Disclaimer: Os personagens aos quais vocês já estão acostumados pertencem à JK. Carrie Winters pertence à SweetDeamon, bem como o enredo. Eu só sou uma tradutora.
1: O Garoto de Gorro de Lã
Foi exatamente um mês antes de seu décimo primeiro aniversário que Caroline Winters chegou ao número quinze da avenida Silver Birch, no banco de trás do carro de seus pais, sentada entre os seus dois barulherntos irmãos.
"Pelo amor de Deus, meninos!" a mãe de Caroline exclamou enquanto eles passavam pela entrada da garagem, o cascalho fazendo barulho sob os pneus do carro, "Será que vocês podem parar de brigar por pelo menos um minuto? Além do mais, nós chegamos!"
Os irmãos de Caroline, gêmeos dois anos mais velhos do que ela, imediatamente pararam com sua ruidosa discussão e pressionaram os rostos no vidro frio das janelas do carro, olhando a casa de cima a baixo, com olhos arregalados e animados.
"Tem uma janela no telhado!" um dos gêmeos, cujo nome ra Timothy, observou animadamente, fazendo com que o outro garoto, Thomas, torcesse o pescoço para conferir por ele mesmo.
"Aquele seria o quarto do sótão." O pai deles os informou satisfeito enquanto o carro parava, e os dois garotos imediatamente começaram a disputar qual dos dois ficaria com o quarto em questão.
Caroline cruzou os braços firmemente sobre o peito, olhos fixos nos próprios sapatos enquanto so gêmeos dispararam para fora do carro.
"Vamos, Carrie querida." sua mãe a chamou encorajadoramente, virando em seu ascento para olhar para a filha. "Você não vai querer que os meninos fiquem com os melhores quartos, não é mesmo?"
Enquanto seu pai descia do carro e corria atrás dos gêmeos, Carrie olhou para sua mãe, o rosto contorcido em uma expressão emburrada e disse:
"Eu não me importo"
A sra. Winters segurou um suspiro pesado e tentou novamente:
"Bom, por que você não vai dar uma olhada no jardim dos fundos? Tem uma árvore enorme lá e o papai disse que poderia te construir uma casa de árvore! Uma casa de árvore de verdade, Carrie! Não poderíamos ter uma dessas no apartamente, não é?"
Carrie puxou as pernas para o banco e abraçou os joelhos contra o peito.
"Não", murmurou, os longos cabelos caindo sobre seu rosto e a cabeça abaixada tristemente. "Mas do que adianta ter uma casa de árvore e não ter amigos com quem brincar?"
"Você vai ter vários amigos com quem brincar!", a sra. Winters insistiu, colocando a mão no joelho da filha para confortá-la. "Você vai começar a estudar em setembro, e vai ser tão nova quanto todo mundo e vai fazer vários amigos novos! Sem contar as crianças que devem morar nessa rua..."
"Eu não quero vários amigos novos!" Carrie chorou, se afastando do toque da mãe. "Eu já tinha vários amigos! E nós iríamos para a escola juntos! Para o Tillbury High! Juntos!"
"Oakhurst Manor é uma escola ótima, Caroline, e seu pai esperou por essa promoção durante anos..." a sra. Winters começou firmemente, somente para sua filha dar um pequeno grito de raiva, apertar o botão do cinto de segurança com muito mais força do que era necessário e se jogar de lado, se enrolando até ficar como uma bola.
"Eu quero ir pra casa!" a menina chorou, puxando os cabelos de nervoso. "Eu quero voltar para Tillbury!"
Sua mãe suspirou pesadamente.
"Eu vou entrar agora, querida." ela disse tristemente à filha. "Você pode simplesmente entrar quando estiver pronta." E com isso, ela saiu e deixou a filha curtir seu mau humor.
Depois de dez minutos, Carrie cansou de chorar e chutar a parte de trás do banco de motorista, então ela relutantemente sentou e olhou pela janela.
A nova casa dos Winters certamente era melhor de se olhar do que o seu velho apartamento na cidade de Tillbury. Era um sobrado branco com a porta da frente pintada em um azul brilhante. Uma trepadeira subia lentamente por uma das paredes à esquerda da porta e havia uma floreira com flores amarelas no degrau.
