Nome: Glace et Larmes

Ship: Loki e Laila

Rate: M

Tipo: Romance


Nota da Autora: Fanfic que ando prometendo a vocês há um bom tempo. Para quem leu "I Will Wait" e "Dúbio", cá está a história de como Loki conheceu Laila. A frase do sumário não é de minha autoria. Ela foi retirada de um conto erótico. Você pode conferir o conto no livro "Delta de Vênus" da escritora francesa Anaïs Nin.


Disclaimer: As personagens pertencem exclusivamente à Marvel Studios e ao Stan Lee. Se pertencessem a mim, Loki não perderia seu tempo infernizando a todos, pois estaria perdendo tempo comigo. Na cama.

Atenção: A descrição de Loki segue a descrição física do ator Tom Hiddleston. Portanto, meu Loki tem olhos azuis, e não verdes como no HQ. Entre outras coisas.


Prólogo

Ela entrou naquele lugar de forma relutante, os corredores eram compridos, as paredes em um tom cinza escuro eram quase sufocantes. A luz branca lhe dava dor de cabeça. Os olhos castanhos claros analisavam tudo com visível desconfiança, ela escutava os passos do homem engravatado que estava atrás de si, o som dos sapatos sociais dele reverberavam pelo corredor quando batiam no piso frio quase no mesmo momento que o som das botas dela.

Laila não gostou daquele homem, como não gostou de nada do que estava vendo. Vinte minutos haviam se passado desde que entrara pela grande porta, e já queria sair dali. Sentia-se sufocada. Por que essa sensação tão estranha e forte? Ali não era muito diferente de um prédio comercial ou de um hospital, não?

Não sabia a resposta para aquela pergunta. Mas nem o cheiro daquele lugar estava lhe agradando.

Ela continuou a andar, fitando as placas com atenção. Terceiro corredor à esquerda. Achou-o poucos segundos depois, virando-o e finalmente entrando em uma sala maior, o espaço ali e o carpete escuro eram bem vindos aos olhos dela. O homem parou perto dela também, mas não se aproximou da mulher loira que estava na escrivaninha, trajando uma roupa social impecável e escrevendo em um computador muito moderno.

Laila respirou fundo, aproximando-se ela mesma da mulher, que correu os olhos pela roupa dela e esperou a palavra.

- Bom dia, meu nome é Laila Alethea. Recebi uma carta...

Ela começou a remexer na bolsa grande, procurando o maldito envelope pardo que havia sido entregue em seu apartamento duas semanas atrás. Achou-o depois de alguns segundos e entregou-o à mulher, que logo mostrou uma fisionomia de desagrado ao perceber o papel amassado.

A loira correu os olhos astutos rapidamente pelo papel e logo depois apertou um botão de uma espécie de telefone que estava na mesa. Laila permaneceu quieta, apenas esperando. Não que realmente quisesse estar ali, mas tudo havia sido pago e ela, como uma boa viajante, não recusou. Poderia conhecer Nova Iorque mais um pouco naquele pequeno tempo em que ficaria ali. Mas já estava se arrependendo de ter saído de tão longe.

- Srta. Alethea, estão lhe aguardando na sala ao lado.

Ela apontou para uma porta grande de madeira escura que estava à esquerda da sala e Laila assentiu para a moça, agradecendo e fitando rapidamente o gorila de terno que ainda permanecia de pé ali perto. Ele não a seguiu, e ela se sentiu um pouco aliviada por isso.

Ela entrou na sala sem bater, afinal, estavam a esperando, não?

Logo se sentiu melhor. O ar ali parecia ser menos denso, mas não gostou muito da decoração fria e seca do local. Parecia estar em um consultório odontológico. Até onde ela morava possuía mais calor do que aquele lugar, e morar na Rússia era como morar dentro de um cubo de gelo de vez em quando.

Havia dois homens de ternos escuros parados ali, um estava sentado e parecia ler um relatório, o tipo de relatório que qualquer agente secreto lia. Laila se sentia dentro de um filme naquele lugar, ou dentro de uma série criminal. O outro era mais velho e quase calvo.

Um dos agentes correu rapidamente os olhos astutos pela garota que havia entrado. Parecia nova, ele lhe daria em torno de vinte e dois anos, ou um pouco mais. Torcia seu cachecol com as mãos e olhava para os dois como se eles fossem dois alienígenas. Parecia um pouco assustada, e um pouco confusa. Só um pouco. O agente já havia observado muitas pessoas entrarem naquela mesma sala, mas nenhuma parecia ter a certeza do motivo de ter sido chamada. E isso não se aplicava a ela, infelizmente.

