(Cap. 1) Prólogo

Cansado de mais um longo dia de trabalho Edward jogou a carteira, celular e as chaves sobre o aparador da sala e foi direto ao pequeno bar, enchendo um copo com uísque. Virou todo o liquido, fazendo uma careta de desgosto. Ainda eram seis e meia da tarde e definitivamente esse não era o horário para estar bebendo. Mas ele estava esgotado mentalmente. As coisas não iam nada bem. Sua vontade era de tomar um banho, sair para alguma boate e extravasar. Ha quanto tempo não fazia isso SOZINHO? Nem ao menos se lembrava. No entanto ele sabia que se fizesse isso, ao retornar para casa iria encontrar o companheiro de cara amarrada, pronto para mais uma interminável briga.

Subiu para o quarto, já tirando a roupa pelo caminho e logo estava nu, encaminhando-se para o banheiro.

Deixou que a água morna escorresse pelo seu corpo atlético na esperança de que ela desfizesse os nós em seus músculos, resultado de toda tensão em que vinha vivendo.

Pensou em ligar para o amigo Emmett e chamá-lo para sair, mas com certeza numa sexta-feira, sua irmã Rose tinha outros planos para os dois. Além do mais, hoje não estava muito disposto a ouvir as piadinhas do Emmett sobre seu "casamento" com o Jake.

Deu um sorriso debochado ao pensar nessa palavra. Casamento era algo que ele via entre um casal homem/mulher e não entre dois supostos homens.

Ele não queria pensar muito na questão da sexualidade. Porra! Ele nem mesmo tinha certeza se era gay! Se enfiou nessa relação depois de um momento conturbado e de uma fase rebelde de sua vida. E agora simplesmente não sabia como sair disso. A única coisa que não queria era magoar o Jacob. Amava-o, isso era fato. Apesar de no momento nem saber dizer que tipo de amor era. Existem vários tipos de amor, isso é óbvio. Então... não sabia em qual tipo Jacob se encaixava. Mas se ele Edward não era gay, por que ele nunca se interessou pelo sexo oposto? Era um homem incrivelmente lindo com seus cabelos cor de bronze, eternamente bagunçados e seus olhos de um azul profundo. Seu corpo era esguio, másculo, sem qualquer linha fora do lugar. As mulheres suspiravam quando ele passava. E ele... nada. Algo estava definitivamente errado. E Edward estava disposto a descobrir.

Saiu do banho com a toalha em volta da cintura e procurou algo para vestir. Tinha se decidido. Iria mesmo sair e extravasar um pouco. No entanto, nem concluiu os pensamentos e a porta foi aberta. Jacob entrou saltitante, um sorriso largo no rosto e jogou os braços em volta do pescoço de Edward.

–Tive uma ideia maravilhosa, amor. Algo que vai nos ajudar nessa crise.

Edward rolou os olhos. Ele não via aquela fase como uma crise.

–O que foi agora Jacob?

–Vamos adotar uma criança!

Edward arregalou os olhos. Jacob fumou? Estava drogado? Quem em sã consciência daria a guarda de uma criança para um casal de gays? E o pior disso tudo: como dois homens que trabalhavam o dia inteiro, bebiam além da conta nos finais de semana iriam tomar conta de uma criança? Dessa vez o companheiro extrapolou todos os limites. Mas Edward o conhecia muito bem. Olhando em seus olhos ele percebeu que o que Jacob queria era uma forma de prendê-lo ao seu lado pra sempre.