N/A: Thanks to my beta, sem o apoio dela, eu jamais teria escrito isso, mesmo morrendo de vontade de fazê-lo.

Aviso: Essa é uma história fluffy, até porque eu não quero assassinar o cannon( eu jamais separaria esses dois, prontofalei). Já estão avisados. XD

Thanks to everyone, and to SM, sem ela, por ter criado personagens adoráveis.


Minha vida não era lá muito extraordinária. Nasci na última década do século dezenove, então quase não lembro de nada dele. Minha infância foi exatamente igual a da maioria das garotas, meus pais queriam para mim a melhor coisa que os pais podiam querer pra uma filha na época: um casamento.

Infelizmente, eu não concordava muito com isso. Eu era uma garota do campo e como tal, gostava mais de subir em árvores e correr pela fazenda do que aprender a costurar e servir bem um jantar elegante. O que não impediu minha mãe de me obrigar a aprender. Aos onze, eu derrubei chá quente no colo de minha mãe. Aos doze, peguei uma das facas de prata do jogo de jantar para cortar galhos finos das árvores pra fazer uma pequena fogueira.

Minha mãe enlouquecia ao ver sua preciosa filha se transformando em uma garota selvagem e obrigou meu pai a tomar uma atitude. Não haveria mais passeios a cavalo pela propriedade. Não comigo montada em pêlo. Nada mais de arrancar frutas no pé, nem cochilar em árvores. Nada mais de Esme sendo apenas Esme.

Com minha mãe tendo total apoio de meu pai, eu não tive escolha a não ser deixar a pequena Esme de lado e me transformar na Srta. Esme Anne Platt. Finalmente minha mãe conseguiu me ensinar tudo que queria sobre etiqueta, bons modos e elegância. Eu ouvia e aprendia tudo com um genuíno interesse tão falso que até hoje não sei se ela não percebia que eu não queria estar lá ou simplesmente fingia não ver.

Claro que eu tive meus momentos de rebeldia. Foram muitos entre os treze e os dezesseis. Fugas a cavalo, dias divertidos conversando com os rapazes da fazenda, horas cochilando em árvores. Poucos momentos de diversão para conseguir suportar semanas de futilidades e reprimendas.

Foi um desses momentos de rebeldia me levou a conhecê-lo. A conhecer meu anjo. A viver poucos momentos de fantasia com um perfeito anjo. Tudo começou quando eu caí de uma árvore. Nada demais, eu já tinha caído milhares de vezes de centenas de árvores. Mas nunca tinha caído usando a droga de um sapato de salto!

Assim que caí, senti uma dor intensa e logo percebi o que tinha acontecido. A droga do sapato tinha feito com que eu perdesse o equilíbrio e quebrasse a perna. Um dos rapazes da fazenda, Joey, me levou até casa. O doutor estava viajando, férias com a nova esposa ou algo assim. Enquanto resmungava sobre o que diabos eu pensava pra subir em uma árvore de salto, ele me levou para o hospital de Columbus, que ficava à uma hora de distância da fazenda. Foi a hora mais dolorosa da minha vida até então. Mas no instante em que me colocaram na maca e me levaram até ele, eu nem me lembrava mais por que eu estava ali. Nada mais importava, nada além dele.

Meu anjo dos sonhos era o médico mais lindo que eu podia sonhar em encontrar. Meu anjo loiro tinha os olhos mais encantadores que qualquer pessoa poderia ter no mundo. Ele era uma visão de pura beleza e perfeição, tanta perfeição que me fez ter certeza absoluta de que eu estava na frente de um anjo.

Ele olhou a minha perna e sorriu. Eu pude sentir meu coração falhar uma batida quando ele sorriu pra mim. Eu sabia que estava olhando pra ele como uma idiota deslumbrada, mas eu não ligava. Ele era deslumbrante e eu era uma adolescente, era de se esperar que eu fosse deslumbrada.

