N/A: Olá!! Sou nova aqui no ffn (como autora), e começo minha 'carreira' aqui traduzindo fanfics de inglês para portugês. Essa aqui, que tem o mesmo nome na sua versão original, é da moonsign, e ela foi muito gentil em permitir que eu traduzisse essa obra. Foi classificada por ela como : T, e não vi razões para mudar isso. Ah, é claro, como todos podem adivinhar pelo nome do site, nem eu nem ela possuímos os personagens ou qualquer outra coisa que possam identificar aqui (e eu possuo menos que ela, porque ela criou o enredo).
Acho que é só... Se alguém se interessar, pode mandar para mim algumas reviews, sobre qualquer aspecto da tradução, e sobre a história mesmo, nós duas ficaremos felizes!!
Então... aí está!!
REMUS:
O que Remus sempre lembrou sobre sua mãe, anos após as outras memórias caírem no esquecimento, era o amor dela pela luz da lua. Como a chefe de poções do apotecário local, seu trabalho acabava forçando-a a se aventurar à noite e pegar ingredientes à luz da lua para certas poções.
Nessas noites, ela acordaria Remus gentilmente, colocaria sua capa sobre seu pijama, e juntos eles entrariam na floresta decídua a qual a pequena casa de campo deles fazia fundo em busca de lungwort ou lady's mantle pegos sob o luar.
Enquanto trabalhava, Serena Lupin cantava todas as canções trouxas da sua infância – qualquer música que contivesse a palavra lua ou luar, enquanto Remus andaria alegremente ao lado dela, cantando junto em seu alto soprano infantil e observando sua sombra pulando e piscando entre as sombras mais escuras das árvores.
Remus sabia que mágica existia – ele havia crescido em uma casa de bruxos – mas a vista das sombras azul-prateadas da lua e o som da voz de sua mãe pareciam emanar um diferente tipo de mágica na floresta. Era menos definida, entretanto mais tangível. Elétrica e selvagem, mas ao mesmo tempo segura e própria.
Essas noites eram um tempo apenas deles – o pai de Remus era um homem sério e inflexível, que não gostava dessas expedições noturnas de sua esposa e seu filho, mas que as aceitava por amar Serena mais do que tudo no mundo. Mais que seus próprios pais, mais do que seu trabalho no Departamento de Criaturas Mágicas do Ministério, mais do que Remus. Essa era a constante dor na vida de John Lupin – ele sabia que Serena amava Remus mais do que o marido, e isso fazia com que ele se ressentisse às vezes e fizesse o possível para excluir seu filho, tentando roubar o amor de Serena dele.
Então ele olharia da janela do quarto as duas figuras entrando na floresta com suas capas, pedaços de canções trouxas desaparecendo com elas.
"Memória, sozinha no luar, teria a lua perdido sua memória? Ela está sorrindo sozinha..."
"Carregue-me até a lua e deixe-me brincar entre as estrelas! Deixe-me ver como é a primavera em Júpiter e Marte..."
"Luar sobre o mar, estrelas brilhantes estão reluzindo, ondas correndo silenciosamente, brisas suaves soprando..."
E mais comumente, a favorita deles, que eles cantariam quando saíssem da floresta novamente, de mãos dadas, pulando e dançando alegremente, os gritos de alegria de Remus enchendo o ar da noite quando sua mãe o erguia e girava acima de sua cabeça.
"Estou sendo seguido pela sombra da lua! Sombra da lua, sombra da lua! Pulando e dançando em uma sombra da lua, sombra da lua, sombra da lua!
E se algum dia eu perder minhas mãos, perder minhas coisas, perder minhas terras. Sim, se algum dia eu perder minhas mãos, hey – Eu não terei que trabalhar mais..."
Então não foi surpresa alguma, portanto, que uma noite quando John Lupin voltou para casa de seu trabalho no ministério com a grave notícia da fuga do lobisomem Fenrir Greyback da ala de segurança máxima de criminosos mentalmente insanos do St. Mungus, que Remus recorreu ao luar para conforto.
Ele acordou no meio da noite, suando e arfando por causa de um pesadelo e imediatamente levantou-se da cama, indo na direção do quarto de seus pais para o conforto da sua mãe. Ele parou quando viu pela fresta da porta que a luz ainda estava acesa, e o som de vozes altas vindo de dentro.
Ele estava surpreso. Seus pais nunca discutiam! John Lupin sempre amou Serena demais para discutir com ela. Remus se aproximou da porta e encostou o ouvido na madeira.
"... Não pode mais ir lá. Mesmo em busca de ingredientes. Quem sabe onde ele está?" John dizia. "Eu posso encomenda-los pra você do serviço."
"Mas eu gosto de coletar meus ingredientes!" Serena protestou, sua voz implorando "Essa é a razão pela qual eu virei chefe de poções em primeiro lugar! Quanto vai demorar para você recaptura-lo?"
"Eu não sei!" John retrucou. "Se soubéssemos onde diabos ele está você não acha que já teríamos capturado ele agora? Ele me culpa, Serena, por tê-lo colocado lá, porque eu do Departamento de Criaturas Mágicas encontrei-o. Ele quer vingança, Serena, e ele é louco. Você acha que eu conseguiria viver se ele te atacasse como forma de vingança contra mim?"
"Isso não é JUSTO!"
"Eu não LIGO! Você não vai sair lá fora, Serena, e ponto final!"
Remus se afastou, tremendo. Ele não entendeu sobre o que eles estavam falando. Sua mente de 6 anos de idade ainda estava nublada pelo sono e os remanescentes do pesadelo. Ele desejava entrar no quarto e ser envolto pelos braços de sua mãe, mas estava assustado por causa de seu pai e da ira em sua voz, que ele nunca tinha ouvido antes. Ele precisava de conforto, e repentinamente ocorreu-lhe que as noites que ele se sentia mais feliz e seguro eram aquelas nas quais ele estava à luz da lua com sua mãe – cantando canções trouxas e fazendo sombras prateadas no chão.
