Disclaimer: Morte, Delírio e Desespero pertencem à Neil Gaiman; as transcrições de falas de Morte, Delírio e Desespero pertencem à Jill Thompson; Shinigami-sama, Death, the Kid e os outros personagens de Soul Eater pertencem à Ookubo Atsushi.
As várias faces da Morte
Morte, dos Perpétuos.
Estava calmamente sentada no sofá de minha casa, tomando uma xícara de chá e lembrando a última reunião de família que presenciei.
- Ah, Slim e Wandsworth, não entendo porque o Sonho tinha que ser tão cabeça dura!
A lembrança de nossa última reunião de família ainda estava nítida em minha memória. Sinto-me péssima.
- Não suporto brigar com Sonho...
- Você está certa...
- Obrigada por me escutarem...
- Não é certo brigar com os outros.
- Calma aí! Peixes dourados não falam!
Ao olhar ao meu redor percebo uma grande quantidade de pessoas na minha sala.
- O que..? Como..? Por quê..? Quem são vo..?
Mas antes que qualquer explicação fosse dada as pessoas que "invadiram" minha casa pulam em cima de mim.
- Saiam de ci~ma! Ee~ei!
- Vejam peixinhos! A mana está brincando com os novos amigos dela...! Ela não vai me escutar... Vou ficar brincando com vocês peixinhos!
Essa voz...
- Delírio?
- A voz da minha irmã... Sim, sou eu, a Delírio... Vim ver você porque tinha algo importante pra falar... Mas não me lembro... Pode ficar brincando mana! Eu vou cuidar dos peixes...
E mais um ponto para Del. Não consigo deixar de sorrir, mas me incomodam essas pessoas em cima de mim...
- Delly! Você precisa me tirar daqui!
- Mas você está se divertindo...
- Pelos deuses! Eu pareço me divertir?
E com isso sinto as pequenas mãos de Delírio segurarem meus cabelos e puxar. Com força. Ah, se eu não fosse a Morte estaria frita!
- Tem certeza de que não está se divertindo? Parece tão divertido... Todos querem você... A luz... Eu não acho que você seja tão clara a ponto de ser chamada de luz... Eu prefiro você com as roupas pretas!
Abraço carinhosamente minha irmã mais nova.
- Obrigada por me ajudar maninha! Agora me diga: o que quis dizer com essas pessoas quererem a minha pessoa?
Delírio pisca os olhos bicolores enquanto observa meus olhos. Antes de receber a resposta as pessoas novamente me cercam.
- Ok! Isso passou dos limites! Fiquem quietos!
Com apenas uma palavra todos permanecem parados no mesmo lugar.
- O que está acontecendo aqui?
A voz de uma criança faz-se ouvir.
-Lúcifer nos libertou! Fomos finalmente perdoados!
Estou pasma. Olho para Delírio que se aproxima da criança, não muito mais velha que um ano, e dança com ela.
Como Lúcifer pode ter libertado a alma de vocês? O lugar de vocês é lá, ele não poderia libertá-los... A não ser que...
- Pequenino, diga-me uma coisa: Lúcifer trancou o Inferno?
O pequeno bebê para de dançar com Delírio e lança um belo sorriso para mim.
- Depois que ele nos libertou, ele trancou as portas do Inferno atrás de si. Não precisamos mais sofrer!
Como isso pôde acontecer... O que eu faço com essas pessoas agora?
- Irmã, posso ir ao seu reino?
A voz de Desespero surge de seu quadro.
- Claro Desespero.
Desespero surge ao meu lado.
- Então eles já começaram a te encontrar...
- Você também sabe sobre eles?
- Sim irmã, eles estão causando um grande desespero nos vivos.
Ela sorri enquanto eu suspiro.
- Eles estão soltos, não é?
- Sim! Alguns deles pertencem a mim... Mas eu não consigo entendê-los... Eles deveriam ter ido embora... Agora eles voltaram... Acho que eles querem brincar comigo de novo!
- O que fará com eles irmã? Não pode deixá-los perambulando pelo mundo, certo?
Volto a suspirar e observo as almas das pessoas que já havia coletado. O que fazer agora...
- E por acaso alguém sabe o que foi feito da chave do Inferno?
Todos os presentes trocam olhares curiosos. Ótimo... Isso será uma total e completa loucura.
- Minha irmã, estou em minha galeria e seguro o seu símbolo. Poderia falar comigo?
A voz de Sonho preenche a sala e me aproximo de meu quadro.
- Diga Sonho. O que o aflige?
Sonho mostra a chave do Inferno. Então foi isso que Lúcifer fez... Que coisa, não..? Sorrio.
- Quando fui ao Inferno em busca de Nada, encontrei Lúcifer me esperando nas portas do Inferno. Ele o trancou atrás de si e a chave me foi dada de presente. O que devo fazer?
Pelos deuses Sonho! Essa é uma decisão que você deve tomar! Não posso auxiliá-lo... E ao que parece você não sabe do que está acontecendo, não é? Sinto a presença de mais e mais pessoas se aproximarem de minha casa.
- Sonho, o Inferno agora pertence a você. Você deve decidir o que fazer com ele.
E rápido! Não sei o que faço com essas almas... Almas... É isso! Vou entrar em contato com ele...!
- Mas irmã o que eu poderia...?
- Sinto muito Sonho, estou meio ocupada agora... A gente se fala depois, certo?
Saio correndo da galeria, desculpe Sonho, mas o que aconteceu é um grande problema e eu vou quebrar uma regra gigantesca agora... Entro no banheiro e me olho no espelho. Ele com certeza não vai gostar. Abro um sorriso enquanto escrevo alguns números no espelho.
- Kiddo! Atenda!