Carrie abriu a porta e saiu do carro, fechando a porta cuidadosamente atrás de si. Ela encarou a casa por um longo período, contanto as janelas frontais (seix, incluindo a do telhado) e o número de pombos sentados na chaminé (dois, três incluindo o marrom de aparência esquisita que, depois de muita análise, não parecia nada com um pombo. Se Carrie tivesse se permitido adivinha, teria dito ser uma coruja, mas ela não se deixou ser tão boba. Todos sabem que corujas só saem à noite). Se virou então para olhar a casa ao lado. Não tinha carro na garagem, então ela supôs que seus novos vizinhos não estavam em casa. A casa deles era bem parecida com a dela, a não ser pela porta, quer era verde escura e havia arbustos grandes demais em cada lado da porta, e não trepadeiras. Alguem precisava podá-los, eles já alcançavam a parte de baixo das janelas. As janelas eram escuras, com cortinas que bloqueavam a vista para dentro.
Carrie se virou de novo, as costas voltadas para sua nova casa, e olhou para as casas do outro lado da rua. Eram todas parecidas – sobrados pintados de branco, diferenciados uns dos outros apenas pela pintura das ports. Carrie suspirou pesadamente. Essa era, segundo sua conclusão, uma vizinhanaça chata. Muito distante de seus amigos.
Carrie seguiu, exitante, até a entrada, abril a porta azul e espiou o interior da casa. Caixas estavam empilhadas próximo a uma parede e, enquanto ia perambulando, passando as escadas, Carrie dedilhava pelas caixas de papelão. A cada porta que ela alcaçava, a menina parava para espiar os cômodos, devagar, silenciozamente, como se não quisesse ser vista ou ouvida. Fingia que estava na casa de outra pessoa, bisbilhotando enquantos os verdadeiros donos não chegavam do trabalho, ou das compras, ou da casa de amigos. Atrás da primeira porta Carrie encontrou uma grande sala de estar com uma grande lareira e papel de parede listrado em vermelho. Carrie fez uma careta. Alguma coisa teria que ser feita, nada daquilo combinava com o sofá e as poltronas que eles trouxeram da casa antiga. E o teto lhe parecia alto demais, também. Carrie fechou a porta com um suspiro. Aquilo não lhe parecia muito confortável, não como a pequena sala de estar em Tillbury, com seu tapete velho onde ela gostava tanto de deitar enquanto assistia televisão. Seguindo adiante pelo corredor, Carrie lamentava o fato do pai ter jogado fora aquele tapete, sem se importar com sua quantidade de buracos.
O próximo cômodo era bem menor e revestido com um sem graça papel de parede bege. Estava cheio com muitas outras caixas. Carrie desconfiava que esse seria o escritório, um lugar para manter os livros do pai e o computador da família. Voltando ao corredor, só haviam mais duas portas. A primeira ela descobriu ser um armário. O segundo, Carrie concluiu ser a cozinha, onde o resto de sua família estava reunida, julgando pelo barulho que vinha de lá de dentro. Carrie continuou vagarosamente pelo corredor e abriu a porta.
Sua mãe estava ocupada guardando latas e jarros em um dos muitos armários da cozinha, enquanto seu pai se ocupava de examinar o fogão com muito mais entusiasmo do que Carrie julgava necessário, ou mesmo saudável. Timothy e Thomas estavam sentados na mesa de jantar, no outro lado do cômodo, e aparentemente ainda discutiam sobre os novos quartos.
"Eu sou o mais velho!" Timothy estava dizendo enquanto Carrie passava pelos pais e seguia para a sala de jantar. "Então eu deveria ficar com o quarto maior..."
"Você é mais velho por três minutos!"
"Na verdade quatro."
"E qual é a diferença?"
Carrie alcançou a porta dos fundos. Entediada pelo debate, deslizou até o jardim dos fundos. Pela primeira vez naquele dia ela sorriu. Sua mãe estava certa, era animador. Até porque Carrie nunca teve um jardim onde brincar antes.
