N/A: Minha primeira história publicada aqui no FanFiction. Nada demais a comentar. Quem narra é o Kai. Boa leitura.
When the night is blind
Eu poderia ter-te vendado os olhos com as minhas asas, eu poderia ter-te apagado a memória a tudo o que te aconteceu, de forma que o sofrimento se findasse de uma vez. Mas eu não fiz isso. Isso faz-me uma pessoa cruel? Não penses isso, imploro-te que não penses isso! Espero que saibas que eu te amo mais do que me é permitido. É por isso que me afastarei, a partir de agora. É por isso que permiti que continuasses a te recordar daqueles dias, das nossas canções, dos nossos desejos…
Mas não muito posso fazer agora. Eu sofria sempre que te via derramar uma lágrima por minha causa. Era como um golpe em meu peito, hoje vejo que não tinha o direito de ter-te tirado aquele olhar infantil, mas agora já é demasiado tarde. Sei que tu me amavas, sei que tu ainda me amas, mas ainda sei que precisas de me esquecer. Mesmo eu sabendo que sem ti eu murcharei, como uma flor desidratada. Só que agora não é altura para ser egoísta. Preciso nem que seja só desta vez, concentrar-me apenas em ti.
Não nego que meu coração pára sempre que me observas. Nestas horas eu só quero ter-te em meus braços, dizer o quanto eu te desejo, o quanto quero estar contigo eternamente. Mas não posso. Sei que não posso amar-te, ó quanto o sei! E tu também o sabes, é por isso que todas as vezes que me observas é como se tivesse um abismo entre nós, separando-nos para o além-mundo. E eu sinto tanta dor que é como se eu fosse morrer naquele exacto momento…
Talvez eu desviei demasiado o assunto. Afinal eu estava a falar de ti. Sabes que eu sempre faço isso, ou pelo menos devias saber. Não importa de qualquer das formas. Eu só precisava de pedir-te desculpas por tudo o que te fiz… Pelos beijos roubados, pelas memórias, por ter sido o único a presenciar o teu verdadeiro sorriso e sentir ciúmes quando sabia que outro alguém estava interessado em ti. Desculpa-me, mas…
Eu não posso esquecer-te, Kari! Nunca serei capaz disso. Tu és a única que me fizeste sentir vivo até hoje e eu nunca amarei ninguém como eu te amo a ti. E o que me custa é saber que eu não posso, nunca pude…
Porquê minha doce amada…? Eu poderia ter-te vendado os olhos com as minhas asas, apagado a tua memória ao sofrimento, tapar-te os ouvidos de forma que não ouvisses, de forma que esquecesses. Mas eu não fiz isso. No fundo eu sabia que eu não podia fazer isso.
Porquê a noite é cega e no fundo eu sabia que eu não podia amar-te... Kaira Hiwatari Ivanov. Minha prima.
