Nota da Autora: Os personagens NÃO me pertencem! Essa fic não tem nenhum fim lucrativo. Boa leitura!
Vermelho
Tudo em Virgínia era vermelho. Os cabelos, as sardas, a gravata do uniforme, e principalmente sua personalidade.
O que atraía mais ainda eram os seus olhos. Chocolate. Brilhando como fogo, e esse ardor que emanava nela a tornava ainda mais linda.
Virgínia Molly Weasley conseguia ser bonita mesmo nas roupas de segunda-mão que sua mãe arranjava para ela e seus irmãos. Ela era como o verão, quente e macio. E seu perfume era cítrico e doce, tudo ao mesmo tempo.
Eu queria ter esse calor, essa candura, essa coragem que ela tem quando me enfrenta. Incrível como uma garota daquelas pode confundir minha cabeça. E mudar meus conceitos...
Amor dessa forma nunca existiu.
Quem ama não tão cedo deixa de amar.
Para quem ama, a vida mais viva deve ficar.
E quem já amou nunca desistiu.
Na verdade, eu já havia perdido essa batalha. Eu a perdi antes mesmo de tê-la.
E era tudo culpa do Potter. Maldito Harry Potter.
Se nosso amor era errado, não tinha nada que ele tinha que se meter. Se para ele o nosso amor era errado, não cabia ao Santo Potter decidir quem ficava com ela.
Pior que isso só mesmo a morte.
Por mais que doesse
Por mais que sofresse
O amor, com suas mãos, não recuava...
Era astuto, esperto e nunca na espera estava.
Quando eu estava no sétimo ano, e Gina, no sexto, a guerra eclodiu. Ele, a Sangue Ruim e o Weasley foram lutar. E ela fora junto.
Para quê? Simples: queria proteger o seu amado a qualquer custo. Ironia dizer que ela também gostava de mim? Sim, isso é realmente irônico. Mas era sempre ele quem a ruiva escolhia.
Então fiz a única coisa que me restava: fui lutar ao lado do Lorde. Dos comensais que eu tanto rejeitava e sentia nojo.
Porque eu a amava demais. Você não sabe o quanto Virgínia havia me ensinado. Fez-me voltar à vida. Revoltar-me contra meu pai. Mas... O Potter, claro, tinha que ser o herói dela. Príncipe dela. Amor dela.
E renunciei aos meus próprios princípios fazendo essa decisão.
Então veio as Pragas
Destruindo as plantações, os corações e as emoções.
Mas o amor era forte. Forte com garra.
Forte como as marcantes estações...
E aí, obviamente, o Lorde das Trevas perdeu. Todo o lado do mal perdeu. E ninguém escapou. Nem mesmo eu.
Fomos julgados. Alguns condenados aos beijos dos Dementadores que ainda Azkaban reservava. E outros, mortos nas batalhas. O mais incrível de tudo isso é que tive pelo menos uma última conversa com Virgínia. Antes de ser mandado para lá.
— Draco...
—...—Não conseguia falar. Disse que ela era um anjo.
Sou um monstro. Escondido na forma de um humano sem emoções. Mas ainda lúcido para dizer o que estava entalado na minha garganta há muito tempo. E a ruiva, a minha ruiva, tinha dito o meu nome. E era a última vez que a via.
— Eu te amo.—Sentia, naquele dia fatídico que minhas palavras ressoavam cheias de amor, mas vazias de espírito. Depois de eu ter dito essa frase, só observava-a de cima a baixo.
E Virgínia estava bonita. Mesmo nas roupas rasgadas, a irmã do Weasley conseguia resguardar a beleza e o ardor do fogo nos olhos, no jeito, em tudo. E ficou mais ainda quando chorou.
— Por que não disse isso antes?—Me perguntara, com a voz entrecortada pelas lágrimas.
— O Potter não deixava.
Inacreditável a reação dela em seguida: me deu um tapa na cara. Foi aí que percebi uma pequena aliança dourada, muito fina para não ser vista, no anelar direito dela.
Noiva de Harry Potter. E me beijou. Beijou Draco Malfoy.
Amor que rege no calor do fogo o ardor da paixão.
Amor que nasce do frio e resguarda a felicidade.
Amor que cresce gradativamente, enchendo-se de louca razão.
Amor que se purifica imediata da maldade.
