NOTA:
Esta fanfic é fruto da imaginação da autora, nenhuma intenção de macular a realidade. Nem ofender os reais envolvidos. É apenas uma visão de fatos públicos, especulação de momentos privados. E uma dose de ironia com toda esta publicidade.
Esta fanfic é fruto da imaginação da autora, nenhuma intenção de macular a realidade. Nem ofender os reais envolvidos. É apenas uma visão de fatos públicos, especulação de momentos privados. E uma dose de ironia com toda esta publicidade.
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All These Rumors
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Capítulo 1
Bastidores
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Ela lutou, inconscientemente, para não acordar.
Contudo, devagar, camada por camada, ela emergia no sono. Era um sono doce no qual ela se agarrava, pedindo clemência de ficar mais um minuto. Apenas apertar o botão soneca no despertador, se assim fosse tão fácil.
Sabia que depois de ser expulsa, mesmo não abrindo os olhos, sempre viriam as preocupações e as coisas para fazer. Revisar a sua lista de coisas para concluir. E não seria mais a mesma coisa.
Ok. Não havia mais nada a ser feito, ela estava acordada. Onde estava mesmo? Esta vida vivida em uma mala, mudando de hotéis, mudando de cidades, mudando de sets... Tudo ainda mais intensificados estes últimos anos. Estes últimos meses. Sentia-se perdida ao acordar.
Não estava em casa, pois não foi Jella que tinha lhe despertado, com seus bigodes pontiagudos, suas patas inoportunas e seus miados desesperados. Isso ela já tinha aprendido.
Então... Ela serpenteou os braços pela cama, e sua mão direita encontrou o que sua mente procurava. Estava com Rob. She was in home at all.
[Não importava que aquilo era mais um quarto de hotel. Em algum lugar.]
Estranhamente, como aquilo tinha se tornado automático a ela, aquele hábito de localização que demorava mínimos segundos, que vinha antes de reconhecer qualquer outra coisa, e lhe permitia acordar de verdade. E determinar seu humor matutino. Era estranho realmente.
Com este elemento, permitiu-se abrir os olhos e saborear 35 segundos olhando cada minúcia do homem ao seu lado. Ela não o tocou como queria. Apenas o admirou, a maneira como ele gostava de por o braço no travesseiro, a linha máscula do maxilar, aquela sexy barba por fazer, o peito desnudo e descoberto lhe provocando, a calma que emanava dele. Controlou-se de novo para não tocá-lo. Tinha certeza, onde isso acabaria.
Olhou as horas. Tudo sob controle. Contudo, não podia mais ficar ali.
Ela teve cuidado ao sair da cama, para não acordá-lo. E obteve sucesso na missão, e estranhamente, algo nela gostaria que tivesse sido diferente. Alcançou a porta do banheiro e vislumbrou a cama mais uma vez. Apenas o fato de conseguir sair de lá, sem que ele acordasse e a arrastasse junto a si, era motivo suficiente para voltar correndo ao lado dele e beijá-lo. Porque ela –dificilmente- saia da cama assim. E ela gostava de seus hábitos, especialmente estes.
Mas ele estava exausto. Rob precisava de algumas férias, e logo. Os compromissos, os trabalhos, a música, o namoro peculiar, as cobranças, cruzar o Atlântico ou querer urgentemente cruzá-lo, equilibrar sua vida antes e pós o vampiro mais sexy do mundo... Estava cansado. Podia não admitir, mesmo quando ela lhe perguntava diretamente... Todavia, ela percebia. Ela sentia. E quando eles precisaram de palavras para se comunicar?
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A água forte, nas suas costas, fizeram-na relaxar um pouco mais; a entrevista do dia não seria a mais fácil. Aquilo ainda estava na sua cabeça.
É claro, que além de zelo, foi a culpa que não a fez acordá-lo, ela torceu a boca pensando nisso. Ele tinha chegado de um longo voo, sido sequestrado pela produção do show e devolvido em um estado código laranja de zumbi. E foi neste precioso momento que ela ainda quis começar uma briga, com suas preocupações com a entrevista... "exageradas preocupações"... ele dissera.
Merda! Não tinha planejado aquilo; fora ele que reconhecera os sinais que estava nervosa e que quisera saber o que se passava, Rob estava ainda mais protetor agora. E ela tinha dito que não queria falar, pois havia horas... Ela se conhecia... Não seria bom pra ninguém... Simplesmente tinha que ficar com a boca fechada e pensar mais naquilo. Polir as arestas. Mas, merda, ele insistira.
