Nota da autora: Um shounen leve sem continuação... Minha primeira experiência com esse casal: Um noite quente... um sonho estranho... uma garrafa de vinho... e alguém bate à porta do Máscara da Morte.

Lembrando que Saint Seya não me pertence senão eles teriam sido bem menos tapados e teria muuuito mais Yaoi. O nome Carlo pertence à Pipe e, bem, é muito mais charmoso, não concordam?

Amor estranho

Mi dispiaci devo andare via

Ma sapevo che era una bugia

Quanto tempo perso dietro a lui

Que promette poi non cambia mai

Strani amore mettono nei guai

Ma in realtà siamo noi

Eu abri os olhos distraidamente e me deparei com a escuridão ofensiva ao meu redor. Noite?! Eu me espantei e imediatamente pus-me a busca um motivo para esse súbito despertar.Olhei em volta, verifiquei algum cosmo estranho... nada. Tudo estava vazio e melancólico como sempre esteve naquela casa fria,cheia de uma neblina mórbida... fria demais para meu sangue quente e para aquela noite quente de verão. Suspirando, dei de ombros e vesti um robe curto.

Sem me preocupar em acender luzes já que conhecia o recinto até de olhos fechados eu me dirigi até a cozinha para pegar um pouco de água. Sim, talvez ela acalmasse meus nervos e aquele calor infernal do sul da Grécia. Não que eu fosse um fresco desses em relação ao calor, mas ninguém conseguia se manter confortável com aquela temperatura. Enfim, eu devia ter sido acordado por ele.

Eu estava tendo um sonho estranho. Eu, que muitos não achavam digno de sonhar... que todos viam como um carrasco sem coração. Eu realmente era, de certa forma. Mas isso não mudava o fato de que eu tivera um sonho, bem... Estranho. Sim, estranho, mas, gostoso. Era bom. E eu não conseguia me lembrar.

Rapidamente eu bebi o líquido transparente na cozinha e voltei para o quarto.Eu estava pensativo demais e isso era irritante. Era só um maledeto sonho!Eu deitei na cama sentindo minha pele roçar contra os gelados lençóis de seda, a mente desligando como sempre acontecia depois de sonhos como aquele. Eles já eram freqüentes para ser franco... e perturbadores.

E lo aspetti ad un telefono

Litigando che sia libero

Con il cuore nello stomaco

Un gomitolo nellangolo

L da solo dentro un brivido

Ma perche lui non cé e sono

Murmurando "Dio Santo!Quando isso vai parar?" eu me virei na cama e novamente levantei para ir à cozinha. Assim que cheguei lá um alve batida na porta se fez ouvir. Resmungando mais um pouquinho eu a abri e qual minha surpresa ao me deparar com a pessoa do sonho al na minha frente.

- Carlo, amore, você tem uma garrafa de vinho gelada aí? – a pessoa me perguntou e eu notei que seu cabelo azul estava resplandecente à luz forte da lua.Meu estômago se contorceu levemente.

- Hum, não sei não, bicha. - respondi jogando os últimos resquícios do sonho no fundo da minha cabeça e me afastei em direção à adega.

Ele entrou me seguindo. Eu notei que ele vestia apenas uma robe de seda preto e pensamentos cretinos me acometeram. Sacudi a cabeça e cedi à tentação de grunhir algo mas mantive minha mente em outra coisa que não aquele robe. Eu devia estar louco. E definitivamente isso me deixava com raiva.

- Aqui está. - apontei-lhe uma garrafa de vinho tinto e tentei me fixar em algum assunto.

- Alguma ocasião importante veado? - perguntei irritado com a ocasião importante.

- Todas as ocasiões são importantes. - ele me respondeu com um sorriso insinuante. - Só que hoje eu esqueci de por o vinho pra gelar.

- E deixou o outro veado lá esperando enquanto vinha aqui filar o Meu vinho. - cruzei os braços e encostei-me à porta sem entender a razão da minha irritação.

- Cruzes Carlo! - Afrodite parou na minha frente e eu trinquei os dentes e murmurei "É Máscara!" Mas ele ignorou, inconsciente da interrupção. - Parece que acabou de acordar de um pesadelo.

Strani amori che fanno crescere

E sorridere tra le lacrime

Quante pagine li da scrivere

Sogni e lividi da dividere

Sono amori che spesso a questet

Si confonduno dentro questanima

Che sinterroga senza decidire

Se è un amore che fa per noi

Eu devo ter ficado meio... Estupefato. Ele me falando de pesadelos?! "Mas é isso, não é, aquele sonho... era um pesadelo. Um pesadelo com ele. Um pesadelo muito bom."

Eu soquei a porta antes de perceber que ele ainda me olhava curioso com a minha raiva.

"Se ele soubesse..."

Ele passou por mim e o tecido fino do seu robe roçou na minha pele eriçando os pelos do meu braço. Andei em silêncio até a cozinha fingindo não ouvir as tentativas dele em puxar conversa. Ele tinha que me fazer lembrar daquele maledeto sonho! Chegando na porta da cozinha ele parou de frente à mim e fixou o olhar no meu rosto franzindo a testa.

E quante notti perse a piangere

Rileggendo quelle lettere

Che non riesci piu a buttare via

Dal labirinto della nostalgia

Grandi amori che finiscono

Ma perche restano nel cuore

- Carlo, você está com algum problema.

- Já disse que é Máscara, Bicha. - respondi naturalmente ríspido e já um pouco irritado.

- Como quiser - ele riu e eu rosnei. - Mas Máscara da Morte é muito brega. - ele riu provavelmente testando minha paciência... que estava enoorme hoje.

- Eu não ligo para o que falam de mim ou do meu nome, bicha. Capiche? - meu rosto se descontraiu um pouco já voltando ao normal. Éramos amigos há algum tempo e eu já não caía mais nas provocações dele. Tá certo, era uma amizade estranha, mas, e daí? Eu não entendia porque mas sempre me sentia bem com ele. Balancei a cabeça saindo do devaneio e dei com ele me observando, a raiva aparecendo novamente. Era bom... raiva era um sentimento que eu conseguia entender.

Strani amori che vanno e vengono

Nei pensiere che li nascondono

Storie vere che ci appartengono

Ma si lasciano come noi

Strani amori fragili

prigioneri liberi

Strani amori che non sanno vivere

E si perdono dentro noi

- E o que você tá fazendo aqui bicha que ainda não foi ficar lá com o outro veado? - rosnei para disfarçar o meu embaraço.

Ele pareceu ligeiramente embaraçado, mas riu e saiu não sem antes deixar sua última farpa venenosa:

- Ainda bem que você não liga para sua reputação, Carlo. Já pensou como ela ficaria se me vissem saindo a essa hora da noite de sua casa?

Por um momento fiquei boquiaberto apenas o olhando sair, o robe de seda esvoaçando enquanto ele andava e o rosto provavelmente franzido no esforço e conter a respiração para agüentar o cheiro da minha casa. Então a tão familiar raiva me invadiu e eu soquei a segunda porta aquela noite.

- Diabos, ele está certo.

Ignorei a parte de mim que ria com tudo aquilo e fiu para o quarto não me preocupando em disfarçar a agressividade do meu cosmo. Odeio esse clima quente demais, odeio aquele maldito sonho estúpido e, acima de tudo, odeio quando não tenho resposta para o Afrodite. E se aquele sonho voltasse... eu juro que matava alguém.

"Afinal sonhar com o Afrodite uma vez por noite é suficiente não é?"

Mi dispiace devo andare via

Questa volta lho promesso a me

Perch no voglia di un amore vero

Senza te.