Let Love In – A Continuação
Parte 1 – Quando os amores quebram.
Jane estava quebrada. Financeiramente e fisicamente falando. Ela saia da balada às 8hrs e extremamente cansada de servir drinks a noite inteira. Blaine havia conseguido esse bico para ela, mas estava começando a ficar insustentável, como ela ia pagar as contas com os poucos $80 que ela ganhava por noite, trabalhando uma noite a cada 15 dias? Johnny em breve faria 10 anos, a festa tinha que ser maravilhosa. Já bastava ele ficar na casa do tio Blaine quase a semana inteira pois Kurt era um anjo em sua vida e amava o sobrinho. Ela suspirou cansada ao entrar no pequeno loft que o irmão havia a emprestado. Ele era inteiro com os tijolos aparecendo nas paredes, um pequeno dry-wall separava o quarto de Johnny do restante do apartamento, a cozinha americana era pequena, mas bem moderna, a sala tinha uma tv grande e um videogame, mas um sofá bem capenga que ela havia comprado com $40 em um mercado de pulgas e que matava suas costas quando o filho dormia em casa. Zero de decoração. Era um apartamento meio triste no fim das contas. O cheiro era de limpo e com um toque de baunilha, graças a Quinn que havia comprado um aromatizador de ambientes para a morena. Nem para isso ela tinha dinheiro. Dormiu sem perceber naquela porcaria de sofá.
Na tarde seguinte, ela tinha plena consciência que a sua passagem pela prisão ia dificultar a sua entrada no mercado de trabalho, mas ela não imaginou que ia ser tão difícil assim. Ela precisava urgentemente de um emprego. Ela olhava o jornal – na área de classificados – quando a campainha do seu apartamento tocou. Sem nem precisar olhar pelo buraco da fechadura ela abriu e sorriu para a linda, sexy e incrivelmente sensual latina que tinha em sua porta.
- Olá baby – sorriu Santana cansada, levantou a mão mostrando uma sacola de papel – Trouxe comida chinesa.
- Ah deus... Nem sei dizer qual das duas eu acho mais gostosa – brincou Jane com a namorada.
- Ei!
- É brincadeira minha linda – e puxou a latina para um beijo calmo – Vamos comer?
Santana acenou com a cabeça e entrou no apartamento. Ela olhou levemente enojada para a camisa e a calça que a namorada usou no dia anterior que estavam jogadas na sala, mas Jane, rápida como um raio, tirou e levou para o banheiro. Ela arrumou a refeição para as duas e contavam amenidades do seu dia. Santana estava de plantão a quase 36 horas, mas ela curtia ficar um tempo com a namorada antes de apagar totalmente na cama. Elas já não transavam tanto quanto antigamente, mas o relacionamento parecia andar bem.
-x-
- Rachel... Levante meu amor – chamou Quinn pela terceira vez a esposa. Rachel conseguia acabar com o romantismo da loira em questão de minutos. O café já estava frio e as torradas moles. Quinn bufou irritada. Essa não era a primeira vez que Rachel fazia aquilo. Ficava quase a semana inteira sem ver a loira graças aos ensaios diários da peça, mas quando tinha uma folga ela saia para beber com a produção, chegava e desmaiava na cama. Quinn era paciente, continuava ajudando a morena quando dava e no fim do dia, com os ombros moídos por andar com a mochila cheia de livros o dia inteiro (ela estava fazendo pós graduação em literatura), ainda massageava o pé da diva no fim da noite. Era o sinal de que iam transar. A morena continuava apaixonante na cama, e Quinn não podia pedir uma amante melhor, mas como esposa... Talvez Rachel ainda agisse como se elas fossem namoradas e Quinn mandasse na relação. Era responsabilidade de Quinn o apartamento, sua limpeza, compras e contas, mesmo ajudadas pela diva, ainda eram feitas por Quinn. A cumplicidade do relacionamento teve suas baixas, e sem perceberem, o casamento estava desabando.
Quinn chorava as vezes quando ela pensava em se separar de Rachel. A maioria das pessoas achava que a loira era uma tola por continuar com a morena, mas ela a amava tanto. Era difícil lembrar e imaginar uma vida sem Rachel do seu lado. Elas estavam casadas a quase 2 anos. Mas quando Rachel chegava bêbada em casa, sem conseguir falar direito com algum colega da produção a tiracolo ajudando-a, Quinn não precisava de muito esforço para se imaginar longe dali. Mas então a diva acordava. E voltava a ser a Rachel que ela se apaixonou. E ela prometia para a esposa que ia ser a ultima vez, e nunca era. Rachel jamais conseguiu esquecer o que Russel Fabray e Alexander Anderson fizeram com ela. Não precisava ser um gênio para saber disso e Quinn tentou diversas vezes convencê-la a ver um psicólogo, mas a Berry era teimosa e não queria de jeito nenhum.
Então, aos poucos, a loira desistiu.
-x-
Jane ouviu o celular da latina tocar. Eram quase 4 horas da manhã. Meio puta, ela pegou o celular e viu o nome "Brit" na tela. Agora, completamente puta da vida, abriu a mensagem e gelou ao ler o teor do texto.
"Hey Sant. Vi o apartamento, ele é lindo! Você sempre teve bom gosto. Quando você vai contar para a Jane que você irá se mudar? Já conversei com o Phillipe e ele disse que está tudo certo para a sua transferência. Estou com saudades. Bjos Brit"
- Mas que merda? – sussurrou irritada. A latina ia mudar para Los Angeles e não havia falando nada para ela? Depois de 2 anos de relacionamento, ela vai virar as costas? E depois de fumar metade de um cigarro Jane percebeu – Ela desistiu de mim.
-x-
Duas mensagens enviadas ao mesmo tempo. Exatamente iguais.
"Preciso de você".