Ele gesticulou para que ela se sentasse, e quando ela o fez, ele tomou a palavra.

- Srta. Alethea, você sabe o motivo de estar aqui?

Laila se remexeu inquieta na cadeira, deixando agora de torcer o cachecol com as mãos. Seus olhos amendoados correram pelos dois agentes. Ela assentiu minimamente com a cabeça.

- Por causa dele.

Era a resposta mais óbvia. E estava mais que claro para Laila que ela havia acertado, apenas o modo como aqueles dois a fitaram não lhe deixava mais dúvidas. Um se levantou.

- Srta. Alethea, o homem que você conhece pode ser um perigo para a humanidade se estiver solto. Loki já matou várias pessoas aqui por prazer, destruiu essa cidade... levamos anos para reconstruir prédios e acalmar as pessoas de que um possível ataque não iria mais acontecer. E nem disso temos certeza. Com Loki solto, a qualquer momento mais pessoas inocentes poderão morrer. O mundo inteiro corre esse risco.

Ele a fitou com intensidade e quase soltou um suspiro quando percebeu que ela não parecia surpresa com aquelas informações bombásticas. Tinha esperança de que ela cedesse e lhe desse informações caso fosse pega desprevenida, mas ela não parecia chocada, apenas ressentida com tudo o que ele havia dito.

- Loki é muito perigoso.

Ele disse de forma calma, e ela apenas continuou fitando a mesa de madeira clara. A respiração dela estava um pouco ruidosa, mas ela não estava demonstrando nada em relação ao que ele estava falando, muito menos estava ficando vulnerável. Ele suspirou dessa vez, sentando-se novamente e fitando-a nos olhos, obrigando-a a fazer o mesmo.

- Você sabe que Loki não pode ser nem considerado... humano, não é?

Ele fez sua última tentativa, na qual ela respondeu com apenas uma palavra.

- Sim.

Dessa vez ele desistiu. O outro agente, que permanecia calado até então, limpou a garganta e pegou novamente o relatório.

- Você não faz nem ideia de onde podemos encontrá-lo?

Ele perguntou, fazendo a atenção de Laila se desviar para ele. Ela correu os olhos pelos papéis que o agente estava manuseando e negou com a cabeça.

- Não.

Os dois se entreolharam e um levantou uma sobrancelha. Um dos agentes fechou a pasta parda que continha o relatório e Laila conseguiu observar o nome Loki Laufeyson escrito ali. O símbolo da SHIELD estava desenhado no envelope. Ela não conseguiu ver nada além daquilo antes do agente enfiar o envelope debaixo do braço e caminhar para a porta.

O outro retirou um cartão preto de dentro do bolso interno do paletó e entregou-o para Laila, que o analisou com atenção. Antes não havia nada escrito, mas quando ela o tocou, percebeu que um número de telefone de aparência particular apareceu ali em caligrafia dourada.

- O cartão só mostra sua verdadeira identidade quando você o toca. Programei-o para isso. Caso se lembre de alguma informação, qualquer uma, e queira compartilhar conosco, é só ligar para esse número.

Laila assentiu, enfiando o cartão de qualquer maneira na bolsa. Nesse momento, o agente que estava perto da porta a abriu, e ela percebeu que ele não tinha intenção de sair, mas aquilo era um convite claro para que ela o fizesse.

Caminhou para a porta e com um último olhar para os dois homens, saiu daquela sala horrenda.

Quando a porta se fechou, os agentes respiraram fundo, um deles passando as mãos nos olhos e logo depois se levantando para pegar um café.

- Acha que temos chances de conseguir alguma informação por parte dela?

O homem não respondeu o mais novo, apenas encheu seu copo de café e tomou um longo gole. Permaneceu quieto por alguns minutos, pensando com cuidado na ordem que daria. E decidiu.

- Chame Natasha. A quero nessa missão.

O outro ficou surpreso com a decisão.

- Por que, senhor? Temos que dar tempo à menina, ela acabou de sair da sala...

O mais velho abriu uma gaveta e retirou uma ficha de aparência escura. O nome Vingadores estava escrito em letra prateada ali. Ele a abriu, retirando a ficha de Natasha Romanova e observando-a com atenção. Nunca pensou que precisaria de Natasha novamente, mas a mulher era perita em descobrir segredos.

- Aquela garota não vai nos falar nada.

- Por quê?

O agente mais novo perguntou. O outro fitou.

- Porque ela o ama.