Título: O Guarda-Costas – Capítulo 1
Fandon: Supernatural
Autora: Mary Spn
Personagens principais: Jared / Jensen
Sinopse: Jared Padalecki, um guarda-costas altamente qualificado, é contratado para proteger Jensen Ackles, um famoso ator e diretor de cinema, que tem sua vida ameçada através de cartas anônimas.
Nota: Trata-se de Universo Alternativo, Jared e Jensen são apenas personagens desta fic.
Capa da fic: http : / / img94 . imageshack . us / img94 / 8457 / oguardacostas . jpg. (tirando os espaços)
O Guarda-Costas
Capítulo 1
Após o término das gravações de seu novo filme, Jensen sentou em sua cadeira e suspirou cansado. O dia tinha sido longo, muito longo, e tudo o que queria agora era poder ir para casa, tomar um banho demorado, e dormir por longas horas.
Mas tudo isso estava fora de cogitação. O máximo que poderia fazer agora era se dirigir para o hotel, tomar um banho rápido, se vestir e ir até o restaurante onde estava marcada mais uma entrevista para uma revista sensacionalista.
Agora sua vida era assim. Jensen olhou a movimentação ao redor e sentiu saudades do tempo em que era apenas mais um ator, fazendo seriados e filminhos de terror.
Aos trinta e dois anos, podia se orgulhar muito de sua carreira. Sempre tinha trabalho, ora como diretor, ora como ator, e tinha o privilégio de poder escolher apenas os melhores filmes para atuar.
Jensen amava muito o seu trabalho, mas muitas vezes se sentia sufocado, e sentia falta do anonimato.
Juntou seus pertences e foi até o carro, onde Clif o estava esperando. Clif era o seu motorista, segurança, guarda costas, e seu quebra galho para qualquer situação. Estavam há oito anos juntos, e Jensen confiava nele como em ninguém mais.
No caminho até o hotel, Jensen recebeu uma mensagem no celular, era de Daneel, sua esposa, que estava passeando em Nova Iorque.
- Amor, estou saindo do shopping agora. Espero que tenha um bom dia. Estou com saudades! Amor, Dan.
Jensen sorriu e voltou a guardar o celular no bolso. Tinha acertado ao se casar com Daneel. Bastava um cartão de crédito com um limite bem alto para deixá-la feliz. Estavam casados há quase um ano agora, e Jensen pensava que qualquer outra pessoa não aguentaria um casamento como este. Jensen vivia viajando, e mesmo quando estava em sua casa em Los Angeles, acabava dedicando a maior parte do tempo ao trabalho.
Mas Daneel não reclamava, afinal agora ela tinha tudo o que mais prezava: status e dinheiro.
- E então Jensen, você vai ter tempo disponível amanhã? – Clif falou, tirando Jensen de seus devaneios.
- Tempo disponível para que? – Jensen estava distraído.
- Para a entrevista com o novo segurança! Nós precisamos decidir isso o quanto antes.
- E você já tem algum candidato?
- Ainda não, mas eu resolvo isso ainda hoje a noite. Eu conheço a pessoa certa para o trabalho.
- Clif, você acha que isso é mesmo necessário? Quer dizer, você não acha que é um pouco de exagero?
- Jensen, você foi ameaçado, nós não podemos ficar de braços cruzados esperando, temos que estar sempre há um passo a frente, entendeu? É pela sua segurança.
- Você parece a minha mãe falando! - Jensen bufou - Cara, foram só alguns bilhetes, deve ser alguma piada de mau gosto, só isso.
- Tomara que seja mesmo. Mas eu não vou descansar enquanto não tiver certeza.
A noite, depois da entrevista, e depois de levar Jensen até a sua casa, em segurança, fazendo-o prometer que não sairia de lá, Clif foi até o bar combinado.
Sabia que não seria fácil convencê-lo, então pensou em vários argumentos, nem mesmo acreditando que algum deles iria funcionar.
