AMOR ALÉM DA VIDA
CAPÍTULO 1 - DOR SEMPRE NA ALMA
InuYasha Pertence a Rumiko Takahashi.
Minha primeira fic. Escrita com carinho.
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Onze anos após a morte de Naraku, Kagome estava casada com InuYasha, moravam em Tókio. Tinham seus problemas, e ela o amava como no primeiro dia. Ele continuava lindo, sedutor. E egoísta, mimado, grosso... A noite havia sido ruim, como era de hábito que fossem as noites. Eles eram casados há dois anos, e nada sequer lembrava o amor mágico que os unira. Tudo aconteceu tão diferente do que ela sonhava! Passava horas relembrando, saudosa, o amor do passado. E sonhava com um método que poderia usar para resgatar tudo aquilo para o presente e melhorar o futuro, porque no presente as lágrimas eram sua constante companhia, desiludida. Nada parecia certo, sofria sem entender como as coisas haviam ficado dessa forma. Ele era totalmente inconstante. Algumas vezes a chamava de meu amor, outras não lhe olhava o rosto.
Kagome sempre se lembrava daquele primeiro encontro, em frente à árvore sagrada.
Logo ao sair do poço por intermédio daquele monstro, percebeu que aquele ser preso à pedra era sua metade perdida. Aqueles olhos, após a libertação dele, irradiavam tudo o que ela queria para si. Os cabelos prateados, brilhantes e macios constituíam a realização de suas fantasias táteis. Como ele era lindo! Seu jeito grosseiro era mais um encanto que ela entendia como reflexo de sua masculinidade. Como ela gostava de dar as mãos a ele, estar a seu lado! Nunca sentia medo ao lado dele, sentia-se completa, mulher. Mesmo nos momentos em que ele parecia estar com a mente em outro lugar, ou que não demonstrava nenhuma consideração, ela o amava.
Em pouco tempo eles não se desgrudavam mais. O que havia iniciado com o objetivo apenas de juntar os fragmentos perdidos da jóia, InuYasha e Kagome haviam feito tornar-se um relacionamento, tornaram-se namorados. Eles passeavam pelas florestas da era feudal e pelos shoppings da era atual. Na primeira vez que saíram na era atual, foram comer pizza, que ele adorou, apesar da dificuldade em manter na cabeça o boné que ocultava as orelhas, que caía sempre que ele desajeitado ia servir-se de mais um pedaço. Ela achou adorável. Conversaram por horas sem preocupação com lutas ou interrupções. Na hora da conta, ela sacou a carteira e pagou. Não pensou que isso se tornaria um hábito futuro.
A cada dia ela sentia mais necessidade de estar perto dele. Cada folga que tinha, era mais um salto pra dentro do poço e mais algum tempo com ele. Ela acreditava que InuYasha a amasse, como ela o amava.
Em algum tempo, com o relacionamento solidificado, já segura do amor dele, ela descobriu que precisava se ausentar daquela rotina. Suas obrigações não podiam mais esperar, deveria partir. Conversaram e ela prometeu sempre voltar o mais rápido possível.
Passaram-se cinco anos nesta rotina. Namoravam, brigavam, discutiam... Ele sempre impunha seus pontos de vista, e ela deixava pra lá, o amava como ele era. Não queria saber de brigas, então ignorava e perdoava a maioria das coisas desagradáveis que aconteciam. Era sua natureza: Calma, gentil, sorridente. Não lutaria contra isso, nem contra a natureza dele. Entre lágrimas, sempre que precisava, pulava no poço de volta à vida normal.
Num desses retornos, já em casa, percebeu o quanto havia mudado nesse meio tempo. Agora, ela fazia parte de um par, eram dois por um objetivo maior. Sonhava com o dia que seriam unidos pelas leis de Deus e dos homens e ela seria sua mulher. Sem monstros, sem amigos o tempo todo, apenas os dois em uma casinha branca com janelas azuis, um lago com carpas coloridas, uma bela árvore no centro de um gramado ladeado por pequenas e perfumadas flores de todas as cores. Em suas fantasias, crianças corriam atrás umas das outras, em uma algazarra alegre e constante.
