Notas
Disclaimer - Harry Potter, personagens relacionados, outras coisas mágicas e tudo mais NÃO pertecem a mim, claro, mas a mente brilhante de J.K.Rowling e também da distribuidora dela...
Fic: A música é "I will Be Here", "Acappella", e achei a letra bem bonitinha. Serviu a fic, eu acho, perfeitamente. A idéia surgiu no fórum do 3V, sabem, enquanto eu dava uma lida nos tópicos da área H/G de lá. Espero que vocês gostem e que deixem uma review xD
Autora: Olá Bom, dedicatórias, né? A Patty, como sempre, porque mesmo que ela não leia (tá sem Internet ...), ela me incentiva sempre! E a Gaby, a primeira pessoa que leu... Então, eu gostei do que escrevi e estou trabalhando numa continuação (Preciso dizer que reviews incentivam um autor a escrever mais?), e adoraria muito se alguém respondesse, me mandasse um e-mail ou se fizesse uma crítica construtiva. Enfim, isso é tudo... Obrigada por ao menos ter aberto nessa página:D I will be Here I will be here, I will be here I will be here, I will be here
Suas mãos estavam entrelaçadas, quando se despediram, ao pé da escada. Ela sorria - mas era um sorriso estranho. Estava feliz - mas não era uma felicidade completa. Não estava satisfeita, apesar de tudo que sempre quisera parecia estar acontecendo. Ginny fora notada - mas... E esses todas essas adversões a entristecia profundamente. Mas não era ele. E esse era o problema.
"Ginny?" - ouviu-o chamar e se virou para Michael Corner, fitando-o longamente. Ele a notara. A primeira pessoa que parecia vê-la como uma garota mesmo, algo do sexo oposto, e não uma amiga. Ginny lhe sorriu. Ele merecia, depois da maravilhosa noite em que haviam dançado e conversado.
"Obrigada" - disse, de súbito, um degrau acima dele na escada. - Eu tive uma noite como eu não esperava que fosse... - Ela hesitou. - Você foi um amigo maravilhoso, Michael - e ajeitou uma franja atrás da orelha.
"Eu não quero ser só seu amigo" - ele murmurou, sua voz lenta e rouca. Ginny sentiu estremecer quando ele subiu também um degrau, para ficar mais perto dela. Ginny sorriu, agora sem graça. Levantou o olhar para encarar os olhos escuros dele.
"Michael..." - começou, mas ele calou-a, colocando dois dedos na frente de seus lábios.
"Até outro dia" - murmurou, sorrindo. Deu-lhe um beijo leve na face. - Tenha bons sonhos, Ginny.
A garota corou. Viu-o partir, descendo as escadas, mas seu olhar inconscientemente se desviou para as portas do Salão Principal. Harry saía com Rony. Ficou-o fitando por alguns segundos, então deu as costas, sem querer admitir que seu coração palpitara mais quando o vira sair do Salão do que quando Michael estivera perigosamente perto.
Tomorrow mornin' if you wake up
And the sun does not appear
I, I will be here
"Você parece nervosa" - Michael disse, como se achasse graça da situação. Ginny deu-lhe um tapa de brincadeira no ombro, sorrindo. Era pura verdade, entretanto, o que ele dissera. Ginny não sabia o que esperar desse encontro em Hogsmeade. Naqueles últimos meses ela se tornara muito amiga de Michael. Talvez mais do que achava que poderia.
"Eu... Não sei" - ela meneou a cabeça. Michael parou, de súbito. Estavam já em Hogsmeade, seguindo pela rua principal. Ele olhou marotamente para ela.
"Eu conheço um lugar aqui, quer conhecer? Confie em mim" - acrescentou, ao ver que ela ao fitava sem muita crediblidade. Por fim, Ginny concordou.
Michael segurou-lhe a mão e começou a pegar uma rua secundária. Eles caminharam por um pouco mais de dez minutos, até finalmente chegarem a uma bifurcação; tinham subido bastante, mas nenhum dos dois estavam cansados. Ginny apenas não queria que ele soltasse sua mão. Dava uma estranha sensação de acolhimento.
Ele tomou o caminho da esquerda, cheio de árvores, e seguiram até chegarem num parque, daqueles de crianças brincarem. Porém estava vazio e parecia abandonado há muito tempo.
"Poucos pessoas conhecem" - Michael disse, como se lesse seus pensamentos. Ele levou-a até um banco e se sentaram, suas mãos ainda juntas.