Silenciosamente, ele desceu as escadas e ficou nas pontas dos pés para alcançar a maçaneta. Ele abriu a porta o mais silenciosamente que pôde e foi até o jardim. Ele não era tolo, e sabia que não devia entrar na floresta sozinho, então se contentou em brincar com a grama fresca do jardim, murmurando suavemente para si mesmo, "Estou sendo seguido pela sombra da lua! Sombra da lua, sombra da lua. E se algum dia eu perder minhas pernas, eu não irei chorar e não irei implorar. Sim, se algum dia eu perder minhas pernas, hey – eu não terei que andar nunca mais..."
Ele deitou de costas na grama densa e olhou fixamente para a lua cheia, que parecia enorme e cheia de luz no céu. Ele imaginou que era a coisa mais linda que ele já vira, com exceção de sua mãe. Os últimos vestígios de seu pesadelo se dissolveram e desapareceram sobre a vista serena.
Seus pensamentos foram interrompidos por uma movimentação no fim do jardim. Remus se sentou e encarou o local, seu coração batendo rapidamente. De repente ele não sabia se deveria estar do lado de fora sozinho. Que tipo de criaturas horríveis saíam à noite quando sua mãe não estava lá para mantê-las afastadas?
Paralisado pelo medo, ele encarou o arbusto que tinha se movido, e pulou quando ele se moveu novamente. De repente, duas orbes idênticas de um amarelo dourado apareceram nas sombras atrás do arbusto. Levou um momento para Remus perceber que eram olhos.
Desesperando-se, Remus ficou em pé e virou para correr para casa o mais rápido que suas pernas curtas podiam levá-lo. Ele desejou acima de tudo que ele não tivesse ido tão longe no grande jardim. Houve um suave "thud" atrás dele quando a criatura pulou de seu esconderijo e correu atrás dele. Ele podia ouvir as passadas ritmadas se aproximando e olhou por cima do ombro.
A visão fê-lo tropeçar e cair. A criatura era enorme – um lobo, sua mente berrava, mostrando imagens do grande lobo mau dos contos de fadas que sua mãe contava à noite. Ele gritou quando ela pulou sobre ele, caindo sobre seu peito e fazendo-o perder o fôlego. Lágrimas de dor embaçaram a imagem do lobo sobre ele, que o encarou por um segundo com seus olhos dourados antes de avançar nele com suas poderosas garras. Remus conseguiu gritar uma segunda vez quando sentiu dentes atravessando seu ombro e peito. A dor queimava, e tomou todo o seu corpo.
"REMUS!"
De repente ele sentiu o peso sobre si sumir quando o lobo foi atirado alguns metros de distância. Arfando e gemendo em dor, Remus virou sua cabeça para ver uma figura com longos cabelos castanhos se colocar entre ele e o lobo. Serena levantou sua varinha novamente, mas não foi rápida o suficiente. O lobo levantou-se e saltou novamente, dessa vez sobre Serena, derrubando-a.
"Mãe..." Remus tivera a intenção de gritar, mas mal conseguia respirar por conta da dor, quanto mais falar. Ele observou paralizado, e horror surgiu quando viu os sangrentos dentes mordendo o pescoço dela, e de novo, e de novo.
"Meu Deus! SERENA!"
Pela segunda vez naquela noite o lobo foi lançado. Dessa vez Remus viu seu pai de pé, com seu pijama. Mesmo com sua percepção borrada pela dor e pela perda de sangue, ele percebeu que John Lupin ficara entre sua esposa e o lobo, deixando seu filho livre para outro ataque.
Um flash de luz verde disparou da varinha de John em direção ao lobo, que conseguiu desviar. Ele hesitou um momento, e quando John ergueu a varinha novamente, voltou e correu para a floresta. John correu atrás dele, seu corpo tenso de magia e raiva.
Remus voltou-se para olhar para sua mãe. Ela estava coberta de sangue. Ela nunca tinha visto tanto sangue. Parecia desnso e negro à luz da lua. Rolou sobre seu estômago, e a dor se intensificou. Ele soltou um gemido baixo.
"Re...mus?"
A voz dela era tão fraca. Nunca tinha ouvido ela parecendo fraca antes.
"Rem...m...mus, meu que...rido?"
As palavras dela estavam quebradas. Remus usou todas as suas forças para se aproximar dela. A dor era tão terrível que agora parecia que uma parte dele havia sido arrancada fora. Após o que pareceu ser um século, ele a alcançou. Para seu horror ele podia ver ossos, tendões e músculos destruídos, cheio de sangue na garganta dela.
"V...viva R...r...Remus" Serena conseguiu dizer "M...me promete? N...não deixe-os t...transformá-lo em um m-m-monstro como e-e-ele. O l-lobo não m-mudou você. D-diga Remus!"
"O l-lobo não me m-mudou", Remus repetiu com a voz embargada, incapaz de olhá-la nos olhos, apenas para o ferimento no pescoço.
"B-bom menino. L-l-lemb-b-bre-se disso."
Os lábios dela se contraíram. Remus pensou que talvez ela estivesse dizendo mais alguma coisa, mas não conseguiu ouvir mais. Sua cabeça se encheu com um chiado que a fez pesada demais para seu pescoço. Ela pendeu na direção da grama cheia de sangue perto do ombro de sua mãe e ele se sentiu sendo sugado pela inconsciência.
É isso aí!
Próximo capítulo em breve!
