Título: Vítima da Moda

Autor: Cindy Sunshine

Fandom: Power Rangers Dino Trovão

Classificação: T (por leve insinuação sexual e alguma violência não-explícita)

Casal: Trent e Kira.

Disclaimer: Obviamente, os personagens não são meus. Eram do Haim Saban, mas como ele não sabia muito o que fazer com eles, os passou para o Mickey Mouse, que é quem fatura com eles agora.

Por favor, não me processe, não tenho dinheiro. Essa fanfiction foi escrita sem qualquer pretensão, exceto me divertir, além de forçar um ou outro incauto a ler.

Sumário: Kira precisa de um projeto para melhorar seu currículo de atividades extracurriculares do colégio, que ficou muito desfalcado depois dela se tornar uma power ranger. Enquanto isso, a cidade começa a ser atacada por um novo mutante recém-criado por Elsa. Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, sobrará tempo também para a jovem ranger amarela pensar no próprio coração?

Notas/Spoilers: A história acontece exatamente entre os episódios O Monstro Copiador e Triunfo Triássico.

Por favor, depois de ler, perca mais uns minutinhos de seu tempo e não se esqueça de deixar uma review sobre essa fanfic.


Kira Ford não conseguiu conter a risada ao ver Trent, com uma expressão infeliz no rosto, se encaminhar até o hangar dos zords, carregando a cesta de produtos de limpeza que ela mesma havia colocando em seus braços. Os outros rangers estavam rindo também, enquanto Oliver observava a cena com os braços cruzados, numa posição que poderia ser interpretada como leve censura, mas que seria impossível de confirmar, já que ele ainda estava preso em seu traje de ranger preto.

— Bom, melhor irmos embora também — ela sugeriu, voltando-se para Conner, o ranger vermelho, e Ethan, o azul.

— Sim, e eu tenho uma coisa pra fazer hoje — Conner explicou.

— Tem uma coisa pra fazer hoje, é? — Ethan insinuou, piscando e cutucando Conner nas costelas com seu cotovelo.

Kira revirou os olhos para os dois e se afastou:

— Tchau, Doutor Oliver — disse ela, dirigindo-se à passagem que dava para a casa de Tommy Oliver, enquanto os garotos ficaram um pouco para trás.

— Tchau, crianças — disse Hayley, vindo sorrindo pela passagem que ligava o laboratório à casa do professor.

— Tchau, Hayley — a mais jovem respondeu.

— Tchau, pessoal. Até amanhã e descansem bem, porque amanhã vai ser um dia cheio — disse Tommy.

— Hum, toda vez que ele diz isso é porque planeja soterrar a gente em lição — resmungou Conner para Ethan.

— Você tá certo, cara! — Ethan respondeu, dando um tapa de amizade nas costas de Conner.

Quando atingiram a saída, Ethan e Conner foram andando até o carro, onde Kira já os estava esperando.

— Aliás, por que todas as vezes que eu digo que tenho uma coisa pra fazer, você repete o que eu disse, daquele jeito? — Conner perguntou num tom ofendido, enquanto caminhavam juntos.

— Ah, vai dizer que, quando você diz isso, você não quer dizer que vai sair com uma garota. — Ethan riu.

— Nem sempre — Conner suspirou, largando os braços desanimado. — Cara, eu estou com cara de quem vai sair com uma menina hoje? Na verdade, hoje eu tenho que tirar o lixo e fazer uns exercícios de matemática para amanhã.

— Que chato — o ranger azul comentou, sem acreditar.

Quando chegaram perto de Kira, ela estava revirando a bolsa:

— Ai, droga, esqueci meu livro — ela murmurou.

— Era aquele de capa verde, que você deixou em cima da bancada? — Ethan perguntou.

— Esse mesmo — ela confirmou.

— É, quando a gente saiu, ele ainda estava em cima da bancada... — disse Conner, com uma sincera expressão solidária em seu rosto.

— Droga! — Kira disse num suspiro — Eu vou precisar dele para o trabalho sobre o período cambriano, que eu tenho que apresentar amanhã. Melhor eu voltar para buscar.

— Quer que eu te espere? — Conner ofereceu, abrindo a porta de seu veículo.

— Não, não, tudo bem, pode ir, Conner.

— Tá certo, até amanhã — ele respondeu.

— Tchau, Kira — ecoou Ethan, abanando a mão de dentro do carro.

