Anime: Saint Seiya

Autora: Kiara Salkys

Casais: Milo x Camus/ MdM x Afrodite/ Shaka x Mu/ Dohko x Shion/ Saga x Kanon/ Hyoga x Shun/ Ikki x Shiryu/...

Disclaimer: Saint Seiya não me pertence, como tal todos os direitos do anime e das personagens pertencem a Massami Kurumada e Toei. Se fosse meu o "Saint" só estaria no titulo se fosse ironia. E a história não seria centrada no Seiya!


Esta fic é um presente de aniversário para Piscis no Yary, q fez chantagem comigo para conseguir essa fic! Mesmo assim, eu a fiz com muito carinho e tenho de admitir q viciei em Saint Seiya.XD

Dedicatória: Para Piscis no Yary, obviamente. Mas gostaria de deixar um agradecimento especial a Áries sin, q me explicou o anime e conseguiu q eu percebesse a personagem do Saga e a sua história com o Aiolos. Também a Soya q me ajudou a fazer um apontamento sobre as características físicas de cada personagem numa aula de Matemática. Se não fosse ela eu continuaria a insistir que o Milo tinha olhos verdes...


Universo Alternativo

Os Livros Sagrados

O Descendente das Trevas e o Filho da Lua

Capitulo 1


Milo piorava a cada dia que passava. Vítima de uma doença desconhecida que estava a se espalhar pela aldeia, Milo encontrava-se inconsciente, deitado numa cama de casal, a gemer ocasionalmente ou a murmurar coisas sem sentido devido aos delírios provocados pela febre alta.

A pele, que sempre fora morena pelas longas horas exposta ao sol, adquiriu um tom pálido. Os longos cabelos azuis-arroxeados estavam espalhados pelos lençóis, cacheados, brilhantes e penteados. Os lábios, habitualmente vermelhos–cereja, estavam agora sem cor e ressequidos. O corpo estava mais magro e tinha uma ligadura, manchada de sangue, em volta do braço direito, onde se tinha aberto um corte, na esperança de que uma sangria cura-se o mal que possuía o rapaz e mais meia parte da aldeia.

A porta do pequeno e simples quarto é aberta. Por ele entra um rapaz de cabelos longos e lisos verde-petróleo e olhos azuis escuros, tentando equilibrar duas bacias de água, um frasco de desinfectante e um molho de toalhas e panos.

Camus larga as coisas na pequena cómoda que está perto da cama e com movimentos mecânicos ajoelha-se no chão, molha um pano pequeno na bacia de água fria e coloca na testa de Milo. Seguidamente molha a toalha na bacia de água quente e, afastando o lençol, começa a lavar cuidadosamente Milo, tentando evitar reparar como o corpo dele está magro e com aspecto doente. No final do banho, Camus retira a ligadura do braço do outro, ficando aliviado ao ver que o corte está a começar a cicatrizar. Molha uma nova toalha com o desinfectante e passa na ferida com cuidado. Voltando, depois, a enrolar um pano limpo em volta do braço. Volta a cobrir Milo com o lençol, retira do fundo do armário um cobertor e aconchega Milo, para que se sentia mas quente durante a noite. O rapaz de cabelos arroxeados sempre fora friorento e Camus desejava deixar Milo o mais confortável que conseguisse.

De cima da cómoda pega uma escova arredondada e começa a tratar dos longos cabelos azuis. Espalha-os á volta do corpo de Milo, sobre os travesseiros e lençóis, reparando em como estão mais compridos, passando dos cotovelos. Não tinha coragem de cortá-los. Somente aparava uma pouco as mechas fofas da franja, para evitar que cobrissem os olhos de Milo. Quando acha que os fios estão macios o suficiente, dá por satisfeita a tarefa.

Senta na beira da cama e acaricia o rosto de Milo com ternura. Os seus dedos contornando as linhas do rosto e nariz. A sua pele, naturalmente pálida, está quase do mesmo tom que a de Milo, de tão pálido ele se encontrar. Os lindos olhos azuis escuros ficam marejados e repletos de tristeza e cansaço. As marcas negras que os rodeiam mostram as noites mal dormidas.

