Aiya já havia tentado engravidar inúmeras vezes. Já havia gerado filhos do marido duas vezes, mas ambos nasceram mortos. Desde que casara com Hyuuga Hiashi, essa duvida havia se estabelecido em sua mente: seria ela capaz de gerar um filho com seu próprio irmão? Se havia uma coisa clara em sua mente era o fato de que o casamento dos dois seria responsável por manter a pureza do clã, entretanto tinha suas duvidas sobre a concepção de filhos. Apesar de seus pais também serem irmãos, tinham mães diferentes, o que os tornava apenas meio irmãos. Preferia não pensar nisso, poderia dar azar. Mas naquela semana, de qualquer forma, ela e Hiashi iriam visitar a ninja médica da vila para confirmar ambas fertilidades.
Ao chegarem no local, são atendidos quase que de Imediato. Aiya estava tensa. Hiashi aparentava estar tranquilo. Talvez os anos de experiência como ninja a mais que ela o haviam proporcionado esta capacidade de se tranquilizar em momentos de grande apreensão. São recepcionados e atendidos rapidamente. O diagnostico, de acordo com a médica, era favorável às vontades do casal. Entretanto Aiya possuía uma doença rara, que não permitia que seu corpo fornecesse nutrição o suficiente para que um feto sobrevivesse até que se tornasse um bebê que pudesse sair para esse mundo saudável o suficiente e não morrer. Aparentemente era um problema causado por seu chackra. Quando foi questionada sobre a solução para isso, havia uma única plausível: conseguir uma barriga para implantar o feto para que ele sobreviva seus primeiros nove meses antes de arriscar uma vida fora dos confortos de uma placenta.
Assim que chegam do médico, Aiya estava desolada. Hiashi tenta acalma-la no caminho, mas o que ela mais queria era um filho. Não uma criança qualquer, adotada e impura. Mas algum que ela pudesse chamar de DELA. Aiya vai preparar um chá, cabisbaixa. Hiashi vai tomar um banho. Daqui a algumas horas teria que partir para uma missão novamente. Naquele instante a campainha toca:
- Mikoto? – Aiya atende, surpresa com a visita – Nossa, a que devo a honra? – ela força um sorriso, afinal ela e Mikoto haviam um passado e histórico de amizade bastante longo.
- Vim trazer algumas frutas que colhi no jardim do clã. – Aiya abre a porta para que a amiga entre, fechando-a assim que Mikoto da os primeiros passos para dentro. – você não faz idéia das especiarias que nascem por lá – a palavra nascer deixava Aiya triste. Ela sempre fora muito sentimental, e ainda estava digerindo a informação que acabara de receber. Mikoto coloca as frutas sobre a mesa e, ao não receber palavra alguma como resposta, se vira para a Hyuuga – está tudo bem? Parece abatida...
- Tudo bem, é que acabei de voltar do médico – Aiya suspira, se sentando, olhar triste e distante.
- O que houve? – pergunta a Uchiha, tocando o ombro da amiga, de maneira solidaria.
- Basicamente, descobri que não posso ter um filho a menos que consiga alguém para de fato tê-lo por mim – ela sorri, tentando inutilmente dar um tom mais humorístico àquela conversa.
- Como assim? – Mikoto parecia confusa – não pode gerar bebês?
- Bom, gerar eu consigo... O único porem é que aparentemente meu chackra me impede de alimenta-los enquanto ainda estão dentro de mim – Aiya parecia realmente triste com isso. Ainda mais exteriorizando tudo em palavras daquela maneira.
- Não se sinta assim. Sempre há uma maneira alternativa. Não apresentaram uma solução para isso? Algum tipo de operação ou transplante? Não sei, gostaria de poder fazer algo, mas... – medicina estava fora do alcance de Mikoto. Ela realmente queria ajudar a amiga, afinal, foram da mesma sala a muito tempo atrás e compartilharam aulas de costura na época. Mas não conseguia pensar em nada que poderia fazer.
-Perguntei. Mas aparentemente a única maneira de eu ter um filho meu seria conseguindo alguém para carrega-lo por nove meses na barriga por mim. Não sei se confio em alguém o suficiente para isso... – Aiya estava se conformando sobre o assunto, quando um estalo lhe vem à mente – ora essa, mas quanto egoísmo o meu! Fico aqui, falando de meus problemas, quando minha melhor amiga acaba de ter um filho. Me desculpe! E o pequeno Itachi? Como está indo? – ela se endireita e sorri para a amiga.
- Vai muito bem, cresce forte e saudável! – Mikoto se assusta com a abrupta mudança de assunto, mas entende a tentativa de ocultar aquela dor. Ela não se imaginava atualmente sem seu filho, que se tornara sua vida – Está com um ano já, acredita?
- Um ano!? Nossa! Parece que foi ontem que você estava de barriga, deitada, enquanto eu te levava chocolates e roupas de bebê – Aiya relembrava feliz, mas sem esquecer o seu infeliz destino de jamais poder compartilhar desta felicidade inteiramente – Como o tempo passa. Logo logo ele já estará um grande ninja!
- Pois é. – Mikoto pensa um pouco, podendo sentir as dores da amiga pela tonalidade forçada de sua voz, tomando sua decisão antes de dizer – E se eu fosse sua barriga amiga? – afirma Mikoto, feliz.
- O que? Não... Eu jamais poderia te pedir isso. Ainda mais agora, você está com um filho pequeno para cuidar e... – Aiya não sabia o que dizer.
- Não, não. Eu QUERO fazer isso. – Afirma Mikoto, interrompendo - eu me resolvo. E você merece isso tanto quando qualquer pessoa.
Mikoto sempre fora muito boa. E aquilo emocionava qualquer um. Aiya não entendia até hoje como alguém como ela poderia se envolver com um crápula como Fugaku. Hiashi aparece no local. Ambas estavam ali, Aiya chorando nos braços de Mikoto. Apesar de tentarem resistir, acabam aceitando, sendo muito gratos à oferta da Uchiha.
