DISCLAIMER: Os personagens são da Marvel, nada me pertence, blabla.


açúcar em água quente,

Sam Wilson acorda mais cedo, um dia desses, e os vê preparando café em sua cozinha. Bucky e Steve não percebem – pelo menos não de imediato, porque eles sabem que Sam costuma se levantar todos os dias, precisamente, às seis e quarenta e cinco (depois de uma soneca de quinze minutos no celular, religiosamente), o que daria a eles quase duas horas de tranquilidade, sem precisar responder o caminhão de perguntas que o Falcão teria para Steve (meu, tá tudo está bem?, você também virou um assassino sem memórias?, cara, por que você tá com essa cara de quem acabou de fazer sex—ah, sério, DEBAIXO DO MEU TETO?) – tranquilidade, essa, que seria muito apreciada por Bucky agora. Especialmente quando um Steve ainda meio bocejante desliza um braço em volta de sua cintura, alinhando os quadris dos dois e fazendo cócegas em sua nuca com o nariz.

"Ei, sai, eu tô tentando te proporcionar cafeína aqui.."

Mas Bucky não tenta afastá-lo, não recua. (Antes, talvez, nunca agora) – mas se inclina, se deixa apoiar naquele abraço. Ele sabe o quão inútil Steve pode ser ao acordar, especialmente depois das incontáveis manhãs que eles passaram juntos depois de tudo aquilo com a Hydra, (o que foi meio estranho de se descobrir, porque o Steve de antes era uma coisinha magricela e extremamente responsável que fritava bacon e ovos e fazia exatamente duas xícaras e meia de café e já tinha terminado de ler o jornal para deixá-lo livre para Bucky antes mesmo que o moreno conseguisse terminar de fechar os botões de sua camisa); esse Steve de 2014 é todo cheio de movimentos quase felinos e beijos preguiçosos e lamentos absolutamente indecentes, e sempre cabe a Bucky ter a força de vontade de um santo para se levantar e cuidar da vida dele, como nos velhos tempos.

"Mhm, o cheiro tá bom, mesmo." e Bucky consegue sentir o sorriso de Steve em sua nuca, conforme ele pronuncia aquelas palavras na voz cheia de sono dele. O loiro respira fundo, apertando os braços em volta do outro como se quisesse absorvê-lo, preencher a própria alma, traçando a pele sensível sob a clavícula dele com beijos demorados e Bucky sente seus ossos derreterem como blocos de açúcar na água quente.

Ele começa a se perguntar, agora, por que é que ele achou que seria uma boa ideia sair da cama.

"SÉRIO, CAP? VOCÊ E O ROBOCOP NÃO CONSEGUEM PERDOAR NEM A MINHA COZINHA?"

Ah, é. Porque Sam Wilson.