Título: All I Want For Christmas is You.
Autora: N. G. Grey
Disclaimer: Não possuo, não ganho, só tento me divertir um pouco =)
Classificação: M
Summary: É Natal na Mansão dos Malfoy. Regulus e Lucius não poderiam estar mais satisfeitos com o que ganharam.


I won't ask for much this Christmas
I won't even wish, oh I won't even wish
(morning;)

Chequei pela centésima vez a decoração. Minha mãe gritava com o elfo que derrubou um dos enormes presentes no chão. Mal sabia ela que a culpada foi Belatrix, que fez o embrulho cair, e ela não ia se importar de investigar. Era só mais um Natal, se eu não estivesse tentando impressionar Regulus, primo de minha esposa. Já fazia algum tempo que trocávamos olhares maliciosos, e eu queria mais que isso.

Os convidados começaram a chegar, e nem sinal dele. Orion e Walburga Black estavam sorridentes, conversando com meu pai sobre como Regulus era o melhor aluno da turma, e como era um grande orgulho para eles. Só observei, esperando uma dica sobre onde ele poderia estar, mas nada relevante foi dito. Então, tratei de me ocupar socializando com pessoas que eu simplesmente odiava. Mas mantinha um sorriso virtuoso, livre de preocupações.

Todos já estavam se servindo de bebidas, o que resultou em rostos mais felizes e pessoas mais dançantes. Uma música suave e arrastada começou a tocar, e uns casais mais animados se puseram a dançar moderadamente no centro do grande salão. Resolvi ficar postado junto a porta, assim teria menos chances de perder a chegada de Regulus.

Oh I don't want a lot for Christmas
This is all I'm askin for
I just want to see my baby standing right outside my door

E finalmente pude respirar aliviado, quando ele entrou quieto pela porta que vinha do jardim. Seu caminhar era calmo mas hábil. Seus cabelos esvoaçavam com o vento gélido que entrava pela porta. Observei de longe, quando ele retirava as luvas e limpava a neve do casaco. Regulus parecia uma peça única, que mesmo vestido em tons de preto e cinza, irradiava vivacidade no rosto juvenil e corado pelo frio. Todos estavam vestidos com tons de vermelho, verde e prateado, mas ele ainda era mais brilhante que qualquer outra pessoa ali.

Por mais que eu quisesse ir falar com ele, não poderia. Estava recebendo os convidados que não eram da família – atividade que não seria tão atordoante se aquelas pessoas não fossem tão chatas. Mesmo assim, continuei a minha tarefa, tentado a cada instante a ir falar com Regulus. Ele estava sentado na mesma mesa que meu pai, e pareciam ter uma conversa agradável. Meu pai, Abraxas, já estava ficando velho, e um tanto quanto caduco. Ele falava coisas sem sentido, e minha mãe tinha de corrigi-lo o tempo todo, por isso o deixavam sozinho. Não que ele estivesse inválido ou coisa do tipo, mas podia ser bastante desagradável quando começava a falar de como os olhos de minha mãe ficavam enormes sem maquiagem.

Narcissa andava ao meu lado, sempre com um sorriso falso – mas bem ensaiado – nos lábios, e uma postura impecável. Já eu não conseguia disfarçar muito bem. Nem me esforçava, dado que a úncia pessoa para quem eu realmente sorria parecia não prestar atenção.

Algumas garotas atrevidas que não pareciam saber da minha situação – casado – ficavam mandando piscadelas disfarçadas, e Narcissa não percebeu. Tentei desviar a atenção, mas ou era aquilo ou eram conversas tediosas. Não dei esperança a elas, mas olhava curioso, como se para saber onde aquilo ia chegar.

Finalmente, depois de muita tortura, nossos olhares se encontraram. Ele abriu um sorriso quase malandro, como se me chamasse, e depois voltou a falar com meu pai.
O que mais me surpreendeu nem foi o sorriso. Foi que ele realmente parecia gostar de conversar com meu pai. Sorri, divertido com aquele pensamento, e Narcissa perguntou se havia algo errado.

-Não, nada. Só pensei em uma coisa engraçada. - Eu disse, voltando ao meu tom sóbrio de sempre.

Narcissa fez uma cara de desaprovação e voltou a conversar com um casal que estava com roupas combinando. Ela os elogiava, mas eu sabia que ela iria falar mal depois. Voltei a meus próprios pensamentos enquanto fingia participar da conversa.


I just want you for my own
More than you could ever know
(afternoon;)

Quando finalmente todos os convidados já haviam chegado, consegui me desviar e chegar a mesa onde meu pai e Regulus estavam conversando há muito tempo.

-Ah, oi filho. Você nem imagina a ótima companhia que esse garoto é! - Meu pai disse sorrindo, com a voz um pouco mole por causa da bebida.

-Tenho certeza que é sim, pai. - Eu disse enquanto estendia a mão para Regulus, que, para minha surpresa, me abraçou.

-Já é quase Natal, Lucius! Você tem que se animar! Aperto de mãos é pra gente mal resolvida, como diz seu pai.

Abraxas levantou o copo, e sorriu generosamente.

-Então temos muitas pessoas mal resolvidas aqui, porque cumprimentei todos com aperto de mãos. - Eu disse alto o bastante para que só Regulus e meu pai pudessem ouvir. Regulus sorriu, divertido, enquanto olhava as pessoas dançando de uma forma meio retraída.

