Walden


fui à floresta, porque queria viver profundamente

e sugar a essência da vida!

eliminar tudo o que não era vida

e não, ao morrer, descobrir, que eu não vivi.


Fogo. Eram chamas ardentes, e não sangue em suas veias. Brasas lancinantes, corrosivas. Era veneno, era avassalador, era sufocante, era vermelho.

Eram os cabelos dela, mais uma vez. Eram os cabelos dela, rescendendo ao odor da morte. Tons de acaju e cobre que não mais lembravam framboesas, apenas ácido. Eram os cabelos dela. Eram eles de novo. Eles o enlaçavam, eles o consolavam; o vento frio, o vento cortante, o vento do fim sussurrava apelidos de infância.

E então era verde. Um verde sem pessoa, um verde sem ela, mas ainda um verde dela. Um verde profundo, precioso; um verde que não merecia ser comparado com esmeraldas. Um verde de Avada Kedavra. Um verde de brilho, um verde de desespero.

O verde dos seus motivos, o vermelho de suas razões. Sua existência, sua perseverança, sua sobrevivência. O vermelho que o impulsionava, o verde que o assombrava. O verde e o vermelho flamejavam nos seus sonhos; de culpa, de medo, de angústia, de saudade.

Desperdício, castigo, momentos, passado.

O verde trouxe um mínimo de paz, no fim. O vermelho insistia, o vermelho destruía.

E então o negro os calou todos: verde, Harry, vermelho, Severus, Lily.


Nota da Dressa: Oi, eu assisti Sociedade dos Poetas Mortos e não sou mais a mesma, beijos.

Coisas que você precisa saber: Walden (1854) relata, com poesia e ao mesmo tempo exatidão, a vida reclusa de Henry David Thoreau nas florestas. O trecho que "orienta" a fanfic pertence à obra e foi constantemente mencionado no filme acima citado. Walden (2008) foi Prata no III Challenge Relâmpago do Fórum 6V.

Hora do Oscar: Thankyouverymuch Kath (a única que teria coragem de me dizer na cara se tava uma merda ou não HAHAH) e Cams.