Título:The One I'll Always Loves

Autora: Maralice-chan

Sam esteve desesperado tentando tirar Dean do purgatório sem, contudo, conseguir. Mas alguém ou alguma coisa o tirou de lá. Por que, Sam ainda não sabe. O pior é que Dean voltou do purgatório sem nenhuma lembrança de Sam, como se esse houvesse sido apagado de sua história. Agora, mais do que nunca Sam se dá conta do quanto o amor de Dean é importante para ele e percebe que talvez seus sentimentos pelo irmão não sejam tão fraternais assim...

Personagens: Sam e Dean Wichester.

Disclaimer: Claro que nenhum personagem presente nessa história me pertence ou tem os relacionamentos apresentados aki.

Observação: Essa é uma fic breve, antes de Supernatural voltar... Ela é lemon e wincest. Sei ki pode parecer outra coisa, mas garanto que é só wincest. Ah, ela é SamXDean...

Avisos: Essa fic contêm cenas de sexo homossexual, possiveis palavrões e linguagem pesada. É possível que tenha cenas de violência. Ainda não sei... Então, só leia se estiver preparado.


Sam acordou sobressaltado. Tivera um sonho estranho. Dean estava em uma mata escura cercado por criaturas monstruosas prontas para devorá-lo. Quando abriu os olhos e se viu num quarto de motel barato de beira de estrada, se sentiu aliviado. Havia sido só um sonho, não é? Talvez não.

Levantou-se ainda meio trôpego de sono e foi até o banheiro lavar o rosto. Ainda estava escuro. Depois de três semanas sem dormir, comer e se cuidar direito, apenas se entregando de corpo e alma a caçar e decapitar leviatãs, o corpo de Sam finalmente exigira uma trégua e ele se permitira uma única noite completa de sono. Em vão. Por mais que Sam precisasse, por mais que seu corpo implorasse, não era capaz de se deitar e dormir como se nada tivesse acontecido, como se não houvesse perdido Dean de novo.

Quando Dean fora para o inferno, Sam quase morrera junto. Obrigara-se a seguir em frente feito um guerreiro para não desperdiçar o sacrifício do irmão, mas por dentro era um homem morto. Se Ruby não tivesse se aproximado dele e o guiado, manipulado seria o termo mais exato, Sam teria sucumbido à solidão e à loucura que era a vida sem Dean. Mesmo tendo se preparado para perdê-lo, não fora fácil para Sam. No fundo ele sempre acreditara que no último momento poderia salvá-lo. Vê-lo partir fora uma dor excruciante. Mas Ruby, mesmo cheia de propósitos errados, o ajudara a conviver com aquela dor, a suportar.

E agora?

Sam estava sozinho. Totalmente sozinho pela primeira vez em sua vida. Dean e Castiel haviam sumido. Bobby estava morto. E não havia nenhuma vadia demônio para fazê-lo cair achando que estava no caminho certo. Sam estava sozinho e desiludido. Cada manhã, cada tarde, cada noite era como se tudo fosse a mesma coisa. O tempo não passava sem Dean ali.

A rotina de Sam era acordar, pesquisar onde estariam os leviatãs, colocar as suas coisas no carro ao lado das de Dean, que ele fazia questão de levar para toda parte, como se o irmão estivesse prestes a chegar de algum lugar e fosse precisar delas, e partir para a caçada. A cada leviatã que ele decapitava, sentia como se estivesse a um passo de reencontrar o irmão. Mas não estava. No fundo sabia que não estava.

Nem sabia onde Dean estava. Fizera o possível para encontrá-lo. Fora atrás de médiuns e feiticeiros, fizera rituais e convocara espíritos e demônios para lhe darem alguma notícia, ao menos uma vaga ideia do paradeiro do irmão, e nada.

Tinha um palpite. Se Dick, quando morresse iria para o purgatório, talvez Dean e Cass houvessem ido junto. Se fora isso, então a situação estava crítica, por que Sam não via como abrir o purgatório de novo e tirar o irmão e o anjo de lá. Até realizara um ritual para trazer a Morte para conversar, tentar convencê-lo a ajudá-lo, mas tudo o que conseguiu foi uma conversa nada agradável em que fora sumariamente ameaçado de horrores piores que a morte se o atormentasse de novo.