Não conseguindo mais segurar as lágrimas, Camus deixa-as escorrer pelas faces. Quando está perto de Hyoga tem de parecer forte, para dar apoio ao primo mais novo. Mas nos momentos em que está sozinho não consegue aguentar a farsa. Deita na cama e encosta a cabeça no ombro de Milo, passa um braço pela cintura fina e fecha os olhos. Recorda as várias ocasiões, antes de Milo adoecer, em que os dois ficavam assim depois de passarem a noite juntos. Das muitas vezes em que Milo adormecia primeiro e que Camus ficava observando o rosto pacifico do outro, a sua face parecendo a de um anjo travesso. O rapaz de cabelos verde-petróleo gostava de contemplar o sorriso com que Milo ficava nessas noites. Gostava de saber que ele era o motivo desse sorriso. Fazia-o sentir-se querido e amado. Com uma sensação gostosa e quente no seu interior.

Agora as coisas eram diferentes, Milo não tinha o seu habitual sorriso no rosto, ou expressão calma e tranquila. O seu rosto estava muitas vezes com uma expressão sofrida, de quem sente dor. Tantas vezes Camus acordava durante a noite com os gemidos e, ocasionalmente, gritos de Milo, que delirava. Sentia-se desesperado por nada poder fazer para aliviar a dor da pessoa que ele mais amava.

Levanta a cabeça e beija a bochecha de Milo, sentindo-a quente, pela febre que não quer passar. Pega o pano sobre a testa de Milo e volta a mergulhá-lo na água fria, retira o excesso de água e ajusta-o de novo na testa quente.

Mesmo sabendo que o risco de contágio é elevado, Camus não resiste. Com delicadeza beija os lábios de Milo, numa caricia suave e saudosa. Mais lágrimas escorrem dos seus olhos.

"Porquê Milo? Porque não acordas...? Eu sinto tanto a tua falta... Não aguento muito mais... Não posso... nem quero seguir em frente sem ti... "

Os pensamentos incoerentes de Camus são interrompidos pela porta que é novamente aberta.

- Hyoga! Eu já disse para não vires aqui! – Só se vira para a porta quando consegue travar as lágrimas, esperando que o garoto loiro não repare nos olhos inchados e avermelhados.

- Mas eu vim te chamar para o jantar... E não devias ficar tanto tempo aqui trancado, quando não me deixas sequer aproximar da porta.

- Eu já passei bastante tempo ao lado de Milo, se era para ficar doente já tinha ficado. É pouco provável que apanhe a febre agora. Mas não vou arriscar contigo.

Ignorando os protestos do primo, Camus arrasta-o para fora do quarto, após lançar um ultimo olhar ao amante. Dirige-se para a cozinha a fim de jantarem. Serve a comida, sentindo o habitual nó na garganta ao notar o lugar de Milo vazio.

- Quando é que o Milo melhora? - A pergunta queima á muito tempo na língua de Hyoga.

- Não sei Hyoga... não sei. Mas eu acho que será em breve.

Hyoga pareceu satisfeito com a resposta e voltou a atenção para o guisado.

"Nem que eu tenha de fazer algo para que isso aconteça"

Porque Camus fará o que for necessário para ter Milo nos seus braços novamente. Para o ver sorrir. Para o ouvir gargalhar. Para dizer que o ama e para poder responder que o ama também. Para fazer amor com ele. Sentir a doce entrega de Milo e entregar-se a ele com igual intensidade.

Não podia deixá-lo morrer, como tantos outros já morreram da mesma doença, sem fazer nada. Assistindo ao desfilar definitivo daquele ser cheio de vida.

Nem que tenha de dar a sua vida em troca.


Continua...

Importante: A história acontece durante a Idade Média, como tal, sem electricidade e hospital. Pelo contrário, existem Elfos, Dragões e todos aqueles seres estranhos. Pelo menos na minha mente insana.

N/A: Só para constatar, é a minha primeira fic de Saint Seiya... sejam simpáticos e deixem uma review a dizer o q acham, tá?

O título está confuso? Originalmente, "O Descendente das Trevas e o Filho da Lua" era o título mas estava muito grande, daí "Os Livros Sagrados". Considerei, então, um título e um subtítulo.

Sim, eu sou complicada!

Yary-chan perdoa-me o atraso!!!!! Eu não consegui acabar antes!

Boa Páscoa!

Aiomi