NA¹: Estou escrevendo isso porque me rendi ao Projeto Across The Universe da Seção DG do 6V, aos 45 do segundo tempo. É uma UA. Draco/Ginny, com certas tendências Draco/Blaise, porque eu sou uma slasher acima de tudo. O universo que eu escolhi foi faculdade. Quero deixar bem claro, porém, que essa fic não expressa minha opinião sobre nenhum dos cursos citados. Na verdade, eu já cogitei fazer todos eles.
NA²: Quero agradecer a Muns, que opinou e pitacou e betou e aturou cada momento "eu não sei comolidar com DG", a Mia, que disse que o original tava péssimo e me fez acabar com essa coisinha bonitinha. E a Ka, a Lih, a Mari e todo mundo que leu em algum momento e disse que prestava. É pra todas vocês, meninas. (L)
If we ever meet again
Prólogo
Depois daquela noite, Draco definitivamente pensaria duas vezes antes de dizer "eu nunca seria visto num lugar desses". Porque lá estava ele, numa festa dos alunos de Letras, onde já tinha jurado milhares de vezes que nunca estaria.
Mas aquela noite era diferente. Pansy tinha terminado com ele por um cara da Medicina - por uma simples questão de status, ele tinha certeza -, e tudo o que ele queria era um pouco de vodka. Infelizmente, a festa da Letras era a única que ele sabia estar acontecendo naquela noite de terça-feira, então era para lá que ele iria. Por mais terrível que a perspectiva fosse.
Pelo menos eles têm vodka, ele pensou, tomando um gole da batida de maracujá extremamente forte que tinha se arriscado a comprar. Saiu de dentro do prédio superlotado para o estacionamento um pouco menos cheio. Encostou na porta de seu Toyota Corolla - de longe, o carro mais caro entre todos ali - e ficou observando as pessoas conversarem em rodinhas. Era estranho não estar numa delas, e ele ainda estava longe de estar bêbado o bastante para ir dançar.
Uma menina numa daquelas rodinhas chamou sua atenção. Estava acostumado a ver garotas com cabelos vermelho-cereja ou variantes, mas ruivas de verdade eram absolutamente incomuns. E o atraíam de uma forma inexplicável.
Ela se virou para ele, seus olhos percorrendo seu corpo em uma fração de segundo antes que ela, rindo, voltasse a olhar para as amigas. Ele revirou os olhos, terminou de beber sua batida e voltou para dentro do prédio, para pegar mais uma bebida. Quando finalmente conseguiu chegar à porta, a ruiva passou por ele, sorrindo. Ele hesitou por um segundo antes de segui-la até a pista de dança.
Sim, ela era uma das hippies da Letras - mesmo que as roupas dela fossem excepcionalmente bonitas, para uma hippie da Letras. Mas ela era bonita e estava claramente disposta a lhe dar mais que um segundo de sua atenção.
Era exatamente disso que ele precisava. Não de sexo. Só de alguém para tirar seu ego do chão. E aquela garota ruiva com certeza iria fazer isso.
Ela dançava de um jeito sexy, ele reparou, observando-a enquanto ela dançava de mãos dadas com uma das amigas, olhando para ele como se pudesse despi-lo com o poder da mente ou algo assim. Os olhos dela o convidavam a se aproximar, mas ele se recusava a fazer isso. As mulheres vinham até ele. Nunca o contrário.
E, como ele sabia que aconteceria, ela veio. Depois de ela e sua amiga trocarem sussurros e risadas por uns cinco minutos, ambas o olhando como se ele fosse o único cara ali. Mas ela veio. Sozinha.
Draco sorriu, condescendente, quando ela perguntou por que nunca o tinha visto ali. Pensou em responder honestamente, dizendo que era bom demais para estar numa festa da Letras, mas achou melhor não. Limitou-se a dizer que não conhecia ninguém dali.
- Ginny - ela respondeu, prontamente. Ele se controlou para não revirar os olhos.
- Draco - disse, em vez disso. Ela sorriu, perguntou-lhe se queria dançar e o puxou para um canto do salão.
Ele não protestou. Contanto que ela não quisesse nada além de dançar, ele não iria morrer por isso. Ou, pelo menos, ele esperava não morrer.
Mas, claro, ela queria. Isso ficava óbvio em como ela o olhava, em como ela dançava, em como ela o tocava "sem querer". E, na hora em que eles chegaram àquele ponto em que não fazer nada faria mais mal do que bem a seu ego, ele disse que precisava ir embora. Ela pareceu decepcionada, mas não protestou.
- Nos vemos por aí - respondeu.
Nos seus sonhos, ele pensou em responder. Mas apenas assentiu, virou as costas e voltou para o carro. Ela até que era bonita o suficiente para ele ter um pouco de vontade de levá-la consigo. Mas não iria fazer isso. Aquela noite era sobre encher a cara e se jogar na cama e dormir sozinho, para variar um pouco. Nenhuma hippie mudaria seus planos.
