêssego, outro ponto positivo. Olhos de um azul-claro em dia de inverno, muito tristes.

- Por favor... - ela implorou.

Edward viu o brilho das lágrimas e desviou-se dela. Por que estaria triste? Pela falta de romantismo? O que mais poderia pedir a ele? Phill Swan não comprou o marido para ela? Esse pensamento humi lhante era como uma faca cravada em seu corpo.

Bella tremia. Sentia-se como uma moça escra vizada à venda em um mercado. A segurança dele a surpreendeu, pois ela presumia que a situação derrubaria as barreiras de reserva que havia entre os dois.

- Eu não quis isso... se houvesse outra forma... A voz nervosa e com pedidos de desculpas logo per deu a força.

A linda boca dele se curvou, como se ele não se importasse com as palavras dela.

- Mas não tem. Devemos conversar sobre os ter mos.

- Termos? - ela questionou perplexa.

- Este casamento foi arranjado e somos praticamente estranhos. Funcionará melhor se formos ho nestos.

- Não podemos apenas nos comportar como amigos?

- Amigos não se casam e têm filhos. Preciso sa ber o que espera de mim como marido.

Bella ficou ainda mais desconcertada com essa referência a filhos.

- Sei que não sou a esposa que você escolheria. Creio que teremos que aprender a lidar com isso. .

- Esta é a receita do caos.

- Mas você não gostaria de ter regras.

Ele ficou surpreso com esse nível de percepção. Edward pegou a mão dela.

- Tenho um anel... pertencia minha avó. Claro, se você não quiser, pode...

- Não, não... é adorável. Realmente adorável.

As bochechas dela coraram e ela sentiu um grande prazer. O anel de diamante e rubi deslizou no dedo dela perfeitamente. O presente da herança familiar a mexeu com ela.

Quando Edward se recusou prontamente a com prar um anel de noivado, seu pai o convenceu a levar o anel de rubi.

- Obrigada - a voz dela estava rouca de emoção. Atordoado· com o grau de entusiasmo dela, Edward encolheu os ombros e ficou em silêncio. De re pente, desejou ter trazido um anel mais adequado para ela.

- Bel... - ele respirou com um constrangi mento que não lhe era familiar. - Se importa de eu chamá-la assim?

- Claro que não... sempre detestei meu nome. O apelido que a constrangia de repente pareceu acei tável nos lábios dele. - Serei a melhor esposa possível...

Edward quase resmungou. Ele sabia que ela gosta ria imensamente de ouvir o mesmo, mas não podia mentir para ela. Estava longe de atingir tal estado de raça, se é que um dia poderia. Não queria casar-se com ela. Nem queria ter filhos. Nada mudaria esses fatos.

Três rápidas semanas depois, Bella caminhou para o altar de braço dado com o avô para tornar-se uma esposa. Apesar de andar lentamente, sentia-se flutuando, muito feliz por estar se casando com o ho mem que amava.

Conforme o dia passava, no entanto, a dura reali dade tratou de nocautear sucessivamente suas espe ranças. Quando seu noivo bebeu até ficar inconscien te e teve que ser carregado para o leito matrimonial, apenas Phill Swan teve a falta de tato de rir da situação. Ferida e humilhada, Bella esqueceu todas as esperanças que um dia teve de ter um casamento verdadeiro, pois estava mortificada por sua ingenui dade. Apesar da resolução consensual, a noite de núpcias que jamais teve seria a mais longa de sua vida...

Mais uma adaptação pra vcs

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