Nome da fic: DE CICATRIZES E DE ESPERANÇA
Autor: VIVIANE VALAR
Pares:
Sem par romântico por enquanto
Censura:
R, (tensão, violência, angst)
Gênero:
Drama, Tema Adulto.
Spoilers:
Dos cindo livros. Fiquem atentos
Avisos ou Alertas: MORTE DE PERSONAGEM!!!!!!!!!!!!!!!!!! VOCÊS LERAM ISSO??? MATEI DELIBERADAMENTE UM MONTÃO DE GENTE!!!! ENTÃO SE VOCÊ TEM O CORAÇÃO FRACO, NÃO LEIA. SE NÃO É CAPAZ DE LIDAR COM A PERDA DO PERSONAGEM. E ISSO VALE PRA QUALQUER UM DELES, VEJA BEM, NÃO LEIA!!!!!!!!!!!!! NÃO POUPAREI VIDA SOBRE VIDA! HEHEHEHE. TEM VIOLÊNCIA E ANGÚSTIA. EU ATÉ CHOREI ESCREVENDO. SNIF, SNIF!!!!
Resumo: Tempos pós-Guerra. Harry sobreviveu. Mas tem muitas cicatrizes da Guerra. E foge para o mundo trouxa. Mas alguém vem resgatá-lo. Alguém quer Harry de volta. Ele aceitaria voltar para aquilo que fugiu? Ele aceitaria ser professor em Hogwarts, junto com Snape e Malfoy? Bem, acho que já dei muitas pistas. Hehehe. Agora vão ter que ler. Todos com caráter inalterado. E o Harry revoltadinho, como no HP5.
Notas:
Para entender melhor, vou situar vocês no tempo e no espaço.
Dá pra fazer as contas. Mas Rola dar uma "mastigada" pra
vocês. Hehehe. Harry acaba a escola, prestes a completar 18
anos. O treinamento para ser auror demora 3 anos. Nessa história,
me baseio no fato de que Voldemort dominou antes da primeira Guerra,
por 11 anos, até ser "destruído" por Harry quando
ele tinha 1 ano. Voldemort volta a aparecer quando Harry está
no seu primeiro ano em Hogwarts. Aos 11 anos. Aos 14 Voldemort
consegue o corpo. Aos 16 anos, a Guerra começa. E dura 4 anos.
Até a destruição definitiva do Voldie. Depois
Harry desaparece do mundo bruxo por mais 4 anos. Neste ponto, de
nossa história, Harry tem então 24 anos e Snape 46 anos
(Segundo a Rowling existe uma diferença de 22 anos entre
eles.) Ah! E tem muitas recordações também, que
botei em outra letra para não confundir (muuito).
Desafio: bem, vou propor um desafio. Contem quantos mortos aparecerão. hehehe. Chutem quantos haverão, agora no começo. E veremos quem acertará ao final da fic. Hehehe.
Agradecimentos:
Á Rowling, eu me inspiro nela, para matar os personagens.
Sofrendo, mas matando mesmo assim. hehehe
Disclaimer:
Esses personagens são de JKR, eu não quero nem vou
ganhar dinheiro com eles.
DE CICATRIZES E DE ESPERANÇA
Capítulo 1 – Me leva...
Harry Potter sobreviveu. Sobreviveu à dor. Ao medo. A Voldemort. À culpa. Sim, porque se sentia culpado pelas vidas que se perderam durante a Guerra. Voldemort dominara por 11 anos até ser "parado" pelo bebê-Potter. Durante 10 anos a paz dominou o mundo bruxo, até que ele voltou. Apesar de ter adquirido uma forma física totalmente independente apenas 4 anos após. Mas de um jeito ou de outro, ele se foi. Definitivamente. Para sempre.
Mas as cicatrizes ficaram nos sobreviventes. Felizes dos que pereceram, e não têm que lidar com a culpa, com os fantasmas, com as inseguranças. Viu jovens perderem os pais, assim com perderam uma vez. Fazia tanto tempo!
Toda noite esses fantasmas voltavam. Alguns pareciam preocupados e o aconselhavam sobre decisões e atitudes. Outros lamentavam a ausência. Sugeriam que ele desistisse de tudo. E fosse ter com eles. Logo.