Julgado, fui considerado inocente pela causa mais nobre: por eu ser um espião duplo. Forneci as mais valiosas informações aos Aurores.
Surpresa a minha era que Gina não estava me esperando. Lógico... Noiva do Garoto que Sobreviveu, nenhuma hipótese de que Virgínia Weasley-Potter me esperaria.
Meses depois, soube o inevitável: ela havia se casado. Com aquele imbecil. Mesmo sabendo que eu a amava. Diga-se de passagem, o casamento do século.
Então, eu fui para a França.
Portanto, para concluir, que o amor deixe sua marca...
Sentimento nobre que obstáculos sempre supera.
Angústia vencida pela grande estaca!
Felicidade brotada da amável terra.
Fiquei lá durante anos, me casei também. Tive um filho, que por acaso entrou em Hogwarts. E a filha de Virgínia entrou no mesmo ano que ele. Odeio coincidências...
Lembra-se quando disse que pior que perdê-la era morrer? Mas a morte tem o seu lado bom. Agora o Eleito é apenas história e lendas do mundo bruxo. Deixou esse mundo da forma que entendo ser mais tosca: no meio de um jogo de quadribol, onde ele atuava como artilheiro, atingiram a cabeça dele com um balaço acidentalmente, e ele sofreu um infarto.
Blaise se casou com a Di-Lua Lovegood. Achei que ele ficara esquizofrênico, mas os dois ficam num romance que nem Merlin entenderia. Além de que ele também fora inocentado, pois traiu Voldemort salvando a sua esposa de um Comensal.
Comensal esse que era minha ex-namorada, Pansy. Ela foi julgada como culpada por ter matado vários aurores e bruxos inocentes, incluindo a avó do Longbottom, os pais de Dino Thomas e parte da família de Simas Finnigan, além de ser ilegalmente uma animaga.
Crabbe e Goyle também foram condenados, mas com a pena bem mais branda que a louca da Parkinson.
Doía ver-te longe, longe dos meus braços.
Apertava o ar, e aconteciam vários estragos.
Mas quem ama não se rende e não se entrega...
Só quem sofre recua e se desespera!
E Virgínia, nisso tudo, estava bem. Sem mim. Sem Potter. Apenas com seus pais, irmãos e sua filha... Que apesar disso, é idêntica à mãe: cabelos bem ruivos, lindas sardinhas, porém os olhos eram verde-esmeralda. Única herança do pai. Pois sua personalidade era ainda da ruiva. Vermelha como o fogo.
Minha ruivinha. Tanto a mãe quanto a filha. A filha que nunca tive, não que eu não goste de Edward, mas ela era o que mais me lembrava o anjo que eu conheci de perto. Lílian, como homenagem à mãe do Cicatriz.
Mas Virgínia sempre foi minha. Mesmo que nossos caminhos fossem adversos, nós lutamos contra isso até o último momento.
Até o Eleito roubar minha felicidade. Até meu pequeno anjo dizer que estava esperando um filho dele. Por isso terminamos. Por isso me separei dela.
Minha princesa me ensinou a viver, a lutar por quem amava, e principalmente, a perdoar quem considero meu inimigo.
Virgínia Molly Weasley-Potter foi o vermelho em todos os momentos da minha vida. Era o amor da minha felicidade. Só que nem o verão mais perfeito durou tão pouco quanto o nosso segredo. Nosso amor. Nosso mundo.
Me despeço te amando.
Me despeço deste miserável mundo.
Vivi o perfeito amor profundo...
Amor esse que continua pela vida me guiando.
Odeio-te, Harry Potter. Odeio por você ter tudo e eu não ter nada. O odeio por não deixar eu tê-la de perto. O odeio por não me deixar amá-la. Odeio você por ter me feito amar Virgínia e continuar amando-a até hoje.
O problema do amor é que ele é um sentimento contido. Quando se solta, o faz no momento certo... E ele fez de tudo para parecer a hora errada.
End.
Nota: Não acredito que saiu! xD~
Sério, fazia tempos que queria fazer uma fic oneshot de HP... E num saía de jeito nenhum o.o'
E ainda, do meu casal favorito :D. Uma fanfic com a visão de Draco quando a nossa querida ruivinha escolhe o mocinho Potter ao invés dele...
Bem, pra fazer uma autora feliz, manda no botão "Go" marcando "Submit review". Não morde não :)