Os dias custavam a passar, mas ela se esforçava para fazer tudo certo e terminar rápida e perfeitamente seus afazeres para então poder voltar a seu lugar, ao lado de seu amor, poder novamente tocar em seu corpo forte, sentir a maciez de seus lábios sem que nenhum problema lhe perturbasse a cabeça. E assim ela fez.
Alguns dias antes do que esperava, ela viu-se livre das responsabilidades. Que alegria!! Em pouco tempo poderia estar com ele novamente! Foi ao seu quarto, tomou um banho, usou um óleo que amaciava e perfumava sua pele do jeito que ele gostava. Vestiu uma roupa que lhe deixava sensual sem vulgaridade, acentuando o brilho de sua beleza jovem, e pulou no poço, levando na mochila presentes para ele.
Já do outro lado, sentiu-se estranha, sem saber o motivo daquilo. Ninguém à vista, ela foi andando sem rumo por uns minutos, até chegar à borda de uma clareira. Ouviu vozes abafadas e procurou, com certo receio, ver de onde vinham os sons. Os olhos esquadrinharam em volta, até que, um pouco abaixo do nível onde se encontrava, ela viu.
Seu coração não batia, ribombava em seu peito. As lágrimas saíam aos borbotões, o sangue havia fugido de seu rosto. Ela não podia acreditar no que via. Encostado a uma árvore, entrelaçado ao corpo de uma mulher de longos cabelos negros, estava ele, o homem para quem havia entregado seu amor e sua confiança.
Vagarosamente, contendo as lágrimas a todo custo, ela se aproximou. Interrompeu um beijo caloroso, fez-se notar pedindo explicações do acontecido. Ele nada disse. A mulher fez menção de sair, mas ela não permite. Kagome diz a ele que se sua escolha era aquela, ela respeitaria.
Voltou pelo caminho que havia alegremente feito minutos antes, com o coração despedaçado, mas com uma convicção inabalável: seria feliz a qualquer custo, sozinha.
Ele, com a aparência de quem havia perdido o chão, ficou parado, apenas olhando-a desaparecer poço adentro. Ao lado dele, a mulher sorria, friamente, satisfeita.
Sua vida tornou-se monótona, perdeu o gosto pela vida, a vaidade, ao mesmo tempo em que prometeu casamento a um homem que se dedicou a ela como ninguém havia se dedicado antes. Voltou sua atenção à família, ao trabalho. Não havia um dia que não se lembrasse daqueles olhos dourados, daquele cheiro, e ainda assim mantinha sua decisão. Algumas vezes pensou tê-lo visto nos arredores de sua casa, mas não procurou confirmar. O certo era conseguir viver da melhor forma possível, mesmo não estando feliz.
Mais tempo passou. Seis anos inteiros.
Ela não era mais uma menina. Aos vinte e seis anos, era agora uma mulher noiva de um homem de negócios, sério, que a via como sua mulher e companheira da vida. Tinha seu carro, sua casa, seu gato. Sim, ela agora tinha um gato, o maior que já havia visto na vida, siamês, olhos azuis ternos e carinhosos. Algumas vezes imaginara o que aconteceria se o gatinho e seu ex se encontrassem, e ria bastante. Dormia com o animal, pensava em InuYasha. E levava a vida convencida que conformar-se fora o melhor que pudera fazer.
Continua.
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Kagome, já casada com InuYasha, volta em pensamentos ao passado, relembrando em tentando entender porque o presente é tão diferente do que havia imaginado pra eles.
Nos próximos capítulos vou contar o que aconteceu quando se separaram e quando retornam, chegando então ao casamento e ao ponto do início deste capítulo.