Harry, naquele dia, acordara propenso a partir. Havia uma dor que não passava nunca. Dumbledore. Era sua culpa. Que o velho diretor não estivesse ali. Quis sumir também. Abandonou seus estudos, quando faltava apenas um ano parta ser auror.
Mas não poderia conviver com pessoas que admiravam o velho. Elas lamentavam perto dele. Ninguém soube o que realmente acontecera. Exceto uma pessoa. Severus Snape. Ele estava presente quando Dumbledore abdicou de sua vida para conferir seus próprios poderes ao menino-que-sobreviveu. E essa magia, somada às que recebera e ás que nem sabia que tinha, destruíram o tão temido Lord das Trevas. Salvando assim a vida do ex-professor.
A versão que se tornou pública, foi que Dumbledore lutara até a morte, juntamente com Snape, e que ele, Harry Potter, chegara quando Voldemort já estava fraco e então, deu o golpe final.
A versão fazia sentido, e Harry nunca a desmentiu. Tão pouco Snape. Mas sempre que eram cumprimentados, ambos se desvencilhavam e nunca comentavam.
Admirou o ex-professor pela segunda vez. Por poupá-lo. Ele havia entendido que Harry não via mérito algum na vitória. Foi como um pacto silencioso.
Já se passara 4 anos, desde que a Era do Terror passara. A segunda Era. Que havia sido mais curta que a primeira, apenas 6 anos. Mas igualmente terrível.
Harry morava agora num bairro totalmente trouxa. Queria distância da magia. De tudo que lembrasse a magia. De tudo que lembrasse a dor. Trabalhava como cozinheiro em um restaurante no centro de Londres. Comida caseira e apetitosa. Era a única coisa que Harry fazia com amor. Era o único momento, em que se permitia expressar qualquer sentimento. Não demorou muito para o restaurante ficar conhecido por sua comida incomum.
Mas Harry nunca se permitiu aparecer, ou ser glorificado por isso. Orientava o Cheff a assumir os méritos, dizendo que só fazia o que mandavam. Então não havia porquê pensarem que era ele quem fazia os pratos.
Chegava de bicicleta, às 5 da manhã. Fazia a lista de tudo o que precisavam. Programava os pratos do dia. E se colocava diante do fogão até à 8 da noite. Quando fechava a casa. Se pudesse ficava mais. Põem até seu corpo precisava de descanso. Quando chegava no apartamento, que era um típico quarto-sala. E após um longo banho, apagava, comatoso. Para recomeçar no dia seguinte. Preferia não tirar folga. Mas segundo o dono do restaurante, regras eram regras. E uma vez por semana ele teria um dia livre.
Esses eram os piores dias. Dias em que os fantasmas o atormentavam. Ouvia-os chamando para voltar para Hogwarts. Ouvia-os acusando-o de abandono e perjúrio. Uma vez sonhou com Sírius. Ele, em sua forma canina, o olhava como se não o reconhecesse. E quando tentou se aproximar, o cão fugiu, desaparecendo na escuridão.
Naquele dia de martilio, Harry considerou seriamente, a possibilidade de ceder aos chamados dos amigos mortos. E planejou sua partida do mundo de dores. Mas n momento derradeiro, não conseguiu.
Amaldiçoou-se pela covardia. Não tinha coragem de tira a própria vida, depois de ter ceifado tantas! Que ironia! Se pudessem ver o grande Potter! Agora, caído no chão, chorando como um bebê. Sem ser capaz de executar seu brilhante plano de morte.
O dia amanheceu sombrio. Como estava o seu coração há tanto tempo. Foi pata o trabalho, cortando as ruas em sua bicicleta. Sem prestar atenção ao caminho, ao sinal, aos carros. Com a sensação estranha de ser observado. Quem sabe, assim, poderia acabar com a dor. Se fosse atropelado, assaltado. Mas chegou mais uma vez a salvo.
Executou sua rotina com a mesma eficiência de sempre. Era educado com os funcionários e exigente consigo mesmo.
Já havia passado o grande movimento do almoço. E agora só haviam os retardatários. E Harry podia fazer seu trabalho com mais calma. Ali adotara o nome Tiago Evans. Para não ter nada do antigo Harry Potter.
-Tiago, alguém quer falar com você! – chamou o garçom.
-Não falo com clientes, Bob. Sabe disso. – respondeu se deixar de mexer a colher na panela.