"É bonito" - ela disse, sincera. De onde estavam podiam ver todo o vilarejo de Hogsmeade embaixo, com o sol brilhando nos telhados das casinhas. Ginny sorriu para si mesma e, lentamente, deitou sua cabeça no ombro dele, mordendo os lábios.
"Você ainda está nervosa?" - ouviu-o perguntar e se virou, para encará-lo. Eles estavam pertos demais. Ginny sentia algo estranho dentro dela. Seu coração batia furiosamente, mas não de um modo natural. Era como se estivesse sendo forçado a bater.
"Não" - ela respondeu, fitando-o, enquanto ele escorregava a mão pela face dela. Ginny fechou os olhos. - Eu estou calma... Perfeitamente calma.
E seus lábios se tocaram - e a magia com a qual Ginny sonhara era oprimida por uma frase que ecoava em sua mente. "Eu acabei de convidá-la para ir comigo, e ela me contou".
If in the dark we lose sight of love
Hold my hand and have no fear
'Cause I, I will be here
Ela fitou, espantada, a enorme casa senhorial - ou Grimmauld Place devia ter sido assim um dia. No momento ela estava cheia de pó e teias de aranha; sorrindo, Ginny se virou para o irmão, Rony, que se apertou contra ela.
"Você acha que tem muitas aranhas aqui?" - perguntou nervosamente.
"Provavelmente sim" - ela respondeu, fazendo força para não rir. - Principalmente daquelas grandes e feias que podem devorar uma pessoa.
E, para sua surpresa, Rony parecia acreditar.
"Relaxa, maninho" - disse, numa voz mais inocente agora. - Eu te protejo até Mione chegar.
"Hermione virÿ" - Rony perguntou, parecendo mais aliviado. Sorri. Eles tinham sorte. Por que eles se amavam, embora somente não soubessem. - Quando? - Ginny deu de ombros, já pensando na carta que escreveria a Michael quando chegasse no quarto. Uma carta a seu namorado. Ela sonhara com isso quando era mais nova - palavras de amor, carinho, que a distância vencia. Mas nos seus sonhos, sua carta sempre era endereçada a um moreno de olhos verdes.
I will be here, when you feel like bein' quiet
When you need to speak your mind
I will listen
Lia o livro, totalmente absorta. Um romance na Idade Média - Hermione lhe emprestara e Ginny começara a ler por não ter mais nada que fazer. Caíra no encanto do livro, ainda que dissesse a si mesma que não se importava mais com "histórias de cavaleiros salvando princesas no quarto mais alto da torre".
Levantou-se de sobressalto quando ouviu dois craque's ao seu lado.
"Vocês deviam parar com isso!" - ela disse, irritada, fechando o livro. Olhou para os gêmeos, de um para outro, e não teve uma impressão muito boa ao ver os sorrisos maliciosos em suas faces.
"Você sabe quem chegou?" - Fred e Jorge perguntaram, em uníssono. Ginny viu um par de Orelhas Extensíveis na mão de cada um.
"Quem?" - mas sua pergunta foi respondida quando uma súbita voz começou a ecoar pela casa. Ginny a conhecia muito bem. - Harry - disse, num tom casual. - E ele não me parece muito calmo.
"Por que não vai lá acalmá-lo?" - Fred perguntou, sorrindo.
"Muito engraçado" - comentou, com sarcasmo.
"Ele está atrapalhando nossa comunicação" - interferiu Jorge, indignado.
"Ah, mas..." - ela começou, quando os gêmeos sumiram de novo. Ginny revirou os olhos. A voz ainda ecoava pela casa. A voz dele. Lentamente, Ginny se levantou da cama e começou a se dirigir a porta. Já passara, disse a si mesma. Iria encará-lo normalmente, sem corar. Porque, é claro, Harry fazia parte de um passado. Ao menos na teoria. Ela ainda se importava com as histórias de cavaleiros.
And I will be here, when the laughter turns to cryin'
Through the winnin' and losin' and tryin'
We'll be together
'Cause I will be here
Abriu e fechou o livro incontáveis vezes. Sua irritação crescia a cada minuto. O que achavam que ela era? Uma criança? Por Merlin, já passara dos 11 anos! Não era mais uma garotinha que escrevia em um diário enfeitiçado. Será que ninguém podia ver que crescera não só no corpo, mas na mente também?
