Disclaimer: O anime/mangá Inuyasha não me pertence. Ele e seus personagens são de autoria de Rumiko Takahashi. A história aqui descrita é apenas e somente para dirvesão e não fins lucrativos.

MDP: Universo Alternativo (História totalmente diferente da narrada por Rumiko em sua série de Anime/Mangá)

Gênero: Suspense/Aventura/Drama

Por: Telly Black

Resumo Geral: Depois de anos nas sombras, Inuyasha finalmente descobre a verdade por trás do desaparecimento da mulher que ama. Mas não será fácil libertá-la de sua prisão... Não será fácil fazê-la deixar de ser uma prisioneira.


Prisioneira

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\Prólogo\

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Estreitou os olhos e assistiu, por cima dos papéis em sua mão, a jovem andar de um lado ao outro da sala de estar, resmungando algo incompreensível, inclusive para ele. A viu parar diante da janela e voltou sua atenção para os documentos em seu poder, entretanto, não pôde se concentrar muito nas palavras escritas. O som da batida da mão da jovem na mesa cortou definitivamente sua concentração.

# O que foi?

# Acaso está vendo que está chovendo? - perguntou.

Olhou através da janela a rua, e em seguida para a jovem de cabelos negros e orbes castanhos.

# E…? - perguntou num tom 'e o que eu tenho a ver com isso?', arrumando os papéis sobre a mesma de mogno.

Desta vez foi a vez da jovem morena estreitar os olhos e o encarar de maneira irritada. De certa maneira ele realmente sabia o que ela pretendia dizer com aquela frase, mas gostava de irritar a pequena uma vez ou outra. Quando chovia ele tinha de levá-la para casa de carro.

# Como espera que eu volte para casa, espertinho? - colocou a mão na cintura.

# Suas pernas servem para o que, bruxa? - tornou a observar os papéis sobre a mesa com interesse. - Vá andando. Ainda está claro e há pessoas na rua.

# Inuyasha!

A voz dela saiu autoritária, parecendo a da sua mãe quando queria brigar com ele. Ótimo! Vencera a primeira batalha. Respirou fundo, cerrando os orbes de cor dourada, sem deixar de encarar os documentos ao tornar a abri-los.

# Ainda preciso terminar isso. Sente-se e espere…

# Não posso ficar até a noite aqui, Inuyasha. - disse cruzando os braços sobre o peito. - Sabe que Okaa-san já me proibiu de, inclusive, ficar sozinha em qualquer recinto com você. Se ela descobrir o que eu ando fazendo, vai surtar.

Inuyasha moveu a cabeça displicentemente. Sim, sabia perfeitamente bem das regras impostas pela mãe da jovem a sua frente. Suas orelhas ardiam após a mesma citar mais de quinhentas regras de como ficar sozinho com sua filha de apenas doze anos de idade, no mesmo lugar, mesmo havendo pessoas junto a eles.

Ela tinha razão em se preocupar com a reputação de sua filha, mas não era como se ele fosse levá-la para cama. Céus! Além de não ter absolutamente nada a ver, ainda estaria cometendo crime por pedofilia. De doze anos para vinte anos a diferença era chamativa.

# Sua mãe pode esperar, meus documentos não.

Em revolta a menina colocou as mãos sobre os documentos e os puxou para ela. Perfeito! Agora ela não iria deixá-lo terminar de ler aqueles malditos papéis.

# Você poderia me devolver esses papéis, bruxa? - pediu e ela negou afastando-se da mesa. - Ainda preciso examinar isso até amanhã de manhã. - fingiu não ouvi-lo. Começou a ler as entrelinhas do documento e viu quando os orbes dela se estreitaram e em seguida se arregalaram para encará-lo com surpresa.

Mais que perfeito! Ela entendera o que tinha escrito no papel. Estava redigido em uma linguagem difícil para uma pessoa adulta, imagina para uma criança de doze anos de idade? Entretanto, para uma menina daquela idade, ela já era bem avançadinha intelectualmente.

# Vai se casar?

"Era só o que me faltava!" pensou Inuyasha ao ouvir o tom de voz da menina. Apenas a sua mãe o utilizava com ele.

# Por que não me disse que ia se casar? - voltou a ler o conteúdo dos papéis. - E com aquela mulher? - ressaltou a palavra 'aquela'.

Ela não suportava a mulher que do nada, entrara na vida de Inuyasha e passara a tomar a maior parte das atenções do Hanyou. Entendia que ele era um homem que necessitava de mulheres da idade dele, por perto, mas algo na morena cujo nome estava escrito no pedaço de papel em sua mão, a atormentava. Não a engolia e Inuyasha sabia perfeitamente bem disso, embora não entendesse, já que sua noiva fazia de tudo para ter o carinho da jovem.

# Ouça Kagome… - iniciou ficando de pé e passando a mão nos olhos. - Eu ia te contar… Por que eu estou te explicando isso? - pegou os papéis da mão da menina. - Já sou bem grandinho para tomar conta de mim mesmo. Qual é o problema de eu estar me casando?

# Vai se casar por interesse, Inuyasha! - bateu com o pé direito no chão. - Isso nunca dá certo. Alguém no final sempre se ferra.

# E o que você tem a ver com isso?

# Sou sua amiga, é isso o que eu tenho a ver com a história, porcaria! - sua voz saiu chorosa.

Fez-se silêncio por alguns instantes, entre os dois. Silêncio que chamou a atenção do rapaz de cabelos prateados e orbes dourados. Suspirou e voltou sua atenção para a menina, agora zangada, que dividia o cômodo com ele.

# O que você está fazendo?

Kagome terminou de colocar a mochila escolar nas costas e fitou Inuyasha sem entender o motivo de sua pergunta. A propósito não parecia tão óbvio que ela estava se aprontando para ir embora. Sozinha.

# Indo embora com meus próprios pés, espertinho. - respondeu num tom que não agradou o rapaz.

# Espere-me terminar aqui, que eu te levo de carro Kagome.

# Não precisa, Inuyasha. - abriu a porta. - Outou-san já deve estar irritado. Se demorar muito vou levar uma bronca ao chegar em casa, não estou a fim de ficar de castigo. - fitou a rua, como se analisasse a situação, e em seguida virou-se sorrindo tristemente para o rapaz. - E depois, você tem que analisar os documentos para o seu casamento. - Inuyasha deu um passo em direção a ela. - Tchau Inuyasha!

Batendo a porta fracamente, Kagome saiu da casa dele. Inuyasha tornou a sentar na cadeira e fitou os documentos sem muita atenção. Era sempre assim, então, por que daquela vez ele sentia um aperto em seu peito. Talvez fosse porque a menina saíra num estado espiritual baixo, ao descobrir que ele ia se casar com aquela mulher apenas por assuntos de trabalho. Mas o que ele podia fazer?

Abaixou a cabeça e por causa do cansaço acabou dormindo sobre os papéis