Quando ele gritou Porra, Kristen!, sabia que daquele ponto em diante, "aquilo" ali seria classificado como uma briga. Então, ela riu. E ele olhou-a como se não pudesse acreditar. Ela disse algo como ..."Kristen"... – e franziu a expressão- ...Cara, a gente já pode ir para a parte que fazemos as pazes? Ele ponderou por um tempo. Isso irá incluir você e eu naquela cama? Nus, suados, e com varias marcas pelo corpo, Love?... Não há melhor definição para mim... Ela respondeu rápida. E ele ficou serio por mais um tempo. "Fechado."
Ele não precisava ter levado tão a serio a parte das marcas pelo corpo, acabara de achar uma marca na sua cintura, ele tinha lhe mordido. Forte. Tudo bem, isso foi um pouco de drama, mas a marca estava ali. Ela olhou a marca e riu. Se ela cantasse no chuveiro e isso acordasse Rob, ela não teria feito nada de errado, certo? Ela gostava de cantar no chuveiro... Não, ela não gostava. Ela gostava de cantar no chuveiro com ele. O que ela não suportava era saber que ele estava ali no quarto, tão perto dela. E não com ela.
Respirou fundo. Você não será egoísta, sua vadia. Altruísta. Altruísta. Você consegue.
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Café da manhã rápido: um café forte e um cigarro. Quem precisava de vitamina C?
Foi neste momento que ela viu –em cima da mesa- uma bolsa de papel com um bilhete. Nem precisava se aproximar pra reconhecer aquela letra.
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Love,
Se vc acordar antes de mim, sei que vc não gosta de descer ou pedir algo sozinha.
Assim, tem suco de pêssego, donouts de chocolate, croissante com damasco e o
redondo vermelho é uma maça.
(Não faça esta cara que vc precisa comer frutas também)
Te amo
PS: larga este café preto e apaga o cigarro.
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Filho da mãe. Essa era a pior parte de ter um namorado que se importa. Ele irá mesmo te lembrar das tuas promessas e cuidar de você. Era horrível. Olhou o cigarro e o café... Que desperdício. Deu um ultimo trago e jogou mal humorada o cigarro no liquido quente, e os dois na cesta de lixo atrás dela.
Qual era o maldito problema de não gostar de comer de manhã? Alem de ter tido uma gastrite, ter desmaiado algumas vezes... Ter feito exames proibindo tais hábitos... Ah sim... Ela não podia mais... Era difícil não pensar apenas nela, no que queria fazer... Aquele pensamento correu sua mente e ela se livrou dos vilões. Estava sendo ridícula com aquilo. Ela mais que ninguém sabia daquilo.
Sem saída, demorou-se no cômodo adjunto, numa confortável poltrona lendo algumas noticias locais. Jornais locais eram tão bizarros. Mas... Bem ali estava em uma das paginas a noticia que eles estavam na cidade. Entre a matéria da galinha que podia cantar o hino nacional e o casamento do ano entre duas famílias tradicionais. Lembrou-se de conferir como estava de tempo. Tinha que acordá-lo agora. Deu um sorriso. TINHA que desperta-lo agora. Não estava sendo egoísta. Aquele ali sempre enrolava.
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- Rob? – ela chamou calidamente-...Rob?...- apoiou sua cabeça em uma das mãos e aproximou seu corpo ao dele-... Você precisa acordar.. – ela deu o 1º beijo nos lábios dele-... É sério, seu idiota!...-ele resmungou e abraçou-a, moldando-a a si-... Anda, seu dorminhoco...-ela brincou com os cabelos dele.
As mãos dele tinham coberto o corpo dela e parou num instante, levantou o rosto, olhou-a com um pouco de indignação. Eles falaram quase juntos.
- Eu apaguei o cigarro! JURO!
- O que você já faz vestida?
- Ah isso... –respirou com alivio-.. É o que as pessoas normais fazem depois de se levantarem, oras... E tomarem um banho... E...
- E por que não fui incluído? -brincava com os botões da roupa dela.
- Porque você estava dormindo tão perfeitamente... E fui uma namorada altruísta hoje e deixei você descansar mais um pouco... Não sou ótima? Trouxe até um suco de pêssego para você...
- Prefiro minha namorada incrivelmente egoísta –tomou um gole do suco-...que me acorda no meio da noite, e de manhã, e a qualquer hora...-deslizou a outra mão pelo corpo dela-... se esfregando em mim... beijando inapropriadamente... sussurrando meu nome e sugerindo coisas mais inapropriadas ainda... –terminou alisando as nádegas dela com um sorriso convencido.