Sam não tinha como trazer Dean de volta e por mais que se apegasse à esperança de que alguma criatura em algum lugar saberia como abrir a porta do purgatório, estava se desesperando a cada dia. E quando achava que não conseguiria dar nem mais um passo, se obrigava a seguir em frente procurando uma luz no fim do túnel.

Jogou mais água nos rosto tentando ficar totalmente desperto. Já que não iria dormir, era melhor caçar. Havia leviatãs em uma cidade poucos quilômetros de onde estava. Sam havia pesquisado no dia anterior. Se partisse naquele exato momento, chegaria ao seu destino ainda de madrugada e pegaria os malditos desprevenidos. Estava pensando nisso quando ouviu alguém mexendo no trinco da porta. Ainda estava meio aéreo de sono quando a porta foi arrebentada e ele se viu cara a cara com dois leviatãs.

– Então pegamos o corajoso caçador desprevenido? – Um homem grandalhão sorriu com deboche ao ver Sam ainda na porta do banheiro, seminu, desarmado e totalmente indefeso. – Depois de caçar nossos amigos nos quatro cantos de Utah, ficou meio óbvio que você estava vindo para o Colorado. Então nós ficamos bem alertas esperando por você...

Sam estreitou os olhos. Não estivera em Utah. Estivera caçando no Arizona. Se não estivesse longe de sua bolsa com o facão e o spray de borato de sódio enquanto era encarado por dois leviatãs grandes e aparentemente famintos, teria estranhado ainda mais a falsa acusação. Mas aquele não era o momento para pensar no que os leviatãs falaram. Sam correu para cama, mas antes que alcançasse a bolsa embaixo dela, foi arremessado longe pelo leviatã grandalhão. Bateu as costas contra a parede e depois se estatelou no chão.

Estava tentando se por de pé quando sentiu um par de mãos enormes se fecharem contra seu pescoço o sufocando e fazendo sua visão turvar. Não sabia se teria sorte de perder a consciência antes de ser devorado ou se teria que suportar a dor de ser mastigado vivo. A boca enorme do monstro estava a centímetros de sua cabeça quando ouviu o outro leviatã perguntar:

– De onde você veio?

Sam ouviu o som de lâmina cortando e logo depois de algo caindo no chão pouco antes de ser solto por seu captor. Caiu no chão pesadamente, o pescoço doendo, a respiração ainda irregular, a vista embaçada. Ouviu a lâmina cortar uma segunda vez e quando abriu os olhos, viu a cabeça do grandalhão rolando até ele. Olhou em direção a porta arrebentada e viu as pernas meio arqueadas de um homem. Com o coração disparado levantou o olhar para ver quem o salvara, mas sua visão ainda estava muito embaçada para ver com clareza as feições de seu salvador, mas ele não precisava ver direito para saber. Tinha certeza. Aquele era Dean. Foi seu último pensamento antes de apagar.


Acordou sentindo uma dor lancinante nas costas. Com dificuldade se sentou e abriu os olhos. Estava em uma cabana com aparência de abandonada, estirado num sofá duro e puído. Passeou os olhos pelo local em busca de Dean querendo confirmar o mais rápido possível que aquilo não fora um sonho. Não podia ser um sonho.

Como se fosse para reforçar sua convicção, a porta da cabana se abriu e ele entrou. Os olhos verdes brilhavam como da última vez que se viram, seus lábios carnudos exibiam aquele sorrisinho meio sacana que era o mais usado do caçador, os passos eram meio desleixados e ainda assim impunha presença. Era como se não tivesse se passado nenhum dia desde que se separaram. Sam estava tão emocionado que não conseguiu dizer nada, sequer mover um músculo. Tudo o que fez foi ficar ali sentado olhando de boca aberta para Dean e sentindo seus olhos lacrimejarem.

– Você está bem, cara? – Dean perguntou em seu típico tom de voz meio descontraído, meio ameaçador e as sobrancelhas alteadas. – Pronto para responder algumas perguntas?

– O quê? – Sam perguntou com voz fraca. Ao invés de correr para abraçá-lo, Dean queria fazer perguntas?

– Te confesso que você me deixou confuso. Sério. – Dean disse pegando uma cadeira, colocando-a em frente a Sam e sentando-se. – Quando segui aqueles leviatãs até seu quarto, imaginei que fosse um caçador. O equipamento embaixo da sua cama sugeria isso. Facão, borato de sódio, estacas, facas de prata... Mas aí, fui limpar a bagunça. Te tirar da cena do crime... E o que eu descubro...? Meu carro. My baby.

