Com que então, Totomaru se tornou um professor! Nunca teria ocorrido a Gajeel que isto seria possível. Não que o conhecesse muito bem, não andava muito com os Element 4, salvo com Juvia, mas conhecia bem o humor mordaz do feiticeiro de fogo da Phantom Lord, já for a vítima de sua língua venenosa e mais de uma vez mediram forças, por isso, tinha que averiguar se era mesmo verdade, o quanto esse cara havia mudado. Sabia que as pessoas podiam mudar, melhorar, afinal, havia acontecido com ele mesmo e com a maga da água, Juvia.
-Oi, Mulher da Chuva, vem cá! – grita à azulada, que observava absortamente o estóico mago de gelo, que conversava distraidamente com Elfman e Cana. Com algo de relutância, ela aproxima-se de seu melhor amigo.
- O que quer de Juvia, Gajeel-kun?
- Ficou sabendo do Totomaru? – pergunta ele.
- O que aconteceu? – pergunta curiosa, a moça, sentando junto a ele – Tiveste notícias?
- O cabeça de fósforo se tornou professor, ensinando crianças!
Gajeel não consegue deixar de sorrir ao ver o tamanho dos olhos de Juvia, que se abriram demasiadamente e logo os dois explodem em risadas sonoras, mais de uma cabeça se vira para ver semelhante demontração de divertimento, especialmente vindo dos dois magos, que apesar de tudo, ainda isolam-se um pouco de todos na guilda. É certo que os dois são amigos de longa data, que costumam fazer missões juntos e passam a maior parte do tempo juntos, quando ela não está flanando ao redor do Stripper de Gelo, mas em geral não costumam demonstrar amplamente a familiaridade que possuem.
-Gajeel-kun, Juvia acredita que deveríamos visitá-lo! – diz a moça, com um sorriso brincalhão nos lábios.
Ela bem se recorda do quão impaciente era seu companheiro de guilda, sempre comprando briga, bradando o quão implacável era, não que ela não o tivera em conta, pelas vezes em que ela apagara o seu fogo com seus Water Locks, quando ele tornava-se insuportável com sua arrogância.
-Vamos amanhã, mulher, o cara não mora longe. Vamos ver se ainda acende, o bicolor! – Gajeel ri, enquanto transforma seus punhos em ferro.
Pela manhã, os dois se encontraram na porta da guilda. Se fossem de trem à cidade de Acácia, onde Totomaru se estabeleceu, demorariam meia hora, mas o Dragon Slayer conseguiu convencer a amiga que uma caminhada de algumas horas poderia ser agradável. Foram andando devagar, aproveitando o bonito dia de sol, conversando e retomando as lembranças dos dias em Phantom Lord. Mesmo que a antiga guilda não fosse um lugar onde a amizade era importante, fora uma guilda respeitada, com magos habilidosos e de renome. Para contratar os serviços dos magos do Elemen Dragon Slayer, era necessária uma boa soma, até mesmo, haviam executado serviços para o Conselho Mágico. E pensar de que, por uma inveja fútil, o Mestre da Guilda, José Porla, que havia sido um Mago Santo, botou tudo a perder. Debandados, isolados, era sabido que muitos ex-membros acabaram em guildas das trevas. Não sabiam nada sobre Sol e Aria, assim que ao ficarem sabendo do destino de Totomaru, que este tenha tomado um caminho correto, trouxe alegria, tanto a Juvia quanto a Gajeel, embora este não admitisse, sentia-se feliz por sua "irmazinha" e ele terem encontrado um lugar no mundo, assim como seu colega.
A conversa estava tão boa, que nem se deram conta que haviam chegado à cidade. Não era uma cidade muito grande, dependia muito de Magnólia, a maior cidade das redondezas, mas a escola para magos tinha boa reputação e muitos matriculavam-se nela.
Foram caminhando devagar, perguntaram a uma anciã que vendia frutas numa banquinha, qual era a direção da escolar, enquanto Juvia comprava algumas maçãs e uma cestinha. A jovem tirou da bolsa uma fita azul e com ela fez um lindo laço na cesta, enquanto o rapaz ao seu lado olhava.
-E isso?
-Não é o que as crianças costumam dar aos professors, maçãs? Juvia acha que é um bonito gesto. – respondeu a moça, com um doce sorriso.
-Bem, se você já terminou com essa bobagem, vamos andando.
Seguiram o caminho indicado e prontamente o avistaram. Continuava o mesmo, cabelos longos, preto e branco, recolhidos num rabo-de-cavalo, uma tatuagem cruzava seu rosto, talvez um pouco mais forte e sério. Vinha caminhando em sua direção, mas seus olhos estavam atentos a um livro que levava nas mãos, distraido de seus passos, já que conheciam o caminho tantas vezes percorrido.
-Oi, velho! Tome seu presente, professor!
Antes que pudesse reagir, Totomaru deu alguns passos para trás, pela força e pela surpresa de ter sido atingido por alguma coisa, bem no meio da testa! Num instante suas mãos estavam cobertas de chamas multicores e seu corpo posicionado para uma batalha, mas logo elas estavam caidas ao longo do corpo, assim como seu queixo caiu e seus olhos se abriram, surpresos. Em sua direção corria uma linda moça, de cabelos azuis como o mar, esbelta, mas ainda assim, cheia de curvas mortais, seu rosto estava marcado pela preocupação.
-Toto-kun, você está bem? Gejeel, como ousa fazer isso? – disse, reprovando ao amigo, que segurava o meio do corpo, enquanto gargalhava até as lágrimas.
-Isso te acontece porque você não luta mais, velho! Cê tem que ficar ligado! – o Dragon Slayer aproximou-se ao amigo e deu-lhe um apertão no ombro.
Totomaru não sabia o que dizer. Para ele, estes dois companheiros haviam desaparecido sete anos atrás, vítimas de Acnologia. Seriam impostores? Estaria sonhando? Mas era tão real!
-Juvia! Kurogane! São vocês? De verdade?- seus olhos encheram-se de lágrimas, mas o rapaz recusa-se a deixá-las cair, por um segundo, escondeu seu rosto em suas mãos, para depois encarar a essas duas pessoas sorridentes em frente a si. – Mas, como?
-Toto-kun, esta é uma longa história…- diz a maga- E queremos saber sobre você. Aonde poderiamos ir, tem algum café por aqui?
-Vamos a minha casa. Fica aqui perto e teremos mais tranquilidade para conversarmos, venham! – disse o mago de fogo aos seus antigos companheiros de Phantom Lord.
