Titulo: Blindsided
Autor: Kibethan, traduzida por Celly M.
Disclaimer: Gravitation e seus personagens não nos pertencem, assim como esse fic, que eu estou apenas traduzindo.
Sumário: Yuki não é exatamente uma pessoa querida aos olhos do público, então sua editora resolve transforma-lo em uma boa pessoa aos olhos do mundo, fazendo com que ele se torne voluntário em um hospital. O que irá acontecer quando ele encontrar-se com um paciente particularmente interessante, com o nome de Shindou Shuichi?
Capitulo 1 – Eu tenho que o quê?
Yuki estava sentado em sua mesa, diligentemente digitando as palavras para seu próximo sucesso. Ao seu lado, o telefone começou a tocar alto. Uma olhadela rápida para o lado e ele constatou que era sus editora que tentava ligar para ele. Olhou de relance para o calendário e estranhou. Não tinha nenhuma data de entrega por pelo menos um mês. Por que ela estaria ligando naquele momento? Decidiu deixar tocar, eventualmente ela desistiria.
Errado. Depois de ouvir por mais seis vezes o telefone tocar, ele resolveu atender.
-Que diabos você quer? –ele estava revoltado. Ela deveria parar de ligar depois da primeira tentativa. Não continuar tentando até ele atender. E se ele não estivesse em casa? Ela provavelmente ficaria ligando por horas.
-Sabia que você estava aí, Yuki-san. Preciso falar com você. O que acha de nos encontrarmos para o café da manhã, naquele caffe(1) perto da sua casa, que você gosta tanto?
-Não.
-Yuki-san. Seria do seu interesse se você me encontrasse para o café. Se não o fizer, terá que sofrer as conseqüências.
-Que seriam?
-Ser despedido pela firma de publicidade. –ela disse. O queixo de Yuki foi ao chão. Ser despedido? Aquilo era um pouco difícil, certo?
-Você não faria isso.
-Faria sim. E farei, se você não me encontrar amanhã.
-Tudo bem. Mas você paga.
-Claro, Yuki-san. Eu pagarei.
Com isso, ela desligou o telefone. Yuki ficou contemplando o telefone em suas mãos por alguns segundos e depois desligou. Continuou fitando-o, mesmo ele desligado. Ficou imaginando sobre o que seria aquilo tudo. Tentou continuar trabalhando nos capítulos da historia, mas não conseguia se concentrar, resolvendo, por fim, salvar o que havia escrito e dormir.
Não dormiu bem aquela noite, pesadelos sobre o que poderia acontecer naquele café da manhã assombraram seus sonhos sem a menos piedade. Virava-se na cama o tempo todo, durante toda a noite. Se em algum momento ele fosse despedido, teria que procurar uma outra companhia de publicidade. Fazer aquilo causaria à ele um desnecessário estresse e levaria um tempão. E mais, se não conseguisse arrumar uma nova companhia, não ganharia mais dinheiro. O que havia ganho iria rapidamente ser dilapidado por seu gosto refinado e ficaria pobre. Além disso, ele não tinha outros talentos a não ser pela escrita e se ele não pudesse escrever, então o que faria?
Acordou na manhã seguinte pior do que o dia anterior. Tinha enormes olheiras, os cabelos aparentando estarem sujos e jogados displicentemente para todos os lados. Resolveu tomar um banho, para acordar e também para livrar-se daquela horrível aparência.
Saindo do banho (a água estava estupidamente gelada), depois de ter molhado todo o banheiro, ele trocou de roupa rapidamente, percebendo que se quisesse chegar no horário marcado no caffe, teria que correr.
Saiu apressado, não demorando muito para alcançar o lugar de encontro. Sua editora, quando o viu, sorriu maliciosamente. Ele ainda estava com olheiras e vermelho por ter corrido tanto.
-Bom dia, Yuki-san. –ela disse, animadamente. Na verdade, ela não esperava que ele aparecesse, não pretendia despedi-lo também, mas ele não precisava saber daquilo.
-Por que você me chamou aqui? –ele perguntou, hostil.