- A senhorita quebrou a perna.

- Foi. - eu forcei minha voz a sair. - Eu caí de uma árvore, Doutor...

- Cullen. – ele respondeu, olhando nos meus olhos. – Dr. Carlisle Cullen.

Eu sorri. Carlisle. Eu gostava do som do nome dele. Não era um nome muito comum, mas ele também não tinha absolutamente nada de comum.

- E a senhorita, como se chama?

- Esme. Esme Anne Platt. - eu respondi. – Mas pode me chamar de Esme.

- Certo. Nós temos que dar um jeito nessa sua perna, não acha, Esme?

Eu senti mil borboletas no meu estômago quando ele disse meu nome. Meu nome nunca soou tão bonito como quando ele o disse.

- Acho, Dr. Cullen. O senhor pode me ajudar? – eu perguntei, em um tom muito mais desamparado do que eu me sentia no momento. Ninguém pode me culpar por apelar um pouco.

- Posso. - ele sorriu de novo e meu coração parou. Por um instante, meu coração simplesmente parou de bater.

Carlisle olhou pra mim como se ele tivesse percebido o cessar das batidas do meu coração. Os olhos dele se estreitaram enquanto ele murmurava:

- Respire, Esme. Respire.

Eu fechei os olhos e me concentrei em respirar. Em inspirar e expirar. Alguns segundos depois, eu estava quase normal de novo. Carlisle respirou fundo e murmurou:

- Agora vamos cuidar dessa perna.

Eu simplesmente assenti, incapaz de verbalizar uma palavra. Ele rasgou minha meia com o bisturi e tocou minha perna quebrada. Senti um arrepio percorrer meu corpo inteiro quando as mãos dele tocaram minha pele. As mãos dele eram frias como o mármore.

- Desculpe por isso. – ele murmurou.

Como se eu fosse me importar com a temperatura das mãos dele! Nem me dei ao trabalho de responder. Pensar em uma resposta desviaria minha atenção dele e eu não queria parar de admirá-lo por um segundo que fosse.

Eu deitei na maca de forma que eu pudesse observá-lo enquanto ele consertava minha perna. Quase não senti dor quando ele a colocou no lugar, distraída pela concentração dele enquanto cuidava de mim. Depois de alguns minutos, ele olhou pra mim e encontrou meus olhos completamente fixos nele.

Naquele milésimo de segundo, eu senti tanta vergonha que eu queria desaparecer da face da terra. Ele pareceu um pouco desconcertado, mas sorriu, provavelmente divertido. E eu mandei a vergonha pro inferno. Eu faria qualquer coisa, até mesmo papel de idiota descerebrada se isso fizesse ele sorrir pra mim.

- Pronto, Esme. Sua perna vai ficar ótima em breve se você repousar bastante. Nada de subir em árvores por um tempo. Promete?

- Prometo, Dr. Cullen. Nada de árvores por um longo tempo. Não que minha mãe vá me deixar livre pra subir em árvores novamente pelos próximos cem ou duzentos anos.

Carlisle riu. Uma risada clara, límpida como o som de violino. Bem, talvez violino não fosse o instrumento perfeito para comparação. Talvez parecesse mais com o som de um gongo. Talvez. Eu não era muito boa em música mesmo.

Eu ri também. Era fácil ser contagiada pela risada dele. Até mesmo a enfermaria de um hospital ficava mais leve, mais alegre.

- Tudo bem, Esme. Acho que daqui a duzentos anos sua perna vai estar bem melhor do que agora.

Ele abriu a porta da enfermaria e me carregou nos braços até a cadeira onde meu pai esperava.

Naqueles minutos em que eu estive nos braços dele eu soube o que os justos ganhavam ao entrar no Reino de Deus. Eu estava no paraíso. Porém, o paraíso não durou muito tempo. E o inferno começou.


N/A2: E então o que acharam? Em breve, muito em breve, posto o capítulo dois. Reviews.....