Tudo que queria era saber o que acontecia na cozinha nesse momento. Harry estava tendo suas respostas. E ela, ali, naquela casa há semanas, limpando-a exaustivamente, não podia saber de nada... Mas ainda havia uma esperança no fim do túnel. Esperou por vários minutos até finalmente ouvir os passos do lado de fora. Sentou-se na cama silenciosamente e ficou esperando.
Hermione entrou e olhou para a amiga com um sorriso na face. Ginny sequer piscou os olhos.
"Então?" - perguntou.
"Nada de novo" - respondeu Hermione, dando de ombros, e abrindo seu malão para pegar o pijama. - Quero dizer, nada que não saibamos. Exceto... Sobre uma arma que Você-sabe-quem quer.
"Como assim?"
Hermione parou para se sentar na cama, do lado oposto do quarto, pensativa.
"Parece que ele quer uma arma, algo que o Ministério está se desenvolvendo, ou que está no Ministério. Não nos contaram" - ela acrescentou, enquanto Ginny bufava. - A propósito - Hermione começou, já com o pijama e deitada na cama, olhando para o teto. -, eu estava me perguntando como foi com o Harry hoje.
Ginny ergueu uma sobrancelha e se mexeu na cama para fitar a amiga.
"Não entendi" - disse, calmamente.
"Ah, sim, você entendeu" - e, para variar, Hermione estava certa. Ginny mirou o teto antes de suspirar e fechar os olhos.
I will be here, I will be here
I will be here, I will be here
Sua mente vagava por outro lugar, bem mais agradável, e Ginny desejava que seu corpo também estivesse assim. Pela milésima vez se perguntou por que não abandonava Adivinhação logo - detestava tudo ali. O aroma adocicado da sala a entorpecia - e não dormira muito bem na noite passada; sorriu, arrependida. Ficara até altas horas conversando com Nathalia, uma de suas companheiras de quarto, sobre Umbridge e Harry.
Bocejou e afundou a cabeça nas suas mãos cruzadas sobre a mesa. Seus olhos se fechavam e ela desejou dormir...
"Ginny!" - ouviu Nathalia Thompson a chamar e se forçou a abrir os olhos.
"O quê?" - perguntou, esfregando a face na hora em que a Profª Trelawney parava a mesa delas.
"Você deve ter cuidado, querida" - disse a professora, numa voz éterea. - Os planetas estão estranhamente alinhados, vê? Aquele que você teme mais que ninguém voltou. E alguém próximo, mas não tanto, morrerá... Mais uma vez você se arriscará por seu cavaleiro. Mais uma vez.
"Espero que eu sobreviva" - ela respondeu, sem interesse. A professora fitou-a silenciosamente antes de se afastar. Nathalia a fitava com seriedade.
"Você devia realmente ouví-la" - disse a amiga, fazendo a outra encará-la com ironia. E, quando Nathalia tornou a mencionar isso, minutos depois, enquanto desciam as escadas da Torre Norte, Ginny revirou os olhos.
"Eu devia ouvir minha mãe, e não ela" - retrucou. - Que diferença faz se os planetas estão tortos ou retos?
"Realmente nenhuma" - ouviu alguém dizer, próximo a seu ouvido, fazendo-a se arrepiar. Ginny conhecia aquela voz e se virou com um sorriso para o namorado.
"Olà, Michael" - disse, bem mais alegre que minutos atrás.
"Fiquei com saudades" - ele disse, se aproximando dela. Ginny recuou, lançando um olhar significativo a Nathalia, que revirou os olhos.
"Bom, até logo..." - e saiu calmamente. Michael pareceu esperar até ela virar uma esquina para encostar a ruiva na parede e beijá-la longamente.
"Senti saudades" - ele murmurou.
"Eu também" - Ginny respondeu, porém mais séria agora. Ela acariciou a face do namorado. - Nós precisamos conversar. Há coisas que você tem que saber.
"Quanto mais pessoas estiveram conscientes da volta do Lord das Trevas, melhor".
Tomorrow mornin' if you wake up
And the future in unclear
I, I will be here (always next to you)
Ginny concordou imediatamente.
"Vou procurar Michael" - disse, já se levantando da poltrona. Sorriu para a amiga. - Foi uma excelente idéia, Mione. Harry ensinando feitiços defensivos... Tenho certeza de que ele é um professor maravilhoso - acrescentou, enquanto vestia a capa para sair.