-Nós precisamos conversar a respeito disso. –ela disse, jogando na direção dele alguns jornais. As manchetes diziam "Yuki Eiri ameaça entregador de jornais" e ainda "Famoso escritor Yuki Eiri Fotografado gritando com recepcionista.". Ela continuou mostrando mais e mais jornais, basicamente eles mostravam a mesma coisa. –Nós precisamos conversar sobre sua imagem ao público.
-Minha imagem? Minha imagem é ótima!!! –ele gritou. Próximo a ele, viu um flash e ouviu o já conhecido clique de uma foto sendo tirada. Algo lhe dizia que no dia seguinte, algum jornal publicaria aquela foto com a seguinte manchete: "Escritor local encontrando gritando com sua editora".
-Sua imagem não está boa, por isso que eu coloquei você para fazer alguns trabalhos voluntários. –ela disse, calmamente, tomando um gole do café, esperando que a informação se registrasse no cérebro do homem à sua frente. Três..dois..um...
-O QUÊ? ? ? –ele levantou-se rápido demais, levando a mesa ao chão. A comida espalhou-se e um copo d'água caiu em seu colo. Todo o tempo sua editora manteve-se calma, tomando café.
-Sente-se, Yuki-san. Nao importa o que você vai dizer, você vai fazer esse trabalho voluntário. Ou então eu vou ser forçada a fazer exatamente aquilo que discutimos ao telefone na noite passada. –Yuki estava a ponto de gritar mais alguma coisa, mas não o fez. Voltou a sentar-se no exato instante que um garçom chegava para limpar a bagunça, mas com um aceno de cabeça, ele pediu que o homem aguardasse um minuto enquanto eles terminavam a conversa.
-Aonde seria esse trabalho voluntário? –ele perguntou, aborrecido. A editora sorriu, agradecida por finalmente ter conseguido faze-lo o que ela queria.
-No hospital local. –Yuki quase explodiu novamente, mas conseguiu controlar-se.
-Você está querendo dizer... –ele começou, entre os dentes. -...que eu tenho que faze trabalho voluntário, pelo qual não serei pago, em um hospital?!
-Exatamente. Estamos marcados para nos encontrar com o diretor do hospital em uma hora. E só para você não se acovardar até o caminho, eu irei com você. –Yuki olhou-a mais revoltado ainda.
-Esplêndido. –Yuki disse. A editora foi até o caixa, pagando a conta. De relance,Yuki olhou para trás e viu toda a bagunça que ele havia deixado para trás e que o garçom esperava para limpar. Tirou algumas notas e jogou em cima da mesa, deixando de gorjeta.
Yuki e a editora caminharam silenciosamente do caffe até a casa dele, que estava em silêncio durante todo o trajeto, perdido em pensamentos. Ela percebia que ele franzia a testa constantemente.
-Algo de errado, Yuki-san? –Yuki balançou a cabeça em negativo, destrancando a porta e entrando logo em seguida. Pretendia fechar a porta, impedindo que a mulher entrasse, mas ela adiantou-se aos movimentos dele, colocando o pé direito na porta. Não vou conseguir trabalhar. Ela entrou sem cerimônias, sentando-se no sofá, enquanto Yuki fez o mesmo, na cadeira à frente dela.
Eles ficaram apenas ali, um mirando o outro, por Deus sabe lá quanto tempo. Yuki há muito desistira de tentar controlar a editora por meio de seus olhares, descobrira que ela era imune à eles. Ela, por outro lado, achava aquela situação até cômica. Afinal de contas, não era sempre que alguém conseguia o poderoso Yuki Eiri ficar com aquele olhar, de alguém que iria chorar por ter que fazer algo de bom para a comunidade.
Passado algum tempo, a editora olhou para o relógio e já era hora de irem para o hospital. Levantando-se do sofá, ela gesticulou para Yuki fazer o mesmo. Ele levou um tempo adicional para levantar, espreguiçando-se. Ele começou a mancar, fingindo que não conseguia andar. Ela virou os olhos, carregando-o até a saída, levando consigo as chaves da casa dele.
Chegando ao hospital, Yuki manteve seu número teatral e foi recebido prontamente por alguns enfermeiros.
-Precisa de ajuda? Ele está bem? –uma enfermeira preocupada perguntou.
-Ele está ótimo. Estamos aqui para uma reunião com o diretor.
-Claro, ele me disse que estava a espera de vocês. Sigam por todo o corredor e tomem o elevador até o quinto andar. O escritório dele é no número 516.