Assim que entrou no bar, logo o avistou no balcão, com um copo de uísque em sua frente. Aproximou-se e sentou na banqueta ao lado, tentando puxar conversa.
- Estranho...
- O que é estranho? - Jared continuava encarando o copo de uísque.
- Primeiro, o fato de você ter marcado em um bar, e segundo, estar bebendo uísque assim tão cedo.
- Você deveria tomar uma dose, ajuda a relaxar.
- O que eu menos quero agora é relaxar, já você... – Clif deu uma risadinha ao ver Jared seguir com os olhos uma garota morena que havia passado por eles.
- Até que o lugar não é tão mal frequentado. – Jared sorriu de lado - Mas por que você não vai direto ao ponto, Clif?
- Jay...
- Eu já falei que não pego mais este tipo de serviço. – Jared finalmente o encarou.
- Por que não?
- Não vale a pena. Eu não vou mais arriscar a minha vida por qualquer um.
- Eu pensei que depois de todos esse anos, você...
- Depois de todos estes anos, eu aprendi que o dinheiro não é tudo, Clif. E que eu não vou mais arriscar a minha vida por alguma celebridade idiota e arrogante, com ataques de estrelismo. Eu estou cheio disso. O mundo ficaria melhor sem eles.
- Ele não é assim.
- Você é suspeito pra falar, Clif. É amiguinho dele há quantos anos mesmo?
- Oito. E eu posso garantir, o Jensen vale a pena. E ele não tem ataques de estrelismo. É muito bom no que faz, trabalha duro, e por isto está sendo reconhecido.
- Se o cara é tão gente boa assim, por que está sendo ameaçado?
- Eu não sei se são mesmo ameaças, mas eu não posso arriscar.
- Clif, ele deve ter muitos fãs, você sabe que isso é como procurar uma agulha em um palheiro.
- Eu sei. E é por isso que eu preciso do melhor ao meu lado. Olha isso aqui. – Clif falou com seriedade, entregando uma foto de Jensen.
- Hmm... Até que ele tem uma boca sexy. – Jared brincou, recebendo um olhar reprovador de Clif. – Espera! - Jared olhou a foto novamente – Ele não foi o protagonista de My Bloody Valentine?
- Ele protagonizou vários filmes excelentes, dirigiu outros, e você ainda se lembra dele por aquele filmezinho de quinta categoria?
- Hei! Eu gosto de terror. E até que ele sabia manejar bem uma picareta! – Jared deu risadas, maliciando.
- Cadê o seu profissionalismo?
- Deixa de ser rabugento, Clif. Eu não trabalho pra ele, e se você não notou ainda, estamos em um bar. Então eu não preciso ser profissional agora.
- Ainda não, mas vai trabalhar, eu tenho certeza.
- E os bilhetes?
- Eu já te disse por telefone o que continha neles.
- Eu quero ver.
- Claro. Como sempre, não confia em ninguém. – Clif falou, tirando os papéis do bolso da jaqueta e os entregando a Jared.
Jared olhou e ficou algum tempo apenas os analisando, sem dizer nada.
- E então?
- E então o que?
- O que você me diz?
- Eu odeio você, Clif!
- Amanhã as dez horas está bom pra você? É quando o Jensen vai estar livre.
- Eu vou levantar a ficha dele, e talvez eu apareça por lá. Eu te ligo amanhã.
- Ok, eu conto com você, Jay!
- Agora some daqui que hoje eu quero me divertir. E não vai ser com você. – Jared falou brincando, e Clif deu risadas quando um garoto loiro, aparentando uns vinte e cinco anos parou ao seu lado no balcão, pedindo uma bebida, e Jared o olhou de cima em baixo. – Tem opções melhores por aqui. – Jared piscou. – Muito melhores.
- Ok, divirta-se! Só não esqueça que você tem trabalho amanhã. – Clif pagou a conta e foi embora, satisfeito. Sabia que apesar de ser teimoso feito uma mula, Jared acabaria aceitando o trabalho.
- x -
Jared acordou no dia seguinte com o celular tocando, e sua vontade foi de atirá-lo pela janela.
