Felix Felicis

"Uma colher de sopa no café da manhã é suficiente para um dia de sorte!"

Sorte.

Um dia de sorte.

- Gina, o Harry nos pediu par ficar de vigia e verificar o mapa do maroto. Tome.

- O que é isso?

- Felix Felicis tome um gole e não discuta.

- Sorte?

- Sim, Harry acha que vamos precisar.

Os corredores estavam escuros e sinistramente vazios.

Neville e Rony patrulhavam do outro lado do corredor.

Sorte.

Quantos significados sorte pode ter?

Podia ouvir passos cuidados próximos.

Tinha o mapa do maroto em suas mãos.

Sorte?

Segurou a varinha firme e virou o corredor quando viu o nome da pessoa que se aproximava.

Sorte?

- Malfoy!

O garoto parou pegando a varinha e também apontando para ela.

- Weasley!

Sorte?

Draco estava magro, muito magro, seu corpo alto parecia fragil, estava palido, sua pele tinha um tom acinzentado da falta de sol. Estava curvado pelo cansaço, não havia arrogancia, presunção ou superioridade. Seus olhos estavam apagados e sem vida.

Aquele não era Draco Malfoy.

Sorte?

- O que pensa que está fazendo, Malfoy?

A voz dela saiu firme e forte, seus olhos castanhos brilhavam na noite.

- O que eu preciso, Weasley

A voz dele saiu arrastada e baixa demonstrava cansaço e fracasso, mas sem deixar de praticamente cuspir a ultima palavra com nojo.

- Acabou.

Disse mantendo a varinha e se apoximando um passo dele.

Ele a olhou, seus olhos vazios e fez a ultima coisa que Gina poderia esperar dele abaixando a varinha e caindo de joelhos no chão com a cabeça jogada para trás.

Sorte?

Gina o olhou estreitando os olhos, aquilo não era normal. Ele parecia tão fragil, tão humano, tão desprotegido. Deu mais dois passos em direção a ele.

Podia ver o peito dele arfando na expectativa do que ela faria. Ela poderia gritar por Rony e Nevelli, mas simplismente deu mais dois passos na sua direção.

Os olhos estavam fechados, apertados, como se temessem o que estava por vir.

O cabelo loiro platinado caido e grudado na testa em alguns pontos mostrando que ele suava.

A camisa da escola amarrotada e aberta nos primeiros botões mostrando a pele extremamente clara, tanto que era possivel ver as veias pulsando.

O coração dele batia acelerado, era palpavel a tensão que ele se encontrava e Gina apenas deu mais dois passos ficando próximo o suficiente para toca-lo.

Sorte?

Mas porque ela o tocaria?

Ele era Draco Malfoy!

Não. Aquele garoto caido a seus pés derrotado não podia ser Draco Malfoy.

Não o Draco Malfoy que ela conhecia, não o garoto arrogante que mandava na Sonserina, não o garoto que fazia a vida da família dela um inferno.

Naquele ano ele estava diferente, não havia insultado quase, não havia aparecido.

Gina continuou a olhar a respiração forte dele, os olhos fechados, o medo transparente e fez a ultima coisa que alguém poderia esperar dela tocando-o no rosto.

Sorte?

Draco abriu os olhos assustado com o toque inesperado e olhou para cima a encarando. O cinza tão apagado não lembrava em nada o frio dos outros anos. Não havia rancor, nojo ou qualquer outra coisa normal que ele sentiria. Havia apenas surpresa e medo.

O que ele tanto temia?

Tocou o outro lado do rosto dele ainda segurando a varinha e ciente que a dele se mantinha entre os dedos longos e magros caidos no chão.

- O que pensa que está fazendo, Weasley?

Não tinha sido ela a perguntar aquilo anteriormente? E o que ela estava fazendo ali no meio do corredor com Draco Malfoy de joelhos aos seus pés tendo o rosto dele preso em suas mãos a centimetros do seu?

- O que eu preciso, Malfoy!

Puxou o rosto dele se inclinando até seus labios se encontrarem. Lábios secos e rachados. Os olhos cinzas fixos nos seus, olhos cinzas que pareciam um buraco negro de tão profundos. Molhou os lábios dele percorrendo-os com a sua língua.

- Vou me arrepender disso...

Sussurrou ao se afastar ainda presa na iris cinza dele.

- Vamos, Weasley, vamos...

Ele disse tenso deslizando as mãos subindo pelo corpo dela enquanto se erguia, puxando-a quando percorreu as costas com os dedos firmes e a varinha entre eles. Os olhos nunca se perdendo e por esse motivo ela visualizou quando ele passou a língua molhando os próprios lábios antes de capturar os dela.