Dean o observava indagadoramente e Sam ao escutá-lo se perguntava qual dos dois tinha batido a cabeça, por que aquela conversa não estava normal. Nenhum pouquinho.

– Então, eu pensei: ele é só um cara qualquer que achou meu carro por acaso e foi confundido com um caçador. Por isso os leviatãs estavam atrás dele. Então entro no carro e descubro além das minhas coisas, as suas.

Dean fez silêncio, como se esperasse que Sam lhe desse uma explicação. Mas Sam estava confuso demais para dizer o que quer que fosse. Aquela conversa de Dean não fazia sentido.

– Identidades falsas, carteira do FBI, Polícia Rodoviária e um monte de outras coisas que só caçadores ou vigaristas usam. Mas você não pode ser só um vigarista, por que metade do equipamento de caça no porta-malas não é meu. É seu. Então eu te pergunto: o que um caçador estava fazendo com o meu carro, com as minhas coisas?

O tom de voz de Dean agora era de pura irritação e só por nervosismo Sam acabou rindo da situação que era muito estranha.

– Dean, você está brincando, certo? – Sam perguntou. – Fala que está brincando.

– Sabe quem sou? – Dean sorriu de um modo desafiador ainda o encarando. – Ótimo! Então você deve saber que não gosto que se metam nos meus negócios ou que toquem nas minhas coisas.

– Dean, o que está acontecendo? Você está bêbado ou o quê? Você está falando como se não me conhecesse... – Então, Sam teve uma suspeita. Olhou para o espelho quebrado na parede às costas de Dean e se viu refletido nele. Era o mesmo Sam de sempre. – Você não está me reconhecendo? Sou eu, Sam, seu irmão caçula.

– Irmão caçula? – Dean gargalhou como se houvesse escutado uma ótima piada. – Desculpe, amigo. Eu sou filho único.

– O quê?! – Sam perguntou horrorizado.

– Então, vai me contar o que estava fazendo com o meu carro ou não?

– Dean, se isso for uma brincadeira, não é engraçada. – Sam disse sério.

– Quem está brincando aqui é você, amigo. E já esgotou a minha paciência. – Dean disse se levantando e se aproximando mais de Sam. – Quem é você?

– Eu já disse. – Sam respondeu ainda confuso, ainda sem entender se aquilo estava realmente acontecendo. – Sou Sam, seu irmão caçula.

– Não é não.

– É claro que sou. – Sam passou as mãos pelos cabelos. Tinha algo errado. – Dean, você está me assustando. O que aconteceu depois que você e o Cass mataram o Dick e sumiram?

– Como você sabe disso? – Dean o olhou assombrado.

– Como assim como eu sei disso? Eu sei por que eu estava lá. Enquanto você e Cass iam atrás do Dick, eu fui salvar o profeta. Quando cheguei onde vocês estavam, o Dick explodiu e vocês sumiram.

– Como você sabe sobre o profeta? – Dean o olhava cheio de desconfiança. – Cara, quem é você?

– Cara, está me assustando. Sério. – Sam já começava a pensar seriamente que aquilo não era brincadeira e que Dean realmente não o reconhecia. – Jura que não me reconhece, Dean?

– Nunca vi mais gordo. – Dean balançou a cabeça.

– Eu sou seu irmão caçula. O Sam.

– Eu já disse que sou filho único.

– Não, não é. – Sam o olhava desesperado. – Você não se lembra do incêndio que matou nossa mãe no meu quarto quando eu era bebê? A morte dela foi o motivo do pai ter virado caçador e ter nos jogado nessa vida...

– Como sabe do incêndio que matou minha mãe? – Dean perguntou. Depois sorriu como se tivesse pegado Sam em contradição. – Mas ela não morreu em nenhum quarto de bebê. Como eu disse, sou filho único.

– Dean, isso não é verdade. Sou seu irmão caçula. – Sam disse. – O pai caçou o demônio que matou nossa mãe a vida inteira e nos criou como soldados. Até que eu cansei e fugi para a faculdade. Há oito anos, você foi me buscar para ajudar encontrar o pai. Lembra?

