Os personagens de Naruto não me pertencem... mas ainda roubo o Sasuke *-*

Fic inspirada no romance de Stephanie Howard.

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A ESPOSA DO DUQUE

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Hinata se aproximou da janela e olhou para os jardins do palácio, onde os primeiros botões anunciavam a chegada da primavera. Sorrindo viu o filho de um ano e quatro meses sendo empurrado por Ino, a babá real, que o levava ao lago. Mais tarde procuraria ir ao quarto de Adam para saber como havia sido o passeio, mas antes teria um encontro – e possível nova discussão – com Sasuke.

A lembrança gerou uma ruga de preocupação na bela face de traços perfeitos. Cabelos negros e fartos formavam a moldura perfeita para o conjunto de pele pálida, grandes olhos perolados e lábios grossos e vermelhos.

O som da porta se abrindo, foi logo acompanhada por uma voz masculina e profunda.

- Espero que não esteja esperando há muito tempo.

- Apenas há alguns minutos – Hinata respondeu, sem se virar. O coração batia tão depressa, que vários segundos foram necessários para tentar esconder a emoção de seu rosto – Estava observando Adam a caminho do lago.

- Aposto que foi ver os cisnes – Sasuke afirmou, se aproximando da janela para ver a criança, que desaparecia entre as árvores – Acho que a primeira palavra desse menino será cisnes, em vez de mamãe e papai.

- Não me surpreenderia.

Finalmente se virou para encara-lo, a face serena, apesar da tristeza que invadia seu coração sempre que fitava os belos olhos negros do marido. Sabia que sempre o amaria, apesar do esforço para sufocar o sentimento, pelo menos já não experimentava o desespero que ameaçava leva-la a loucura. Amar o próprio marido não seria nenhuma infelicidade, se Sasuke também a amasse.

- Vamos nos sentar?

Sasuke esperou que a esposa se sentasse, e sorriu, esse sorriso provocou no coração de Hinata um calor delicioso. O homem com quem se cara podia ser duro, frio, mas havia magia nesses sorrisos raros. Mas não podia se deixar tocar por essa magia. Sabia porque ele sorrira, e não era por sentir algum prazer com sua companhia. Estava apenas tentando criar um clima agradável para evitar discussões, tão comuns nos últimos encontros.

Mas Sasuke não precisava se preocupar, Hinata se tornara especialista em controle emocional e manteria a calma a qualquer preço.

Aos trinta e sete anos, Sasuke era o retrato da nobreza: Sasuke Uchiha, décimo segundo herdeiro do título de Duque de San Rinaldo e chefe político de um dos mais ricos entre os estados do sudeste da Europa. Mas o Duque de San Rinaldo não era o que Hinata via quando o fitava. O que via era o homem a quem dedicara boa parte de sua vida, porque o amara durante a maioria de seus vinte e três anos.

E como coração de Sasuke pertencia á outra mulher, podia afimar que tanto sentimento foi um grande desperdício.

O modo como estava se comportando, era evidente que tinha algo importante para dizer.

Mas ele preferiu falar sobre o filho, antes de abordar o assunto principal.

- O garoto é brilhante.Já anda como uma criança de dois anos, e tenho que certza que todos nós estaremos muito ocupados dentro de alguns meses.

- Sou obrigada a concordar.

Sasuke adorava Adam. Sempre que falava do filho, uma luz brilhava em seus olhos. Desde o nascimento do garoto, era possível vislumbrar mudanças na fachada fria e rigida do nobre, e que Hinata sempre soube que existia.

Conversaram banalidades sobre o garoto, mas ansiedade crescia dentro dela. Sasuke não costumava perder tempo, sempre ia direto ao assunto. E hoje parecia estar alongando o blá blá ao máximo. Logo ele mudou de assunto.

- Sua secretária me informou que você está planejando ir á um jantar particular na quinta-feira.

O tom casual não conseguiu esconder o fato dele estar se aproximando do verdadeiro motivo do encontro.

- Verdade. Fui convidada para jantar com os Inuzuka. Mas podia ter me procurado para saber por onde ando. E não ir interrogar minha secretária.

Sasuke sorriu.

- Vou tentar me lembrar disso no futuro.

Dessa vez seu sorriso, a deixou triste. Sasuke não se importava com o que o casamento havia se reduzido, a secretária dele telefonando para a da esposa a fim de saber o que ela estava fazendo.

O fracasso completo do casamento de três anos não o afetava, e agora tinha certeza de que a união havia sido apenas para garantir a produção de um herdeir.

Enquanto Hinata se perdia em lembranças, Sasuke disse:

- Sinto por ter aceitado o convite dos Inuzula. Queria que me acompanhasse á ópera...