-Muito obrigada.
Naquele momento Yuki já andava sozinho novamente e resmungava enquanto caminhava até o elevador. Quando já estavam ali dentro, ele apertou todos os botões, para que parassem em todos os andares. A editora já estava irritada com toda aquela criancice dele e começava a chamar sua atenção quando eles saíram no hall do andar.
-Bem vindos ao Hospital Geral de Tóquio! O que posso fazer por vocês?
-Estou aqui para apresenta-lo a Yuki Eiri. Ele está aqui para trabalhar como voluntário. –o homem então voltou sua atenção para o outro homem na sala e o estudou.
-Claro. Eu sou Ezaniya Akinori. Nós vamos coloca-lo para trabalhar na ala pediátrica, visitando os pacientes e brincando com as crianças. –Yuki bufou. Não conseguia imaginar alguém menos provável para trabalhar com crianças que ele. O diretor olhou-o de maneira diferente, levantando uma das sobrancelhas. –Como você vai começar hoje... –Yuki pigarreou alto, interrompendo o homem. Ele não fazia idéia que iria começar naquele dia. você vai começar hoje, eu vou mostrar-lhe as dependências que você irá trabalhar e quem irá visitar. Você virá quase todos os dias, por um mês, certo?
Yuki estava começando a balançar a cabeça negativamente, pronto para responder que 'não', quando a editora lhe deu um tapa e respondeu que sim por ele.
-Mas isso é ótimo, Yuki-san! Bom, se você me seguir, podemos começar.
Yuki seguiu Akinori enquanto ele explicava as regras do hospital e onde eles estavam indo.
-Esse é o primeiro lugar que você vai. Você só está aqui para visitá-lo, já que ele não recebe muitas, quando alguma, visita. –o médico disse e começou a sair de perto de Yuki, quando foi seguro pelo braço.
-Espere! O que eu tenho que dizer a ele?
-Qualquer coisa, fale sobre o tempo, pergunte como ele está, diga-lhe como você está... –ele começou a fazer uma lista enorme enquanto descia pelo corredor, deixando Yuki decidir o que fazer. Ele pegou-se olhando para a ficha que falava sobre a pessoa que estava ali dentro do quarto.
-Shindou Shuichi. Homem. Dezessete anos. Lacerações por todo o corpo... –ele leu em voz alta. Estava surpreso ao constatar que alguém de dezessete anos estava na ala pediátrica. Resolveu não pensar muito naquilo e abriu a porta.
Fez um rápido reconhecimento do quarto antes de entrar ali, para ter a certeza de que não havia nada de perigoso ali dentro. Percebeu que era apenas um quarto simples de hospital, com uma cama, várias máquinas e uma televisão.
Yuki olhou para a pessoa que estava deitado na cama. Ele tinha cabelos rosados e por um segundo Yuki saiu do quarto para ver se havia lido corretamente. Aquela figura era um tanto quanto feminina. Depois de ler e reler a palavra homem, ele decidiu que Shuichi, afinal de contas, deveria realmente ser homem.
Ele sentou-se na cadeira próxima a cama e apenas observou o garoto, tentando imaginar como ele seria quando acordasse. Assumindo, é claro, que ele estivesse dormindo, ele não tinha tanta certeza.
Yuki levantou-se e sacudiu levemente o garoto, para que ele acordasse. Ele abriu os olhos, assustado, procurando pela pessoa que o havia acordado abruptamente. Yuki retraiu-se em choque. Shuichi estava olhando para ele e ainda assim olhando através dele. Ele correu até a porta novamente, olhando a ficha do garoto, lendo-a até o final agora. Prendeu a respiração ao ler a última informação.
Shuichi era cego.
Esse é o primeiro de muitos capítulos. A autora só está com 4 capítulos postados até agora, então, vamos aguardar pra que eles venham rápido. O próximo deve sair em breve.
Mais uma vez, vamos lotar o de fics de Gravitation em português!!
(1)não lembrava da palavra em português, então ficou em inglês mesmo.
O título ficou o original em inglês porque eu não consegui achar uma palavra legal que resumisse a idéia central da autora. Vocês vão entender, com certeza!
Beijos e até a próxima!