Podia sentir o coração dele martelar contra o seu peito e se entregou a adrenalina, não sabia de algum dia ter imaginado beija-lo, mas deixou seus dedos se embaralharem nos fios loiros dele. Ele era mais alto e a puxava fazendo-a ficar na ponta dos pés para acompanha-lo.

O beijo era faminto, desesperado e intenso.

Soltou uma pequena exclamação quando sentiu o seu corpo bater contra o dele enquanto ele deslizava pela parede encaixando-a entre as suas pernas levemente abertas para compensar a diferença de altura.

Draco apertava sua cintura com tanta força que tinha receio de ficar marcada, mas o que aquilo importava naquele instante? O que importava que ele parecia querer arrancar os seus cabelos tamanha a força que usava? Talvez fosse essa a sensação dele enquanto ela apertava seu braço e puxava seus cabelos.

- Gina...

Ouviu a voz de Neville chamar distante, ainda bem que não era seu irmão.

Apoiou a testa na dele controlando a respiração encarando firme os olhos cinzas.

- Eu vou me arrepender disso?

A voz saiu mais rouca que o esperado apesar de ter sido sussurada.

- Vai...

Respondeu de volta acariciando seus cabelos ruivos.

- Eu vou chorar por isso?

Encostou seus lábios nos dele como se não quisesse realmente a resposta.

- Eternamente...

Ele respondeu de contra seus lábios fazendo-a se afastar.

Gina olhou e tateou o rosto dele como para fixar na memoria antes de suspirar pesadamente e se afastar se encaminhando para o corredor de onde Neville a chamava.

- Gina?

O garoto parecia preocupado.

- Fui verificar um barulho, mas era só aquela gata ridicula...

- Você não está com o mapa?

Agora Rony se aproximava deles e ela olhou para o mapa que tinha acabado de tirar do bolso antes de sentir um vento frio soprar em seu pescoço e teve que se segurar para se manter séria, pois Malfoy estava passando por Ron naquele instante em direção a sala precisa.

Sorte?

Ele poderia ter passado por ela sem deixar lembranças.

- Gina?

- Acho que deixamos Malfoy escapar....

Estendeu o mapa, pois agora Draco estava dentro da sala e seu nome não aparecia mais no pergaminho.

- Vamos esperar... Ele deve estar na sala precisa...

E esperaram até tudo ficar escuro.

Sorte?

Tinha sobrevivido aquela batalha, mas agora estava ali olhando seu irmão deitado na cama mordido por um lobisomen que nem transformado estava e ainda tinha a notícia sobre Dumbledore.

Dumbledore estava morto.

Por sua culpa?

Sentiu a respiração falhar e abraçou Harry apertado sentindo as lagrimas correrem.

Absurdamente tinha que admitir que ele não mentira para ela.

Gina se arrependia e chorava.


Nota da Autora:

Eu não sei exatamente porque escrevi essa fic, minha primeira Draco/Gina e desculpem os erros, mas escrever de madrugada é horrivel, além do meu teclado estar com problemas. Eu gostaria muito que vocês deixassem um review. Obrigada! Beijinhos...


- Gina, escute... Não posso mais namorar você. Temos de parar de nos ver. Não podemos ficar juntos.

Sentiu seu coração bater acelerado, mas porque um sentimento estranho a preenchia?

- É por algum motivo nobre e idiota, não é?

Ela o olhava, não escutava realmente suas palavras, não sabia exatamente o que pensar, tudo estava tão confuso e agora Harry queria terminar?

- E se eu não me importar?

- Eu me importo. Como é que você acha que eu me sentiria se hoje fosse o seu enterro... e a culpa fosse minha...?

- Não Harry – ela pensou, era sua culpa, não dele.

Por sua culpa seu irmão poderia se transformar num lobisomen.

Por sua culpa o maior bruxo da história estava morto.

E por sua culpa Harry estava ali terminando com ela.

Por sua sorte?

Não conseguiu manter o olhar, mas disse tudo o que podia, tudo o que deveria, afinal tinha culpa e arrependimento, tinha tido Draco Malfoy aos seus pés e foi inevitavel quase sorrir com a lembrança.

- Bem... não posso dizer que esteja surpresa. Eu sabia que isto aconteceria um dia. Eu sabia que você não seria feliz se não estivesse caçando o Voldemort. Vai ver é por isso que eu gosto tanto de você.

Parou vendo ele se afastar logo depois, mas será que gostava dele por isso mesmo?

Então porque não sentia dor?

Porque não chorava?

Porque parecia natural vê-lo se afastar?


Você deve estar se perguntando porque tem uma Nota da Autora no meio da fic, bem é que a fic acabou ali. O restante eu não faço idéia do porquê escrevi, por falar nisso os diálogos dessa parte final foram tirados do ultimo capitulo do Enigma do Príncipe e lembrando que nem o universo e nem os personagens me pertencem é tudo da J.. Beijinhos...