- Á ópéra?

- Sim.

- Você sempre comparece sozinho a esses eventos.

- Eu sei.

- É o que combinamos que seria feito.

- Tem razão. Mas decidi rever nosso acordo.

- Por quê? Era o arranjo ideal.

- Para nos manter afastados, não é? Sim, nesse nível o arranjo era perfeito. Mas agora existem outras coisas a serem consideradas.

Hinata sentia que havia entrado em um pesadelo, e tentava conter o panico que começava a domina-la.

O arranjo a que se referiam havia sido cinco meses antes, quando situação se tornou insuportável. Haviam chegado ao ponto em que só brigavam, e a certeza de que as pessoas começariam a notar isso os levou a tomar uma atitude drástica.

- De agora em diante – Sasuke decretara – levaremos vidas separadas. Não apareceremos juntos em público, exceto em ocasiões oficiais que, infelizmente, você terá que comparecer. Em casa, tentaremos ao máximo nos manter longe um do outro.

E assim fizeram. Sasuke se mudara de seu quarto, para um aposento numa ala isolada do palácio. Apesar de todo o sofrimento, Hinata concordara com a situação. Já tendo certeza de que seu sonho dourado se tornara apenas uma fantasia. Seu marido jamais a amaria, e embora triste, era melhor viver em paz, e sozinha.

Aos poucos haviam percebido que era mais fácil viver sem o amor do marido se não tivesse que vê-lo diariamente. As férias começaram a cicatrizar.

E agora ele queria mudar tudo. Não poderia permitir que ele mudasse o acordo.

- Não estou entendendo – falou – Por que quer rever o arranjo?

- Por que ele gerou conseqüências imprevistas. Ainda não ouviu os rumores que correm por aí?

- Rumores sempre existem. A qual deles está se referindo?

- Estou falando sobre as notas que surgiram em vários jornais, inclusive na França e na Inglaterra, de estarmos caminhando para o divórcio.

- Veio para dizer que os rumores são verdadeiros? – falou, com ar arrogante e tentando soar corajosa – Essa seria uma boa notícia!

- Lamento desaponta-la, mas na verdade quero que saiba que não gosto nada desses rumores.

E quem era o culpado? O romance entre Sasuke e lady Sakura Haruno fora o estopim para o falatório, o responsável por todos os problemas entre eles. Graças à infidelidade do duque levavam vidas separadas.

- Então não gosta dos rumores? Lamento, mas não sei o que espera que eu faça para detê-los.

- O que espero é que me ajude a pôr um ponto final nessa fofoca.

- Por quê? Talvez a situação me seja conveniente.

Descobriu há pouco tempo que Sasuke mantivera ligação com lady Haruno, sua amante desde antes do casamento, e pouco tempo depois do nascimento de Adam, o duque a abandonara por completo para ficar com outra mulher. Hinata o odiava por te-la submetido à tamanha humilhação.

- Quanto mais as pessoas comentarem sobre o possível divórcio, mais depressa se acostumarão com a idéia. Assim, se decidirmos pela separação oficial, ninguém ficará chocado.

- Tem direito a expressar sua opinião, mas saiba que não haverá divórcio – Sasuke avisou com firmeza – Por mais que especulem e comentem, nós dois nos manteremos ligados até o fim de nossas vidas. Sei que isso parece uma sentença de morte – ele sorriu com amargura – mas é o que vai acontecer, e é melhor ir se acostumando.

- Ok, pare de enrolar e vá direto ao ponto.

Ela apenas sorriu cinicamente. E se sentiu orgulhosa por isso. Antigamente, não teria sido capaz de se controlar, e se desmancharia em lágrimas.

Mas ainda se sentia amargurada. Hinata havia aprendido a se controlar para evitar mais sofrimento, enquanto que para Sasuke, tudo era muito natural.

- Direto ao ponto? – o sorriso no rosto de Sasuke, era de superioridade e desprezo – Muito bem, a chamei aqui porque pretendo acabar com esses rumores, e preciso de sua cooperação. A maneira mais rápida para acabar com essas fofocas, e convencermos as pessoas que vivemos um casamento muito feliz.

Hinata não pode conter uma gargalhada incrédula.

- E como pretende conseguir essa façanha? Lamento informar, mas sua tarefa é impossível.

- Difícil, não impossível. Não pretendo dizer ás pessoas que estamos feliz, e sim mostrar a elas.

- Mostrar? Como? – Hinata perguntou, alarmada. Não estava gostando nada disso.

- Só existe uma maneira, minha cara esposa. Apareceremos em público e com freqüência, e demonstraremos nossa grande felicidade com gestos e atitudes.