-Eu sei. Disse ao homem. Mas ele está irredutível. Disse que se você não for até ele, que vai invadir a cozinha.
-Se ele o fizer, diga que chamará a polícia. – sem se importar.
-Tiago! Ele ameaçou chamar a polícia, se não for! – explicou exaltado.
-O quê? – pela primeira vez olhou o velho garçom.
E Percebeu como o outro estava perturbado.
-É isso mesmo! Exige falar com você. E ele o chamou de... Harry Potter. É seu nome? – confuso.
Harry congelou-se por um segundo inteiro.
"Quem seria? Quem o teria, descoberto ali? Não poderia ser nenhum trouxa!"
-Não Bob. Esse não é meu nome. Mas já me chamaram assim uma vez. – fez sinal para que outro cozinheiro se aproximasse e continuasse a mexer. – Acho melhor ver o que esse cliente quer. E mandá-lo embora logo. – resignado.
Limpou as mãos num pano e foi. Até o salão. Havia algumas pessoas ainda ali. Mas não precisou procurar muito. Poderia reconhecer a cabeleira negra caída nos ombros, o nariz adunco e a expressão carrancuda, em qualquer lugar. Uma tristeza preencheu seu coração.
Respirando fundo, controlou suas emoções como ele mesmo o ensinara uma vez, quando tinha aulas de Oclumência.
-Vamos, Potter! Tem que se livrar dos sentimentos! Tem que esvaziar a mente!
-Estou tentando! – dizia entre os dentes.
-Então não tente! Consiga! Disso depende a vida de pessoas que são muito mais importantes que você!
-Estou tentando, droga! – gritava.
Olhe o tom de voz, moleque! Respeite-me! Estou aqui perdendo meu tempo com um idiotazinho como você! Faça valer a pena!!! – cruel.
Percebeu que ficara sem respirar durante as lembranças. Mas que finalmente aprenderam a limpar a mente. Ninguém poderia imaginar o que se passava dentro dele. Finalmente aprendera como fazer.
Severus Snape parecia ter envelhecido mais que seus 45 anos. Mas apenas o rosto mostrava os sinais da Guerra. Aproximou-se da mesa que ficava a um canto.
"Melhor assim!"
-Severus Snape. – disse ao estar diante do homem que o olhava nos olhos, como se quisesse usar o legilimens.
-Tiago Evans?! – irônico.
-Esta é meu nome. Use-o. Em que posso ajudá-lo? – disse profissional. – Algum prato especial? Poso recomendar o especial do dia. Pão surpresa. É uma espécie de torta salgada, com camadas de pão, com várias camadas de recheios diversos. Que são uma surpresa a cada semana. – toque de ironia.
-Não vim apreciar seus dotes culinários, "Evans".
-Então temo não poder ajudá-lo. – já ia dar as costas quando Snape o chamou de volta.
-Potter! Não quer saber o que estou fazendo aqui?! – provocou.
-Meu nome é Tiago Evans. Não conheço nenhum Potter. E se o senhor não tem nada a dizer sobre o cardápio, devo me retirar. "Trabalho" aqui. Não sou o dono! – frio.
-Pelo que sei, poderia ser o dono, se quisesse! – desafiou com o olhar.
-Está certo! – irritação finalmente apontando. – O que devo fazer para que vá embora e me deixe em paz?! – baixo, mas ameaçador.
-Voltar para Hogwarts. – sério.
Harry não resistiu. E uma risada amarga escapou de sua garganta dolorida. Havia es esquecido de como era rir. Mesmo com tristeza.
-Não existe, nenhuma possibilidade de isso acontecer! – olhos sem emoção. – Harry Potter morreu. Não pode mais voltar. Conforme-se. – e se virou mais uma vez.
-Preciso de você, Potter! – falou mais alto que gostaria.
Harry olhou assustado, para o homem. Se ex-professor. Se ex-inimigo. O homem que já odiara mais que o próprio Voldemort. Estava ali. Diante dele. Dizendo que precisava dele. O choque o fez voltar abismado.
-O quê?
-Precisamos de você. Eu. Hogwarts. – sério. – Estamos reerguendo a Escola. E como perdemos muito amigos e por isso, muitos professores, preciso de novos integrantes. Sou o diretor da escola agora. Depois que Dumbledore e Minerva se foram, eu resolvi reabrir a escola.
