Halloween
Autora: Lari
Shipper: Edward e Bella
Gênero: Depende do capítulo. Mistério/Comédia ou Romance Sombrio (existe isso?)
Classificação: NC-13 (conteúdo impróprio)
Disclaimer: A história e os personagens da série Twilight não me pertencem e sim a Stephenie Meyer.
Sinopse: O que será que pode acontecer em uma noite de Halloween quando um grupo de amigos resolve visitar um lugar com uma história macabra, a mansão mal assombrada dos Cullen?
Observação: Essa é uma short-fic que eu fiz a um tempinho e já que "Segredos Escondidos" não consegue sair, eu vou postar essa história aqui, só para não deixá-las sem nada...
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Capítulo Um
Ô droga de vida! Por quê? Eu me pergunto, por que aceitei vir a essa bendita festa de Halloween se tinha certeza de que não ia gostar, nem me divertir nenhum pouco? Ah, mas eu sei a resposta, foi porque meus amigos idiotas tinham praticamente me arrastado para cá.
Estávamos eu, Jessica, Lauren, Angela, Tyler, Mike e Jacob na festa de Não-Sei-Quem, um carinha qualquer da escola. Eles se divertiam e eu contava os minutos para essa festa acabar.
Não que eu não fosse adepta a festas, mas é que esse era o tipo de festa que eu sabia que não iria gostar. Primeiro porque não conhecia ninguém além dos meus amigos e segundo porque eu sabia que eles iriam me abandonar assim que chegássemos à festa – e foi o que eles fizeram – e eu ficaria sozinha chupando dedo e tendo que aturar os garotos bêbados, idiotas e/ou feios, dando em cima de mim como estavam fazendo naquele momento.
É, a minha vida era realmente uma maravilha. Até a Angie me abandonou para ficar com o Ben, mas vamos combinar que essa eu deixo passar porque ela é apaixonada por ele desde a oitava série e ela veio falar comigo antes de sumir com o gato.
Mas, como se isso não fosse suficiente, depois de ter que esperar seis horas até que todos ficassem satisfeitos o suficiente para querer voltar para casa, o imbecil do Jacob teve a ideia estúpida de irmos à mansão dos Cullen.
Agora me digam, que idiota em plena consciência, vai às três horas da madrugada a um lugar que todos dizem que é amaldiçoado? E que outros idiotas maiores ainda aceitam essa ideia imbecil apenas para provar que não são os covardes que na verdade são?
Não é que eu acredite na baboseira que dizem por aí... Mas que a casa é assustadora, ah, isso é! Ainda mais com a história macabra que ela tem.
Segundo diziam, uma família inteira foi morta ali, juntamente com todos os empregados e as visitas que estavam lá no dia. Eram três irmãos, os pais e dois jovens amigos da família. Não havia sinais de arrombamento ou assalto. Os donos da casa e seus convidados não tinham marcas de traumatismos, pancadas, cortes, tiros, feridas e não foi diagnosticada nenhuma doença contagiosa. Eles simplesmente apareceram mortos do dia para a noite. Mas os empregados estavam diferentes. Estavam rasgados, desfigurados e sem partes do corpo. Como se tivessem sido atacados por seres incontroláveis, animais com uma fúria ou fome enorme.
Desde então, dizem que a casa é assombrada pelos fantasmas dos que lá morreram. Algumas pessoas que entraram na mansão não voltaram e alguns dos que conseguiram estavam chocados e amedrontados demais para poder dizer alguma coisa razoável. No entanto, todos concordavam em uma coisa: horripilantes e assustadores olhos vermelhos.
Jacob parou seu carro em frente à velha mansão e Mike parou o dele logo atrás. À noite, ela parecia ainda mais assustadora. Todos nós descemos do carro e encaramos a casa – Ben agora estava conosco.
Eu e as meninas estávamos assustadas. Estava tudo tão silencioso que dava para ouvir o som das nossas respirações ofegantes.
Os meninos estavam na frente próximos à entrada.
— Vocês não vão entrar? – Mike perguntou para nós, meninas. – Vamos, deixem de ser medrosas, é só uma casa velha – acrescentou fazendo descaso do nosso medo, como se ele também não estivesse se borrando por dentro.
Eu já disse que acho ele um doente mental?
Os meninos deram alguns passos em direção à porta. Jacob a empurrou com força e ela se abriu com um rangido alto e lamurioso.
Tudo estava silencioso. Silencioso demais.
— Se vocês não vierem conosco, vão ficar aí fora – Jacob comentou se virando para nos encarar. – Bella?
— Não entro aí nem a pau! – respondi balançando a cabeça.
— Prefere ficar sozinha? – Tyler se intrometeu na conversa. Eu já disse que também acho ele um doente mental?
— Não, eu prefiro ir para a minha casa! – exclamei irritada. – Olha, porque não vamos embora logo?
— Bella tem razão – Jessica concordou amedrontada. – É melhor irmos para casa...
— Nós vamos entrar – Mike disse categórico. – Se vocês quiserem ficar aqui sozinhas, aí é com vocês.
— Vocês não ousariam nos deixar aqui sozinhas! – Lauren comentou certa.
Eles simplesmente riram e continuaram andando.
— Eu não sei por que, mas eu acho que isso é um 'fica esperando sentada, Lauren' – respondi sem me conter. Eu odeio essa garota. É metida, irritante, loira, se acha a última bolacha do pacote e vive me enchendo o saco.
Ela me lançou um olhar irritado e eu devolvi um debochado.