— Até amanhã, meninos — ela respondeu, acenando de volta.

Kira observou Conner dirigindo seu Chevrolet Camaro vermelho de ré para fora da entrada para carros da casa do professor Oliver e voltou correndo para a casa.

— Pessoal — ela disse alto, anunciando sua presença — Eu voltei para pegar meu livro... — explicou, pegando-o e enfiando-o em sua bolsa.

Tommy e Hayley, que estavam observando um gráfico na tela do computador, voltaram sua atenção um instante para ela.

— Precisa de uma carona, Kira? — Hayley ofereceu, pois ouvira o barulho do motor do carro do ranger vermelho sumir ao longe.

— Eu acho que posso ir caminhando... — Kira respondeu, dando de ombros.

— Que bobagem! Se você esperar uns quinze minutinhos, te deixo na porta de casa.

— OK, então, se não for atrapalhar.

— Nada disso, nós já estamos terminando, certo? — a mulher mais velha perguntou, voltando-se para Tommy.

— Certo — o ranger preto confirmou.

— Tá legal. Eu vou ver o que o Trent está fazendo — disse Kira.

— Está bem, eu te chamo quando estiver pronta.

Kira andou até o hangar e encontrou Trent tentando dar um banho no Raptor do ranger azul, mas só conseguindo deixá-lo mais bravo.

— Calma, calma, amiguinho — ele disse numa voz doce, segurando-o pela correia.

— Ahn... — ela comentou, ajudando-o a dominar o bicho. — Isso não é um zord.

— Eu sei disso, mas eu decidi começar pelos pequenos, para depois passar para os grandes — Trent respondeu, voltando-se para ela e fazendo um sinal em direção ao Braquiozord de Oliver. — Nós estamos nos tornando praticamente amigos aqui.

— Boa sorte com ele, então... — riu ela olhando para o zord imenso.

— Eu pensei que tivesse ouvido você ir embora... — Trent disse, finalmente deixando o Raptor em paz e movendo o esguicho na direção do Cefalazord, que olhou para ele com um misto cômico de orgulho ferido e enfado, fazendo Kira rir novamente.

— Eu tinha, mas esqueci meu livro — ela explicou — A Hayley vai me deixar em casa, mais tarde.

— Eu posso te dar uma carona, meu carro também está aí fora — ele disse.

— Na hora que você terminar isso, vai ser quase hora de ir para o colégio — ela respondeu sarcasticamente.

— Não, se você me ajudar — ele propôs, lhe estendendo uma esponja.

— Eu não acredito que você está me pedindo isso!

— Foi você que me meteu nessa, não foi? — Trent perguntou candidamente, ainda segurando a esponja na direção de Kira.

— Era só uma piada! Não fazia idéia de que você viria mesmo aqui para lavar os Dinozords. — ela olhou-o com uma expressão brincalhona de zanga, finalmente aceitando a esponja que ele lhe oferecia e se preparando para espalhar espuma em seu Pterozord, que olhou curioso na direção de sua dona.

— Eu sou um homem de palavra — ele sorriu para ela.

— É com isso que eu estou contando. Nada mais de falsidade — ela sorriu de volta.

Uma sombra passou rapidamente pelo olhar de Trent, mas Kira nada percebeu.

— Sim — ele confirmou, tentando soar firme, mas também se lembrando da promessa que fizera ao pai —, nada mais de falsidade — o jovem ranger repetiu.

Ficaram em silêncio por um momento; Kira lavando o Pterozord e Trent terminando de lavar o Cefalazord e passando para o seu Dragozord.

Sem que Kira percebesse, por estar absorta limpando seu zord e pensando em uma nova letra para a música que estava compondo, Trent lançou alguns olhares velados na direção dela e começou a devanear sobre como seria bom beijar seus lábios naquele momento em que estavam a sós. Mas, antes de beijá-la, ele traçaria delicadamente o contorno de seu rosto e pescoço com as pontas dos dedos e cheiraria seus cabelos.

Desde que haviam se conhecido, Trent sempre sonhara em acariciar o perfeito rosto de pele de porcelana da pretendente a cantora e aspirar o perfume de seus cabelos. Depois de matar esse desejo é que ele a beijaria, mas sem pressa, com os olhos fechados. Muito devagar a princípio, nada mais que um roçar de lábios com os seus, para despertar os desejos dela, só depois é que ele os pressionaria um pouco mais firmemente. Durante o tempo todo, ele usaria as mãos para acariciar-lhe as costas e os ombros delicados, que a blusa que ela estava usando deixava descobertos. Então, ele entreabriria os lábios e ela faria o mesmo, deixando passagem para que a língua dele passasse e...