"Corner não vai ficar com ciúmes?" - Hermione perguntou lentamente, com um brilho no olhar.
"Não" - Ginny murmurou. - Ele sabe que eu já desisti.
Hermione não lhe respondeu e, dando de ombros, Ginny saiu da Sala Comunal, imaginando onde o namorado estaria. No Salão Principal encontrou Luna.
"Olá" - disse, alegre, sentando-se ao lado dela, na mesa da Corvinal. A amiga fitou-a calmamente.
"Olá..."
"Viu Michael por aí?" - perguntou Ginny, encarando-a.
"Ele estava com os amigos perto do lago."
Ginny fez uma careta.
"Então eu falo depois... Aliás, é bom eu ter te encontrado." - Ela abaixou a voz. - Harry está organizando um grupo para aprendermos Defesa Contra as Artes das Trevas.
"Parece interessante" - Luna disse, encarando pensativamente o teto.
"Então haverá um encontro no Hog's Head. Se você quiser..."
"Eu irei, sim. Alguém tem que combater os heliopatas" - acrescentou, sorrindo. Ginny lhe devolveu o sorriso.
As sure as seasons are made for change
Our lifetimes are made for years (holdin' on together)
So I, I will be here (I will be here)
"O primeiro encontro vai ser realizado perto da Tapeçaria de Barnabás, às oito horas" - Alicia Spinnet disse, apressada. - Preciso ir enviar uma carta para a minha mãe, você pode informar o resto do pessoal?
Ginny concordou com a cabeça, pensativa. Viu Alicia se afastar e pensou em quem iria informar primeiro. Deu de ombros, olhando ao redor, vendo se havia alguém ali a que pudesse falar a notícia. Levantou os olhos para as escadas e viu Cho Chang e a amiga, Marieta, saindo de uma porta à direita. Do outro lado, Colin e o irmão conversavam, animados. Mudou a direção do olhar e viu Harry saindo com Rony do Salão Principal. Contemplou Harry por alguns segundos, então, sem saber direito por que faria isso, subiu as escadas direitas e sorriu para Cho e Marieta.
"Olá" - disse. E, sem esperar resposta, continuou - É sobre o grupo de Defesa, será que tem um lugar onde podemos conversar sem.. - e revirou os olhos, indicando o pessoal lá embaixo. Ginny lançou um olhar rápido para os primeiros degraus e viu Harry fitando-as, parecendo desanimado. Sorriu, sem saber diretamente por quê.
"Ah, vamos no banheiro" - Cho disse, animada, enquanto a amiga fechava a cara. Ginny olhou para Marieta por alguns momentos, imaginando se seria melhor ela não saber. Então deu de ombros.
"Vamos" - Ginny concordou, ao que Cho abriu a porta para um corredor. A ruiva lançou um olhar para as escadas. Harry não estava mais lá. Com um sorriso de satisfação, ela seguiu Cho. Um segundo depois meneou a cabeça. Por que fizera aquilo?
I will be Here,
And you can cry on my shoulder
When the mirror tells us we're older
I will hold you
Ela fechou os olhos, cansada. Ter contado a Harry como uma pessoa se sentia quando era "possuída" a machucara mais do que parecia. As lembranças voltavam - ou a falta delas - e, por mais que não aparentasse, ainda sonhava com aquilo, ainda se lembrava do diário, ainda se lembrava de cada palavra escrita e de suas respostas... E de Harry a salvando.
"Eu me esqueci" - Ginny sentira vontade de rir. Ele esquecera. Ela não. Jamais. Harry tinha uma cicatriz na testa. Mas a cicatriz dela era interna.
"Sorte sua" - replicara, olhando-o diretamente nos olhos. Poderia ter se perdido ali. Verdes - inteiramente puros. Mas não demonstraria fraqueza. Isso ela aprendera com o episódio da Câmara Secreta. Riddle a ensinara: uma pessoa podia ser fraca, mas nunca deveria mostrar isso. Abriu os olhos e andou até a janela. Tirou a cortina da frente e fitou a rua lá fora. Era uma tarde bonita de inverno. Certamente o oposto de como se sentia no momento.
Deu de ombros. As memórias a perseguiriam eternamente - mas, junto delas, vinha a imagem de um cavaleiro em sua armadura reluzente, com os olhos verdes brilhando quando a fitava.