- Não me esfrego em você, seu tolo, muito menos digo coisas inapropriadas... E cara, você sempre tem a liberdade de dizer não ... –levantou uma sobrancelha crente ter encerrado o assunto.
Apenas o tempo de deixar o copo em algum lugar seguro, ele a puxou e a teve na mesma altura de seus olhos, ele a olhou com fome, forçando seu corpo no dela.
- Faz de conta que você está dormindo.. –disse sério- ...Fecha os olhos... Anda... Só quero provar um ponto aqui... Coisa rápida, baby...
Olhos fechados. Ele deslizou o rosto acariciando o rosto dela, ela sentiu o cheiro dele ainda mais intensamente. As mãos dele seguravam seus braços, fazendo um carinho perigoso. Kristen ouviu as palavras dele, mas não sabia se tinha sido antes ou depois do arrepio que lhe causou o tom rouco que ele usava:
- Sweetie, você está acordada? ... – ela riu por ele saber que ela estava e manter aquele teatro, e porque era ela que o chamava assim.
Rob afastou os cabelos dela e desceu beijando avidamente o pescoço dela.. Ela puxou o oxigênio com mais força que precisava. E esta era resposta que ele esperava, por sorte Kristen não podia ver o sorriso que se formou no rosto dele. Uma perna dele já se insinuava entre as dela, provocando-a; uma mão segurava-lhe o pescoço enquanto a outra já estava na cintura dela, procurando o fim daquela blusa.
- Kris... Kris... Eu preciso de você... -era um sussurro-.. Até queria te deixar dormir... Mas... - a mão dele já estava por baixo de todo aquele tecido desnecessário, maltratando o seio dela- ...Você sabe o quanto te tocar assim me enlouquece, não é?..-ele gemeu ao clamar a fricção do sexo dele contra a coxa dela. Ela sentiu o mesmo desejo torna-la úmida.
O autocontrole dela avisou que não podia mais lidar com aquilo. Ele jogava baixo a dizer coisas perversas que ela gostava de ouvir entre cada beijo nela. O corpo dele a pressionava, sentia o calor se expandir pelo seu. Qual é a temperatura máxima que o corpo pode aguentar? Ela devia estar chegando lá.
Ele pensava a mesma coisa, sentindo os sinais do seu próprio corpo. A pele suave dela, o cheiro cítrico, o gosto excitante... Era algo impossível de não viciar. Com certeza, eram crises de abstinência que tinha a cada dia separado dela. E nunca era o suficiente. Vicio em sua mais clara definição. Podia abrir mão de qualquer outro hábito que marginava a vida dele... Menos dela.
Alguém cansou daquilo, e Kristen simplesmente virou o corpo dela sobre o dele e se encaixou como alguém que conhece muito bem aquele outrem. Respondeu o beijo com fúria e moveu seu corpo contra o dele procurando satisfação. Ele pos as mãos nos quadris dela, paralisando-a.
- Diz "não" agora... -ele a desafiou e trouxe o corpo dela contra ao dele, ela apenas ficou vermelha-... Diz que você prefere dormir mais a ser acordada assim.. -ela não respondeu nada, apenas o olhou devorando-o-... Foi o que eu pensei.
Quando ela se lembrava disso, não sabia explicar como ele tinha conseguido escapar tão fácil, mas ele já estava em pé, indo em direção ao banheiro e ela estava ainda deitada na cama com o queixo caído.
- Vou tomar um banho... –ele disse com a cara mais deslavada do mundo-...Bem, você já está vestida.. Pronta... É uma pena...
A gargalhada dela ressoou no quarto. Ele tinha aquele ar provocador típico dele. Esperando o próximo passo dela.
- Ei você! Seu grandioso filho da puta! Se você ousar me deixar assim... –ela passou a mão no cabelo sentando-se-...Você já provou seu ponto, seu idiota... –ela levantou na cama- ...Quando foi que.. –e tirou a blusa-... Eu já estar vestida impediu a gente de algo? – a calça tinha ficado para trás-... Responde, cara... Vai!
Ela estava em pé na cama, na beirada da cama. O jovem ator sabia que o orgulho dela não ia deixá-la descer dali. Era a vez dele. Ofereceu o sorriso mais destruidor.
- É bom saber que não estamos em nenhuma fase que desculpas esfarrapadas, então... –ele estava na frente dela e ela apoiou suas mãos nos ombros dele-... Deixo claro que nunca quero estar lá...-ele apoiou a cabeça no corpo dela e com ambas as mãos foi deslizando a lingerie dela, queimando cada centímetro, a cada toque- ..Acho que podemos nos livrar disso... –ele mesmo já não estava aguentando mais- ...E ...-ele olhou para namorada enquanto se livrava do soutian-... E disso aqui também...