— Sabe? Eu estou muito feliz que somos um time agora — Kira disse, quebrando o silêncio e fazendo-o estremecer sem querer. Percebendo que ele parecia bem longe, ela abanou os braços na direção dele — Alô-o! Terra para Trent!

— Desculpe, Kira, o que você disse? — o garoto disse, sem olhar diretamente para ela, torcendo para que ela não percebesse no que ele estivera pensando.

— Eu disse que acho legal sermos todos da mesma equipe, agora — ela repetiu.

— Sim, sim, isso é muito legal — ele concordou, não tão entusiasmado quanto ela esperava.

— Nossa, um centavo pelo seus pensamentos. Você parecia estar em Marte.

— Erm... nada demais — ele tentou disfarçar — Só estava pensando em como as coisas mudam rápido.

— Falando nisso, você não chegou a contar como é que a sua dino pedra perdeu a maldade.

— Não contei? — Trent perguntou.

— Não, não contou — Kira confirmou.

— Na verdade, foi bem simples: Mesogog estava tentando me matar, mas o raio dele atingiu a gema branca, retirando acidentalmente a maldade e me libertando — ele resumiu monocordiamente.

— Uau! Ele tentou te matar? Mas eu pensei que você estava trabalhando para ele — ela disse, aproximando-se e tomando o pulso onde ele carregava o bracelete com sua pedra para observá-la mais de perto.

Sempre parecera a Kira uma piada de muito mau gosto que Mesogog tivesse preparado um bracelete exatamente igual ao que ela, Ethan, Conner e o doutor Oliver usavam para colocar em seu ranger branco do mal, mas agora que Trent estava finalmente junto com eles, ela começara a acreditar que o destino fizera o vilão agir daquele jeito.

De certa forma, ela nunca perdera as esperanças de que Trent voltaria a ser o amigo sensível e de bom coração de quem ela sempre gostara, mesmo quando as coisas estavam muito ruins para a amizade deles e ali estava ele agora, finalmente de volta.

— Nós tínhamos um relacionamento complexo... — ele gracejou, sentindo-se um pouco perturbado pela proximidade com ela. Ele sabia que, se se curvasse só um pouco, poderia capturar os lábios dela com os seus. Será que ela gostaria? Ou será que aquele gesto o faria perdê-la para sempre, arruinar a amizade entre os dois? Indeciso e frustrado, esperou, sentindo a deliciosa pressão dos dedos dela em seu braço.

— Bem, eu fico contente que ele tenha tentado te matar — Kira disse, desatenta, ainda olhando pensativa para a jóia no pulso do amigo.

Surpreso com aquela declaração, Trent soltou uma risada breve:

— Hum... obrigado, eu acho.

— Você sabe o que eu quis dizer — ela se corrigiu baixando os olhos e corando sem-graça.

Com isso, ela finalmente soltou o pulso de Trent, para a decepção dele.

— Sim, eu sei. Também fico contente que ele tenha tentado me matar — ele concordou num tom gentil e, sentindo uma coragem que não sabia possuir, usou as pontas dos dedos para pegá-la pelo queixo e olhá-la fundo nos olhos.

Kira viu seu próprio desejo refletido naqueles olhos adoráveis, além da atração daqueles lábios que ela desejara descobrir o gosto desde o minuto que o vira entrando pela porta do Cybercafé da Hayley. Tudo aquilo parecia ter acontecido mil anos no passado, a única coisa que importava naquele momento eram os dois, olhando-se nos olhos, memorizando os mínimos detalhes de seus rostos. Sem perceber, ela foi se aproximando dele, até que...

— Kira, querida, vamos embora — gritou Hayley da porta do hangar, sem entrar.

Para Kira foi como ser despertada sem nenhuma consideração de um sonho bom pela mãe, avisando que estava na hora de levantar para ir para a escola.

Aquilo quebrou o momento entre Kira e Trent. Ele sorriu tristemente e ela suspirou, afastando-se.

— Eu... Hum... eu tenho que ir! — ela disse a ele hesitante e, sem esperar resposta, correu para a entrada.

CONTINUA