- Alô! – falou bocejando, e com um tremendo mau humor.
- Você está atrasado!
- O que?
- Sorte sua que surgiu outro compromisso, e o Jensen remarcou para hoje a tarde.
- Sorte minha? Você só pode estar brincando, não é Clif? – Jared levantou ainda meio sonolento e passou a catar as suas roupas pelo chão.
- Eu vou te esperar as três da tarde, e não se atrase!
Jared abriu as cortinas do quarto e bufou ao ver o garoto loiro deitado em sua cama. Devia ter mesmo bebido demais para trazê-lo ali, em seu apartamento, coisa que muito dificilmente acontecia. Ficar sem trabalho não era mesmo uma boa idéia, precisava manter sua cabeça, e principalmente o seu corpo, ocupados.
- Hey! Garoto! – Jared deu um tapa na bunda do loiro, que estava descoberto, e então se deu conta de que nem sabia o seu nome.
- Hmm? O que? – O garoto perguntou, se remexendo na cama e tentando abrir os olhos.
- Dê o fora daqui!
- O que?
- Eu disse pra cair fora daqui! – O moreno repetiu sem paciência.
- Mas...
- É melhor você ser rápido, porque a minha mulher está chegando. – Jared mentiu.
- Mulher? – O garoto finalmente pulou da cama e começou a se vestir – Pôrra! Você me disse que era solteiro!
- E você acreditou? – Jared perguntou na maior cara de pau, se segurando pra não rir, tamanho o desespero do loiro.
- Eu já vou indo. – O garoto já estava na porta, quando Jared o puxou pelo braço, e o beijou na boca.
- Esqueça o meu endereço, ok? A minha mulher é uma fera! – Jared sorriu, seu sorriso de um milhão de dólares.
- Ok. Até qualquer dia, quem sabe. – O garoto sorriu e praticamente saiu correndo dali.
Jared deu risadas sozinho e se encostou na porta, bufando... Tinha trabalho a fazer.
Ligou para os seus contatos, pedindo toda e qualquer informação a respeito de Jensen. Dentro de duas horas, já sabia até o saldo em suas contas bancárias, o que não era pouco.
Era exatamente o que pensava, mais uma celebridade fútil, cercado de fãs por conta do seu rostinho bonito. Talvez até tivesse talento, mas isso não mudava em nada o que Jared pensava a respeito.
A tarde, Jared tomou um banho demorado, vestiu seu terno preto, gravata, camisa branca impecável, deu uma ajeitada nos cabelos, e foi até o seu carro.
Chegando no endereço que Clif informara, Jared estacionou seu Audi A8 W12 na rua em frente a casa, onde ficou alguns minutos apenas observando. O lugar estava movimentado, movimentado demais para a casa de alguém que pensava estar sendo ameaçado de morte.
O moreno foi entrando, indignado com o que via, quando avistou Clif do outro lado da sala.
- Clif. – O cumprimentou com um aperto de mão firme.
- Jay! Eu fico feliz por você ter vindo. – Clif retribuir o aperto de mão.
- E eu decepcionado. Afinal, que bagunça é essa?
- Ah, não liga não, eles já vão sumir daqui. São alguns amigos da Sra. Ackles.
- É melhor você dar um jeito nisso. E cadê o seu homem?
- Está no escritório nos esperando. Vamos. – Clif conduziu Jared até um espaçoso escritório que ficava no andar de cima da casa, e quando entraram, Jensen estava sentado atrás da escrivaninha, ao telefone.
Jared percebeu o loiro o analisando de cima em baixo, enquanto ainda falava ao telefone, e assim que desligou, lançou um olhar de incredulidade a Clif.
- Então este é o seu grande homem? – Jensen perguntou em tom de deboche, o que Jared não gostou nem um pouquinho. Não fosse pelo seu profissionalismo, teria virado as costas e ido embora no mesmo minuto.
- Qual é o problema? Não sou grande o suficiente pra você? – Jared respondeu em tom sarcástico.