- Quer dizer que andaremos de mãos dadas e trocaremos olhares profundos só para convencer o povo que somos felizes?

- Vejo que compreendeu a idéia.

Hinata se esforçou para encara-lo apesar do tremor que tomava conta de seu corpo.

- As pessoas podem imaginar o que quiserem. Sempre estarão muito longe da verdade, de qualquer maneira seu plano não vai dar certo. O povo não é tão ingênuo e sou uma péssima atriz.

- Você parece estar acreditando que estou pedindo sua aprovação. Lamento informar, que está enganada. Já tomei minha decisão, e estou apenas avisando que as coisas vão acontecer conforme planejei.

- Quer dizer que isso é uma ordem?

- Exatamente.

- Se me lembro bem, disse que precisa da minha cooperação – Hinata devolveu furiosa – Pois não a menor intenção de colaborar. Não pode me obrigar a representar. Pode me arrastar a determinados lugares, mas não pode me forçar a fingir que estou gostando.

A tensão entre eles cresceu tanto que poderia ser apalpada.

- Ficaria surpresa com o que eu poderia obriga-la a fazer, se quisesse. Tenho certeza que chegaremos a um acordo.

- Vá em frente – Hinata suspirou.

- Não permitirei que a dignidade de meu país e minha posição de Duque sejam comprometidas por fofocas. Já disse o que vou fazer, e você vai colaborar, quer queira ou não. Assunto encerrado.

- Era isso que tinha a dizer? – Hinata gritou furiosa – Pois eu também já dei minha resposta, senhor Uchiha; Não vou cooperar, não adianta insistir.

Foi como se Hinata não houvesse falado nada. Sasuke, se levantou indicando que a discussão chegara ao fim, e antes de virar-se a encarou uma última vez.

- Terá sua primeira oportunidade de mostrar que é uma boa atriz quinta-feira á noite, na ópera.

- Está se enganando.

- Não, não estou. E não precisa cancelar seu compromisso, já cuidei disso.

- O quê? Como ousa invadir minha privacidade desse modo? – notando que ele estava perto da porta, Hinata se levantou e agarrou seu braço – Quem pensa que é para agir dessa maneira comigo?

- Sou seu marido – ele falou, com desprezo.

- Nunca! Não moverei um dedo para ajuda-lo e que se exploda sua reputação. Não pode me obrigar. Não há nada que possa fazer.

- Está enganada, minha querida.

- É você quem está enganado. E está blefando – Hinata tentou, com medo do brilho que via nos olhos do marido.

- Não estou.

- O que acha que pode fazer?

- Não gostaria de saber, querida.

- Insisto em saber o que pensa que pode fazer para me obrigar a colaborar.

Sasuke respirou fundo.

- Já que insiste – e a encarou com aqueles negros profundos – Se continuar se negando a cooperar, será impedida de ver seu filho até recuperar a razão.

- Não pode fazer isso – Hinata gritou apavorada.

- Não?

- Não teria coragem nem mesmo você seria capaz de algo tão monstruoso

- Pois saiba que não hesitaria em proibi-la de ver o garoto. Se ainda dúvida, vá em frente. Faça um teste.

Cega de ódio, Hinata tentou agredi-lo com o punho cerrado, mas Sasuke fora mais rápido e a empurrara contra a mesa de chá, que estava encostada á parede. No momento em que caiu como uma boneca de pano, um barulho horrendo anunciou o fim do delicado aparelho de chá.

Chocada, Hinata mal notou o desastre a seus pés.

- Seu monstro, diga que não seria capaz de tamanha atrocidade – gritou a plenos pulmões.

Mas Sasuke já havia deixado a sala.

Odiava o marido, e o pensamento provocou uma pontada de dor em seu peito. Há algum tempo era incapaz de sentir tal sentimento, pois a alegria de ama-lo e a convicção de que o amaria para sempre preenchia todos os espaços.

Agora a única coisa que queria era sumir com aquele sentimento.


N/A: Olá pessoas õ/

Mais uma fic SasuHina... Estou com três fics para atualizar, mas não podia deixar de postar essa. E ela será atualizada com mais frequência porque tenho muitos capítulos prontos.

Já tinha escrito ela há algum tempo e criei coragem para posta-la. Está uma porcaria, mas espero de coração que gostem. Foi inspirada inicialmente num livro, mas vai tomar um rumo totalmente diferente.

Esse capitulo está um pouco... entediante, acho. Porque é feito para apresentar como serão os personagens principais, e o pivô do que acontecerá daqui pra frente.

Bom, espero a opinião de vocês.

Já nee

Obs: A Vingança Gera ódio ou Amor será atualizada domingo ou segunda. Desculpem o atraso. *-*