Era um estreito porém longo jardim, com um pequeno pátio feito de placas de concreto. O restante do espaço era coberto por grama, seria bom para jogos com bola, Carrie espessos bloqueavam a vita para o jardim à esquerda. Passeando pelo quintal, Carrie imaginava como seriam os vizinhos. Pessoas reservadas, ela supôs, considerando as cercas altas tanto aqui quanto na frente da casa. Talvez tímidos. Ou talvez estivessem escondendo algo. E enquanto caminhava, Carrie permitiu que sua imaginação corresse livremente, teorias sobre agentes secretos, chefes do crime e monstros nos sótão passando pela sua cabeça.
E então ela chegou à árvore da qual sua mãe havia lhe falado. Era uma árvore grande, vigorosa, perfeita para uma casa de árvore. Carrei foi a um galho mais baixo, dando um impulso para cima de maneira que seus pés ficassem a poucos centímetros do chão, testando. É ela pensou contente, eu poderia ter uma grande casa de árvore exatamente aqui. Aposto que é possível ver a kilômetros de distância...
E ela foi subindo mais alto, escalando até sentar em um galho numa tentativa de ver como seria a vista.
Foi então que ela percebeu que dali poderia ver o quintal ao lado. Seus novos vizinhos também tinham uma árvore no fundo do jardim, mas a deles era muito mais alta e não parecia muito boa para subir. Era o tipo de árvore sob a qual você poderia se sentar em um dia quente de verão como o de hoje para ler um bom livro.
E foi quando isso lhe ocorreu que Carrie o viu. O menino de gorro de lã. Sentado debaixo da árvore ao lado, um livro nas mãos, as pernas esparramadas como se ele estivesse tomando uma banho do sol.
De gorro de lã.
Carrie não conseguia parar de olhar.
Ele parecia ter a sua idade, apesar de aparentar se mais alto do que ela. Ele tinha as pernas demasiadamente compridas e estava usando jeans surrados e uma camiseta branca com uma grande mancha de grama na frente, como as roupas que os gêmeos usavam para jogar fotebol ficavam depois de um jogo no parque.
No entanto, em toda a sua vida, Carrie não se lembrava de ter visto seus irmãos, ou qualquer outra pessoa, usando um gorro de lã no meio de julho. A garota a se segurou mais firmemente ao galho e se inclinou, encolhendo os olhos contra a forte luz do sol, para poder olhar melhor para o menino. O galho rangeu e, com o barulho, o garoto deu uma pausa em sua leitura e olhou pro alto, os olhos pousando na estranha sentada na árvore.
Depois de uma longa pausa onde os dois se contemplavam mutuamente, Carrie disse:
"Olá... meu nome é Carrei... Caroline Winters. Minha família acabou de se mudar pra cá."
O garoto fechou o livro e o deixou ao seu lado na grama. Ele levantou a mão até os olhos pra fazer sombra contra o sol enquanto olhava pra ela.
"Olá, Carrie," ele disse de volta, acenando com a outra mão. "Meu nome é Teddy. Teddy Lupin."
"Você está usando um gorro de lã." Carrie disse, para o caso dele não ter notado o seu erro.
"É..." ele respondeu hesitante, e Carrie se perguntou se havia sido rude de sua parte comentar a escolha dele para roupas. "Eu não consegui encontrar meu boné."
"Mas nós estamos no meio do verão." Carrie apontou, largando do galho e gesticulando na direção do sol, cambaleando um pouco com o movimento. "Você ficaria bem melhor sem usar qualquer tipo de chapéu, você não acha? Você deve estar morrendo de calor!"
Teddy Lupin deu de ombros, aparentemente ele não tinha notado o calor.
"Eu tenho que usar chapéu, às vezes," ele disse a Carrie, exatamente quando as duas crianças ouviram o barulho de uma porta se abrindo. "Quando não estou me sentindo bem."
Teddy Lupin offered her a bright smile and a wave, before he snatched up his book and headed back towards his house at a run.
Carrie sentiu as bochechas ficarem coradas e tomou o ar apressadamente para começar a se desculpar, quando uma voz feminina chamou:
"Teddy! Almoço!"
Carrie se perguntou o que poderia haver de errado com ele. Ele certamente não lhe pareceia doente. Pulando da árvore e aterrisando com um leve baque, Carrie correu de volta para dentro de casa, pronta para contar à mãe tudo sobre o garoto esquisito que ela conheceu no jardim, e perguntar qual a possível razão para que ele precisasse uar um gorro de lã.