Dean balançou a cabeça. A cada fato que Sam relembrava, Dean apresentava uma versão que não o incluía. Como se Sam nunca houvesse existido em sua vida. Ao fim da conversa, Dean já estava estressado e Sam bastante perturbado.

– O que diabos está acontecendo? – Sam não conseguia entender como havia sumido da memória de seu irmão. E não era como se simplesmente as lembranças que Dean tinha dele houvessem desaparecido. Era como se toda a sua memória tivesse sido alterada para parecer que Sam nunca existira.

– Olha, eu cansei. Você não quer me dizer quem é? Certo. Não diga. Não sei como você sabe tanto da minha vida e nem por que fica tentando se enfiar na minha história, mas... – Dean disse indo até a mesa bamba que ficava na pequena cozinha da cabana. –Eu estou botando o pé na estrada. Tenho trabalho a fazer. –Ao dizer isso ele jogou algumas coisas dentro de uma bolsa de viagem. – E estou levando o meu carro.

– Ei, Dean, espera! – Sam disse se levantando rapidamente e indo atrás de Dean que já ia saindo da cabana. – Não pode me deixar aqui.

– Suas coisas estão aí. – Dean disse abrindo o carro e jogando sua bolsa no banco de trás. – Se você é um caçador, então sabe se virar...

– Dean, calma, aí! Eu sei que você está meio confuso...

– Eu não estou confuso. – Dean afirmou. – Você é que está. Eu não sei quem é você. Não te conheço e não tenho tempo a perder contigo. Tenho que ir rápido, ou alguém importante vai morrer...

– Quem? Cass? – Sam parou junto à porta do carro impedindo que Dean entrasse. Dean lhe lançou um olhar ameaçador, mas Sam não se abalou. – Diga o que está acontecendo. Onde está o Cass e como você saiu do purgatório?

– Isso não é da sua conta.

– Tudo o que envolve você é da minha conta, por que somos irmãos.

– Lá vem você com esse papo de novo... – Dean revirou os olhos com impaciência. – Já disse que não acredito nessa sua história maluca e estranha. Só não paro para arrancar a verdade e descobrir por que está tentando me enganar, por que estou com pressa. Tenho que salvar uma pessoa...

– Quem?

– Alguém com quem eu me importo muito e que nunca mais vou ver se continuar perdendo o meu tempo com você.

Ao dizer isso, Dean empurrou Sam para fora de seu caminho e entrou no Impala. Sam se aproximou da janela do carro e se inclinou para falar com o irmão.

– Dean, eu sou a pessoa com quem você mais se importa no mundo todo. – Sam disse com convicção. – Seja lá quem for esse alguém, não é tão importante quanto resolver as coisas comigo.

– E o que te faz pensar assim, Pé Grande? – Dean perguntou com deboche.

– Tudo. – Sam respondeu como se estivesse citando o óbvio. – Você praticamente me criou, me protegeu, foi para o inferno por mim...

– Isso é o que você diz.

– É o que aconteceu.

– Cansei disso. – Dean disse com irritação. – Essa sua história não faz o menor sentido, ao não ser que seu objetivo seja me atrasar. É esse seu objetivo?

– Não. – Sam negou indignado a acusação.

– Ótimo! Por que se aparecer na minha frente de novo... – Dean meneou a cabeça de um jeito que deixava bem claro qual seria sua atitude se reencontrasse Sam. Sem dizer mais nada, arrancou com o carro e partiu em alta velocidade.

Sam ficou parado no meio do nada em frente a uma cabana meio abandonada. Aquilo não estava acontecendo. Não podia estar acontecendo. Dean voltara, mas não se lembrava dele. Isso era um absurdo. Não fazia o menor sentido. Quem traria Dean de volta do purgatório e por quê? E mais importante: o que esse alguém ganharia tirando Sam das memórias de Dean?

Tantas perguntas sem respostas... Sam tentou raciocinar logicamente. Fora Cass, quem mais sabia de um modo de abrir o purgatório? Crowley. Mas como e por que Crowley tiraria Dean do purgatório? E para quê apagar Sam das memórias do irmão? Não sabia. Ainda... Faria Crowley responder cada uma de suas perguntas e reverter o que quer que tivesse feito com as lembranças de Dean. Não tinha tempo a perder. Traria Dean de volta.