Ele
Fanfiction de corny sloth
Tradução por Lívia F.
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A respiração dela acelera, suas costas se arqueiam contra ele, e um gemido gutural escapa da sua garganta, seus dedos arranhando as costas dele.
"Ah meu deus," ela suspira, enquanto ele se vira de costas ao lado dela. "Sou só eu, ou isso fica cada vez melhor?"
Ele solta uma risada baixa, profunda e gutural e a encara com olhos escuros divertidos. Ela se espreguiça, esticando braços e pernas, enrolando os lençóis em torno de sua pequena figura.
"Tô cansada", boceja. Ele assente e escorrega pra fora da cama dela, procurando por suas roupas no chão, antes de beijá-la suavemente na testa e sair do quarto.
Ela continua encarando a porta e suspira, o sorriso eufórico desaparecendo de seu rosto.
Ele nunca diz uma palavra.
Ela o observa enquanto ele toma o café da manhã com os amigos no dia seguinte, como se a noite passada, ou a noite antes dela, ou a antes dessa, nunca tivessem acontecido.
Não deveriam ter, de qualquer modo.
O olhar dele encontra o dela, e ela imediatamente desvia o seu, sentindo os olhos dele queimando sua nuca.
Mais tarde, ele sai do Salão Principal com Emmeline Vance, conversando animadamente, e lança um olhar rápido na direção dela quando passa por seu lugar.
Seu estômago se revira de maneira desagradável, e ela está frustrada consigo mesma porque não deveria estar se sentindo desse jeito.
Então eles estão dormindo juntos de vez em quando. Não significa que ele seja propriedade dela.
Mas ela não pode evitar. Ela se sente possessiva e brava e egoísta.
E uma hipócrita do caramba.
"Você tá saindo com ela?" ela lhe pergunta diretamente, mais tarde naquele mesmo dia, quando ele está sentado em um canto da Sala Comunal acabando seu dever de casa.
Ele levanta os olhos e franze o cenho na direção dela.
"Emmeline Vance. Você tá saindo com ela? Porque se você tiver, a gente realmente devia acabar com isso," ela continua, e ele balança a cabeça.
Ela sente um peso enorme ser retirado de seus ombros e arqueia uma sobrancelha na direção do garoto. "Bom, que ótimo. Porque eu não queria realmente que isso acabasse."
Ele continua sem dizer nada, apenas a olha curioso.
"Você quer subir pro meu quarto?" ela pergunta tentativamente, e ele olha de relance, hesitante, para o dever.
"Mais tarde", responde finalmente, e ela assente devagar antes de se afastar dele e se juntar a Alice na frente do fogo.
Mais tarde, ele não aparece.
"Por que você não apareceu ontem à noite?" Ela não consegue evitar o tom ressentido em sua voz quando o questiona no dia seguinte, no café da manhã. "Eu te esperei até as duas da manhã."
Ele dá de ombros, sem tirar os olhos d'O Profeta Diário. "O estudo acabou tarde."
O coração dela está batendo mil vezes mais rápido e sua boca está seca e seus punhos cerrados. Ela não sabe o que dizer. Não deveria estar se sentindo assim. É só sexo. Sexo puramente físico. Nada mais, nada menos.
Então por que está sentindo essas pontas de gelo lhe perfurando o coração?
"Por que você tá me tratando assim?" ela sibila, e ele finalmente a encara com um olhar tão apático que a faz ficar por um fio de dar-lhe um tapa no rosto.
"Te tratando como, Evas? Só tô dizendo que meu estudo terminou tarde, e meus estudos são muito mais importantes que sexo, sabe?"
Ela se sente como se tivesse acabado de ser estapeada. Ele a chamou de Evans. Ele não a chama pelo sobrenome desde que eles começaram a dormir juntos.
"Certo", murmura, lutando contra lágrimas completamente desnecessárias que querem escapar para sua bochecha.
Ela pega a mochila e sai da mesa.
À noite, ele a procura quando ela está lendo um livro na Sala Comunal e pergunta se ela gostaria de se juntar a ele em seu quarto.
Ela quer mais do que tudo dizer não e machucá-lo do modo como ela a machucou, mas não consegue evitar. O olhar que ele lhe lança, escuro e intenso, faz um buraco em sua cabeça e ela sente seu coração descompassar.
"Tudo bem," sussurra e o segue até o quarto dele.
O cômodo está escuro e bagunçado e ela mal pisou lá dentro quando ele agarra seu braço e a beija com força. Seus lábios estão dóceis sob os dela, e os dois imediatamente entram no ritmo que aperfeiçoaram juntos, a língua dele se curvando contra a dela, os dentes dele roçando levemente a boca dela.
É tudo que ela tem conhecido nos últimos três meses. Os lábios dele, o cheiro dele, o hálito dele, o toque dele. O modo como suas mãos timidamente descem até o peito dela, por suas costas, por sobre seu bumbum. A respiração dela acelera e ela não consegue evitar a maneira como seu corpo reage ao dele, quando os lábios do garoto percorrem a pele sensível de seu pescoço, subindo para sua orelha e descendo até sua clavícula.
O corpo dele é quente e sufocante contra o dela quando eles se deitam, e ela mal percebe os lençóis frios contra sua pele, apenas os lábios dele em todo lugar, em seu rosto, seu peito, suas coxas, e tudo foge ao controle, e eles estão se revirando na cama dele, e ela está gemendo baixinho no ouvido dele, beijando cada centímetro do seu corpo.
Ele sente muito. Sussurra as palavras de perdão contra a pele dela, e ela não escuta de verdade em meio a seus próprios grunhidos e suspiros e não se importa naquele momento.
É só James. James, James, James.
Está quieto e escuro e ela sente como se estivesse sufocando, tendo a cabeça dele repousando sobre seu peito, sua respiração suave fazendo cócegas na pele dela. Há uma sensação em seu peito, e ela sabe que não é o silêncio e a escuridão que estão fazendo-a sufocar.
É ele.
É sempre ele.
Ela sente um soluço subir por sua garganta e fecha os olhos com força, lábios tiritando e peito tremendo. Ele sente a tensão dela e se afasta, encarando-a com aqueles familiares olhos escuros.
"O que foi?" ele pergunta baixinho, e ela só balança a cabeça. "Eu te conheço, Lily. O que aconteceu?"
Ela balança a cabeça novamente, segurando um soluço. "Você tem um cheiro maravilhoso", murmura. "Já te falei isso? Eu amo seu cheiro", ela dá uma risada envelhecida, as lágrimas queimando seus olhos.
Ele dá um suspiro profundo e corre a mão por sobre o rosto. "Você tá se apaixonando por mim."
Não é uma pergunta.
"Merlin, Evans," respira, afastando o olhar dela e correndo uma mão pelo cabelo. Ela não percebeu o quando sentia falta desse hábito dele. "Não agora... Por que agora?"
Ele está falando sozinho. Ele não a quer mais. As lágrimas finalmente escorrem por sua face, e ela solta um soluço instável.
"O que tem de tão errado com o agora?" sussurra, dando de ombros relaxadamente, uma risadinha maníaca escapando de sua garganta.
"Era só sexo, Lily. Nada mais."
Ela sente seu coração parar de bater por um segundo. Suas mãos tremem.
Ela corre.
Beta: Luhli (maior opinadora de Lily/James não há. Obrigada, querida :))