And I will be here, to watch you grow in beauty
And tell you all the things you are to me
I will be here
Os ovos de Páscoa pesavam em sua mão, enquanto Ginny os segurava, encarando-os fixamente. Um cartão dizia que eram para Harry. Meneou a cabeça, irritada. Alguns meses atrás e daria tudo por uma desculpa para falar com ele. Agora, no entanto... Fechou os olhos e a imagem de Harry e Cho andando juntos pelas ruas de Hogsmeade invandiu sua mente. Não os vira, porém os comentários de Karen Wentberg e Samara Olimpus, na noite passada, haviam sido suficientes. Ela sabia que Harry gostava de Cho - aquilo era uma coisa tão óbvia que Ginny se espantaria se alguém não percebesse. Mas, ainda assim, vê-los juntos doera profundamente... Abriu os olhos e lentamente começou a se encaminhar para a biblioteca, onde sabia que ele estava.
"Entregue os ovos para mim", Ginny pedira a Hermione. Mas a amiga revirara os olhos e recusara-se a fazer isso. Ginny suspirou. Estar perto de Harry não era uma coisa que tencionava fazer, mas... As palavras dele, elogiando-a depois do seu primeiro jogo, chegaram a sua mente e ela sentiu-se mais animada. Podia provar ao mundo que era tão boa quanto qualquer Weasley, mas ninguém lhe dava uma chance.
Suspirou e entrou na Biblioteca. Seguiu procurando entre as estantes e encontrou-o num canto afastado e calado, parecendo pensativo. Mirou-o por alguns momentos, com um sorriso na face. O encontro dele com Cho não dera certo - fora o que Hermione lhe dissera. Meneou a cabeça e sentou-se perto dele.
Não tão perto quanto queria, mas era um começo. E em seguida se arrependou de tais pensamentos.
I will be true to the promise I have made
To you and to the One who gave you to me (gave you to me)
Eles pararam numa bifurcação do corredor, bem longe da biblioteca. Ouviram um barulho atrás de si e, ao se virarem, viram os pergminhos e os livros que vinham em direção a eles. Ginny ergueu a varinha e murmurou um contra-feitiço. Os pergaminhos e os livros caíram no chão.
"Bom feitiço" - Harry disse, se abaixando para pegá-los. Ginny lançou um olhar para o corredor e se abaixou também.
"Obrigada. Vou falar com Fred e Jorge, pode ficar seguro "- ela lhe sorriu confiantemente. - Vou dar um jeito - e entregou-lhe um livro. Harry ergueu os olhos para fitá-la, com a esperança presente nos olhos verdes.
"Obrigada, Ginny" - e um tímido sorriso se espalhou por sua face. Ginny o contemplou por alguns momentos; então se levantou e, sem dizer nenhuma palavra, virou à esquerda no corredor. Com "Obrigada, Ginny", ela ganhara o dia.
Tomorrow mornin' if you wake up
And the sun does not appear
O vento batia em seus cabelos, e algumas das franjas ruivas que não havia conseguido prender esvoaçavam contra sua face, mas, no geral, estava com boa visão. O dia estava claro, embora um pouco frio. Ginny olhou para os lados, a procura do pomo de ouro. Estava feliz. Rony conseguira defender mais gols do que alguém poderia supôr e só por isso já valera estar ali para ver. Mas agora tinha outra coisa para se preocupar. Era sua vez de ganhar da Corvinal.
Havia um nítido reflexo dourado perto do chão hàno máximo, cinco metros dele. Ginny olhou para o outro lado, à procura de Cho Chang. A oriental estava perto das balizas da Corvinal. Perfeito.
Mas, quando ela começou a deslocar a vassoura para baixo, Cho também viu o pomo. Ambas seguiram rapidamente para o chão, enquanto a mente de Ginny trabalhava depressa. Ela estava fazendo uma descida direta. A chance de se esborrachar no chão era enorme. Então desviou o olhar para Cho. Um sorriso de satisfação se espalhou por sua face. Poderia morrer, mas pegaria o pomo.
Cho estava há apenas dois metros do pomo de ouro quando Ginny o pegou. Mas ainda ia rente ao chão e, numa manobra arriscada demais, tentou um loop pelo ar. Sua vassoura não agüentou, fazendo-a cair de costas no chão, mas, de qualquer forma, ela sobrevivera. Estava feliz.