Sem perceber, os meninos foram se afastando enquanto nós ficamos no mesmo lugar.
— Não acredito que eles fizeram isso! – Jessica, o projeto de Lauren, exclamou ultrajada. – Só por causa disso, nós vamos ficar aqui, meninas.
Lauren confirmou pouco convencida cruzando os braços e ninguém falou mais nada. Em apenas dois segundos, um silêncio ensurdecedor surgiu e uma brisa fria soprou me fazendo tremer dos pés à cabeça.
— Q-quer saber de uma coisa? – Lauren começou com a voz trêmula. – A-acho que deveríamos ir também. Afinal é-é só uma casa...
— É – concordou Jessica. – T-também acho.
Revirei os olhos. Não havia se passado nem dez segundos, mas elas saíram correndo em direção a casa.
— Me esperem, por favor! – exclamaram e Angela e Ben – ele como um garoto legal, não quis deixá-la sozinha – a seguiram.
Suspirei desanimada. Agora teria que ir também. Sem os dois clones da Barbie para me distrair, eu estava começando a ter uma consciência muito real do quão assustador era aquele lugar. Contudo, antes de dar o primeiro passo, uma brisa gelada soprou no meu pescoço arrepiando todos os pelos do meu corpo.
Ouvi um barulho estranho de galho quebrando e me virei para olhar. Eu pensei ter visto um vulto, então apertei meus olhos para ver se havia alguém. Mas não achei nada.
— Bella, você não vem? – Angela me chamou me fazendo voltar à realidade. E só então percebi que quase todos já haviam entrado e só a idiota aqui estava do lado de fora sozinha igual a uma retardada olhando para o nada.
— Eu não quero entrar... – respondi para ela que estava de mãos dadas com Ben. Os dois me olhavam da porta.
— Tudo bem, nós vamos chamá-los, então – ele sugeriu.
Tive muita vontade de dizer para eles não saírem do meu lado, mas quanto mais cedo arrastassem os idiotas para cá, melhor. Então respirei fundo tentando jogar o meu pavor para bem longe.
— Tudo bem, mas não demorem, ok?
Eles confirmaram e entraram.
Assim que o som dos passos deles sumiu, o silêncio sepulcral tomou conta do lugar. Não havia nada. Nem um inseto, pássaro, animais... Nada. E isso definitivamente não era uma coisa boa.
Voltei para perto do carro e apoiei as costas nele.
A mansão assombrada dos Cullen estava totalmente escura. Apenas a lua projetava uma luz prateada que parecia deformar ainda mais o contorno velho e maltratado da casa. As paredes da frente estavam sujas e cobertas por ervas daninhas e as janelas com pedaços velhos de madeira cobrindo-as. Aquela mansão era o cenário perfeito de uma história de terror. E eu estava ali. Sozinha.
Comecei a sentir como se estivesse sendo observada e aquilo me deixou inquieta. Inconscientemente comecei a cantarolar uma música qualquer. Aquilo sempre me acalmava.
Os minutos se arrastaram como se fossem anos. Tentando não surtar, comecei a andar de um lado para o outro.
— Que brilhante ideia, Bella. Só você mesma para decidir ficar sozinha com essa mansão aterrorizante como paisagem. – Eu sempre falava muito quando ficava nervosa. – Eu devia ter ido para casa de táxi ou a pé! Claro que essa não seria uma ideia muito boa mas... Entre ser atacada por uma pessoa viva e uma morta, acho que uma viva é melhor porque aí eu posso pelo menos tentar mesmo que inutilmente me defender. – Suspirei interrompendo meu monólogo e esfreguei as mãos no rosto inquieta. – Se existisse mesmo algum fantasma nessa mansão provavelmente já teria saído correndo com medo de pegar a minha loucura. Afinal de contas que tipo de pessoa fica no meio de um cenário de filme de terror falando sozinha? – continuei a tagarelar esperando que aquilo me acalmasse ou pelo menos me distraísse.
Olhei de volta para a mansão agitada.
— Porque estão demorando tanto? – perguntei irritada e frustrada. – Dá para vocês voltarem logo? – Aquela sensação de que alguém me observava estava me deixando louca!
Eu parei de repente e observei em volta.
— Se tem alguém aí, dá para aparecer logo? – indaguei. – Para que ficar adiando o inevitável? É melhor poupar logo o nosso tempo, não?
Em resposta obtive somente o silêncio. Eu estava me sentindo muito idiota. E mais louca que o normal.
— Ótimo, então, continua escondido. É bom saber que os fantasmas têm medo de mim! – eu exclamei.
Uma brisa gelada soprou e eu podia jurar ter ouvido uma risada abafada por baixo desse som. Virei-me assustada ouvindo o barulho de passos entre as árvores. No entanto antes que pudesse ver quem ou o que era, ouvi gritos de dentro da mansão e em seguida as meninas apareceram na entrada correndo e berrando sem falar coisa com coisa.
Contudo, assim vi os meninos aparecerem atrás delas rindo escandalosamente, entendi tudo. Os idiotas tinham armado toda aquela palhaçada para nos assustar. E eu achando que tinha realmente alguém me observando...
Não pude concluir o que estava pensando por que, se era um dos meninos que estava me assustando escondido no meio da floresta, como é que todos os três haviam saído de dentro da mansão?
Arregalei os olhos assustada sem me atrever a voltar o olhar para as árvores. O som da risada que eu ouvira ecoou de novo nos meus ouvidos e um calafrio passou pela minha espinha.
Eu não queria saber aquela resposta.
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