Notas: Então... Esse é um oneshot que eu fiz depois de eu, minha turma e minha professora de geopolítica terem discutido sobre os chamados "muros da vergonha". Um deles está localizado na fronteira do México com os EUA.

Essa versão do México é minha, por sinal.

Aproveitem,

PhoenixOfWind

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México encarava aquele muro alto e acizentado que separava sua casa da de Estados Unidos da América. Mas aqule muro não estava apenas demarcando a fronteira norte mexicana. Ele e os inúmeros guardas que patrulhavam a área noite e dia eram uma amarga recordação de sua incapacibilidade de alcançar o nível do vizinho. De manter seu povo seguro e amado, protegido... Palavras ácidas penderam na ponta da língua da mexicana, enquanto o vento seco daquele lugar árido e semi-desértico fazia seus cabelos castanho-escuros balançarem, revoltos, no ar noturno.

Lágrimas queimavam seus olhos, porém México era orgulhosa demais para deixá-las cair. Na distância, uma família mexicana conversava com um homem de aparência suspeita e perigosa. Um "coyote". Um suspiro escapou dos lábios vermelhos da nação, exprimindo seu desgosto e infelicidade. Mais uma família a abandonava, escapando-lhe pelos dedos esguios. México sabia que talvez nunca mais os veria. Nunca mais... A mexicana havia lutado em várias guerras e sofrido os mais diversos tipos de ferimento, mas ela sabia que esse nunca sararia por completo. Uma ferida eternamente aberta no peito...

O silêncio pareceu, de repente, mais pesado. Nuvens escuras cobriram por alguns momentos a lua, envvolvendo tudo e todos numa temporária escuridão. Agonizantes minutos passaram, sem nenhum som, até que o satélite ressurgiu no céu, tentando, com sua luz, amenizar um pouco da dor de México. Mas ela sabia. Mesmo longe, ela conseguia ouvir. Choros. Gemidos. Gritos de dor. Vozes falando em inglês. Espanhol. Algumas eram tão deformadas que nem poderiam ser chamadas de vozes. Uivos seria uma palavra mais adequada. A bela mexicana soltou a respiração que, sem notar, prendia faz algum tempo. Doía demais até mesmo para pensar no assunto.

Um sorriso torto e irônico refulgiu em seu rosto por alguns instantes antes de desaparecer por completo. Usando toda força de vontade que ainda lhe restava, México começou a andar na direção oposta ao muro. Aquela parede alta e cinzenta que assombrava seus sonhos... Seu muro da vergonha...

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