Os dois amantes se mediram com aquela dose de intimidade própria de quem se ama muito mesmo antes de se conhecer; ele pediu licença para um roçar de lábios e ela segurava a nuca dele com possessividade, dobrando um pouco os joelhos. Falou com a voz quebrada quando pode:
- E por qual razão você continua com as suas calças?
Ele soltou o cordão do pijama e se livrou rapidamente daquilo.
- Satisfeita? –falou divertido.
- Cara, você sabe que ainda não... -ela o olhou maliciosamente.
Um sorriso se formou na boca dele e devolveu a mirada com a mesma intensidade.
Um beijo que não teve mais fim marcou o compasso enquanto a puxava da cama, ela se enrolava no corpo dele, e ele a pressionou na parede gelada. Uma perna dela desceu, e ficou na ponta dos pés para compensar a altura dele.
O cabelo dela foi puxado com determinação e ele exigiu um melhor angulo para invadir com a língua a boca dela. O que foi permitido, mas não antes dela arranhar o ombro dele com a ansiedade que sentia.
- Puta que pariu... Cadê você? –ela dizia desconexa.
- Não vou te machucar? Você anda tão sensível... -ele falava sem saber se poderia cumprir qualquer vontade dela que não fosse penetrá-la imediatamente.
- Pelo amor de Deus... Você quer me matar hoje? Porra... –a mão dela procurava a ereção dele com pressa-... Eu preciso... –ela gemeu em súplica quase infantil.
O alivio veio para ambos ao sentir aquela invasão íntima tão desejada. Ambos gemeram concordando. O alivio desapareceu instantaneamente para dar lugar a urgência. Ao desalento. A luxuria. Ambos sentiram a cadencia frenética que os impulsionava.
O jovem sentia as mãos dela agarrando seu braço, suas costas sem muita delicadeza... Não era com mais delicadeza que agarrava a coxa dela, o quadril. O desejo palpável e sorrateiro. Cruel.
- Rob... A cama... A gente podia..? –ela arfava.
- Vem cá.. –ele a teve novamente com as pernas em sua cintura e agora os braços preguiçosos no seu pescoço, sentiu-se feliz, como ele sempre se sentia quando a tinha tão entregue-... Não disse isso hoje...
- O que? –ela parou de beijar o rosto dele.
- Te amo, baby... -o olhar dele cingia cada silaba.
- Ah isso... - ela sorriu tímida, e ele riu-... Achei que você tinha esquecido...
Espalmou suas mãos em cada lado da face dele e o observou... Beijou-o. .Afastou-se um pouco e voltou a beijá-lo. Foi um beijo úmido e necessário. Como a marcar território.
Ao abandoná-la sobre a cama, ele prolongou os beijos até chegar aos seios dela, abocanhando o esquerdo, o que fez Kristen jogar os braços para trás em rendição. Sentiu a outra mão tomar a sua coxa com firmeza, a afastar um pouco sua perna, e deslizou para dentro dela.
O sexo com ela era aquilo... Música. Ele não conseguia pensar em mais nada. Todos os acordes primorosos. O corpo dela respondia as investidas dele, e os corpos estavam misturados indecifravelmente. Em constancia.
- Goza, Kris... Goza agora... – um som áspero a comandou silibando no ouvido dela.
Cada terminação nervosa dela pareceu acatar aquela ordem, sentindo que ele iria também gozar a qualquer segundo. Quando sentiu aquela pontada aguda de felicidade, abraçou-se ainda mais a ele... E sentiu que ele se perdia nela também...
Os corpos estáticos, esgotados, ofegantes. Ela o trouxe para mais perto, temendo por aquela separação.
- Eu... Te... Amo... -ela confidenciou como se fosse a 1ª vez que dizia aquilo.
Kristen não pode ver a reação dele, mas para ele, sempre era como se fosse a 1ª vez que ouvia ela dizer aquelas palavras. Cada vez, ele resplandecia. "Vício", ele pensou.
Não demorou para os dois estarem espalhados nos lençóis, sem energia, com um sorriso idiota no rosto. Completamente satisfeitos.
- Como você passou sem mim hoje?
- Terrível... Apenas esperando para poder te acordar.. .-ela disse mordendo os lábios.
- Não é bem isso que perguntei, mas fico feliz de ouvir...
