Disclaimer: Death Note, Another Note e seus personagens não foram de minha autoria. Fanfic sem fins lucrativos~
PROLOGUE
– Lembre-se, estou te fazendo um grande favor.
– E é exatamente por isso que te amo, Rob.
Megan acenou para o guarda e saiu andando em direção ao seu escritório.
Já passava da uma da manhã, e a jovem policial, continuava na delegacia. Poucos policiais de plantão trabalhavam, alguns tomavam café e faziam apostas nas lutas de boxe, e outros tiravam um cochilo em suas cadeiras.
Megan passou pelas mesas dos colegas, indo até seu escritório. A garota estava num caso curioso. Dia 25 de janeiro de 2004, um massacre aconteceu no St. Constantine's Asylum. Cinco médicos e oito pacientes foram mortos. A responsável? Cassie Collins, a nona paciente morta. Segundo investigações, Cassie se soltou no meio da noite, matando cada um que a tentava impedir de sair. Depois de conseguir fugir, foi encontrada dentro de uma cabine telefônica com um corte na garganta que, de acordo com o legista, fora feito pela própria garota.
Sendo que estavam falando de um manicômio, e o diagnóstico da paciente batia com o que ocorrera, poucos policiais trabalhavam no caso. E um dos poucos que trabalhava, era Megan Blake.
A garota entrou em seu escritório, fechando a porta atrás de si, ligou a pequena televisão de 14 polegadas, colocando uma das fitas que levava dentro do vídeo cassete, e indo sentar em sua cadeira.
Depois de alguns segundos de chiado, a imagem de uma garota de cabelos compridos apareceu na tela. A garota estava apoiando os braços em uma mesa de alumínio, dentro de uma sala completamente branca. A cena lembrava muito um interrogatório, mas não era bem isso.
Finalmente, uma voz de homem, meio distorcida, encheu o pequeno escritório de Megan Blake.
– 26 de novembro de 2003. Paciente: Cassie Collins. Transtorno de Personalidade Esquizotípica, Psicose Maníaco-Depressiva e Paranóia. Entrevista 18.
A garota, Cassie, mantinha-se completamente parada, observando as próprias mãos, quase como uma estátua.
– Bom, Cassie, nós não conseguimos muitos resultados até agora. Você não consegue nos falar muita coisa sobre a vida com seus pais. Então, vamos deixar esta parte para depois. Queremos que nos conte sobre sua vida no orfanato Whammy's House.
Cassie finalmente se moveu, olhando para o homem à sua frente.
– Por que isso é tão importante? – disse num tom de voz baixo e calmo.
– Para descobrimos a origem de seus problemas.
Cassie travou a mandíbula, visivelmente irritada, apesar de manter o mesmo tom de voz calmo.
– Se eu decidir contar... Eu vou sair daqui?
– Tudo depende de você, Cassie. Isso provavelmente vai te ajudar a superar o que está passando, então me conte: O que aconteceu quando você entrou na Whammy's House? Como eram os outros órfãos?
A garota suspirou e levou um dos dedos até a boca, começando a roer suas unhas.
– Ok, se quer tanto saber, acho que posso te contar. Pra começar, vamos pular a parte chata do dono me dando as boas vindas, mostrando o orfanato, e dando as mesmas regras óbvias que têm em todo lugar. Ao invés disso vou pular para o dia que passou a significar muito pra mim.
"Nada mudou da minha antiga escola para a Whammy's. Achei que as coisas seriam melhores que antes. Como os alunos não me conheciam, eu poderia ser quem eu quisesse. Mas não foi bem o que aconteceu. Todas as crianças ainda me olhavam de um modo esquisito, como se eu tivesse uma doença contagiosa, como se eu fosse uma pessoa horrível..."
– Mas eles se afastavam assim, sem motivos? – perguntou o psiquiatra.
– Não quero falar sobre isso.
Cassie, ou como era conhecida na Whammy's, Carrie, nunca diria o verdadeiro motivo de lhe olharem torto. As crianças até chegavam a falar com ela, mas quando a garota começava a falar sozinha, as outras crianças começavam a se afastar. Porém, o que não sabiam, é que ela realmente não falava sozinha. De qualquer forma, Carrie sabia. Tinha certeza de que se contasse ao psiquiatra seriam mais medicamentos e talvez uma doença nova acrescentados em sua ficha, e ela acabaria causando problemas a si mesma.
– Como quiser. Por favor, prossiga.
– Bom, para fugir daquele pesadelo que voltava a acontecer, resolvi fazer o mesmo que em minha antiga escola. Me refugiei na biblioteca do orfanato. Sendo que a época de provas estava longe, afinal estávamos no meio das férias, era bem raro aparecer alguma criança por lá. Porém, em todo lugar tem uma exceção.
"Sempre que ia para a biblioteca, tinha um menino sentado em uma das mesas, sempre com um livro diferente. Era um garoto magro, de cabelos negros, e nas várias vezes que esbarrei com o olhar dele, percebi que eram de um vermelho forte. Assim como eu, ele chegava cedo à biblioteca e saía quando estava quase fechando."
"Aquele garoto era tão parecido comigo, que comecei a prestar mais atenção nele e, em meio a uma conversa em duas crianças, falando alto na biblioteca, descobri que seu nome era Beyond Birthday".
END OF PROLOGUE