- É... Jensen, este é o Jared, Jared Padalecki. – Clif se apressou em apresentá-los, antes que as coisas começassem a engrossar, afinal conhecia o gênio de Jensen, e também o de Jared.
- Não por nada, Clif, mas eu pensei que ele fosse... – Agora Jared apenas o olhava com curiosidade – Mais velho. Você tem o que? Vinte e cinco anos? – Desta vez falou olhando para Jared.
O moreno não conseguiu evitar um sorriso sarcástico.
- Vinte e oito. Mas eu aposto que você vai se surpreender com as minhas habilidades.
- Eu não apostaria tanto assim. Será que você pode nos dar licença um minuto? Eu preciso falar a sós com o Clif.
- Claro. – Jared saiu do escritório, muito educadamente, e passou a caminhar pelo corredor da casa, observando tudo com curiosidade.
Jensen era um sujeito intrigante, a primeira impressão não tinha sido das melhores, e Jared achou que acabaria ficando aliviado se o loiro não o contratasse. Não poderia negar um pedido de Clif, afinal o homem já lhe quebrara o galho várias vezes, mas se Jensen o dispensasse, aí seria outra coisa.
Clif encarava Jensen como se tivesse visto um fantasma.
- Jensen, o que deu em você? Você não imagina a dificuldade que eu tive apenas em fazê-lo vir até aqui.
- Ele é só um garoto, Clif! É mais novo que eu, inclusive!
- E o que tem isso? Você esperava que eu trouxesse um velho numa cadeira de rodas? Tenha dó, Jensen!
- Eu não confio nele. Pra mim ele não passa de um sujeitinho metido e arrogante. Além de caro!
- Pois você vai se surpreender, Jensen. Ele é o melhor que eu conheço. Você confia em mim, não confia?
- É claro que eu confio em você, idiota! – Jensen respondeu aborrecido.
- Então deixa isso por minha conta, ok? E deixa que com ele eu me entendo.
- Ok, eu só espero que você não esteja enganado.
Clif saiu do escritório e encontrou Jared perambulando pela casa.
- Dispensado? – Jared perguntou com um sorriso.
- Nem sonhando, baby. Vamos voltar pra lá, precisamos montar um plano de ação. Afinal, a turnê de divulgação do filme começa em duas semanas.
Jared seguiu Clif novamente até o escritório de Jensen, que desta vez tinha uma postura mais séria, e demonstrava interesse.
- Eu ainda acho isso tudo um exagero, Clif! – Jensen comentou com seriedade.
- Você não tem que achar nada, Jensen. Quem cuida da sua segurança sou eu. – Clif respondeu impaciente.
- De agora em diante sou eu. – Jared sorriu.
- É verdade, as vezes eu me esqueço disso. – Clif se corrigiu. – E qual vai ser o primeiro passo?
- Primeiramente eu preciso conhecer e fazer uma limpa no seu pessoal de apoio.
- Uma limpa?
- Sim, eu vou montar minha própria equipe. Existe algum lugar onde possamos nos reunir?
- Eu não estou gostando disso. – Jensen falou preocupado. – Alguns deles trabalham comigo há anos.
- E este é exatamente o problema.
- Mas por que...
- Olha, se você vai mesmo me contratar, a partir de agora eu sou o responsável pela sua vida. Sou eu quem dita as regras, e você apenas segue, ok?
Jensen já ia responder alguma coisa, quando Clif o cortou.
- Ele está de acordo, e ciente disso, Jay.
- Ótimo. Porque pra começar, eu entrei na sua casa, sem tocar a campainha, armado – Jared mostrou a Glock que carregava na cintura - e mesmo tendo dois seguranças na entrada, nenhum deles percebeu a minha presença. E olha que com a minha altura, é meio difícil passar despercebido, mesmo que eu queira. Portanto, eu me recuso a trabalhar com este tipo de gente, você querendo ou não, eu monto a minha própria equipe. Espero que estejamos entendidos.
Continua...
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