- Estou bem, tudo bem... Quando você comprou aquelas coisas para mim? Eu não...
- Já te falei Love, sou um namorado que vale ouro... –falou todo convencido.
- Cala a boca. -ela riu-...Ok..Você é um namorado irresistível...
- Por isso que me pergunto: Por que você insiste em se vestir antes de mim? –disse muito sério.
Os cabelos dela estavam uma desordem e ela tentava controlá-los.
- Pensei que, desta vez, a gente ia conseguir, meu... Você estava cansado, a noite já tinha sido bem proveitosa e só queria ficar nos teus braços um pouco agora de manhã...
-... Duvido que você tenha vindo me acordar apenas para ficar nos meus braços... Deixa de ser mentirosa, Kristen... O que você quer é que eu leve a culpa se a gente se atrasar para o show, sua malandra...
A atriz ficou silenciosa por um minuto. Ele buscou a mão dela e brincou com seus dedos. Depois acomodou o corpo dela, as pernas transpassadas sobre a cintura dele e a mão com a qual ele brincava sobre seu peito. Ela se mexeu um pouco para ficar mais confortável.
- Vai correr tudo bem.. Você sabe? A entrevista... Conheci a produção ontem... Eles são legais..
- Droga... Mas este é o problema, dude...
- Agora o problema com este show é que eles são legais?... –falou com descrença.
- Rob... Tentei te explicar ontem... Não quero brigar de novo...
- Não vamos brigar.. Fala... –segurou forte a mão dela.
Havia um pouco de hesitação.
-... Eu te falei.. Não é um show qualquer... É a Oprah... Ela faz com que você se sinta na obrigação de contar tudo para ela. Ela não é o David, apenas querendo cavar algo... Ela é diferente. Ela faz com que você se sinta especial, compreendida, baixa as tuas defesas, ela sabe do que está falando... E então, ela te pergunta.. Ninguém mente para a Oprah...
- É da maneira que você está falando... Ela é... Diabólica...
- Para... Ela vai perguntar da gente. Eu sei...
- Mas eles sempre perguntam. E a gente sempre da um jeito...
- Mas você não irá querer desapontar a Oprah... Ou engana-la bem na cara dela... –ela respirou fundo nervosa.
- Kris... Não sabia que você é fan dela...
- Olha quem fala... Você está no Clube do Livro dela.. –ela riu com vontade.
- Porque ela tem um bom gosto literário, se preocupa em estimular as pessoas a lerem e isso é importante. Ela tem até uma escola na África para garotas, você sabia?
- Viu? Isso... Eu não sou faz... Mas ela é alguém a se admirar... E não quero causar um mal estar se ela me perguntar algo... Não sei o que fazer... Você sabe que congelo quando isso acontece... Ou sou ríspida, ou fujo... Correndo se eu posso... Como é que vou fugir estando no show dela? Não posso ser grossa com ela. Ela consegue as entrevistas mais difíceis, olha a historia pessoal dela, ela caçou os predadores sexuais mais procurados da America, ela elegeu o fucking presitente... Ela fez o Tom Cruise pular no sofá dela... Ela é este tipo de pessoa..
- Espera... O que você quer? Posso pular no sofá dela por você... Ei, não me bate... Falei ontem... Vou repetir... Se ela vir atrás de você, eu bloqueio o ataque...
- E posso fazer o gol depois?...- ela pensou em quanto ele gostava daquele esporte bizarro.
- Adoro você com espírito esportivo... –ele beijou o nariz dela- ...Sei que o teu problema é ficar em foco sozinha... Deixa que distraiu e você me salva depois.. Pois você sabe que provavelmente irei precisar...
- Totalmente verdade...
Eles ficaram em silencio. Ela começou a rir descontroladamente.
- O que?-ele quis saber chateado de estar por fora da piada.
- Você... Você... Pularia no sofá da... Oprah... por mim? – ela não conseguia parar de rir agora que ela tinha imaginado a cena.
- Claro... Isso é tão fácil... -riu junto.
Quando eles foram acalmando aquela crise de risos, pois Rob sempre vinha com uma piada mais ridícula cada vez, foi ele que a encarou muito sério.
- Achei que você já soubesse...
- O que? -ela perguntou curiosa, segurando uma risada.
- Eu faço qualquer coisa por você...
O riso foi se esvaindo dos lábios dela. Ela sabia. Ela faria qualquer coisa por ele. Muitas vezes, ela se assustava com aquela certeza. Ela não precisou dizer.
Eles não precisavam de palavras para se comunicar.
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