Eu estava andando pelo 21° bienal do livro em São Paulo, estava no estande da intrínseca. Estava lá, simplesmente escolhendo alguns livros, quando encontrei na minha frente uma figura de moletom com capuz preto, calça preta e tênis preto.

Sua pele era branca, um pouco mais branca do que a cor da minha pele carioca. Não conseguia ver seu rosto, mais ouvia sua voz. Estava falando no telefone. Peguei apenas parte da conversa.

"Então? Ela?! Mais... Ok... Eu entendo... claro... tchau."

Ignorei-o e fui à direção dos livros da saga Cahill vs. Vespers encontrar meus dois companheiros de leitura: Mel e Dan. O garoto encapuzado, que devia ter mais ou menos a minha idade, foi na mesma direção.

- E aí? – perguntou Mel. – Encontrou o livro que você queria?

-Não. – respondi. – Ainda não chegou aqui o Depois dos quinze da Bruna Vieira.

Fomos para a palestra de mitologia greco-romana. O garoto continua nos seguindo. Estranhei.

-Com Licença, - falei para meus amigos. – vocês podem guardar meu lugar?

-Claro. – responderam em coro.

Fui à direção dos banheiros o garoto me seguiu novamente. Quando parei em frente aos banheiros ele me segurou.

- o que é? – perguntei nervosa.

A figura tirou o capuz e consegui vê seus cabelos cor de mel e seus profundos e brilhantes olhos castanhos. Seus lábios e suas bochechas eram rosados.

- Você tem que sair daqui! – falou o garoto. – Eles estão atrás de você e seus amigos!

- Quem é você? Quem esta atrás de nos? Do que você esta falando? – perguntei.

-Meu é Bernardo, mas todos me chamam de Vesper 5. – Começou. Assim que ele falou Vesper correu um frio na minha espinha. – Os outros Vespersestão atrás de você e seus amigos que também são Cahill!

Fiquei paralisada de medo. Então tudo o que escrevem nos livros é verdade!

-Obrigada, mas, - Falei. – Como sabia que estava aqui?

-Venho sido obrigado a ter seguir. – Começou. – E é por isso que tenho que fazer isso.

Quando ia perguntar o que isso significa, ele fez a coisa menos esperada: ele me beijou. Sua pele fria contra a minha pele quente. Me soltou e falou:

- Vá, salve seus amigos e si mesma. – Falou. – Provavelmente não iremos nos vê novamente. Adeus.

Terminou de falar e saiu correndo em direção à porta. Fui até meus amigos e eles perguntavam por que eu rinha demorado tanto. Contei a eles a versão resumida da historia, principalmente por causa de Dan, pois havia descoberto que ele gostava de mim.

Saímos correndo da palestra, saímos da bienal e fomos andando mesmo até o aeroporto, antecipando o nosso vou de volta para o Rio, que tínhamos largado para vim a palestra.

Entrei no avião o rápido que pude e antes de desligar o celular, recebi uma mensagem.

"Já pegou o avião? Consegui sair sem deixar pistas, nem desconfiam que fosse eu. Obrigado por tudo, adeus."

Meus olhos marejaram ao vê a ultima frase:

"Sentirei sua falta, Bernardo."

Desliguei o celular e comecei a pensar se tinha valido apena botar a vida de uma pessoa que ama você em risco para salvar a sua pele e a de seus amigos. Acho que sim, acho que ele faria o mesmo por mim. Pois as escolhas mais dolorosas são as que mais precisam ser feitas.

"Adeus Bê, sentirei sua falta, eu amo você, Biia" respondi, com uma lagrima solitária descendo pela minha bochecha.

Então, essa foi a historia em que quase perdi o amor da minha vida e descobri que sou uma Cahill.