-Essas sim precisam daquele trato, não é, Sr. Abraxas? - Regulus comentou, rindo com vontade, acompanhado por meu pai.

-Ah, garoto... Pra ser franco, você é uma das únicas pessoas aqui com quem vale a pena conversar.

Meu pai estava sentado do outro lado da mesa, com um sorriso sincero nos lábios. Regulus estava de pé logo a minha frente, e sorriu também.

-Sr. Abraxas, eu não poderia dizer algo diferente para o senhor.

-Então pare de me chamar de senhor, moleque! Eu já disse que não precisa disso. - Meu pai disse, brincando. Regulus riu, e Abraxas completou – É sério! Se você me chamar de senhor de novo, vou levantar daqui e... hm... Bem, você não vai querer que eu levante daqui!

Todos rimos com gosto, o que chamou a atenção de alguns "mal resolvidos" da mesa do lado. Regulus percebeu, e ficou um pouco desconfortável.

-Lucius, – Meu pai disse, ainda sorrindo – leve o garoto para conhecer a mansão. Ele disse que adorou o lugar. Agora imagina quando ele ver o resto. - E se virou para Regulus – Garoto, você vai adorar o quarto de Lucius, e os jardins. São exatamente como você quer para sua casa.

Fiz uma cara de interrogação para Regulus, e ele respondeu com um olhar "respondo depois".

-Claro, claro, pai. Vou levá-lo agora mesmo. - Eu disse, indiferente por fora, mas incontrolável por dentro.

-Hm, antes quero pegar mais uma bebida – Regulus disse.

-Mas não deveria. - Eu disse, em tom de brincadeira.

-Essa não é a única coisa que eu não deveria fazer. Mas em relação a outra você parece estar bem confortável, não é? - Ele replicou, sorrindo. - Sr. Abraxas, vou pegar uma bebida e ir rosetar* pela sua casa, ok?

-Claro, claro, vai lá. Só não me chame de senhor de novo.

Depois que fomos pegar bebidas, resolvi levar Regulus primeiro às partes menos importantes, como cozinha, salas menores, escritórios e quartos nos quais a gente não faria absolutamente nada. Mesmo assim, ele parecia deslumbrado com o lugar, e seus olhos acinzentados estavam cintilantes e felizes – mas acredito que isso tenha sido efeito da bebida.
Tudo estava correndo normalmente, como se eu estivesse mostrando a casa para qualquer outra pessoa agradável. Até que chegamos em meu quarto. Por mais que estivesse casado com Narcissa, eu ainda utilizava meu quarto de solteiro, já que era grande o bastante para abrigar até cinco pessoas.

Regulus entrou rodopiando no quarto, fascinado pelo tamanho e ostentação do quarto, e desabou de costas na cama, deixando os pés no nível do chão. Entrei, tranquei a porta e me sentei em um pequeno sofá que ficava a uns dois metros da cama. Ele levantou de súbito, mas ainda assim, brando. Terminou a imensa taça de firewhisky – que estava cheia quando começamos o tour – em um só gole. E com um sorriso boêmio, cruzou as pernas em cima da cama.

I don't need to hang my stocking way above the fireplace
Santa Clause won't make me happy with a toy on Christmas day
And I just want you for my own

-Hey, Lucius, quanto você já bebeu? - Ele perguntou, sem tirar aquele sorriso atrevido dos lábios.

-Bastante, eu acho.

-Seja mais específico.

-Meia garrafa de firewhisky, talvez.

-Você parece bem sóbrio. - Ele disse, com a voz curiosa, como a de uma criança.

-Acredite, não estou.- Falei com a voz sólida como pedra. Como um aristocrata, tinha de manter uma imagem. Depois de alguns anos, aprendi a guardar a prazerosa sensação de estar bêbado para mim mesmo. Por mais que parecesse o mais sóbrio da festa, estava tão zonzo e suscetível que poderia agarrá-lo ali mesmo.

-Olha, eu realmente gostaria de acreditar.- Ele disse se levantando e indo até o pequeno armário de bebidas no canto do quarto. - Mas, aparentemente, o seu "bêbado" não é bastante. - Ele pegou uma garrafa de hidromel e a levou até mim.

-Não é o bastante para quê? - Perguntei, abrindo a garrafa.

-Para fazer o que eu quero com você. - Regulus sorriu devassamente. No mesmo instante comecei a beber o hidromel com toda minha vontade e fôlego.

Quando cheguei na metade da garrafa, já me sentia extremamente zonzo. Regulus, que estivera de pé durante o meu ato de embriaguez, se aproximou, colocando uma das mãos em meus cabelos e colando nossos lábios. Juntei as pernas e Regulus se sentou por cima, fazendo com que nossas virilhas entrassem em extremo contato, roçando com vontade enquanto o beijo ficava mais intenso. Quando pensei que estávamos realmente nos entendendo, Regulus descolou seus lábios, se levantou e agarrou a garrafa de hidromel.

-Ma-mas, o quê...? - Tentei perguntar, mas não achava palavras.

-Bem, você está bêbado o bastante, mas eu não. - Ele disse, e entornou a garrafa. Ao ver meu rosto preocupado, ele voltou a se sentar onde estava, sem parar de beber por nem mesmo um instante. Até que, quase chegando ao fim da garrafa, ele parou, sorriu, e sussurrou em meu ouvido: - Não se preocupe, a noite está só começando.