Harry caiu pesadamente sobre a cadeira diante de Snape.
-Hogwarts?! De pé?! – incrédulo.
-Levei dois anos para reerguer o castelo. E mais dois anos para reunir a equipe adequada para o corpo de professores.
-E o que quer de mim? – perguntou num autômato, temendo a resposta.
-Quero que venha fazer parte. Que venha ser o nosso professor de DCAT. – falou com calma, mas firme.
-Eu?! – temeroso.
-Por que não? Vai negar que depois de Guerra, é o bruxo que mais entende de defesa contra as Artes das Trevas? – pressionou.
-Você não sabe nada sobre o que a Guerra fez a mim! – sombrio. – Não fale sobre o que não tem conhecimento! – bateu a mão espalmada na mesa.
Algumas pessoas olhavam assustadas.
-Eu sei, Potter! Eu estava lá! – falou mais alto.
-Não me chame assim!! Já disse! Harry Potter morreu! Está morto, debaixo dos escombros da antiga Hogwarts!!! – bateu mais uma vez.
Levantou-se tentando se controlar.
-Me desculpe, senhor. Se me exaltei. – olhos latejando de fúria. – Por favor, fique a vontade para pedir o que quiser. Por conta da casa. – fez uma reverência e voltou para a cozinha.
-Tiago! O que foi aquilo? Nunca o vi discutir com ninguém! – Bob estava chocado.
-Não estou me sentindo bem. Vocês já sabem o que fazer o resto do dia. Vou-me embora. Não posso ficar. Me desculpem. – saiu desabalado.
Nem tirou o avental. Pegou a bicicleta no estacionamento dos fundos. E foi às cegas embora. Sem ligar par o sinal de trânsito ou as pessoas passando diante dele. Só queria sair dali. Fugir das lembranças.
-Potter! Finalmente vou ter o prazer que me foi negado há 19 anos. Vou destruir você! – Voldemort erguia a varinha apontada para o peito da Harry.
Harry tremia convulsivamente. Tinha recebido tanta Crucciatus, que temia que a dor não passasse nunca mais. Estava desarmado e fraco. Tinha falhado, afinal. Não era o Poderoso-Potter que todos julgavam. Era só um menino-crescido que não sabia mais truques para enganar o bruxo malvado.
-Acho que não Tom! – a voz calma de Dumbledore surgiu de algum lugar.
Harry temia ser ilusão. Mas quando conseguiu parar de tremer, vislumbrou a cena. Tão fatalista quando a anterior. De um lado Voldemort, o maior bruxo das trevas que já houve, com a varinha em riste. De outro Alvo Dumbledore, o maior bruxo vivo. Desarmado. Logo atrás, Severus Snape, o maior Comensal da Morte que seu mestre já teve. Em guarda, mas com expressão muito preocupada, ou confusa. Harry não podia ter certeza.
Snape iniciou o duelo com o antigo mestre. E não parecia nada bom. Quando ouviu a maldição da morte mais uma vez, viu Fawkes receber o jato de luz verde e se tornar uma pequena e feia ave num montinho de cinzas.
-Ave estúpida!- Voldemort esbravejava.
Harry viu sua varinha não muito longe. Virou-se e se forço a se arrastar até ela. Ainda havia muita dor. Quase podia imaginar o que Frank e Alice Longbottom tinham passado. Segurou a custos, os gemidos a cada movimento que fazia. Enquanto via o duelo dos bruxos adultos.
Finalmente alcançou a varinha. Segurar naquele pedaço de madeira, o conferiu uma força que achava ter perdido. Levantou-se de vagar.
-Estupefaça! – gritou.
Voldemort foi atingido de surpresa e a maldição seguinte que emitia naquele momento, se desviou. E só quando viu o jato verde passando a cima da cabeça de Snape, que viu o que fizeram.
-Potter, seu desgraçado! Agora sim! Acabo com você! Silêncio!
E Harry percebeu que estava mudo. Não poderia pronunciar qualquer feitiço. Estava acabado. Todos iriam morrer. E então Dumbledore voltou a falar.
-Você não precisa falar, Harry Potter. Está a cima dessas coissas.