"Foi maravilhoso" - Michael disse, rabugento; Ginny o fitou enquanto prendia os cabelos. Acabara de sair do vestiário feminino, depois do jogo, e iria para a comemoração na Grifinória.
"Sem dúvida" - ela respondeu, ainda muito animada. - Por que essa cara?
"Eu não gostei, ok? Não pense que estou feliz..."
Ginny fechou os olhos por alguns segundos. Pronto. Chegara a hora. Ou já devia ter chego há muito tempo e ela estava apenas adiando.
"Ótimo. Eu também não estou "- e, se aproximando dele, deu-lhe um beijo no rosto. - Adeus, Michael. Acabamos aqui.
E, sem esperar resposta, se afastou. Sem nenhuma culpa.
I, I will be here
A porta se fechou e os quatro cativos se entreolharam. Todos com o mesmo pensamento. Era hora de lutar e fugir atrás de Harry e Hermione. Ginny fez força. Sua varinha estava no bolso esquerdo e se pudesse alcançá-la... Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Rony agiu primeiro.
"Expelliarmus!" - disse, apontando a varinha para a garota sonserina que segurava sua irmã. Ginny lhe sorriu ao ver a outra bater na parede e pegou sua própria varinha. Aquilo distraíra os outros sonserinos, e, no mesmo instante, quatro vozes berravam em uníssono: - Impedimenta!
Quatro sonserinos caíram no chão; Ginny girou nos calcanhares e fitou Malfoy, que se agachara às cegas para tentar encontrar sua varinha. Ginny pegou-a e jogou-a pela janela. Malfoy ergueu os olhos para a ruiva e sua confiança vacilou ao ver o sorriso maroto que se formava no rosto dela.
"Vai me enfeitiçar, Weasley? Assim, à queima-roupa? Onde está sua nobreza?"
Ginny não lhe respondeu. Em vez disso, ergueu a varinha e as palavras de seu feitiço foram abafadas pelo estrondo que houve quando Neville executou um feitiço atrás de si. Mas o efeito foi maravilhoso. Vários morcegos atacavam a cabeça de Draco e ele teria dificuldade para se livrar deles.
Ela suspirou e olhou à sua volta. Rony sorria para seu feitiço, enquanto os outros se dirigiam a porta.
"Vamos, eles estão na floresta" - Neville disse, apressado. Ginny meneou a cabeça afirmativamente.
"Mais uma vez você se arriscará por seu cavaleiro... Mais uma vez".
And just as sure as seasons are made for change
Our lifetimes are made for years
O garoto passou apressado por ela, fazendo Ginny se espantar.
"Harry... O quê?" - mas ele já subia as escadas sem lhe dar atenção. Ginny o fitou, desejando que seu tornozelo estivesse bom para ir atrás dele. Se arriscaria quantas vezes precisasse...
Desviou o olhar e viu vários Comensais da Morte amarrados num canto, vigiados por Moody. Ouviu passos atrás de si e se virou; Lupin se ajoelhou perto dela.
"Harry!" - a garota disse, com urgência.
"Relaxe, ele está bem" - Lupin consolou-a, mas parecia muito nervoso.
"Professor... Remo... O que houve?"
Ele suspirou.
"Sirius, Ginny. Sirius caiu no véu, ele... morreu. Lestrange o empurrou e, agora, Harry quer vingança."
Ela fez um esforço enorme para se levantar, sem sucesso.
"Mas ela vai matá-lo!" - disse, desesperada, tentando se apoiar na parede. Lupin a fitou longamente, antes de menear a cabeça. Parecia haver nostalgia em seus olhos.
Fique calma. Dumbledore foi atrás deles - e lhe sorriu confiantemente antes de se afastar. Ginny o olhou; então fechou os olhos, ofegante. Seu coração palpitava na garganta. Se ele não sobrevivesse...
So I, I will be here We'll be together
Ela virou as páginas do Pasquim, enquanto marcava as respostas do quiz - "Você segue a Astrologia?".
"Escolha alguém melhor da próxima vez "- Rony disse, com um meio sorriso, e olhou significativamente para Harry. Ginny ergueu as sobrancelhas. Já tivera essa conversa com Rony várias vezes e sempre terminava numa discussão.