E se colocou diante dele quando mais um "Avada" foi pronunciado. A luz atingiu o velho diretor, no peito. Em cheio. E como Fawkes, ele ardeu em chamas. Mas ao invés de surgir montinho de cinzas, que Harry em seu desespero, procurou encontrar a seus pés, as chamas foram lançadas para seu peito. O impacto foi o suficiente para matá-lo. Para fraturar todos os ossos de seu tórax. Mas ao invés disso, Harry sentiu um calor e uma força, que nada tinha de ira. Mas confiança.
-Acabou. – murmurou sem palavras e apontou sua varinha para Voldemort. Aturdido. E uma luz dourada o atingiu. Viu o espectro do bruxo, tentar deixar o corpo. Mas então se concentrou para que não conseguisse. Sendo pulverizado. Estava morto. Voldemort finalmente morte.
-Acabou. – disse agora com sua própria voz.
Mais um carro que desvia da bicicleta.
"Que droga! Será que ninguém é capaz de algo tão simples! Vou ter que ficar parado para melhoram a pontaria."
Mas contrariando todas as expectativas, Harry chegou vivo em seu apartamento. Mas não entrou. Pois havia ali uma parede humana.
-Droga, Snape! Me deixe em paz! – rugia.
-Não Potter! Porque você não morreu. Mesmo que tenha se esforçado muito para tanto! – desagrado.
Harry desistiu de gritar no hall do apartamento. Abriu a porta com a chave. As mãos tremiam. Entrou sabendo que seria seguido. Ouviu a porta batendo. Foi até um armário a abriu uma garrafa de wisk. Serviu dois copos até a metade. O primeiro tomou de uma vez só. O segundo ofereceu com um sorriso cínico à Snape. Ele apenas o encarou sério. Harry deu de ombros e "matou" o outro também.
-Não é tão bom quanto o firewisk, mas é a melhor bebida trouxa. E acredite, já experimentei todas! – cuspiu a informação.
-Não vai dar certo, Potter! Não vai me fazer desistir de você!
Ele se sentou na poltrona, esparramado, com displicência.
-Não vai me tirar daqui! Não tenho mais nada com aquele... mundo. Não tenho mais responsabilidades alguma! Acabou!
Snape se sentou diante dele. Sem desviar o olhar.
-Se acabou, então por que está se punindo? – apontou para tudo ao redor.
A casa suja. Com roupas 4espalhadas por todos os lados. Copos sujos pelos cantos. Garrafas cheias, vazias.
-Não estou me punindo! – mentiu.
-Está! Mas ainda não sei o porquê! – afirmou.
Harry se levantou, pegando o professor pelo colarinho. Snape era maior e mais forte que ele.Mas surpreso, se deixou levar.
-SAIA DA MINHA CASA! – gritava. – SAIA DAQUI! NÃO MANDA EM MIM! NÃO É MAIS MEU PROFESSORZINHO, QUE SE EU NÃO FOR UM BOM GAROTO, PODERÁ TIRAR PONTOS DA MINHA CASA OU ME DAR DETENÇÕES! VOCÊ NÃO É NADA!!! – empurrou-o com uma força que não sabia que tinha.
Ouviram o som de algo estourando a poucos metros deles. A luz piscou vacilante. Snape estava abismado. Fora jogado contra a parede oposta, como se recebesse um feitiço estuporante. Harry olhava suas mãos com horror.
-Parece que ainda há magia em você! – Snape se levantou com dificuldade. – Potter, não vim exigir nada. Não é esse meu papel agora! – controlou a voz. – Eu apenas vejo que você precisa disso. Talvez mais do que nós. Venha! Volte para Hogwarts. Volte comigo. Ensine, como já fez uma vez. Estimule. Instigue mentes imaturas e novas, a serem grandes como tantos foram. Como tantos ainda são. Por sua causa!
-Não posso! – cansado.
Voltando para o sofá. Cotovelos apoiados nos joelhos separados. Mãos na cabeça. Desalinhando ainda mais os cabelos.
-Eu simplesmente não posso! – repetiu agoniado.
Snape estava chocado com o que o garoto que um dia fora tão petulante, tão desafiador, se tornara. Sabia que havia muitas cicatrizes. E que ele havia fugido. Se separado do mundo bruxo. Mas não esperava o encontrar tão destruído.
Quando soubera por alguns informantes que enviara a sua procura, onde morava e trabalhava, já imaginava que seria difícil. Só não esperava encontrá-lo tão derrotado. Tão angustiado.