"Bem, escolhi Dino Thomas, você diria que ele é melhor?" - Ela exagerara, claro. Tinha conversado com Dino, realmente, nos últimos dias, mas não saíra com ele, longe disso. Um sorriso de lembranças iluminou sua face enquanto Rony explodia, como era esperado. Dino tentara beijá-la e ela recuara estrategicamente. Meneou a cabeça. Gostava desse "jogo"; mas cansava. Ela não queria mais brincar...
Suspirou e fechou os olhos. Quando abriu-os o trem já chegara; então as coisas aconteceram rápidas demais. Ela abraçava a mãe - cumprimentava Tonks e Lupin - via Harry partir, com um sorriso na face e seu coração explodia de felicidade, porque ele parecia mais feliz - dava "Tchau" a Hermione, depois de abraçá-la - um sorriso se espalhava por sua face, de pura alegria, enquanto via Rony corar após um beijo de Hermione no rosto - e ela e os pais estavam no Caldeirão Furado, para utilizar a lareira para chegar a Toca. No instante depois, em suas lembranças, ela deixava a mala no quarto e subia para ver Rony.
"Olá" - disse, animada, abraçando-o. Em seguida pulou na cama do irmão. - Adoro seu quarto - disse, de olhos fechados - Não é rosa. E tem uma vista linda - acrescentou, fitando o irmão. Ginny segurou uma risada ao ver que Rony tocara no lugar em que Hermione o beijara naquela tarde.
Então Rony se virou para a irmã e deixou a mão cair.
"Você está mesmo com Dino?" - perguntou, franzindo a testa. Ginny revirou os olhos.
"Ainda não, maninho" - garantiu-lhe, encarando-o maliciosamente. Rony sentou-se a seu lado.
"Eu não sou muito bom com esse tipo de coisas" - disse, como se fosse para si mesmo. - Coisas do coração, sabe. Mione é melhor nisso, sem dúvida, mas... Mas há uma coisa que eu sei e que ninguém mais sabe.
"O quê?" - Ginny perguntou, abraçada a ele.
"Que você ainda gosta dele, Gin. Essa é a verdade" - ele suspirou e se levantou. - Não vai tomar banho?
E, enquanto a água do chuveiro batia em sua face, caindo por seu corpo, ela pensava nas palaras do irmão. Tocou os lábios com o nó dos dedos. Seu primeiro beijo... Era para ter sido com Harry. Sua vida... - ela queria que fosse com Harry. Ginny queria estar ligada a ele, ainda que ele não a visse. Ainda que... Fosse só uma fantasia, da princesa presa em sua torre.
"Não importa" - murmurou, convicta, enquanto desligava o chuveiro. - Não importa mesmo. Eu estarei aqui. Sempre.
I will be here (I will be here)
(I will be here) I, I'll be here
Eu estarei aqui
Eu estarei aqui, eu estarei aqui
Eu estarei aqui, eu estarei aqui
Amanhã de manhã se você acordar
E o sol não se aparecer
Eu, eu estarei aqui
Se na escuridão nós perdemos a visão do amor
Segure minha mão e não tenha nenhum medo
Porque eu, eu estarei aqui
Eu estarei aqui, quando você sentir inquieto
Quando você precisa falar o que pensa
Eu escutarei
E eu estarei aqui, quando os risos se tornarem lágrimas
Quando ganhar e perder e tentar
Nós estaremos juntos
Porque eu estarei aqui
Eu estarei aqui, eu estarei aqui
Eu estarei aqui, eu estarei aqui
Amanhã de manhã se você acordar
E o futuro parecer obscuro
Eu, eu estarei aqui (sempre próximo a você)
Tão seguro quanto são feitas estações para mudança
Nossas vidas são feitas durante anos (aguentando juntos)
Assim eu, eu estarei aqui (eu estarei aqui)
Eu estarei aqui, e você pode chorar em meu ombro
Quando o espelho nos fala que nós somos mais velhos
Eu o segurarei
E eu estarei aqui para te assistir crescer em beleza
E lhe contar todas as coisas que você é para mim
Eu estarei aqui
Eu serei verdade à promessa que eu fiz
Para você e para o que o deu a mim (o deu a mim)
Amanhã de manhã se você acordar
E o sol não se aparecer
Eu, eu estarei aqui
E da mesma maneira que seguramente como são feitas estações para mudança
Nossas vidas são feitas durante anos
Assim eu, eu estarei aqui
Nós estaremos juntos
Eu estarei aqui (eu estarei aqui)
(Eu estarei aqui) eu, eu estarei aqui