Seguira-o naquela manhã. Viu como dirigia imprudente o veículo trouxa de duas rodas. Viu-o quase se acidentar infinitas vezes, até que completasse o percurso. Com o olhar alucinado. Como se desafiasse a ser atingido.
Quando foi ao restaurante, viu que havia ali algo bom. Viu pessoas elogiando a comida. E comentarem sobre o cozinheiro misterioso. Sobre as propostas milionárias que foram feitas, mas que ele se recusava a aceitar. Assim como a sair dali.
E então soubera que mudara o nome. Usava seu segundo nome, que era o mesmo de seu pai. E o sobrenome de solteira da mãe. Ele abdicara da magia, do mundo mágico, do próprio nome, da vida. Era tarde de mais. Mas então, quando já dava as costas para ir embora, olhou mais uma vez a sala. E notou que havia muitos cacos pelo chão. E um liquido amarelado espalhado. Percebeu que no momento de exacerbação, quando o jogou na parede, que apenas as garrafas da bebida trouxa foram destruídas.
Quase riu alto. Ele estava pronto. Apenas não sabia disso. Sua magia queria voltar. E sabia o que fazer. Ele apenas teria que aprender a lidar com o ex-aluno. Começou a planejas sua estratégia. Potter iria voltar antes do período letivo. Por vontade própria. Porque lá era seu lugar.
-Creio que o senhor tem razão, Thiago Evans. – voltou ao tratamento frio. – Não pode ir. Eu vim buscar uma pessoa que não existe mais.
Harry parou de bagunçar os cabelos. Levantou o rosto e pendeu para trás. Olhando Snape desolado.
-Peço que o senhor me perdoe pelo incômodo. Mas tenho que partir. Preciso entrar em contato com nossa professora de feitiços. Srta Weasley. – então saiu pela porta, deixando Harry aturdido.
"Srta. Weasley? Gina?"
-Ron! Abaixe-se! – harry gritava para o amigo, entre os jatos de feitiços dos Comensais da morte. - Impedimenta! – acertou Macnair antes que o outro atingisse o amigo. – O que está fazendo aqui?! Você deveria estar com Lupim, no lado leste! – gritava tentando se fazer ouvir acima do barulho dos feitiços e das pessoas lutando.
-Gina! Ela desapareceu! Lilá me disse que viu minha irmã vindo pra cá! Ela veio por aqui! P desesperado, se agitando tentando levantar-se.
-RON! Pare! RON! – segurava o amigo pelos ombros. – Temos que ficar juntos! Já que está aqui. Vamos procurá-la! Não se preocupe! – repetia mais para si mesmo que para o outro
-Então ela afinal foi achada! Viva! Eu que pensei... Bem, menos uma morte que pesava em minhas costas!
-Harry! Não pode me impedir de lutar! – a ruivinha brigava.
-Gina! Você não entende! Isso é muito perigoso!
-Claro que é, Harry. É uma Guerra!! As pessoas morrem! Se machucam! Mas estou preparada para qualquer uma dessas coisas! Inclusive para vencer!!! – bochechas vermelhas de fúria.
-Gina! Por favor! – suplicou.
-Não Harry! Não manda em mim! Houve um tempo em que eu faria qualquer coisa que me pedisse! Um tempo em que eu não me importaria em simplesmente esperar por você. Esperar que voltasse. Me notasse. Me amasse. Mas esse tempo ficou pra trás. Eu agora tenho minhas próprias razões para querer estar lá, amanhã. Quando formos retomar Hogwarts. Não vou permitir que o maldito fique com a escola! – ela virou as costas e desapareceu dentro do quarto da casa de Sírius. Essa foi a última vez que a viu.
-Eu nunca pude amar você, Gina! – suspirava. – Não com a minha sina. Não com os riscos da profecia. – lágrimas rolavam em seu rosto.
Aquela foi uma noite longa. Passou em claro relembrando todos os momentos em que quase sucumbiu, e fez o que sempre quis. Tomar a ruivinha nos braços. A boca atrevida. Mas conseguiu segurar-se e não se denunciar.
-Belo plano, Potter! – murmurava com melancolia.
Sem notar que pela primeira vez, desde que fugira. Que se referia a ele mesmo como Potter. E não como Evans.
OF: continua.
